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Essequibo: o que Venezuela pode fazer após 'sim' vencer votação sobre anexaçãogutschein bwinterritório da Guiana:gutschein bwin
Essequibo, também conhecido como Guiana Essequiba, é um território controlado pela Guiana a oeste do rio Essequibo, no norte da América do Sul. São 159.500 km² ricosgutschein bwinrecursos naturais.
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Fim do Matérias recomendadas
Os venezuelanos defendem que a área fazia parte da Capitania Geral da Venezuela, quando o território era parte do império espanhol – e, por isso, pertence à Venezuela.
Para a Guiana, a disputa foi resolvida com a Sentença Arbitralgutschein bwinParisgutschein bwin1899, que determinou as fronteiras do território conhecido, na época, como Guiana Britânica.
Mas os venezuelanos não participaram daquela decisão e alegam que existem evidências que demonstram cumplicidade entre os juízes para decidir contra a Venezuela. Por isso, eles consideram a decisão do tribunal nula e sem efeito.
Pouco antes da independência da Guiana,gutschein bwin1966, os governos do Reino Unido, da Guiana Britânica e da Venezuela assinaram o Acordogutschein bwinGenebra, que reconhece a reivindicação e procura encontrar soluções para a disputa.
Mas a tensão entre os dois países aumentou desde que, quase 10 anos atrás, começaram a ser encontradas grandes jazidasgutschein bwinpetróleo no território, que representa dois terços da superfície da Guiana.
Com a votaçãogutschein bwindomingo, a Venezuela pretende acabar com o status quo que prevalece desde então. Mas será que o governogutschein bwinMaduro conseguirá fazer valer o resultado do referendo, aprovado com maisgutschein bwin95% dos votos?
Resultado 'prejudica a causa'
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O referendo com cinco perguntas propôs aos venezuelanos rejeitar a "linha imposta" pela Sentença Arbitralgutschein bwinParis e apoiar o Acordogutschein bwinGenebra como "único instrumento válido" para solucionar a disputa.
Mas a proposta mais polêmica talvez tenha sido a quinta, que perguntou aos eleitores se eles estãogutschein bwinacordo com "a criação do Estadogutschein bwinGuiana Essequiba", outorgando a cidadania venezuelana aos seus habitantes.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) afirma que a campanha do "sim", apoiada pelo governo, foi vencedora nas cinco perguntas com 95% dos votos ou mais.
O CNE classificou a vitória do governo como "evidente e esmagadora", declarando que foram computados 10.554.320 votos. Mas o organismo não esclareceu se este número corresponde ao númerogutschein bwineleitores ou se foram contados cinco votos por eleitor (em referência às cinco perguntas individualmente).
Em um país com 20,7 milhõesgutschein bwineleitores, essa diferença pode resultargutschein bwinuma taxagutschein bwinparticipaçãogutschein bwinpouco maisgutschein bwin50% ougutschein bwinapenas 10% dos eleitores, dependendo da formagutschein bwintotalização.
"A verdade é que o governo venezuelano esperava maior participação do que a que ocorreu, o que prejudica a causa", afirmou à BBC News Mundo (o serviçogutschein bwinespanhol da BBC) o analista Phil Gunson, especialista da organização International Crisis Group.
Desde o início do último domingo, os órgãosgutschein bwinimprensa locais relataram baixo comparecimento aos centrosgutschein bwinvotaçãogutschein bwintodo o país.
A ex-deputadagutschein bwinoposição María Corina Machado criticou severamente a consulta. Ela escreveu na rede social X, antes conhecida como Twitter, que "todos nós sabemos o aconteceu ontem [domingo]: o povo cancelou um evento inútil e prejudicial aos interesses da Venezuela, pois a soberania se exerce, não se consulta".
Faltagutschein bwincaminho claro
Gunson mora na Venezuela há duas décadas. Ele afirma que o governogutschein bwinMaduro enfrenta uma situação incômoda.
