O que não dizer a alguém com câncer e outros conselhosbbb casa de apostasuma sobrevivente:bbb casa de apostas
Em um livro publicadobbb casa de apostas2022, uma paciente relatabbb casa de apostasdetalhesbbb casa de apostasprópria história,bbb casa de apostasforma clara, direta e até engraçada, oferecendo uma sériebbb casa de apostasconselhos. Ela espera incentivar uma melhor compreensão entre todas as pessoas afetadas pelo câncer.
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Em janeirobbb casa de apostas2012, Sarah McDonald, alta executiva no Vale do Silício, foi diagnosticada com uma forma pouco comumbbb casa de apostascâncer chamada carcinoma adenoide cístico — basicamente, câncerbbb casa de apostasglândula salivar.
A doença é tão rara que o próprio médico que a diagnosticou confessou a elabbb casa de apostasignorância a respeito.
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Ela ainda não havia se refeito do impacto quando, dois meses depois, recebeu um segundo diagnóstico: desta vez,bbb casa de apostascarcinoma ductal invasivo, mais conhecido como câncerbbb casa de apostasmama. A doença estava no estágio 3, ou seja, ela já havia se disseminado para além do tumor.
Aos 44 anos, McDonald havia passado por uma terapiabbb casa de apostasfertilidade porque queria ter filhos. Mas, agora, enfrentava um tratamentobbb casa de apostascâncer duplo longo e doloroso, que incluía sessõesbbb casa de apostasradiação e quimioterapia. Suas perspectivasbbb casa de apostassobrevivência não eram muito boas.
Mas, com a mesma energia, determinação e organização do seu trabalho rigoroso, ela coordenou os médicos, mergulhou fundo nos tratamentos mais agressivos — incluindo os alternativos — e planejou detalhadamente como aproveitar melhor o pouco tempo que ela pensava ainda terbbb casa de apostasvida.
Dez anos depois, Sarah McDonald não apresenta evidências da doença, tem uma filhabbb casa de apostasseis anos e acababbb casa de apostasescrever um livro sobre suas experiências, The Cancer Channel ("O canal do câncer",bbb casa de apostastradução livre). Ela espera que o livro possa servirbbb casa de apostasguia não só para as pessoas diagnosticadas com câncer, mas também para o círculo mais próximo dos pacientes.
"Eu quis descrever a montanha-russa que é o câncer", contou McDonald à BBC News Mundo, o serviçobbb casa de apostasespanhol da BBC. "Descrever os momentos muito intensosbbb casa de apostasdesespero ao receber o diagnóstico."
O câncer produz uma profunda sensaçãobbb casa de apostassolidão, segundo a autora. E ela deseja que os pacientes que lerem o livro "se sintam menos sozinhos, mais reconhecidos e [percebam] que existem outras pessoas que se sentem da mesma forma".
McDonald também procura oferecer perspectivas às pessoas que têm um ente querido com câncer. Como se relacionar com ele, o que fazer por ele, o que dizer e, o mais importante, o que não dizer a um paciente com a doença.
Mas, alémbbb casa de apostasabordar o terror do diagnóstico e a consequente incerteza, suas observações também incluem "os momentos ridículos, engraçados e até indignos que a pessoa atravessa", afirma ela.
"É difícil não achar engraçado ter ficado sentadabbb casa de apostasum quartobbb casa de apostasum centro médico, com o peito nu, enquanto dois médicos injetavam no mamilo uma substância radioativa", explica ela. "Nesse momento, o sentimento é horroroso, mas, com um poucobbb casa de apostastempo e distanciamento, você consegue achar engraçado. É inacreditável, mas é a mais absoluta verdade."
'Uma história maluca'
Um dos conselhos ressaltados por McDonald, citandobbb casa de apostasprópria experiência, é ter a certezabbb casa de apostasnão deixar tudo nas mãos dos médicos.
Na primeira vezbbb casa de apostasque sentiu um caroço na base da boca, ela foi ao dentista porque achava que fosse uma infecção. O odontologista explicou que poderia ser uma sériebbb casa de apostascondições e a mais grave seria uma forma rarabbb casa de apostascâncer que ele se apressoubbb casa de apostasdescartar.
