Surras, choques elétricos e fome: os prisioneirospoker vegas paga mesmoguerra ucranianos que denunciam torturas na Rússia:poker vegas paga mesmo

As acusações deles incluem:

- Homens e mulheres no centropoker vegas paga mesmoTaganrog sofrem surras repetidamente, chegando a atingir os rins e o peito, alémpoker vegas paga mesmochoques elétricos durante os interrogatórios e inspeções diárias.

- Os guardas russos ameaçam e intimidam constantemente os detidos, alguns dos quais forneceram confissões falsas, que supostamente foram usadaspoker vegas paga mesmojulgamento, como provas contra eles próprios.

- Os detidos estão constantemente subnutridos e os feridos não recebem assistência médica adequada. Há relatospoker vegas paga mesmomortespoker vegas paga mesmoprisioneiros no centropoker vegas paga mesmodetenção.

A BBC não conseguiu verificar as acusaçõespoker vegas paga mesmoforma independente, mas detalhes dos relatos foram compartilhados com grupospoker vegas paga mesmodefesa dos direitos humanos e, quando possível, confirmados por outros detentos.

O governo russo não permitiu que nenhum organismo internacional, incluindo as Nações Unidas e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, visitasse o centropoker vegas paga mesmodetenção. Antes da guerra, as instalações eram exclusivamente destinadas a prisioneiros russos.

O Ministério da Defesa da Rússia não respondeu a diversos pedidospoker vegas paga mesmocomentários sobre as acusações. Anteriormente, o órgão havia negado a práticapoker vegas paga mesmotortura ou maus tratos aos prisioneiros.

As trocaspoker vegas paga mesmoprisioneiros entre a Ucrânia e a Rússia são uma rara vitória da diplomacia na guerra. Maispoker vegas paga mesmo2,5 mil ucranianos foram libertados desde o início do conflito e acredita-se que até 10 mil prisioneiros permaneçam sob custódia russa, segundo grupospoker vegas paga mesmodefesa dos direitos humanos.

O porta-vozpoker vegas paga mesmodefesa dos direitos humanos da Ucrânia e uma das autoridades envolvidas nas negociaçõespoker vegas paga mesmotrocapoker vegas paga mesmoprisioneiros com Moscou, Dmytro Lubinets, declarou que novepoker vegas paga mesmocada 10 ex-prisioneiros afirmam terem sido torturados durantepoker vegas paga mesmodetenção na Rússia.

“Este, agora, é o maior desafio para mim: como proteger o nosso povo que está no lado russo”, afirma Lubinets. “Ninguém sabe o que pode ser feito.”

'Martelados como pregos'

Em setembropoker vegas paga mesmo2022, o tenente Artem Seredniak era prisioneiro da Rússia há quatro meses, quando ele e outros cercapoker vegas paga mesmo50 ucranianos foram transferidos para o Centropoker vegas paga mesmoDetenção Pré-Julgamento n° 2.

Eles passaram horas viajando na partepoker vegas paga mesmotráspoker vegas paga mesmoum caminhão, sem saber para onde estavam indo, vendados e amarrados uns aos outros pelos braços, como uma “centopeia humana”, segundo Seredniak.

Ele relembra que, ao chegarem a Taganrog, um oficial os recebeu, dizendo: “olá, meninos. Vocês sabem onde estão? Vocês irão apodrecer aqui até o fim das suas vidas.”

Os prisioneiros permanecerampoker vegas paga mesmosilêncio. Eles foram escoltados para o interior do edifício, segundo Seredniak, suas digitais foram colhidas e suas roupas foram removidas. Eles foram barbeados e levados para o chuveiro.

Em cada uma das etapas, os guardas do centropoker vegas paga mesmodetenção carregavam bastões pretos e barraspoker vegas paga mesmometal, atingindo-os nas pernas, nos braços ou “onde eles quisessem”, conta Seredniak. “É o que eles chamampoker vegas paga mesmo‘recepção’.”