"Em termos legais, o resto do mundo observa a questãogutschein bwinEssequibo como um conflito que está nas mãos da Corte Internacionalgutschein bwinJustiça (CIJ), mas a Venezuela rejeita a jurisdição dessa corte", explica ele.
O referendo também perguntou se os venezuelanos estãogutschein bwinacordo com a posição da Venezuelagutschein bwinnão reconhecer a jurisdição da CIJ para resolver a disputa.
Na sexta-feira antes do referendo, a CIJ emitiu uma decisão, solicitando à Venezuela "abster-segutschein bwinqualquer ação que altere a situação vigente no territóriogutschein bwindisputa".
Para o governo da Guiana, a decisão também teve um sabor amargo, pois a CIJ não proibiu a realização do referendo, como havia sido solicitado.
O tribunal reconheceu ainda que "existe um risco real e iminentegutschein bwinprejuízos irreparáveis para a Guiana" após o voto e pediu aos dois governos que "se abstenhamgutschein bwinagravar e ampliar a disputa entre ambos, o que pode dificultar agutschein bwinsolução".
Para Gunson, não parece haver um caminho claro para o governo venezuelano cumprir suas promessas, "a menos que, milagrosamente, a CIJ decidagutschein bwinfavor da Venezuela ou que o governo venezuelano empreenda uma ação militar para tomar a região, o que também é muito pouco provável".
Os moradores vão querer a cidadania venezuelana?
Talvez uma das propostas mais difíceisgutschein bwincumprir, para o governo venezuelano, seja conceder aos habitantesgutschein bwinEssequibo a cidadania e os documentosgutschein bwinidentidade venezuelanos.
Muitas das 120 mil pessoas que vivem no território sentem-se muito mais próximasgutschein bwinGeorgetown do quegutschein bwinCaracas.
E agora, depois da descobertagutschein bwinpetróleo na costagutschein bwinEssequibo, têm mais argumentos para permanecer sob o controle da Guiana, segundo o analista.
“É muito improvável que muitos moradoresgutschein bwinEssequibo queiram receber a cidadania venezuelana”, diz Gunson.
"A Guiana é atualmente o país que mais cresce no mundo e está por se tornar uma potência petrolífera, com grande renda per capita e pouca população", explica ele.
"Por isso, acredito que muitos guianenses ficarão felizesgutschein bwincontinuar sendo guianenses."
Estima-se que o PIB da Guiana, com cercagutschein bwin800 mil habitantes, aumentegutschein bwin25%gutschein bwin2023, depoisgutschein bwinum crescimentogutschein bwin57,8% no ano passado.
Motivações políticas
Mas qual o propósitogutschein bwinconvocar um referendo que não pode ser cumprido?
A especialistagutschein bwinsegurança Rocío San Miguel,gutschein bwinoposição ao governo venezuelano, diz que o governo da Venezuela está "usando" a questãogutschein bwinEssequibo para apelar ao patriotismo da população e desviar atenção.
Outros analistas defendem que a principal motivação foi política.
"Maduro é um presidente com pouca popularidade e enfrenta uma campanha difícil paragutschein bwinreeleição no ano que vem", explica Phil Gunson.
"Acredito que ele esperava se aproveitargutschein bwinum assunto que realmente congrega todos os venezuelanos, pois a grande maioria acredita que [o Essequibo] pertence a eles, mas a estratégia não funcionou", segundo ele.
Gunson afirma que o referendogutschein bwindomingo "colocougutschein bwinevidência" que Maduro não consegue atrair votos "nem mesmogutschein bwinum assunto como este".
Já San Miguel acredita que o resultado do referendo oferece ao presidente venezuelano o podergutschein bwininiciar um enfrentamento militar fronteiriço a qualquer momento.
A Guiana advertiu a Venezuela que qualquer "atogutschein bwinagressão" não ficará impune e salientou que seu governo conta com amplo apoio internacional. O presidente guianense, Irfaan Ali, insistiu na necessidadegutschein bwinsolucionar a disputa "pacificamente".
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