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O misterioso mundo dos peixes que se comunicam por zumbidos e puns:nc100 novibet
As indicaçõesnc100 novibetque os peixes são mais faladores do que pensamos começaram a surgir no século 4º, com os trabalhosnc100 novibetAristóteles – sem falar nos comentários das comunidades pesqueiras tradicionais, segundo Rice.
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Mas a nossa capacidadenc100 novibetouvir os peixes sempre foi limitada pela qualidade dos aparelhos usados para gravar sons debaixo d'água.
O monitoramento acústico sofreu grandes avanços desde os anos 1930. Agora, os cientistas usam microfones subaquáticos, conhecidos como hidrofones, para ouvir o mundo marinho.
Esta tecnologia foi inventada na Segunda Guerra Mundial para detectar submarinos. Hoje, ela nos ajuda a ouvir os peixes conversando entre si, nas profundezas dos oceanos, rios e lagos.
Estima-se que existam 34 a 35 mil espéciesnc100 novibetpeixesnc100 novibetnadadeiras raiadas. Elas incluem o bacalhau, atum, truta e salmão. Destes, apenas cercanc100 novibet4% tiveramnc100 novibetprodução sonora estudada.
Mas as pesquisasnc100 novibetRice indicam que nós apenas começamos a nos aventurar no misterioso mundo da comunicação entre os peixes – e que até dois terços deles podem emitir ruídos, segundo ele.
Em fevereironc100 novibet2024, pesquisadores da Alemanha descobriram um minúsculo peixe transparente chamado Danionella cerebrum, que produz um som alto como onc100 novibetum martelo pneumático.
Eles descobriram o animal depoisnc100 novibetouvirem misteriosos sonsnc100 novibetestalos vindo dos tanquesnc100 novibetpeixes do seu próprio laboratório. Com 12 mmnc100 novibetcomprimento, o peixe usa um órgão chamado bexiga natatória para produzir sons que atingem 140 decibéis na água ao seu redor.
Os pesquisadores ainda não sabem ao certo o propósito desse som. Aparentemente, apenas os peixes machos podem emiti-lo e seu uso pode estabelecer uma espécienc100 novibethierarquia nos tanques.
Os peixes costumam emitir ruídos por motivos territoriais ou reprodutivos – ou seja, para buscar alimento e sexo, segundo Rice. E os ruídos debaixo d'água parecem muito mais claros para os peixes do que para nós.
"O som viaja debaixo d'água cercanc100 novibetcinco vezes mais rápido que no ar", explica a ecologista Audrey Looby, da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. Ela estuda a bioacústica dos peixes.
"Se colocássemos nossa cabeçanc100 novibetuma piscina e tentássemos distinguirnc100 novibetonde vem um som, realmente teríamos muita dificuldade", segundo ela. "Mas os peixes podem obter informaçõesnc100 novibetdireção a partir dos sons subaquáticos."
Looby compilou maisnc100 novibet1,2 mil ruídosnc100 novibetuma biblioteca online chamada FishSounds. E, entre todos aqueles grunhidos, chilros e guinchos, existem alguns sons que se destacam – sem falar nos comportamentos que eles indicam.
Linguagens do amor
O peixe-sapo pode ser conhecido por ser "viscoso enc100 novibetaparência rabugenta". Mas ele é um "cantor belo e surpreendente", segundo Looby. Ela estuda os peixes-sapos do Golfo do México no arquipélagonc100 novibetFlórida Keys.
Nanc100 novibetestação reprodutiva, os machos formam seus ninhos nos estuários do litoral, nas pradariasnc100 novibetervas marinhas e nas rochas da região costeira. Ali, eles chamam as fêmeas, com um coro alto, para atraí-las para o ninho – ou para alertar outros machos para que se afastem, segundo Looby.
Esses chamados começam normalmente com um grunhido, seguido por uma sérienc100 novibetestalos.
Outros peixes-sapos, como o peixe-sapo-ostra, produzem um som parecido com o apitonc100 novibetum barco, enquanto o peixe-sapo barbudo macho – uma espécie que, decididamente, não é atraente – produz um forte somnc100 novibetbuzina para atrair as fêmeas para o seu refúgio.
O peixe-donzela é uma espécienc100 novibetágua salgada famosa pelas suas cores brilhantes. Eles também são ótimos seresteiros.
E, quando o assunto é flerte, a donzela-de-Ambon, que vivenc100 novibetrecifesnc100 novibetcorais no oeste do Oceano Pacífico, está um passo à frente dos demais.
Cientistas que estudavam um recifenc100 novibetTaiwan gravaram um som com tom distinto e estridente, como um limpadornc100 novibetpara-brisa sobre vidro seco, quando esses peixes tentavam atrair parceiros para acasalamento.
Ao contrário dos estouros, estalos e chilros emitidos por alguns peixes-donzela rangendo os dentes para defender seus ninhos, os chamadosnc100 novibetcorte da donzela-de-Ambon diferenciam este peixe na competição com os demais para se acasalarem.
Machosnc100 novibetpescada também tentam seduzir possíveis parceiros com uma sérienc100 novibetbatidas e zumbidos, que ficam cada vez mais exaltados quanto mais eles se excitam.