Depoisbbb casa de apostasconsultar diversos especialistas e se submeter a uma ressonância magnética e uma biópsia, o diagnóstico,bbb casa de apostasfato, foibbb casa de apostascarcinoma adenoide cístico, um câncer das glândulas salivares.
Quando pediu ao médico mais explicações, ele respondeu: "realmente, não sei. Estive pesquisando no Google, mas você é uma pessoa diligente, irá resolver isso".
Neste caso, ela precisou investigar sozinha, mas, por ser uma doença muito rara, não havia muitas informações a respeito, nem sobre a expectativabbb casa de apostasvida. "Foi um momentobbb casa de apostasmuita incerteza", relembra ela.
E não terminou por aí. Seis meses antes, ela havia sentido um caroço no seio. Depoisbbb casa de apostasuma mamografia e duas biópsias, os médicos disseram que provavelmente era apenas um cisto. Mas, considerando seu diagnóstico anteriorbbb casa de apostascâncer das glândulas salivares, ela pensou que talvez fosse um carcinoma metastático.
Os médicos garantiram que esse câncer não se comportava desta forma. Se houvesse metástase, era mais possível que fosse nos pulmões ou no cérebro e isso também não costumava ocorrerbbb casa de apostasalguém tão jovem. Mas eles disseram que poderiam realizar mais exames "se isso a fizesse se sentir melhor".
Ela fez os exames e o resultado foi um câncerbbb casa de apostasmamabbb casa de apostasestágio 3.
"Nos dois casos, fui eu que descobri os caroços e, nos dois casos, eu pressionei os médicos para que me fizessem os testes que determinaram o que era aquilo", comenta ela.
Os dois diagnósticos a deixaram entorpecida, se sentindo sozinha. Ela entroubbb casa de apostaspânico, pensando que não chegaria ao final do ano.
Ao se recuperar do choque, ela aceitou seu destino e pensou: "se tenho apenas um anobbb casa de apostasvida, como quero viver? Como posso morrerbbb casa de apostasforma mais digna?"
Ela começou a ler tudo o que podia sobre a doença, incluindo textos complexos, na biblioteca da Universidade Stanford, na Califórnia (Estados Unidos). E decidiu, com seus médicos, seguir os métodos mais agressivos disponíveis na medicina ocidental, incluindo tratamentos simultâneosbbb casa de apostasradiação para o câncerbbb casa de apostasglândula salivar e quimioterapia para o câncerbbb casa de apostasmama.
McDonald pôsbbb casa de apostasprática suas capacidades administrativas para coordenar os diferentes gruposbbb casa de apostasmédicos que tratavam dos dois cânceres,bbb casa de apostasforma que um tratamento não interferisse nem anulasse o outro.
Curiosamente, a oncologista responsável pelo seu câncerbbb casa de apostasmama comentou que não havia melhor momento para ter essa doença, graças ao montante que tinha sido investidobbb casa de apostaspesquisa ebbb casa de apostastodos os novos tratamentos existentes.
Mas, com relação ao câncerbbb casa de apostasglândula salivar, a situação era diferente. Não havia muitos dados sobre as taxasbbb casa de apostassobrevivência. A única coisa que se sabia no momento é que ele era incurável, segundo ela.
Foram nove mesesbbb casa de apostastratamento, com efeitos devastadores. A radiação se intensifica quando administrada ao mesmo tempo que a quimioterapia.
"A consequência é que a minha boca era um lugar muito tóxico", explica McDonald. "Cheguei a contar 21 feridas na boca, sentia como se ela estivesse queimada."
Houve um períodobbb casa de apostastrês semanasbbb casa de apostasque ela não podia comer e a quimioterapia, às vezes, também a deixava exausta.
"Uma história maluca", resume ela. "Estava passando por tratamentosbbb casa de apostasfertilidade, recebi dois diagnósticosbbb casa de apostascâncer, o câncer do meu pai voltou, tivemos tratamentos simultâneos, eu sobrevivi e ele não. Esta é a minha história."