Seredniak tem 27 anos. Antespoker vegas paga mesmoser capturado, ele chefiou um pelotãopoker vegas paga mesmoatiradores do regimento Azov, a principal força militarpoker vegas paga mesmoMariupol, no sudeste da Ucrânia. Por isso, ele se tornou um dos principais alvos dos funcionários da prisão.

Seredniak conta que foi isolado dos demais e, vestindo apenas as roupaspoker vegas paga mesmobaixo, levado para uma sala para ser interrogado pela primeira vez. Ele foi então lançado ao chão, segundo ele, com o rosto para baixo.

Os guardas perguntaram qual o seu papel no exército e as tarefas que ele realizava. Seredniak conta ter sofrido choques com uma arma imobilizadora, nas costas, na virilha e no pescoço.

“É assim que eles fazem com todos”, ele conta. “Eles martelam você como se fosse um prego.”

'Tudo era motivo'

Em maiopoker vegas paga mesmo2022, quando Mariupol era dominada pelos russos, as autoridades ucranianas ordenaram a rendiçãopoker vegas paga mesmocentenaspoker vegas paga mesmosoldados refugiados na siderúrgica Azovstal, naquela cidade. Seredniak foi um dos últimos a serem evacuados.

Ele foi inicialmente levado para um centropoker vegas paga mesmodetençãopoker vegas paga mesmoOlenivka, uma aldeia na regiãopoker vegas paga mesmoDonetsk, e, meses depois, para a prisãopoker vegas paga mesmoTaganrog, na região fronteiriçapoker vegas paga mesmoRostov, na Rússia, a cercapoker vegas paga mesmo120 km a lestepoker vegas paga mesmoMariupol.

Ali, ele conta que os prisioneiros eram inspecionados duas vezes por dia e tudo parecia ser motivo para que os guardas abusassem deles.

“Eles podiam não gostarpoker vegas paga mesmocomo você saiu da cela ou não saiu com rapidez, ou seus braços estavam baixos demais, oupoker vegas paga mesmocabeça estava alta demais”, afirma ele.

Em uma dessas inspeções, os guardas perguntaram a Seredniak se ele tinha namorada. Ele respondeu que sim e se lembrapoker vegas paga mesmoum guarda dizendo: “dê o Instagram dela. Vamos tirar uma fotopoker vegas paga mesmoe mandar para ela.”

Ele mentiu e disse que ela não tinha conta, evitando expô-la. Ele afirma que, então, apanhou e foi levado para uma sala no porão da cadeia. Lá, ele encontrou um combatente ucraniano na casa dos 20 anospoker vegas paga mesmoidade.

Seredniak conta que o homem estava todo torcido, segurando suas mãos, aparentemente com dores, e os oficiais haviam inserido agulhas embaixo das suas unhas.

À medida que os dias passavam, Seredniak observava que os guardas da prisão eram particularmente violentos com os prisioneiros que pertenciam ao regimento Azov, a antiga milíciapoker vegas paga mesmoMariupol que, antes, tinha relações com a extrema direita.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, entre outras coisas, quepoker vegas paga mesmoguerra é um esforço para “desnazificar” a Ucrânia – um país governado por um presidente judeu, Volodymyr Zelensky – e as autoridades russas mencionam o regimento com frequência para justificar a invasão.

Seredniak afirma que, durante os interrogatórios, ele foi acusadopoker vegas paga mesmosaquear Mariupol epoker vegas paga mesmoinstruir pessoalmente suas forças a matar civis na cidade, que presenciou uma das batalhas mais mortais já travadas durante a guerra.

Com seu falar rápido e voz alta e determinada, Seredniak negou as acusações, mas aquilo parecia não importar.

“Enquanto você não dissesse aquilopoker vegas paga mesmoque eles estavam interessados e da formapoker vegas paga mesmoque eles queriam ouvir, eles não paravampoker vegas paga mesmobaterpoker vegas paga mesmovocê”, ele conta.

Seredniak relembra que, certa vez, um oficial tomou uma cadeirapoker vegas paga mesmomadeira para atingi-lo e ele “me bateu tanto que ela se despedaçou”.

