Israel anuncia cerco à CidadeGazameio ao 'auge' do conflito com avançoofensiva por terra:

Crédito, MOHAMMED SABER/EPA-EFE/REX/Shutterstock

Legenda da foto, Ruas desertas e destruídas na CidadeGaza nesta quinta-feira (02)

As forças israelenses anunciaram ter cercado na quinta-feira (2/11) a CidadeGaza, considerada um reduto do Hamas, enquanto avança a ofensiva por terraIsrael à FaixaGaza.

As ForçasDefesaIsrael (IDF, na siglainglês) disseram que os soldados estão envolvidoscombates corpo a corpo com integrantes do Hamas que estão realizando ataques a partirtúneis subterrâneos.

Antes do início da guerra, a CidadeGaza era a parte mais densamente povoada deste território, com 775 mil pessoas, ou 9 mil pessoas por quilômetro quadrado – quase o dobro do resto da FaixaGaza.

No entanto, muitos moradores partiram – embora não esteja claro quantos – depoisos militares israelitas terem ordenado que cidadãos do norteGaza se deslocassem para o sulmeados do mês passado.

A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que quatrosuas escolas usadas como abrigos foram danificadas e alertou que a escassezágua está piorando.

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Mais cedo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país está no "auge da batalha”.

A equipes da BBC relataram a ocorrênciacinco combates terrestres entre Israel e o Hamas no norteGaza na quinta-feira.

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Pelo menos 20 pessoas teriam sido mortasuma escola após ataques aéreos ao camporefugiadosJabalia, segundo a ONU, enquanto uma criança teria sido mortauma escola transformadaabrigo no camporefugiadosBeach.

As autoridades do HamasGaza culparam Israel pelos ataques aéreos. A IDF ainda não comentou oficialmente sobre o assunto.

Israel lançou uma ofensiva terrestreGaza na semana passada — desde então, militares vinham se deslocando lentamentedireção à CidadeGaza, que é a capital do território palestino.

Enquanto isso, o Ministério da Saúde local, administrado pelo Hamas, informou que o númeromortos na FaixaGaza desde 7outubro superou 9 mil.

O ministério disse que, desse totalmortos, 3.760 eram crianças; além disso, foram contabilizados 32 mil feridos.

Israel vem realizando bombardeios e ofensivas militaresGaza desde 7outubro, quando o Hamas atacou várias partes do país, principalmente ao sul.

Na ocasião, segundo autoridades israelenses, 1,4 mil pessoas morreram. Além disso, o país calcula que 242 pessoas seguem mantidas pelo Hamas como reféns, incluindo crianças e idosos.

Em paralelo à ofensiva terrestre, Israel segue lançando ataques aéreos contra o território palestino.

Os militares israelenses dizem que têm como alvo a infraestrutura do Hamas, incluindo túneis subterrâneos e lançadoresfoguetes.

Especialistas da ONU fizeram apelos por um cessar-fogo humanitárioGaza, dizendo que o tempo está se esgotando para o povo palestino, que se encontra"grave riscogenocídio".

“A situaçãoGaza atingiu um ponto catastrófico”, afirmaram, alertando que a proibição da entradacombustívelGaza e a interrupção do abastecimentoágua significavam que as pessoas tinham pouco acesso a água potável.

“A água é essencial para a vida humana e, hoje, 2 milhõeshabitantesGaza lutam para encontrar água potável”, afirmaram.

A missão israelense na ONUGenebra classificou os comentários como "deploráveis e profundamente preocupantes" e culpou o Hamas pelas mortescivis.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Segundo o Hamas, ataque ao campoJabalia deixou 1.000 pessoas mortas, feridas ou desaparecidas.

Resgateferidos

Vários cidadãos estrangeiros conseguiram deixar Gaza depois da passagemRafah com o Egipto ter sido aberta pelo segundo dia.

A passagem foi liberada pela primeira vez na quarta-feira (1/11) para que os feridos no conflito pudessem cruzá-la.

O Egito montou um hospitalcampanha na Península do Sinai para receber feridosGaza.

Mas a organização Médicos Sem Fronteiras afirma que mais20 mil feridos permanecem no território palestino.

O embaixadorIsrael na Alemanha pediu aos países estrangeiros que enviassem navios-hospitais para o Egito.

Ron Prosor disse que eles seriam usados para tratar palestinos feridos que entrassem no Egito vindos da FaixaGaza.

Em uma entrevista à Kan, emissora públicaIsrael, elequem é acrescentou: "Ainda não sei se isso está acontecendo. Pedimos isso. Suponho que esteja sendo discutido. Há uma tendência, aqui na Europa, para ajudarquestões humanitáriasqualquer maneira possível."

Na semana passada, a França disse que iria enviar um navio para o Mediterrâneo oriental para “apoiar os hospitaisGaza”.

Estrangeiros também tiveram permissão para deixar o território rumo ao Egito.

Diplomatasmais30 países vêm fazendo lobby junto aos governos do Egito eIsrael para incluir seus cidadãos na listaquem pode atravessar a fronteira.

Pelo segundo dia consecutivo, o Brasil não faz parte dessa lista. Um grupo34 pessoas aguarda a liberação para deixar a região. São 24 brasileiros e 10 palestinos que estãoprocesso ou darão início à imigração ao Brasil.

Já o Bahrein se tornou o primeiro dos quatros países da Liga Árabe que reconheceram Israel2020 a romper laços econômicos e chamarvolta seu embaixador no país devido à ofensiva militar israelenseGaza.

O embaixadorIsrael no Bahrein também deixou o país.

As relações entre Bahrein e Israel cresceram consideravelmente desde que os dois países estabeleceram laços diplomáticos com o apoio dos EUA.

Na ocasião, isso foi visto como um grande avanço na desescalada do conflito árabe-israelensedécadas.

Na quarta-feira, a Bolívia anunciou que também cortou relações com Israel.

Já a Jordânia, país com o qual Israel faz fronteira, chamouvolta seu embaixador no país, assim como Chile e Colômbia.