Seu livro descreve detalhadamente todas essas sensações, dores e complicações, mas ela também inclui anedotas engraçadas e oferece recomendações práticas sobre como superar momentos complicados ou constrangedores.
Alguns exemplos se referem à quedabbb casa de apostascabelo, que é comum com os pacientes que passam por quimioterapia. McDonald comenta os olhares das pessoas ao verem uma mulher completamente careca, sem sobrancelhas nem pestanas. Ela recomenda cobrir a cabeça com lençosbbb casa de apostaslã, porque "os lençosbbb casa de apostasseda escorregam".
E também conta, com certo humor, que a quimioterapia deixa as pessoas com o rosto brilhante. "É um dos melhores desfoliantesbbb casa de apostaspele. [O processo] também mata as células da pele, que são rapidamente substituídas."
Recomendaçõesbbb casa de apostasSarah McDonald para os pacientes diagnosticados com câncer
- Ninguém está preparado para o câncer, nem ninguém àbbb casa de apostasvolta. Prepare-se para diferentes reações por parte das pessoas. Algumas terão ações ou palavras bonitas, outras se isolarão porque estarão aterrorizadas com o diagnóstico, mas isso não é responsabilidade sua.
- Informe-se o máximo que puder sobre o seu câncer antesbbb casa de apostascomunicar a notícia à família, amigos e colegas. Assim, você poderá responder melhor às inúmeras perguntas que irão surgir.
- Dê adeus às manicures, pedicures e jacuzzis. São possíveis fontesbbb casa de apostasinfecção. Os pacientesbbb casa de apostasquimioterapia têm o sistema imunológico debilitado e é mais difícil combater possíveis vírus ou bactérias.
- Pense duas vezes antesbbb casa de apostascozinhar para outra pessoa. Os pacientesbbb casa de apostasquimioterapia podem perder o paladar e sentir um sabor metálico na boca. Eles costumam colocar sal demais nos alimentos.
'Silenciar e ouvir'
McDonald também combinou seus tratamentos médicos com terapias alternativas, como ioga e meditação. Elas ajudaram a lidar com o estresse mental, a mantê-la mais calma, recuperar suas energias e fortalecerbbb casa de apostasvontadebbb casa de apostasseguir adiante.
Ela tirou um anobbb casa de apostaslicença do seu rigoroso trabalho para conhecer melhorbbb casa de apostascidade — San Francisco — e suas vizinhanças, aproveitando tudo o que ela oferecia, como os museus, galerias, concertos e caminhadas ao ar livre pelas praias, bosques e montanhas.
Embora precisasse dirigir por longas distâncias para ir aos seus tratamentos, McDonald entrou na academia, fez exercícios com pesos e começou a correr. Ela administrou seu tempo cuidadosamente para ficar com seu marido e não se esquecerbbb casa de apostasincluir um café com uma amiga.
Ela também aborda no livro o contato que manteve com o que chamabbb casa de apostasseu "círculo próximo", pois o câncer é uma doença que não afeta apenas quem o sofre, mas também seus parentes e amigos.
"Uma das coisas que os amigos fazem com a melhor das intenções é perguntar: 'o que posso fazer por você?'", ela conta. "Mas, para uma pessoa com câncer, é como dizer, 'dê-me uma tarefa' e a pessoa pensa 'meu Deus, alémbbb casa de apostastudo o que preciso administrar, agora tenho que administrar outra pessoa!' Isso pode oprimir você."
Em vez disso, ela sugere que a pessoa proponha diretamente o que se oferece a fazer: "gostariabbb casa de apostaspassar para deixar um sorvete" ou "quero levar seu cachorro para passear", "às 2 da tarde está bem para você?".
Toda esta comunicação é facilitada pela internet. McDonald recomenda usar websites para pacientes, onde eles podem publicar blogs informando como estão os tratamentos ou como está abbb casa de apostasagenda. Assim, os interessados podem ler e ficar informados sobre como podem ajudar.
