O serial killer que atacava pessoas negras durante apartheid na África do Sul:sorte esportiva top bet

O assassino sul-africano condenado Louis van Schoor olha ao longe
Legenda da foto, Durante um períodosorte esportiva top bettrês anos na décadasorte esportiva top bet1980, sob o sistema racista do apartheid, Van Schoor matou ao menos 39 pessoas

O chamado "Assassino do Apartheid" perdeu os dentes. Sua saúde está piorando.

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Após um ataque cardíaco, suas duas pernas foram amputadas recentemente, colocando-osorte esportiva top betuma cadeirasorte esportiva top betrodas, com cicatrizes dolorosas.

Quando o procedimento foi realizado, Van Schoor pediu uma epiduralsorte esportiva top betvezsorte esportiva top betanestesia geral - para que ele pudesse assistir à remoçãosorte esportiva top betsuas pernas.

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"Fiquei curioso", ele disse, rindo. "Eu os vi cortando… eles serraram o osso."

Ao falar com o Serviço Mundial da BBC, Van Schoor queria nos convencersorte esportiva top betque "não é o monstro que as pessoas dizem que eu sou". Sua descrição entusiasmada das pernas sendo removidas não ajudou a suavizarsorte esportiva top betimagem.

Durante um períodosorte esportiva top bettrês anos na décadasorte esportiva top bet1980, sob o sistema racistasorte esportiva top betapartheid do país — que impunha uma hierarquia rígida que privilegiava os sul-africanos brancos — Van Schoor alvejou e matou pelo menos 39 pessoas.

Todas as suas vítimas eram negras. A mais nova tinha apenas 12 anos. Os assassinatos ocorreramsorte esportiva top betEast London, uma cidade no Cabo Oriental da África do Sul.

Van Schoor trabalhava como segurança, na época, com um contrato para proteger até 70% dos negóciossorte esportiva top betpropriedadesorte esportiva top betbrancos: restaurantes, lojas, fábricas e escolas. Ele há muito tempo afirma que todos que matou eram "criminosos" pegossorte esportiva top betflagrante invadindo os estabelecimentos.

"Ele era um tiposorte esportiva top betassassino justiceiro", diz Isa Jacobson, jornalista e cineasta sul-africana, que passou 20 anos investigando o casosorte esportiva top betVan Schoor.

"Eles eram intrusos que estavam,sorte esportiva top betmuitos casos, bem desesperados. Vasculhando latas, talvez furtando comida... pequenos criminosos."

Os assassinatossorte esportiva top betVan Schoor — às vezes váriossorte esportiva top betuma única noite — espalharam terror na comunidade negrasorte esportiva top betEast London. Histórias correram pela cidade sobre um homem barbudo — apelidadosorte esportiva top bet"whiskers" na língua xhosa — que fazia as pessoas desaparecerem à noite. Mas suas sessõessorte esportiva top betdisparo com tiros não eram realizadassorte esportiva top betsegredo.

Cada assassinato ocorridos entre 1986 e 1989 era reportado à polícia pelo próprio Van Schoor. Mas a libertação do líder antiapartheid Nelson Mandelasorte esportiva top bet1990 sinalizou o fim dessa impunidade.

Ventossorte esportiva top betmudança varreram a África do Sul e, após pressãosorte esportiva top betativistas e jornalistas, o segurança foi presosorte esportiva top bet1991.

O julgamentosorte esportiva top betVan Schoor foi um dos maiores na história da África do Sul, envolvendo dezenassorte esportiva top bettestemunhas e milharessorte esportiva top betpáginassorte esportiva top betprovas forenses.

Mas o caso contra ele fracassou no tribunal,sorte esportiva top betgrande parte. Na época do julgamento, grande parte do aparato do sistemasorte esportiva top betapartheid ainda estavasorte esportiva top betvigor no judiciário. Apesarsorte esportiva top betmatar pelo menos 39 pessoas, ele foi condenado pela mortesorte esportiva top betapenas sete pessoas. E cumpriria apenas 12 anossorte esportiva top betprisão.

Os outros 32 assassinatos cometidos por ele ainda são classificados como "homicídios justificáveis" pela polícia. As leis da era do apartheid davam às pessoas o direitosorte esportiva top betusar força letal contra intrusos, caso resistissem à prisão ou fugissem quando pegos.