Em outro dia, segundo ele, pediram que ele cantasse o “hino dos Azov”. Ele não conhecia nenhum hino dos Azov e imaginou que os guardas se referissem à Oração do Nacionalista Ucraniano, um juramento do século 20 normalmente lidopoker vegas paga mesmovoz alta pelos soldados antespoker vegas paga mesmoserem enviados para combate.

Relutantemente, Seredniak recitou a oração, certopoker vegas paga mesmoqual seria a reação dos guardas.

Ele conta que os guardas o esmurraram por diversas vezes. Seredniak caiu, batendo a cabeça contra a parede, o que causou um corte perto dapoker vegas paga mesmosobrancelha. Ele caiu no chão e a surra continuou, segundo ele, por todo o corpo.

“Quando finalmente me levantei, eles me disseram: ‘esperamos ter retirado aquilopoker vegas paga mesmovocê’”, relembra ele.

Tensão permanente

Parte dos funcionários da prisão parecia ter sido fortemente influenciada pela narrativapoker vegas paga mesmo“desnazificação” do presidente Putin. Para os detidos, isso ficava evidente quando os guardas demonstravam interesse específico por qualquer coisa que pudesse, na opinião deles, ser interpretada como sendo pró-nazista.

Os prisioneiros eram proibidospoker vegas paga mesmoter qualquer objeto pessoal,poker vegas paga mesmoforma que suas tatuagens inevitavelmente chamavam a atenção dos oficiais. Este ponto me fez lembrar acusações parecidas que ouvi enquanto investigava campospoker vegas paga mesmo“filtragem” da Rússiapoker vegas paga mesmoáreas ocupadas da Ucrânia, no ano passado.

O sargento do regimento Serhii Rotchuk,poker vegas paga mesmo34 anos, também saiupoker vegas paga mesmoAzovstal nos últimos comboios. Ele foi levado para Taganrog uma semana depoispoker vegas paga mesmoSeredniak.

Ele disse que os guardas primeiro “procuravam suásticas ou similares”. Mas ele afirma que, na verdade, “se você tivesse qualquer tatuagem, seria visto como alguém ruim.”

Rotchuk é médico e tem tatuagens nas duas pernas, nos braços e no peito. Semanas atrás, quando nos encontramos na capital ucraniana, Kiev, ele levantoupoker vegas paga mesmocamiseta para me mostrar um corvo que cobria parte do seu peito e o símbolopoker vegas paga mesmoum pelotãopoker vegas paga mesmoinfantaria no seu bíceps esquerdo. Ele também tinha um emblema da ordem Jedi, da sériepoker vegas paga mesmofilmes Star Wars, napoker vegas paga mesmocoxa esquerda.

Perguntei se aquelas tatuagens haviam causado algum problema para ele. “Muitas vezes”, ele respondeu. “Eles diziam: ‘o que é isto? Oh, vou baterpoker vegas paga mesmovocê por isto.’”

Seredniak não tem tatuagens e conta que alguns combatentes que tinham símbolos nacionalistas tatuados, como a bandeira ucraniana ou o tridente dourado, eram atacados com frequência. “Eles nos odiavam por sermos ucranianos”, segundo ele.

Em março, um relatório do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) afirmou que a Rússia “falhou ao garantir tratamento humano” dos prisioneiros, com “fortes padrõespoker vegas paga mesmoviolações”.

O porta-voz do alto-comissariado, Kris Janowski, afirmou que havia uma “longa listapoker vegas paga mesmocoisas ruins que foram feitas” para os prisioneiros no centropoker vegas paga mesmodetençãopoker vegas paga mesmoTaganrog.

Segundo ele, o próprio fatopoker vegas paga mesmoser usada uma prisão para manter os detentos já é uma infração da legislação humanitária internacional, já que eles deveriam ser mantidospoker vegas paga mesmolocais especificamente designados.

A Ucrânia também enfrentou acusaçõespoker vegas paga mesmomaus tratospoker vegas paga mesmoprisioneiros no relatóriopoker vegas paga mesmomarço. Mas,poker vegas paga mesmoforma geral, eles receberam “melhor tratamento”.

