História revelada pela BBC News Brasil: presidente do BB pede perdão pelo papel do banco na época da escravidão:ojogo

O Banco do Brasil anunciou neste sábado (18/11) uma sérieojogomedidas institucionais para combater o racismo estrutural depois que o Ministério Público Federal abriu um inquérito para investigar o envolvimento do banco na escravidão e no tráficoojogocativos africanos durante o século 19, história revelada com exclusividade pela BBC News Brasil.

A presidente da instituição, Tarciana Medeiros, primeira mulher negra no cargo desde a fundação do BBojogo1808, dizojogocomunicado no site oficial que "o Banco do Brasilojogohoje pede perdão ao povo negro pelas suas versões predecessoras e trabalha intensamente para enfrentar o racismo estrutural no país".

“O BB não se furta a aprofundar o conhecimento e encarar a real história das versões anteriores da empresa. Mas o simples fatoojogosermos uma instituição da atualidade nos move a realizar atividades voluntárias com o compromisso público e com metas concretas para combater a desigualdade étnico-racial e buscar por justiça social no âmbitoojogouma sociedade que guarda sequelas da escravidão, independentementeojogoexistir ou não qualquer conexão, ainda que indireta, entre atividadesojogosuas outras versões e escravizadores do século 19", acrescenta Medeiros.

O banco anunciou ações para promover inclusão racial, entre as principais estão:

O inquérito do Ministério Público foi proposto por um grupoojogo14 historiadoresojogo11 universidades, que pesquisaram e escreveram um texto sobre o que se sabe da relação do Banco do Brasil com a economia escravista e seus negociantes.

Eles descobriram, por exemplo, que entre os fundadores e acionistas do BB estavam alguns dos mais notórios traficantesojogoescravizados da época — entre eles José BernardinoojogoSá, tido como o maior contrabandistaojogoafricanos do período.

A escravidão é considerada um crime contra a humanidade. Por isso, não prescreve e permite que ações relacionadas ao período ainda possam correr na Justiça.

O Banco do Brasil também divulgou uma carta aberta aos movimentos negros que foi lidaojogoaudiência pública no Rio também no sábado.

"As sequelasojogoum processo histórico perverso, que atingiu as comunidades negras e seus descendentes, ainda esperam novas medidas estruturaisojogotodas as esferas sociais que tenham a capacidadeojogoenfrentar e transformar esse triste cenário", diz trecho do documento.

Clemente Penna, pesquisador da Universidade FederalojogoSanta Catarina (UFSC), diz que o sistema financeiro da época “dependia da escravidão”, mas ainda faltam mais pesquisas acadêmicas para determinar o papelojogocada instituição.

“Era uma economia que tinha pouca moeda oficial circulando. O que havia era um sistema baseadoojogotítulosojogocréditos, hipotecas, letrasojogocâmbio… Quem tinha muito dinheiroojogocaixa eram os traficantes. Então, foram eles que financiaram o Estado, os títulos da dívida e o capital societário dos bancos”, explica.

O Banco do Brasil também concedeu empréstimos a fazendeiros proprietáriosojogoescravizados.

Segundo a teseojogodoutoradoojogoThiago Campos Pessoa, da UFF, o banco emprestou 800 contosojogoréis para José e JoaquimojogoSouza Breves, conhecidos como Irmãos Breves,ojogo1871.

A pesquisa aponta que, alémojogoacionista e com membros na diretoria do BB, a família Breves era conhecida como uma das maiores proprietáriasojogoescravizados do país, com cercaojogo5 mil pessoas espalhadasojogosuas fazendas no Rio eojogoSão Paulo.