A tecnologia que agricultores estão usando para tentar salvar as abelhas:
E são as abelhas, sejam elas cultivadas, ou as mais20 mil espécies diferentesabelhas selvagens, como os zangões, que fazem esse trabalho pesado.
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Nos Estados Unidos, estima-se que as abelhastodos os tipos são responsáveis por 75% da polinização das frutas, nozes e vegetais cultivados. Na Europa essa percentagem é parecida - outros insetos, como vespas e borboletas, representam os 25% restantes.
Infelizmente para os agricultores, as populaçõesabelhas estãoqueda, devido a fatores como as mudanças climáticas, a perdahabitat e a utilizaçãopesticidas. A abelha europeia também está sendo gravemente afetada por um ácaro parasita chamado varroa destructor.
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A tecnologia da BloomX é destinada atualmente a duas culturas – mirtilos e abacates – e permite que sejam polinizadas mesmo que o númeroabelhas locais esteja muito abaixo da média.
O principal produto da empresa se chama "Robee", que à primeira vista parece um grande cortadorgrama. Ele possui dois braços mecânicos que se projetamcada lado.
Esses braços vibram e, quando escovados nas plantasmirtilo, fazem com que liberem pólen. A empresa afirma que o nívelvibração foi concebido para imitar o das abelhas – os polinizadores mais eficazes dos mirtilos – que usam as asas para agitar as flores.
O outro produto da BloomX é o "Crossbee", uma ferramenta portátil que coleta e espalha grãospólen pegajosos entre abacateiros. Até o momento, o equipamento está sendo usado na América do Sul, África do Sul, Espanha, EUA e Israel, e a BloomX afirma que ele é capazaumentar a produçãofrutas30%.
Ambos os produtos são controlados por um sistemasoftware baseadointeligência artificial ligado a um aplicativocelular, e cada um está equipado com uma ferramenta GPS para que os trabalhadores agrícolas saibam quais as áreas do campo que foram tratadas.
Sensores também podem ser instalados para que a polinização ocorradias escolhidos pelos agricultores.
Na Califórnia, o cultivoamêndoas é um grande negócio. O Estado produz 80% das amêndoas do mundo e a indústria vale cercaU$ 10,4 mil milhões (cercaR$ 51,6 milhões) por ano.
Para polinizar um total1,3 milhãoacresárvores, as abelhas são transportadascaminhão para a Califórnia, vindastodos os Estados Unidos, para a épocafloração das amêndoas.
Alguns relatórios dizem que 70% das abelhas comerciais dos EUA são levadas para a Califórnia com esse objetivo.
Lisa Wasko DeVetter, professorahorticultura na Universidade EstadualWashington, diz que isso pode significar uma escassezabelhasoutros lugares dos EUA. A polinização artificial pode ajudar a preencher essa lacuna.
“As viagens podem estressar as abelhas e enfraquecer as colônias, mas o negócio da polinização das amêndoas é extremamente importante para o rendimento dos apicultores e para manter suas operações economicamente viáveis”, diz DeVetter.
“No entanto, o impacto sobre outras culturas é que as abelhas melíferas podem estarfalta se outras culturas florescerem numa época que coincide com a indústriaamêndoas da Califórnia”, afirma,
Outros especialistas apontam para a elevada taxamortalidade das abelhas nos camposamendoeiras. Os apicultores dizem que isso ocorre principalmente por conta da exposição aos pesticidas e do estresse das suas colmeias ao serem transportadas por milharesquilômetros.
Além disso, Sade afirma que o uso intensivoabelhas “representa uma ameaça para as abelhas selvagens que são forçadas a competir por alimentos e estão expostas a novas doenças”.
A introduçãoalguma polinização artificial nos camposamêndoas pode ajudar a resolver todos esses problemas, ele acredita.
Essa também é a opiniãoEylam Ran, que diz “estamos empurrando as abelhas para lugares onde não deveriam estar na vida real”.
Ram é o chefeoutra empresatecnologia israelense especializadapolinização artificial, a Edete.
O núcleosua tecnologia é a capacidadearmazenar pólen saudável por vários anos.
Para isso, a companhia desenvolveu máquinas para coletar e depois aplicar o pólen. “Podemos trazer o melhor pólen no melhor momento para a flor.” diz Ran.
"Podemos fazer isso com maçãs, cerejas, amêndoas, pistache, e nossas máquinas fertilizam com precisão."
Até agora, a tecnologia da Edete está sendo usada principalmente na Califórniacampospistache, mas também está caminhando para o setoramêndoas.
Ran diz que a tecnologia é uma boa notícia para as abelhas. "A monocultura industrial não é um lugar para os insetos. Pelo contrário, isso está matando a espécie".
Ele acrescenta: “Não forçar as abelhas a cultivar culturas das quais elas não se alimentam naturalmente irá aliviar a pressão sobre elas e permitir que voltem ao modo como deveriam atuar naturalmente, ao mesmo tempo que nos permite satisfazer a nossa necessidadefrutas e vegetais”.
Diane Drinkwater, da Associação BritânicaApicultores (BBKA), contesta o argumento para justificar a tecnologia, dizendo que “se a saúde e o bem-estar das abelhas fossem priorizados, a necessidadepolinização artificial seriagrande parte desnecessária”.
“As abelhas polinizam perfeitamente há milhõesanos, fazendo issograça, exceto pelo ‘suborno’ oferecido pelas flores na formanéctar”, acrescenta ela. “No entanto, algumas culturasalta densidade se beneficiam da polinização migratória que sustenta a subsistênciamuitos apicultores comerciais”, explica.
"A BBKA apoia todos os polinizadores, especialmente as abelhas. Eles são polinizadores perfeitos, fornecendo uma forçatrabalho que pode ser movida para polinizar as culturas, o que pode aumentar os rendimentos. E as abelhas precisam do néctar e do pólen que coletam durante a polinização para alimentarpopulação.”