Nova Rota da Seda: o que Brasil ganha ou perde se aderir a plano trilionário chinês:minimo de deposito sportingbet

O Brasil, no entanto, ainda não teria decidido se fará alguma menção ao projeto no comunicado conjunto que deverá ser divulgado ao final da visita, na sexta-feira (14/4).

Lula deve chegar à China na noite desta quarta-feira (12/4). Na quinta-feira (13/4), deverá participar da posse da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como nova presidente do New Development Bank (NDB), também conhecido como “Banco dos BRICS”.

Na sexta-feira, está previsto o encontro entre Lula e o presidente chinês, Xi Jinping.

A Nova Rota da Seda completa dez anosminimo de deposito sportingbet2023, e a adesão do Brasil ao instrumento seria um ganho político considerável para Pequim.

Uma decisão, segundo essas fontes, ainda aguarda a chegada a Xangai da comitiva brasileira. Uma adesão formal ao projeto neste momento, porém, estaria descartada.

As discussõesminimo de deposito sportingbettorno da iniciativa chinesa, no entanto, evidenciam uma divisão pública entre uma ala liderada por diplomatas do Ministério das Relações Exteriores (MRE), incluindo o seu chefe, embaixador Mauro Vieira, e um grupo mais próximo ao presidente Lula, que inclui seu assessor especial para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim.

O Itamaraty vem afirmando que o Brasil não precisaria aderir ao projeto porque o Brasil já é alvominimo de deposito sportingbetparte significativa dos investimentos internacionais chineses.

Porminimo de deposito sportingbetvez, Celso Amorim e ministros como o da Agricultura, Carlos Fávaro, defendem que o Brasil pode aderir ao projeto chinês como formaminimo de deposito sportingbetalavancar projetosminimo de deposito sportingbetinfraestrutura no país.

O que é a Nova Rota da Seda?

O One Belt, One Road é um projeto trilionário lançadominimo de deposito sportingbet2013 pelo governo chinês que inicialmente previa uma sérieminimo de deposito sportingbetprojetosminimo de deposito sportingbetinfraestrutura como rodovias, ferrovias e portos, alémminimo de deposito sportingbetobras no setor energético, como oleodutos e gasodutos ligando a Ásia à Europa.

Há diferentes estimativas sobre quanto dinheiro já foi investido desde seu lançamento. Os valores vãominimo de deposito sportingbetUS$ 890 bilhões (R$ 4,46 trilhões) a US$ 1 trilhão (R$ 5 trilhões).

O projeto ficou conhecido como Nova Rota da Sedaminimo de deposito sportingbetalusão à antiga rota da seda, nome dado ao fluxominimo de deposito sportingbetcomércio que funcionava no primeiro milênio e que conectava a Ásia com a Europa Central.

Desde que foi lançado, o projeto chinês foi expandido para outras regiões do mundo, como África, Oceania e América Latina.

De acordo com o centrominimo de deposito sportingbetestudos americano Council on Foreign Relations (CFR), especializadominimo de deposito sportingbetrelações internacionais, 147 países já aderiram ou manifestaram interesseminimo de deposito sportingbetaderir ao plano desde seu lançamento. Eles representam dois terços da população mundial e 40% do Produto Interno Bruto (PIB) global.

Na América Latina, pelo menos 20 países já fazem parte da iniciativa, entre eles a Argentina, que,minimo de deposito sportingbetabrilminimo de deposito sportingbet2022, assinou um memorandominimo de deposito sportingbetentendimento com o governo chinês prevendo a adesão.

Analistas internacionais avaliam que o projeto é um dos braços do projetominimo de deposito sportingbetexpansão do poder econômico e político da China.

Atualmente, a China é a segunda maior economia do mundo e, até a pandemiaminimo de deposito sportingbetcovid-19, havia estimativas que indicavam que poderia superar os Estados Unidos até 2028.

Em uma aparente reação ao projeto chinês, líderes do G7 (grupo formado por Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Japão, Itália e Alemanha) divulgaram,minimo de deposito sportingbet2022, um planominimo de deposito sportingbetfinanciamento a projetosminimo de deposito sportingbetinfraestrutura avaliadominimo de deposito sportingbetUS$ 600 bilhões (R$ 3 trilhões).