Van Schoor confiou muito nessa linhasorte esportiva top betdefesa para reivindicarsorte esportiva top betinocência, dizendo que suas vítimas fugiam quando foram mortas.

Louis van Schoor na traseirasorte esportiva top betum carro, indicando lugares
Legenda da foto, Louis van Schoor indicou os lugaressorte esportiva top betque buscava invasores dos estabelecimentos que ele cuidava

A investigação da BBC sobre Van Schoor examinou as evidências referentes aos chamados alvejamentos "justificáveis", investigando profundamente relatórios policiais, autópsias e depoimentossorte esportiva top bettestemunhas há muito esquecidos.

A investigação foi liderada por Isa Jacobson e envolveu anossorte esportiva top betpesquisasorte esportiva top betarquivosorte esportiva top betvárias cidades do Cabo Oriental. Os arquivos mais importantes estavam espalhados entre centenassorte esportiva top betcaixas, escondidossorte esportiva top betcofres.

"A escala disso é simplesmente hipnotizante", ela disse. "É espantoso que qualquer tribunal possa ter permitido que isso acontecesse."

Algumas das evidências mais angustiantes que a Jacobson encontrou foram testemunhossorte esportiva top betpessoas feridas por Van Schoor, mas que sobreviveram.

Os relatos contradizem o argumento do segurançasorte esportiva top betque elas estavam fugindo quando ele atirou nelas.

Várias pessoas disseram que Van Schoor atirou nelas enquanto estavam com as mãos levantadas, após terem se rendido.

Outros descrevem-no brincando com elas, perguntando se prefeririam ser presas ou baleadas - antessorte esportiva top betatirar no peito delas. Outra vítima descreveu ter sido atingida no abdômen, implorando por água, antessorte esportiva top betser chutada no ferimento por Van Schoor.

O segurança estava armado com uma pistola semiautomáticasorte esportiva top bet9 mm, frequentemente carregada com balassorte esportiva top betponta oca, que causam rupturas internas graves ao entrar no corpo. Em um caso, ele disparou oito tirossorte esportiva top betum homem desarmado.

Em outro caso especialmente brutal, Van Schoor atirou,sorte esportiva top bet11sorte esportiva top betjulhosorte esportiva top bet1988,sorte esportiva top betum garotosorte esportiva top bet14 anos que havia invadido um restaurantesorte esportiva top betbuscasorte esportiva top bettrocados.

O garoto - que não nomearemos para protegersorte esportiva top betprivacidade - disse à polícia ter se escondido no banheiro quando viu Van Schoor com a arma. Ele diz que o segurança o chamou, disse para ele ficar próximo à parede e atirou nele repetidamente.

"Ele me disse para levantar, mas eu não consegui", disse o garoto,sorte esportiva top betdepoimento gravado. "Enquanto eu estava deitado lá, ele me chutou na boca. Ele me pegou e me apoiou contra uma mesa e então atirousorte esportiva top betmim novamente."

O garoto sobreviveu, mas não acreditaram nele. Ele foi acusadosorte esportiva top betinvadir o prédio. Muitos jovens e meninos negros que relataram terem sido agredidos e baleados por Van Schoor sofreram o mesmo.

Depoimentos como esse foram ouvidos durante o julgamentosorte esportiva top betVan Schoor, mas o juiz repetidamente classificou as testemunhas como "pouco sofisticadas" e "não confiáveis". Não há julgamentos com júri na África do Sul. A opinião do juiz é final.

A jornalista sul-africana Isa Jacobson sentada no chão agachada sobre arquivos relacionados ao casosorte esportiva top betLouis van Schoor
Legenda da foto, A jornalista Isa Jacobson passou anos examinando registros públicos sobre o casosorte esportiva top betLouis van Schoor

Na época do julgamentosorte esportiva top betVan Schoor, muitos membros da comunidade brancasorte esportiva top betEast London o apoiaram. Um empresário imprimiu adesivossorte esportiva top betpara-choque com fotos do segurança, que diziam "eu amo Louis", junto a um coração repletosorte esportiva top betburacossorte esportiva top betbala.