Rotchuk afirma que os detentos “viviampoker vegas paga mesmotensão permanente”poker vegas paga mesmoTaganrog. Ele relembra que conheceu um homem, outro médico, que prestou a falsa confissãopoker vegas paga mesmoque teria retirado os testículospoker vegas paga mesmoum prisioneiro russo, desesperado para colocar um fim àquela violência.

“Ele disse: ‘OK, deixe-mepoker vegas paga mesmopaz, vou assinar a confissão.’ Os oficiais então intimidaram os outros médicos, dizendo: ‘ah, vocês o ajudaram.’”

Rotchuk conta que recebeu choques elétricos dos guardas, mas resistiu. Ele me disse que foi encaminhado para confinamento na solitária por dois meses, como punição. As surras aconteciam quase todos os dias – às vezes, várias vezes por dia, segundo ele.

Rotchuk relembra que um oficial parecia ter prazerpoker vegas paga mesmochutá-lo no peito, o que o deixou com dores persistentes. Ele se queixou, mas não recebeu ajuda.

“Eu tinha que dizer para mim mesmo: ‘cara, seja forte, você não pode controlar a situação, então precisa aceitá-la”, relembra Rotchuk.

Mas nem todos tinham essa mesma resiliência. Seredniak conta que outro combatente do regimento Azov, com pouco menospoker vegas paga mesmo30 anospoker vegas paga mesmoidade, quebrou um pequeno espelho que estava pendurado sobre a pia dapoker vegas paga mesmocela e usou um pedaço para cortar a garganta.

O homem foi resgatado por outros detentos, que estancaram o sangramento com as mãos. Seredniak conta que, dias depois, os funcionários da prisão retiraram os espelhospoker vegas paga mesmotodas as celas.

Faltapoker vegas paga mesmoalimentos epoker vegas paga mesmoassistência médica

Seredniak conta que médicos russos visitavam ocasionalmente os prisioneiros, mas “não necessariamente os ajudavam”.

Ele descreveu as porçõespoker vegas paga mesmoalimento oferecidas aos prisioneiros como limitadas. Às vezes, segundo ele, elas eram “tão pequenas que, se comesse 300-400 calorias por dia, estava com sorte”.

Seredniak tem 1,86 mpoker vegas paga mesmoaltura e afirma que seu peso caiu para cercapoker vegas paga mesmo60 kg durantepoker vegas paga mesmopermanência no centropoker vegas paga mesmodetenção. Seu peso normal époker vegas paga mesmo80 kg.

“Sempre que me levantava”, ele conta, “eu ficava tonto. Meus olhos escureciam e eu não conseguia fazer movimentos rápidos.”

Seredniak acredita que era intencional. Enfraquecidos, os detentos não oporiam nenhuma resistência.

Eles fazem 'porque podem'

Iryna Stohnii é médicapoker vegas paga mesmocombate do 56º Batalhão. Ela tem 36 anos e descreve os detidos como “constantemente mal nutridos”.

“Eles não nos alimentavam”, segundo ela. “Eles não nos deixavam nem sair... Só conseguíamos ver o céu através das barras nas janelas.”

Stohnii afirma que os guardas, nas suas inspeções duas vezes por dia, forçavam a ela e a outras mulheres a mover-se para uma posiçãopoker vegas paga mesmotensão, com os braços atrás das costas e a cabeça junto aos joelhos. Alguns as “arrastavam pelos cabelos”.

Outras prisioneiras contaram que as mulheres eram obrigadas a tirar as roupaspoker vegas paga mesmofrente aos funcionários homens que, às vezes, faziam comentários depreciativos sobre seus corpos.

Stohnii conta que, certa vez, um guarda a acusoupoker vegas paga mesmotorturar soldados pró-russospoker vegas paga mesmocativeiro e torceu seus braços com tanta força que “quase os quebrou”.

Durante a nossa entrevista, ela chorou por duas vezes. Para ela, “apenas demônios moram e trabalham”poker vegas paga mesmoTaganrog.

Depois que foi libertada, Stohnii passou por cirurgia para remover aderências – faixaspoker vegas paga mesmotecido cicatrizado entre os órgãos que podem ter sido causadas por traumas – que se desenvolveram nos seus rins e na bexiga.