É perfeitamente normal que alguém tenha curiosidade pelo estadobbb casa de apostasum amigo ou parente com câncer, mas, às vezes, suas perguntas podem não ser sensatas.
"'Quanto tempo você tembbb casa de apostasvida?' definitivamente não é algo que você queira ouvir, embora você pense muito nisso e seja a realidade", afirma ela. "Talvez, o melhor que você possa fazer é ficar quieto e ouvir. Assim você irá aprender quais assuntos deve abordar, incluindo os mais sensíveis, quando abordá-los e o que fazer."
McDonald criou um website (thecancerchannelbook.com), no qual publica suas listas do que fazer e do que dizer para pacientes e seus familiares próximos.
Coisas que você não deve dizer a alguém com câncer
- "Diga o que posso fazer por você." Isso é injusto, pois a pessoa com câncer já tem muito com o que lidar e agora precisará buscar uma tarefa para você fazer.
- "Eu nunca conseguiria passar pelo que você está passando." Pode parecer um elogio, mas ninguém decide ter câncer, nem se torna um herói quando desenvolve a doença. A pessoa simplesmente faz o melhor que puder para se manter viva, como você também faria.
- "Admiro tua atitude." Na verdade, me dá raiva ter câncer, mas receio que, se expressar como me sinto, as pessoas à minha volta não irão se sentir muito bem comigo. Por isso, finjo ter boa atitude.
- "Tenho uma tia que teve câncer." Cada câncer é diferente e seus tratamentos e protocolos mudam todos os dias. A experiência dabbb casa de apostastia será muito diferente da minha.
'Não é necessariamente uma sentençabbb casa de apostasmorte'
O livro The Cancer Channel surgiu do impulsobbb casa de apostasquerer descreverbbb casa de apostasexperiência, com seus altos e baixos físicos e emocionais, para que outras pessoas recém-diagnosticadas possam se identificar, não se sentir tão sozinhas e entender o que podem esperar.
Os médicos podem falar do pontobbb casa de apostasvista científico, do tratamento, dos medicamentos etc. Mas Sarah McDonald queria compartilharbbb casa de apostashistória no dia a dia, com as coisas práticas, as curiosidades e disparates, "como se estivesse explicando à minha melhor amiga o que ela deve esperar se estiver passando pelo mesmo que eu".
Quando estava no meio do tratamento, já havia perdido o cabelo e precisava desenhar as sobrancelhas a lápis, McDonald conta que uma mulher a abordoubbb casa de apostasuma loja. "Ela me disse, 'saí do tratamento há cinco anos e só queria mostrar que estou aqui, com vida, e que existe algo esperando você do outro lado'."
"Foi incrível ouvir alguém que teve câncer e me dizia que não precisa necessariamente ser uma sentençabbb casa de apostasmorte. Agradeci muito", ela conta.
Dez anos depois do seu duplo diagnóstico, McDonald encontra-se no estado conhecido como "nenhuma evidência da doença".
É claro que ela precisa monitorar permanentemente o seu estado, especialmente o câncerbbb casa de apostasglândula salivar, e continuar tomando medicamentos.
Mas, alguns anos depois do fim da radiação e da quimioterapia ebbb casa de apostascomeçar o tratamento com remédios inibidores dos hormônios, McDonald considerou a possibilidadebbb casa de apostaster um filho por meiobbb casa de apostasuma mãe substituta. Até que ela conheceu um estudo na Europa sobre mulheres que interromperambbb casa de apostasmedicação, conseguiram ficar grávidas e, depoisbbb casa de apostasdar à luz, retomaram o regime farmacológico.
"No tempo que resta, nabbb casa de apostascurta, mas preciosa vida, o que você quer fazer?", perguntou-se ela. A resposta veio na forma dabbb casa de apostasfilha Rory, que agora tem seis anosbbb casa de apostasidade.
"Depoisbbb casa de apostasum diagnósticobbb casa de apostascâncer, tudo se reduz a uma única coisa: viver. O resto é ruído", afirma McDonald. "Priorizo acimabbb casa de apostastudo minha filha, meu marido e minhas amizades. No final, o que vale é como nós amamos e quem nós amamos."