"Havia um evidente preconceito racial no sistema legal", diz Patrick Goodenough, um jornalista sul-africano que liderou a investigaçãosorte esportiva top betVan Schoor nos anos 1980. Ele compareceu ao julgamento.

"O apoio a ele foi enorme."

Não há estatutosorte esportiva top betlimitações para assassinato ou tentativasorte esportiva top betassassinato na África do Sul. Em teoria, não há nada que impeça a políciasorte esportiva top betreabrir o casosorte esportiva top betVan Schoor e reavaliar os alvejamentos "justificáveis".

"Louis van Schoor basicamente saía e matava pessoas por esporte", diz Dominic Jones, um jornalista que ajudou a aumentar a conscientização sobre a ondasorte esportiva top betassassinatos cometidos pelos segurança na décadasorte esportiva top bet1980.

Algumas das descobertas mais chocantes da investigação da BBC vieramsorte esportiva top betentrevistas com o próprio Van Schoor, que sugeriu fortemente sentir prazer no que fazia.

"Cada noite é uma nova aventura, se você quiser colocar dessa forma", disse ele à BBC.

Muitos dos negócios que ele protegia instalavam alarmes silenciosos. Quando alguém invadia, Van Schoor recebia um alerta que o permitia surpreender o intruso - e identificar exatamente onde ele estava dentro do prédio. E ele sempre ia sozinho.

"Eu estava descalço. É tranquilo. Você não tem seus sapatos rangendosorte esportiva top betazulejos e coisas do tipo", disse.

Ele nunca acendia a luz. Em vez disso, confiavasorte esportiva top betseu olfato.

"Se alguém invade (um lugar), a adrenalina libera um odor. E você pode perceber", ele disse.

Van Schoor afirma que nunca saiu "com a intençãosorte esportiva top betmatar pessoas negras" e diz que não é racista. Mas admite ter achado "empolgante" persegui-las no escuro.

Antessorte esportiva top betse tornar segurança, Van Schoor foi membro da força policialsorte esportiva top betEast London por 12 anos. Ele costumava lidar com o que chamasorte esportiva top bet"cãessorte esportiva top betataque", que usava para rastrear e capturar manifestantes e criminosos — quase todos negros.

Ele comparou isso a "caçar, mas uma espécie diferente".

Tetinene "Joe" Jordan, um ex-ativista antiapartheid que atuavasorte esportiva top betEast London na época dos assassinatossorte esportiva top betVan Schoor, lembra-se bem disso.

"Ele estava caçando, literalmente caçando pessoas", ele diz.

Van Schoor nega veementemente ser um "serial killer" e diz que tudo o que fez foi "dentro da lei". Se as pessoas sentem-se lesadas pelos assassinatos que cometeu, diz que elas devem culpar a polícia sul-africana.

Ele diz que a polícia nunca o criticou ou advertiu, mas sim o apoiou e encorajou.

"Todos os policiaissorte esportiva top betEast London sabiam o que estava acontecendo… todos os policiais sabiam", ele disse. "Nem uma vez alguém disse 'Ei, Louis, você está no limite ou deveria se acalmar ou algo assim'… todos sabiam o que estava acontecendo."

Nos registros policiais mantidossorte esportiva top betarquivos públicos, Jacobson encontrou casossorte esportiva top betassassinatossorte esportiva top betque policiais estavam presentes no momento dos disparos. Em nenhum momento eles interrogam Van Schoor como suspeito.

Em muitos casos, a polícia deixousorte esportiva top bettirar fotos dos mortos nas cenas do crime e não conseguiu coletar evidências forenses importantes, como cápsulassorte esportiva top betbalas.

Van Schoor era frequentemente a única testemunhasorte esportiva top betseus alvejamentos, então a evidência poderia ter sido crucial para determinar o que realmente aconteceusorte esportiva top betcada caso.

"Eram acobertamentos… Ele tinha o apoiosorte esportiva top betpoliciaissorte esportiva top betpatentes mais baixas e mais altas", disse Goodenough.

"Eles não investigavam. Eles sentavam-se com ele e fumavam um cigarro enquanto conversavam, com corpos caídos por perto."

Em todos os casos, Van Schoor puxou o gatilho - mas entre a polícia e as empresas que o contrataram, uma comunidade inteira teve um papel nos assassinatos que ocorreram na região.

