O que reunião do Brics dominada por Rússia e China significa para o futuro do Brasil no bloco?:jogar xadrez on line

“O custo é o acirramentojogar xadrez on lineum estranhamento com o Ocidente”, completa.

Marco Vieira, professor do Departamentojogar xadrez on lineCiência Política e Estudos Internacionais da Universidadejogar xadrez on lineBirmingham, acredita que o governo brasileiro não pode se afastar dos seus aliados do bloco neste momento, já que o Brics ainda é uma plataforma importante.

“Mas também não pode mostrar que está se alinhando muito”, diz. “É um grande desafio.”

‘Há males que vêm para o bem’

O palco do encontro dos Brics foi a cidade russajogar xadrez on lineKazan e o anfitrião da cúpula foi Vladimir Putin.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da reunião apenasjogar xadrez on lineforma virtual, após sofrer um acidente doméstico nas vésperas. A delegação brasileira foi então chefiadajogar xadrez on lineKazan pelo chanceler Mauro Vieira.

Além dos nove membros oficiais Putin convidou maisjogar xadrez on line20 outros países interessados ​​em se juntar ao Brics para a reunião.

O bloco que até o final do ano passado era composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul passou a integrar também Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos e Etiópiajogar xadrez on line2024.

Na cúpulajogar xadrez on lineKazan, os chefesjogar xadrez on lineEstado discutiram e aprovaram a criaçãojogar xadrez on lineuma nova categoriajogar xadrez on lineparceiros do grupo. Eles não serão integrantes plenos, mas poderão desfrutarjogar xadrez on linemuitos dos benefícios fornecidos pelos Brics.

A lista oficialjogar xadrez on lineassociados não foi divulgada oficialmente, mas 13 nomes circulam nos bastidores da cúpula: Turquia, Indonésia, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda.

Ao todo, porém, a Rússia afirmou que maisjogar xadrez on line30 países manifestaram interessejogar xadrez on linefazer parte do novo esquema antes da cúpula.

Por tudo isso, o encontro foi visto como uma oportunidade para Vladimir Putin posar para fotos ao ladojogar xadrez on lineseus contrapartes, impulsionar a ideiajogar xadrez on lineque não está isolado e reforçarjogar xadrez on lineposição na geopolítica mundial.

A presidência da Rússia no sistema rotativo no bloco e a própria dinâmica da política internacional atual contribuíram para a ampliar a imagem “anti-Ocidente” dos Brics, dizem os especialistas.

O comportamento da China, que se tornou muito mais assertivo nos últimos anos, também contribuiu para esse direcionamento, afirma Vinícius Vieira, professor da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) e da Fundação Getulio Vargas (FGV). [Apesar do sobrenomejogar xadrez on linecomum, não há uma relaçãojogar xadrez on lineparentesco entre os dois entrevistados e o ministro das Relações Exteriores do Brasil.]

“Mas o fatojogar xadrez on lineLula não ter ido presencialmente contribuiu para que ele não tivesse uma foto ao lado do Putin, o que no atual contexto seria ainda pior para a imagem dele e do Brasil junto ao Ocidente”, avalia Vinícius Vieira. “É como diz aquele ditado popular: ‘há males que vêm para o bem’”.

‘Vitória importante’

Dois países interessadosjogar xadrez on linefazer parte da nova categoriajogar xadrez on lineparceiros dos Brics e que ficaramjogar xadrez on linefora da lista final são Venezuela e Nicarágua.

O governo do presidente Lula não apoiava o ingressojogar xadrez on linenenhuma das duas nações e, segundo interlocutores presentes na reunião, um veto informal fez com que a vontade do Brasil prevalecesse.

O presidente brasileiro tem feito críticas a Nicolás Maduro e àjogar xadrez on linerecusajogar xadrez on linedivulgar as atas das eleiçõesjogar xadrez on linejulho, das quais diz ter saído vitorioso. No caso da Nicarágua, o desconforto brasileiro é motivado pelo recente congelamento das relações com o país.

Ex-aliadojogar xadrez on lineLula, o líder nicaraguense Daniel Ortega expulsou o embaixador brasileirojogar xadrez on lineManáguajogar xadrez on lineagosto. Em resposta, o Brasil fez o mesmo com a embaixadora do país sul-americanojogar xadrez on lineBrasília.

Os dois países, porém, são considerados aliadosjogar xadrez on lineChina e Rússia. Nicolás Maduro inclusive apareceujogar xadrez on linesurpresa na cúpula,jogar xadrez on lineum movimento que muitos entenderam como partejogar xadrez on lineuma campanha russajogar xadrez on linefavor do chavista.

“A entradajogar xadrez on lineVenezuela e Nicarágua não agregariajogar xadrez on linenada para o Brasil agora, então esse bloqueio pode ser considerado uma vitória importante nessa cúpula”, avalia Vinícius Vieira.

Mas para Marco Vieira, professor da Universidadejogar xadrez on lineBirmingham, a posição brasileira na cúpula certamente repercutirá nas relações com Caracas daqui para frente.

“O veto não vai ajudar na relação, que já está bastante estremecida”, diz.