O projeto, no entanto, é alvominimo de deposito sportingbetoutras controvérsias. Especialistas alertam, por exemplo, para o riscominimo de deposito sportingbetsuperendividamentominimo de deposito sportingbetpaíses que contraem esses financiamentos.

Em 2018, o governo do Sri Lanka transferiu o controleminimo de deposito sportingbetum porto à China após não conseguir honrar suas dívidas com o país.

A China, por outro lado, rebate as críticas afirmando que elas seriam uma tentativaminimo de deposito sportingbetmancharminimo de deposito sportingbetimagem no cenário internacional.

Outra crítica frequente é que os empréstimos possibilitados pelo programa dependem da intermediaçãominimo de deposito sportingbetempresas chinesas para serem liberados e que, com frequência, a China envia aos países a mãominimo de deposito sportingbetobra qualificada para as obras infraestrutura e contrata localmente apenas funcionários com salários menores.

O que o Brasil tem a ganhar?

Especialistas nas relações sino-brasileiras afirmam que uma adesão ao programa teria pouco efeito prático e não resultariaminimo de deposito sportingbetuma "enxurrada"minimo de deposito sportingbetinvestimentos diretos no Brasil no curto prazo.

Eles dizem que um aceno brasileiro à iniciativa teria, portanto, um resultado mais político do que econômico.

Karin Vazquez, especialistaminimo de deposito sportingbetcooperação internacional e professora da Universidade Fudan, na China, avalia que uma adesão formal do Brasil poderia dar acesso a um fundominimo de deposito sportingbetUS$ 40 bilhões (R$ 200 bilhões)minimo de deposito sportingbetinvestimentos chineses.

No entanto, segundo Vazquez, a desaceleração da economia chinesa vem fazendo com que as condições para esses financiamentos sejam menos atrativas do que no passado.

"Tampouco vejo como uma adesão favoreceria a participação do Brasilminimo de deposito sportingbetprojetosminimo de deposito sportingbetintegração regional financiados pela China. O Brasil já é consideradominimo de deposito sportingbetalgumas dessas iniciativas, como a ferrovia bioceânica, cujos entraves à execução costumam estar mais relacionados a questões internas dos países e menos ao financiamento desses projetos", diz a professora à BBC News Brasil.

Pablo Ibanez, professorminimo de deposito sportingbetGeopolítica da Universidade Federal Rural do Riominimo de deposito sportingbetJaneiro e pesquisador visitante da Universidade Fudan, aponta que a entrada do Brasil no projeto teria um caráter mais simbólico. Mesmo assim, ele defende a adesão.

"Não vejo grandes desvantagens. A China não exige grandes contrapartidas quando financia os projetos. Acho que o Brasil deveria entrar, porque é grande parceiro da China", diz Ibanez.

Marcos Caramuru, ex-embaixador do Brasil na China, pondera que, apesarminimo de deposito sportingbetsimbólica, a adesão poderia beneficiar investimentos pleiteados por Estados brasileiros.

"A adesão não faz muita diferença prática, mas passa uma mensagem aos agentes econômicos chineses que pode ajudar quando eles forem avaliar investimentosminimo de deposito sportingbetentes subnacionais como os governos estaduais", explicou.

O que o Brasil pode perder?

Analistas ouvidos pela BBC News Brasil também avaliam que as desvantagensminimo de deposito sportingbetuma eventual adesão do Brasil seriam pequenas e não necessariamente relacionadas à parceriaminimo de deposito sportingbetsi.

"Os problemas que vejo são relacionados às dificuldadesminimo de deposito sportingbetse implantar projetosminimo de deposito sportingbetinfraestrutura, como o impacto ambiental e como isso afeta as populações indígenas ou tradicionais”, diz Ibanez.

Os especialistas ouvidos também minimizam o riscominimo de deposito sportingbetuma eventual retaliação americana ao Brasil caso o país se associeminimo de deposito sportingbetalguma forma ao projeto chinês.

Vazquez ressalta, no entanto, que a sinalização do Brasilminimo de deposito sportingbetrelação ao assunto precisa ser bem calibrada.