“Tirando o estupro, eles fizerampoker vegas paga mesmotudo conosco”, conta Stohnii.

O cirurgião militar Denys Haiduk afirma que os guardas forçaram a ele e a outros prisioneiros a correr com suas cabeças para baixo enquanto eram golpeados durantepoker vegas paga mesmo“recepção”. Houve detidos que foram atingidos até mesmo quando já estavam no chão e incapazespoker vegas paga mesmose levantar.

Haiduk tem 29 anos e havia ajudado os feridospoker vegas paga mesmoAzovstal. Ele conta que, no seu interrogatório, foi acusadopoker vegas paga mesmoamputar e castrar russospoker vegas paga mesmocativeiro. Ele negou a acusação, afirmando que apenas combatentes ucranianos haviam sido trazidos para ele.

Enquanto ele relembrava o que aconteceu, pude perceber a raiva napoker vegas paga mesmovoz. Haiduk foi lançado ao chão e recebeu choques elétricos com uma arma imobilizadora até a bateria acabar, segundo ele.

Outros prisioneiros afirmam que os guardas também usaram um telefone militar para dar choques, conectando os fios aos seus corpos.

“Você está convulsionando”, conta Haiduk. “Se você erguer a cabeça, eles começam a bater. E este círculo nunca termina.”

Taganrog também é usada como pontopoker vegas paga mesmotransferência. Parapoker vegas paga mesmosurpresa, Haiduk ficou preso ali por apenas dois dias, até ser libertadopoker vegas paga mesmouma trocapoker vegas paga mesmoprisioneiros.

Quando estava saindo, os oficiais tentaram forçá-lo a assinar um documento, declarando que qualquer lesão no seu corpo havia sido acidental. Haiduk recusou-se. Ele conta que os guardas bateram nele e o chutaram, até que ele ouviu um estalo.

Haiduk lembra-sepoker vegas paga mesmoter dificuldades para respirar epoker vegas paga mesmocair sobre o colchão que estava segurando. Mais tarde, depoispoker vegas paga mesmovoltar para a Ucrânia, ele foi diagnosticado com três costelas quebradas e uma contusão cardíaca – um hematoma no músculo cardíaco causado por um trauma.

Eu perguntei por que ele acreditava que os guardas tratavam os prisioneiros ucranianos daquela forma.

“Porque eles podem”, foi a resposta. “Você é prisioneiro e eles abusampoker vegas paga mesmovocê.”

Quando fiz a mesma pergunta para Seredniak,poker vegas paga mesmoresposta foi mais prática: “eles batempoker vegas paga mesmovocê para conseguir informações. E, depois, dizem: ‘é para ter certezapoker vegas paga mesmoque você não volte para lutar depois da troca [de prisioneiros]’.”

Lubinets, o porta-voz ucraniano, afirma que as autoridades russas criaram um “sistemapoker vegas paga mesmotortura”poker vegas paga mesmoprisioneiros ucranianos, tipicamentepoker vegas paga mesmocentrospoker vegas paga mesmodetenção, na Rússia epoker vegas paga mesmoáreas ocupadas da Ucrânia. A Ucrânia abriu suas instalações para os especialistas, mas a Rússia restringiu as visitas apenas a alguns locais.

Janowski, do ACNUDH, afirma que Moscou negou repetidamente os pedidospoker vegas paga mesmoacesso apresentados pelas Nações Unidas, sem fornecer “nenhuma razão justificável”.

Com a maior parte dos lugares fechados para os observadores internacionais, Lubinets afirma que “os soldados russos podem fazerpoker vegas paga mesmotudo com os prisioneiros ucranianos”.

'Um dos piores lugares para prisioneiros na Rússia'

Durantepoker vegas paga mesmo“recepção”, o sargento Artem Dyblenko, da 36º Batalhão Marítimo, ouviu os guardas falandopoker vegas paga mesmojogar futebol com os prisioneiros. Ele ficou surpreso.

“O que eu não sabia é que nós seríamos a bola”, afirma ele.