Um Brics cada vez mais expandido

Se o bloqueio à entrada venezuelana no bloco foi considerado uma vitória, a expansão dos Brics, com a adoção da nova categoriajogar xadrez on lineparceiros, é vista por analistas como um empecilho para as ambições do Brasil no grupo.

“Sempre foi muito claro que esse projetojogar xadrez on lineexpansão não é brasileiro”, diz Laura Trajber Waisbich. “A ideiajogar xadrez on lineaceitar mais membros, que levou aos atuais 9, veio da China e do próprio projetojogar xadrez on linepoder chinês.”

A mais recente ampliação, com os países parceiros, também atende mais aos interessesjogar xadrez on linePequim e Moscou do que dos demais, diz a pesquisadora da Universidadejogar xadrez on lineOxford.

“A lógica sempre foi fazer partejogar xadrez on lineum clube exclusivo com países reconhecidos como geopoliticamente importante e com poderjogar xadrez on linecontestação”, diz.

Para Waisbich, o governo Lula tem deixado bastante clarojogar xadrez on linesuas declarações que aceitar novos associados a cada novo ano está totalmente forajogar xadrez on linesua agenda. Mas até o momento o país não parece ter tido energia suficiente para barrar esse movimento.

Em uma entrevista à CNN Brasil, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que a entradajogar xadrez on linenovos países tem que ser muito bem estudada.

“Não adianta encherjogar xadrez on linepaíses, senão daqui a pouco cria um novo G-77”, disse Amorim, enfatizando que é preciso que os Brics sejam ampliados com países com perfis que possam contribuir dentrojogar xadrez on lineum contextojogar xadrez on lineum mundo “polarizado e multipolar”.

Com tudo isso, o avançojogar xadrez on linealgumas das pautas impulsionadas pelo Brasil, como a desdolarização da economia mundial, avançou pouco, afirmam os especialistas.

Uma das prioridades do Brasiljogar xadrez on lineKazan era o estabelecimentojogar xadrez on linecritérios e requisitos básicos para que os países parceiros sejam aceitos.

Segundo o chanceler Mauro Vieira, esse ponto foi abordado durante as reuniões. “Foi discutido e aprovado - houve consenso - sobre os princípios e critérios que guiarão essa ampliação”, disse o ministro a jornalistas.

Mauro Vieira afirmou ainda que o Brasil é favorável a entradajogar xadrez on line10 países parceiros nesse primeiro momento e que a lista final será decidida após consulta a todos os membros atuais.

A declaração final da cúpula, porém, trata a criação da categoriajogar xadrez on linepaíses associados, mas não faz menção aos critérios anunciados pelo chanceler brasileiro.

Vinícius Vieira explica que a inclusãojogar xadrez on linenovos membrosjogar xadrez on lineorganizações internacionais sempre representa um riscojogar xadrez on lineperdajogar xadrez on linepoder e influência para os integrantes originais.

Mas segundo o professor da FGV, também é possível enxergar benefícios para o Brasil no contexto que se desenha.

Segundo Vinícius Vieira, se a listajogar xadrez on line13 parceiros que circula nos bastidores for confirmada, o país tem muito a ganhar com a presençajogar xadrez on lineoutras nações que também apostamjogar xadrez on lineuma posturajogar xadrez on linenão-alinhamento.

“Turquia, Indonésia, Vietnã e Nigéria são exemplosjogar xadrez on linepaíses que se aproximam do Brasil no sentidojogar xadrez on linenegar um alinhamento, seja com o Ocidente, seja com a Rússia e a China”, afirma.

Na visão do especialista, essas nações têm um perfiljogar xadrez on lineliderança regional e têm se mostrado capazes, seja porjogar xadrez on linegeográfica ou por seu históricojogar xadrez on linecolonização,jogar xadrez on linefazer uma ponte entre os dois grandes polos geopolíticos atuais.

Elas poderiam ser, portanto, aliadas do Brasil nos esforçosjogar xadrez on linerecuperar os propósitos iniciais dos Brics, diz Vinícius Vieira

Ao mesmo tempo, a lista provisóriajogar xadrez on linepossíveis parceiros traz países com grandes mercados internos, o que pode ser benéfico tambémjogar xadrez on linetermos econômicos para o Brasil, completa.

Brasil à frentejogar xadrez on line2025

Conforme o esquema rotativojogar xadrez on linevigor nos Brics, o Brasil assumirá a presidência do blocojogar xadrez on line2025.

Para Marco Vieira, da Universidadejogar xadrez on lineBirmingham, essa posição pode dar ao Brasil um impulso a mais na busca por seus objetivos com o grupo.

Cabe ao presidente da vez, por exemplo, selecionar os países convidados para acompanhar a reuniãojogar xadrez on linecúpula e definir os temas principais da agenda das reuniões.

Mas o especialista não vê os desafios desaparecendo tão facilmente. “E esses desafios também se replicam no âmbito do G20”, diz.

O Brasil é o atual presidente do G20. Composto também por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, o grupo se reunirájogar xadrez on lineBrasíliajogar xadrez on line6 a 8jogar xadrez on linenovembro.

“O Brasil também vai ter que se posicionarjogar xadrez on linealguma forma na polarização atual - uma posição que fica mais difícil diante dos rumos que o Brics está tomando”, finaliza Marco Vieira.