“Alguns atores acreditam que aderir ao projeto daria maior espaço para o Brasil barganhar com Estados Unidos e China e não ser encapsulado como membrominimo de deposito sportingbetnenhum dos dois ‘bandos’”, afirma a professora.

Mas ela diz que o argumento é questionável na medidaminimo de deposito sportingbetque dar um “sinal”minimo de deposito sportingbetque o Brasil está alinhado com a China sem sinalizar na mesma direção e intensidade para a Aliança para a Prosperidade Econômica nas Américas, projeto lançado pelo governominimo de deposito sportingbetJoe Bidenminimo de deposito sportingbet2022, pode ser entendido como favorecer um dos dois lados.

“No mínimo, teria que se ter clareza do que o Brasil quer e pode ganhar com cada uma dessas iniciativas, o que, a meu ver, não existe”, diz a professora.

Os Estados Unidos vivem um dos períodos mais tensosminimo de deposito sportingbetsuas relações com a China e têm sinalizado preocupação com o aprofundamento das relações entre China e Brasil.

Washington vê como um ativo o fatominimo de deposito sportingbetBrasília não ter, até agora, se comprometido a integrar o One Belt, One Road.

"Para os Estados Unidos, preocupa ver o Brasil crescentemente endividado com a China, se envolvendominimo de deposito sportingbetum número crescenteminimo de deposito sportingbetnegócios, especialmenteminimo de deposito sportingbetáreas sensíveis, como tecnologias, serviços públicos, energia, área mineral, que tragam riscos para a cooperação Estados Unidos-Brasil”, afirma Ryan Berg, diretor do programaminimo de deposito sportingbetAméricas do Center for Strategic and International Studies,minimo de deposito sportingbetWashington.

“Se Lula, como dizem os rumores, ceder ao projeto emminimo de deposito sportingbetviagem à China, isso também será algo grande para os Estados Unidos e visto com reservas, porque forneceria uma nova via para a influência e empréstimos chineses no país."

Questão expõe racha no governo

Em meio a esse cenário, duas alas do governo Lula vêm divergindo publicamente sobre o Brasil ingressar ou não na iniciativa chinesa.

Em entrevista a correspondentesminimo de deposito sportingbetagências internacionais no Brasil na semana passada, Mauro Vieira sinalizou que o Brasil não precisaria aderir ao plano chinês neste momento.

“Temos uma parceria estratégica que vai muito além do One Belt, One Road. Não é uma coisa que estejamos apressados nemminimo de deposito sportingbetum lado e nemminimo de deposito sportingbetoutro. É uma coisa que faz parteminimo de deposito sportingbetcontatos e conversas, mas não é uma decisão premente”, disse Vieira ao ser perguntado sobre o assunto pela BBC News Brasil.

Por outro lado, Celso Amorim disseminimo de deposito sportingbetentrevista ao jornal Valor Econômico que o Brasil não teria motivos para ficarminimo de deposito sportingbetfora da iniciativa.

“Não tem razão para o Brasil não entrar. Não tenho preconceito e não vejo nenhum dano político”, afirmou o assessor especialminimo de deposito sportingbetLula.

Outro que também defende a entrada do Brasil ao mecanismo é o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Questionado pela BBC News Brasil, ele argumentou que a adesão do país ao projeto chinês poderia trazer investimentos considerados importantes para a logística do agronegócio brasileiro e para a integração nacional.

“Eu defendo (a entrada do Brasil) porque um dos principais gargalos da competitividade do agro brasileiro é a infraestrutura logística. Frete caro é sinônimominimo de deposito sportingbetperdaminimo de deposito sportingbetcompetitividade para produtosminimo de deposito sportingbetexportação”, afirmou o ministro.

Para Pablo Ibanez, a diferençaminimo de deposito sportingbetvisões entre o comando do Itamaraty e integrantes do entorno do presidente é resultado da visãominimo de deposito sportingbetmembros do PT como Lula e da ala liderada por Celso Amorim por uma preferênciaminimo de deposito sportingbetfomentar relações com países fora do eixo Estados Unidos-Europa.

“De um lado você tem o PT, Lula e Celso Amorim que são conhecidos por valorizarem o crescimento das relações do chamado sul global. Já o Itamaraty tem uma ala mais pragmática que acredita que isso (a adesão) pode trazer represálias dos Estados Unidos.”