Vendado, ele recebeu ordenspoker vegas paga mesmocorrer, segundo conta, e caiu. “Eram chutes constantes. Você realmente se sentia uma bolapoker vegas paga mesmofutebol.”

Dyblenko tem 40 anospoker vegas paga mesmoidade. Ele me contou que,poker vegas paga mesmosetembro, um dos seus colegaspoker vegas paga mesmocela sofreu um ataque cardíaco, atribuído aos constantes abusos físicos. Segundo Dyblenko, ninguém veio tratá-lo e o homem morreu, com 53 anos.

Três semanas depois, Dyblenko foi incluídopoker vegas paga mesmouma trocapoker vegas paga mesmoprisioneiros e, na Ucrânia, relatou o caso às autoridades. Ele conta que o corpo foi devolvido no final do ano passado.

“[Seu filho] recebeu fotos dele, era horrível”, conta Dyblenko.

A Ucrânia confirmou que foram trocados corpospoker vegas paga mesmodezembro, sem fornecer detalhes das identidades das vítimas, nem como e onde elas morreram. O filho daquele homem afirmou que aguarda o resultado do testepoker vegas paga mesmoDNA e não quis comentar a respeito.

A organização ucraniana Iniciativa Midiática pelos Direitos Humanos registrou acusaçõespoker vegas paga mesmopelo menos três mortes na prisãopoker vegas paga mesmoTaganrog, aparentemente devido à tortura e faltapoker vegas paga mesmoalimentação e cuidados médicos.

Mariia Klymyk é uma das investigadoras do grupo. Ela afirma que este foi “um dos piores lugares para prisioneiros ucranianos na Rússia”.

Ela ouviu relatospoker vegas paga mesmohomens sendo levados para interrogatório e questionados se tinham filhos.

“Se alguém dissesse que não tinha, recebia golpes nos genitais, enquanto o guarda dizia: ‘para evitar procriação’”, segundo Klymyk.

Ela também conta que soldados ucranianos foram submetidos a julgamento com confissões aparentemente falsas que foram fornecidaspoker vegas paga mesmocustódia e usadas como provas contra eles.

A libertação

Depoispoker vegas paga mesmoquase 12 mesespoker vegas paga mesmocativeiro, sete delespoker vegas paga mesmoTaganrog, Artem Seredniak foi libertadopoker vegas paga mesmouma trocapoker vegas paga mesmoprisioneiros no dia 6poker vegas paga mesmomaio, junto com outros 44 combatentes ucranianos. Ele conta que irá comemorar a data como seu segundo aniversário.

A mesma troca incluiu Serhii Rotchuk, o médico, que depois descobriu que tinha uma fratura no esterno – uma condição associada a grave trauma no peito, que ele atribui aos abusos que sofreu.

Visitei Seredniak quatro semanas depois do seu retorno,poker vegas paga mesmoum apartamentopoker vegas paga mesmoum conjunto residencial na margem esquerdapoker vegas paga mesmoKiev, entre suas sessõespoker vegas paga mesmorecuperação física e mental.

Os médicos o diagnosticaram com uma costela quebrada e cistos no rim e no fígado que, segundo eles, provavelmente foram causados pelos espancamentos. Seredniak já havia recuperado parte do peso que havia perdido, mas ainda sofria dores lombares e, às vezes, tinha dificuldades para andar.

Ele assistiu no meu telefone, pela primeira vez, a um vídeo dapoker vegas paga mesmotrocapoker vegas paga mesmoprisioneiros, divulgado pelo governo ucraniano. Os detentos foram filmados gritando “Slava Ukraini!” (“Glória à Ucrânia!”) e sendo recebidos por uma vibrante multidão.

Foi quando Seredniak apontou para um homem sorridente e disse: “este sou eu!”

Eu não consegui reconhecê-lo. “Eu estava pálido e muito magro, sem acesso à luz do Sol”, contou ele. “Nós éramos como morcegos, vivendo à meia-luz.”

Com colaboraçãopoker vegas paga mesmoDaria Sipigina e Lee Durant. Fotospoker vegas paga mesmoLee Durant.