Sinais para os amigos
Certas espéciesnc100 novibetClupeidae – uma famílianc100 novibetpeixes que inclui o arenque, o sável e a sardinha – passaram a ser alvonc100 novibetpiadas científicas devido ànc100 novibetestranha formanc100 novibetcomunicação. Estes peixes usam sons do trato digestivo para fazer contato com seus pares.
"Os cientistas têm sensonc100 novibethumor", segundo Looby. "As pessoas que descobriram esses sons os chamaramnc100 novibetTiques Repetitivos Rápidos ['Frt', na abreviaçãonc100 novibetinglês – uma corruptelanc100 novibet'fart', que significa 'pum']."
Um estudo sobre o arenque-do-pacífico indicou que a maioria desses sons não é afetada pela alimentação dos peixes, nem se eles tiveram acesso direto ao ar. Esta conclusão elimina os gases da digestão ou ar que foi engolido como possíveis fontes dos sons Frt.
Aparentemente, os animais expelem gases pela região do duto anal – seja através do intestino ou da bexiga natatória – para produzir as distintas manifestações na formanc100 novibetsons pulsantes.
Esses sons podem durar vários segundos. Eles costumam ser produzidos à noite e podem servir a propósitos sociais. Eles ajudam o peixe a manter a conexão com seus pares, segundo Looby.
Evitando os predadores
Alguns peixes usam o som como ferramenta para criar distância,nc100 novibetveznc100 novibetatrair outros peixes.
O bagre, por exemplo, emite um som altonc100 novibetcoaxar para assustar os predadores. Para produzir este ruído, ele agita as espinhas das suas barbatanas peitoraisnc100 novibetranhuras no seu ombro, como sinalnc100 novibetalarme ou desconforto.
Outra espécie, o peixe-picasso, produz uma sérienc100 novibet"curtos rufaresnc100 novibettambores" que soam por cercanc100 novibet85 milissegundos, quando é ameaçado.
Recentemente, cientistas da Universidade Suecanc100 novibetCiências Agrícolas encontraram evidênciasnc100 novibetque as arraias (que fazem parte da mesma família dos tubarões) também produzem ruídos.
Acreditava-se até então que os tubarões e seus parentes só fizessem ruídos passivos associados à alimentação, como mastigar, exceto pelos relatosnc100 novibetque algumas arraias produzem sons murmurantes depoisnc100 novibetcomer.
Mas os pesquisadores gravaram arraias-de-mangue e arraias-cauda-de-vaca produzindo diversos sons altos, na formanc100 novibetestalosnc100 novibetalta frequência. Eles acreditam que esta possa ser uma reaçãonc100 novibetameaça ao perigo.
Construção e defesanc100 novibetninhos
Em alguns casos, os chamados usados pelos peixes podem ser sofisticados.
O boldião é uma espécie nativa da Europa, do Mediterrâneo e do mar Adriático, que vive nos recifes rochosos da região. Ele tem um complexo repertórionc100 novibetquatro chamados diferentes.
Pesquisadores estudaram fêmeasnc100 novibetboldiões e classificaram esses sonsnc100 novibetgrunhidos, grunhidos profundos, estalos e ruídos aquáticos.
Ao fazer estalos, os boldiões rapidamente fecham a boca, comprimindo as mandíbulas. Esta mudança territorial ocorre ao atacar ou repelir outros peixes. Ela é tão alta que pode ser ouvida acima da superfície da água.
Já os ruídos aquáticos podem ser ouvidos quando o boldião macho coleta alimentos ou material para o ninho, ou quando as fêmeas nadamnc100 novibetvolta dos ninhos.
Oceanos barulhentos
À medida que os cientistas fazem novas descobertas sobre os mistérios da comunicação entre os peixes, um novo problema vem abafando a cacofonia marinha natural.
O ruído dos oceanos prejudica as comunicações subaquáticas e os peixes estão tendo mais dificuldade para conversar entre si. Esse ruído inclui o barulho das atividades humanas, como a pesca, a exploraçãonc100 novibetpetróleo e gás e a construçãonc100 novibetfazendas eólicasnc100 novibetalto-mar.
Aaron Rice compara a situação com duas pessoas tentando conversar, umanc100 novibetcada lado da rua.
"Se passar um caminhão, podemos ter dificuldade para ouvir o que o outro diz", explica ele. "Você pode ouvir ou interpretar errado o que estou dizendo e se afastar levando uma mensagem completamente diferente."
O aumento do ruído pode causar impactos fisiológicos aos peixes, segundo Rice, particularmente aumentando os níveisnc100 novibetestresse.
Os transtornos causados pelos navios já estão causando problemasnc100 novibetcomunicação entre as baleias. E estudos demonstram que os peixes sofrem mudanças sensoriaisnc100 novibetambientes com alto nívelnc100 novibetruído.
Um estudo sobre o peixe donzela-dorso-de-mel concluiu que a exposição dos peixes a músicanc100 novibetalta intensidade ou sons executados com nível mais altonc100 novibetdecibéis deixou os peixes mais ansiosos e enfraqueceunc100 novibetmemória.
Grande parte das comunicações entre os peixes ainda é um mistério. Mas colecionar gravações sonoras é uma etapa importante para que os peixes continuem conversando.
"Parece esotérico, mas realmente é fundamental entender como os peixes sobrevivem e interagem", afirma Rice. "Ainda existem muitas descobertas a serem feitas."
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Innovation.
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