"Van Schoor era um assassinosorte esportiva top betsérie porque havia uma sociedade que permitia que ele o fosse", diz Jacobson.

Para os parentes das vítimassorte esportiva top betVan Schoor, a liberdade dele e a falha do estadosorte esportiva top betinvestigar minuciosamente os assassinatos cometidos por ele são uma fonte constantesorte esportiva top betdor. Alguns nunca recuperaram os corpossorte esportiva top betseus entes queridos.

"Parece que estamos presos nessa fasesorte esportiva top betestar com o coração partido,sorte esportiva top betestar com raiva", diz Marlene Mvumbi, cujo irmão, Edward, foi assassinado por Van Schoorsorte esportiva top bet1987.

Seus restos mortais foram jogadossorte esportiva top betuma cova sem identificação pelas autoridades, sem o consentimento da família.

"Muitas pessoas ainda estão desaparecidas e nem sequer estão no cemitério… não há um desfecho."

O casosorte esportiva top betVan Schoor é anterior à Comissão da Verdade e Reconciliação da África do Sulsorte esportiva top bet1995, que concedeu indenização a muitas vítimassorte esportiva top betcrimes da era do apartheid.

Sharlene Crage, uma ex-ativista que desempenhou um papel fundamental na pressão sobre as autoridades sul-africanas para processar Van Schoor, está indignada por ele ter sido autorizado a andar livremente.

"É um erro judiciário chocante", ela disse. "Não há motivo para que o caso dele não seja reaberto."

Louis van Schoor olha para a água sentado emsorte esportiva top betcadeirasorte esportiva top betrodas
Legenda da foto, Van Schoor diz nunca ter saído "com a intençãosorte esportiva top betmatar pessoas negras", mas admite ter achado "empolgante" persegui-las no escuro

Van Schoor recebeu uma sentençasorte esportiva top betmaissorte esportiva top bet90 anossorte esportiva top betprisão ao finalsorte esportiva top betseu julgamentosorte esportiva top bet1992, mas o juiz permitiu que ele cumprisse as penas simultaneamente. Ele ganhou liberdade condicionalsorte esportiva top bet2004.

A libertação antecipadasorte esportiva top betassassinos da era do apartheid da prisão tornou-se uma questão polêmica na África do Sul.

Em 2022, houve protestossorte esportiva top betJoanesburgo contra a liberdade condicionalsorte esportiva top betJanusz Walus, que matou o político antiapartheid Chris Hani. Alguns anos antes, Eugenesorte esportiva top betKock, encarregadosorte esportiva top betum esquadrão da morte responsável pelo sequestro, tortura e assassinatosorte esportiva top betdezenassorte esportiva top betativistas negros, também foi libertado.

Hojesorte esportiva top betdia, Van Schoor passa a maior partesorte esportiva top betseu tempo assistindo rúgbi, fumando e brincando com um rottweilersorte esportiva top betestimação, Brutus. Ele diz que não tem memóriasorte esportiva top betmuitassorte esportiva top betsuas mortes.

Há relatos, sem verificação,sorte esportiva top betque ele tenha atiradosorte esportiva top betaté cem pessoas. Van Schoor nega, mas admite que o número pode ser maior que o documentado,sorte esportiva top bet39.

"Sinceramente, não seisorte esportiva top betquantas (pessoas) eu atirei. Alguns dizem maissorte esportiva top bet100, outros dizem 40… Digamos, para efeitosorte esportiva top betargumentação, que eu atireisorte esportiva top bet50 pessoas", ele nos contou.

Ele se diz orgulhososorte esportiva top betsuas ações do passado.

"Não sinto nenhuma culpa", ele disse. "Não tenho remorso algum por dentro."

A BBC entrousorte esportiva top betcontato com a polícia sul-africanasorte esportiva top betbuscasorte esportiva top betposicionamentos, mas não obteve resposta. As autoridades não deram nenhuma explicação sobre o motivo pelo qual os assassinatossorte esportiva top betVan Schoor não foram reavaliados na era pós-apartheid.

"Há muita dor e, por enquanto, não sinto que estejamos fazendo o suficiente para nos curar", diz Marlene Mvumbi.

sorte esportiva top bet Investigaçãosorte esportiva top betIsa Jacobson e Charlie Northcott