Afantasia: 'Não consigo ver meus filhosfriday casinomeus pensamentos':friday casino

Legenda do áudio, Neurologista Adam Zeman descobriu que existe um extremo oposto, a hiperfantasia,friday casinoque as pessoas veem imagens tão vivasfriday casinosuas cabeças que não conseguem dizer se são reais ou imaginadas

Não se tratafriday casinoum distúrbio e não significa faltafriday casinoimaginação, mas pode ter efeitos sutis no cotidiano, diz o professor Adam Zeman, professor honoráriofriday casinoneurologia da Universidadefriday casinoExeter, que criou o termo há quase 10 anos.

Crédito, MARY WATHEN

Legenda da foto, Mary só vê o que é real e está emfriday casinofrente

A britânica Mary Wathen, 43 anos, acha "alucinante" que outras pessoas possam criar imagensfriday casinosuas cabeças.

"Eu simplesmente não consigo entender o que eles realmente querem dizer. Onde está essa imagem e como ela é?", pergunta.

"Para mim, se você não pode ver algo com os olhos, não existe."

Mary não consegue visualizar eventos importantes emfriday casinovida, como o diafriday casinoseu casamento. E a menos que eles estejam com ela, Mary também não consegue trazer à mente a imagemfriday casinoseus dois filhos.

"Não vem uma imagem — tenho todas as memórias, apenas me lembro delasfriday casinoforma muito diferente", diz Mary.

"Como alguém descreveu uma vez, todo o hardware está funcionando, mas o monitor não está ligado."

'Instinto'

Mary descobriu que era diferente da maioria das outras pessoas quando conversava com amigos.

Ela se surpreendeu ao descobrir que seu marido conseguia facilmente visualizar eventos passados, como se estivesse assistindo a um filme.

O lado positivo, diz, é que ela é uma ótima comunicadora verbal, porque não supõe nada — o que importa são as palavras. Ela também sente as coisas profundamente.

"Sou uma pessoa muito emotiva, guiada por instintos — por isso, quando me lembrofriday casinoalgo, é um sentimentofriday casinovezfriday casinouma imagem", diz Mary.

Mapas mentais nunca foram uma ferramenta útil para exames, por exemplo, e ficção fantástica não funciona, pois ela não consegue acessar esse universo emfriday casinomente.

"Eu só vejo o que é real e está na minha frente — não importa se vi há um minuto ou há uma hora", diz Mary.

Crédito, MARY WATHEN

Legenda da foto, Mary Wathen ficou surpresa ao entender que seus amigos podiam reproduzir memórias visuaisfriday casinoeventos passados ​​em suas mentes

Extremo oposto

O professor Zeman descobriu essa formafriday casinovivenciar o mundo quando atendeu um paciente que havia perdido a capacidadefriday casinovisualizar.

Quando ele escreveu sobre o caso do paciente, outras pessoas entraramfriday casinocontato para dizer que sempre tinham vivido assim.

Desde então, Zeman descobriu que existe um extremo oposto, a hiperfantasia,friday casinoque as pessoas veem imagens tão vivasfriday casinosuas cabeças que não conseguem dizer se são reais ou imaginadas. Estima-se que 3% da população vejam o mundo assim.

"Um termo deu origem ao outro", diz ele, depoisfriday casinopegar emprestada a palavrafriday casinoAristóteles para o olho da mente: "fantasia".

O professor Zeman diz que 17 mil pessoas entraramfriday casinocontato com ele na última década relatando experiênciasfriday casinoafantasia e hiperfantasia.

Muitos disseram que sabiam que processavam as informaçõesfriday casinomaneira diferente das outras pessoas, mas não conseguiam descrever como.

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Diferenças na conectividade entre regiões do cérebro podem explicar o motivo, diz o professor Zeman.

Quando solicitadas a imaginar uma maçã, por exemplo, a maioria das pessoas passa por uma sucessãofriday casinoetapas, incluindo "provocar" o cérebro para lembrar a aparênciafriday casinouma maçã e ativar o cérebro para criar uma imagem dela.

