101 crianças mortas a tiros no Rio desde 2007: 'Sei o que mãe da Eloah está vivendo':xbet pro
O crime, cometidoxbet prosetembroxbet pro2019, até hoje não foi a julgamento — e Vanessa diz que vive um diaxbet procada vez.
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Um dos desafios é enfrentar as recordações, que são inevitáveis.
"A minha vida é uma lembrança", diz ela à BBC News Brasil.
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"Minha filha se foi. Ela morava comigo, uma criança. Ali se passou tudo com ela, naquele local. Ninguém quer voltar, ninguém quer viver aquilo. Porque vai ter lembranças, tem lembranças, sempre existirão lembranças. Em todo momento... Neste momento, tenho lembranças. Então, assim, a minha vida serão lembranças."
Enfrentar as recordações foi justamente um dos desafiosxbet proVanessa.
Ela mora na localidade conhecida como Alvorada, no Complexo do Alemão, no mesmo local onde Ágatha nasceu e viveu até os 8 anos.
Voltou para lá, após um períodoxbet proafastamento que se seguiu à morte da filha.
"Fiquei oito meses sem voltar para a minha casa", conta. "Mas depois tive que voltar. Consegui continuar vivendo a minha vida aqui fora."
Ágatha e Eloah são partexbet prouma estatística macabra. Desde 2007, 101 crianças e adolescentes, com idadesxbet prozero a 14 anos, foram assassinadas no Rioxbet proJaneiro, segundo a ONG Rioxbet proPaz.
Foram baleadasxbet proações policiais,xbet proconfrontos das forçasxbet prosegurança com criminosos exbet prodisputas entre bandidos. Em 2023, já foram onze vítimas assassinadas nessa faixa etária no Estado, contra quatroxbet pro2022.
Eloah foi baleada e mortaxbet procasa, na Ilha do Governador,xbet pro12xbet proagosto.
Na noitexbet pro20xbet prosetembroxbet pro2019, Ágatha Félix foi baleada nas costas quando voltavaxbet proum passeioxbet prouma kombixbet protransporte coletivo na localidade da Fazendinha, no Alemão.
O veículo estava parado para que passageiros descessem. Um PM atirou quando homens passaramxbet prouma motocicleta.
A Polícia Militar, na época, alegou que foi um revide contra criminosos que teriam disparado.
Testemunhas, no entanto, negaram ter havido trocaxbet protiros. Segundo investigações da Polícia Civil, o policial teria confundido uma barraxbet proalumínio, levada pelo garupa, com um fuzil, e atirado contra o "traficante".
'Lembranças'
Vanessa evita lembrar detalhes do dia da mortexbet proÁgatha.
"Se eu ficasse lembrando, não ia conseguir continuar vivendo como eu vivo hoje, tentando sobreviver à tragédia que foi, na minha vida, a ida da minha filha", afirma, ao comentar como se sente ao saber, pela imprensa e pelas redes sociais,xbet promortesxbet prooutras crianças baleadas.
Um dos pontos que inquietam Vanessa é a repetição,xbet prooutros casos,xbet procircunstâncias semelhantes àquelas que levaram Ágatha à morte.
"Não que sejam todos da mesma forma, mas partindo da mesma situação,xbet proum tiro,xbet proalguém que deveria te protegerxbet prouma situação", diz.
"Eu sempre vou lembrar. Não tem como isso apagar da minha vida. Infelizmente, a cena se repete com o passar dos dias, com o passar do tempo. Infelizmente, está acontecendo. Enquanto não houver, enquanto não tiver políticas públicas inteligentes, isso não vai acabar.”
Segundo ela, mãesxbet prooutras vítimasxbet procrimes semelhantes, com quem tem contato, não costumam falar muito dos novos episódios que resultamxbet promortesxbet procrianças e adolescentes.
"Porque cada um tem o seu caso, então, se a gente for juntar os casos.", explica.
"A gente não fica falando porque já é uma coisa tão dolorosa. A gente tem momentos que vai comentar 'infelizmente, lamentável', mas a gente não fica falando. Porque mexe muito com a mãe, com a família naquele momento."
Aos 36 anos, Vanessa não teve outros filhos — nem faz planosxbet protê-los, embora não descarte a possibilidade. Religiosa, afirma ter colocado Deusxbet proprimeiro lugar.
"O que Ele desejar para mim, se for para ter mais três, trigêmeos", diz.
"Mas eu não fico planejando, não consigo pensar à frente. Hoje, eu quero estar com minha saúde mental intacta, equilibrada, a minha saúde também física. Estou priorizando isso, a minha saúde espiritual, mental e física. E o meu casamento. Então, são as coisas que estou priorizando hoje. Isso inclusive acho que vai ter consequência numa vida boa, numa vida trabalhada, (...) superando a cada dia."
"Hoje escolhi estar viva", afirma, com a vozxbet protom sereno. "Só por isso estou aqui falando com você."
'Nada novo'
O fundador da ONG Rioxbet proPaz, Antônio Carlos Costa, diz que "nada do que vivemos é novo".
Desde a fundação da organização,xbet pro2007, os episódios violentos têm, segundo ele, um ciclo que passa pela indignação, silêncio e esquecimento. Esse é, naxbet proopinião, o destino,xbet propoucos dias, do mais recente desses crimes: o assassinatoxbet proEloah.
Isso acontece, diz Costa, porque a sociedade se omite, já que "90% dessas mortes ocorrem dentroxbet procomunidades pobres". E a sociedade, acusa ele, quer isso.
"Não estou dizendo que a sociedade quer que as crianças morram", explica. "Mas que quer uma polícia truculenta, quer tiro, pancada e bomba."
Costa afirma que os políticos sabem que, se prometeremxbet procampanha eleitoral que vão "endurecer com os bandidos", conseguem muitos votos. São, inclusive, instruídos por profissionaisxbet promarketing a fazer esse tipoxbet propromessa, ele diz.
E a sociedade se mantém silente, encarando as mortesxbet procrianças como "efeitos colaterais"xbet prouma guerra à criminalidade, acusa.
Ele também questiona qual país civilizado tem o histórico da polícia brasileiraxbet proenvolvimentoxbet proepisódios com mortesxbet procrianças.
"Não vejo como mudar isso sem muita pressão da sociedade, sem muita pressão dos meiosxbet procomunicação", afirma.
Para ele, alémxbet proprogramas sociais, é preciso uma profunda reforma da polícia, o que é outro problema. "Ninguém encara a polícia, a reforma da polícia vai desagradar muita gente."