Mas naqueles com afantasia esse processo pode falharfriday casinoalguma das etapas.

"Os pensamentos seguem sendo pensamentos", diz Zeman, "enquanto para outros, o pensamento se traduzfriday casinotermos sensoriais".

Enquanto as pessoas com afantasia apenas pensam nas memórias, outras pessoas são capazesfriday casinorelembrar e viver essas memórias.

Mas, curiosamente, muitos afantásicos conseguem visualizar imagens enquanto sonham – provavelmente por ser uma tarefa mais espontânea, que começa nas profundezas do cérebro, diz Zeman.

E a afantasia pode trazer benefícios. Pode ter um efeito protetor para a saúde mental, porque é mais provável que quem tenha afantasia viva o momento e seja menos propenso a imaginar eventos assustadores ou estressantes, por exemplo.

"A grande surpresa" para Zeman, no entanto, foram os artistas afantásicos, que contaram que a luta para visualizar imagens dava um incentivo extra para fazer arte, tornando a tela o olho da mente.

Mas são hiperfantásicos como Geraldine van Heemstra, no entanto, que normalmente têm maior probabilidadefriday casinoserem criativos.

Crédito, PAUL BOKSLAG

Legenda da foto, Geraldine é capazfriday casinopintar uma paisagem a partirfriday casinosua memória

Geraldine, artista, sempre teve uma "imaginação gigante" quando criança, construindo "cidades inteiras" emfriday casinocabeça.

E ela sempre viu o alfabetofriday casinocores, assim como os números e os dias da semana.

Na escola, Geraldine costumava mudar as respostas dos problemasfriday casinomatemática porque as cores dos números emfriday casinocabeça pareciam erradas quando colocadas lado a lado.

Mas ela descobriu que via o mundofriday casinomaneira diferente da maioria das outras pessoas apenas ao colaborar com músicos e dançarinos, pintando redemoinhos e formasfriday casinoresposta aos seus ritmos.

Sensaçãofriday casinoser transportada

"Lembro-mefriday casinoperguntar aos músicos como eles viam a música — mas eles não entendiam o que eu queria dizer", diz Geraldine.

"Achei que todos os músicos viam as notas coloridas."

Geraldine tem uma experiência igualmente intensa ao pintar.

"Posso caminhar, desenhar, contemplar a paisagem e reviver a experiência depois", diz ela.

Mesmo planejando fazer alguma coisa, Geraldine se sente transportada para o futuro.

Crédito, GERALDINE VAN HEEMSTRA

Legenda da foto, A artefriday casinoGeraldine van Heemstra é inspirada na música e nos elementos

"Posso estar indo por outro caminho e será como um déjà vu", diz ela.

Mas a visualização constante também pode ser cansativa.

E o cérebrofriday casinoGeraldine às vezes pode ficar sobrecarregado, dificultando o sono.

Muitas dúvidas permanecem sobre a afantasia e a hiperfantasia, como quais são os diferentes subtipos e por que pode ser uma coisa genética.

Os dadosfriday casinograndes bancosfriday casinoinformações biológicas podem fornecer a resposta.

Vidas interiores

A revisão, publicada na Trends in Cognitive Sciences, descobriu que a afantasia ocorrefriday casinofamílias, sendo que os irmãosfriday casinopessoas com afantasia têm 10 vezes mais probabilidadefriday casinoserem também afetados.

Também foi cogitado que os afantásicos têm maior probabilidadefriday casinoter autismo.

O professor Zeman diz que a pesquisa sugere que "as imagens sensoriais conscientes não são um pré-requisito para a cognição humana" — ou imaginação criativa.

E todos visualizam imagensfriday casinosuas mentesfriday casinomaneira diferente.

"Nossa experiência não é a norma e outras pessoas podem ter vidas interiores diferentes", acrescenta.

Crédito, JAMIE MITCHELL

Legenda da foto, Geraldine vê números, dias da semana e notas musicais como cores