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Como meio ambiente virou apostaLula para aumentar influência global do Brasil:
O objetivo, segundo especialistas e diplomatas, é fazer com que o Brasil atue como uma espécierepresentante informal dos países ricosflorestas tropicais do mundofóruns internacionais e, assim, ampliarinfluência global.
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1971 por causa desse artigo ☀️ Al: Os países com língua espanhola apenas chamam a jogode
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A Cúpula da Amazônia vai reunir presidentespelo menos seis presidentes da região Amazônica e políticos da República Democrática do Congo, da República do Congo, Indonésia, Alemanha, Noruega, França e São Vicente e Granadinas. O foco da reunião deverá ser obter uma posição coordenada desses paísesfóruns e negociações internacionais relacionadas à questão ambiental.
Cientistas alertam que, para impedir os efeitos mais drásticos das mudanças climáticas, é fundamental parar ou diminuir o desmatamento das florestas tropicais como a Amazônica. As florestas são consideradas importantes para a manutenção do clima no planeta e, ao serem desmatadas, liberam toneladasCO2 na atmosfera, agravando ainda mais o processomudança climática.
As primeiras indicaçõesque Lula apostaria alto na pauta ambiental como parte dadiplomacia presidencial, no entanto, começaram antes mesmoele assumir o comando do país pela terceira vez.
Em novembro2022, pouco maisduas semanas depoisvencer as eleições, ele discursou para uma plateiacientistas e lideranças políticas durante a 27ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP27),Sharm-el-Sheik, no Egito. O evento discutia medidas para combater os efeitos das mudanças climáticas.
"Estou hoje aqui para dizer que o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construçãoum planeta mais saudável [...] Por esse motivo, quero aproveitar esta Conferência para anunciar que o combate à mudança climática terá o mais alto perfil na estrutura do meu governo", disse Lula.
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O discurso agradou parte da comunidade científica internacional porque indicava uma mudança na política ambiental adotada durante o governoseu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), que ficou conhecida pelo aumento nas taxasdesmatamento na Amazônia.
Dias depois,dezembro, Lula fez mais um movimento: confirmou Marina Silva (Rede Sustentabilidade) como ministra do Meio Ambienteseu governo, reeditando uma parceria que existiu durante os dois primeiros mandatosLula.
As apostas continuaramjaneiro deste ano, já como presidente empossado. Lula lançou a candidaturaBelém como sede da COP30, que será realizada2025. A ONU, organizadora da conferência, ainda não anunciou se aceitou o pedido feito pelo Brasil.
"É importante que os chefesEstado e as pessoas quefato valorizam o meio ambiente venham para falar da Amazônia conhecendo a Amazônia”, disse Lulaum discursojunho, durante a Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, organizada pelo governo francês,Paris.
Além desses movimentos, Lula incorporou o tema ambientalseus discursos durante a maior partesuas agendas internacionais.
Em diversas oportunidades, ele defendeu que países ricos devem repassar recursos para paísesdesenvolvimento como formafinanciar iniciativas para impedir o desmatamento e lidar com as consequências das mudanças climáticas.
"Iremos fazer a COP30um estado da Amazônia, para que todos vocês tenham a oportunidadeconheceremperto o ecossistema da Amazônia [...] e responsabilizar os países ricos para financiar os paísesdesenvolvimento que têm reservas florestais — porque não foi o povo africano que poluiu o mundo; não é o povo latino-americano que poluiu o mundo", disse Lulaoutro eventoParis,junho deste ano.
Ao mesmo tempoque se movimentavatorno do assunto, parte da comunidade internacional passou a prometer mais recursos.
Alemanha e Noruega, principais doadores do Fundo Amazônia, anunciaram que fariam novos aportes. Em abril, foi a vez dos Estados Unidos prometerem uma doaçãoUS$ 500 milhões ao fundo, o equivalente a aproximadamente R$ 2,5 bilhões. União Europeia e Reino Unido também se comprometeram a fazer doações para o combate ao desmatamento da Amazônia que totalizamtornomais R$ 607 milhões.
'Falar mais alto'
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil avaliam que a apostaLula na pauta ambiental como formaalavancar a influência do país no mundo e se tornar um porta-vozpaíses ricosflorestas tropicais é resultado tantouma espécie"cálculo" quantooportunidade.
"Existe uma posição natural guardada para o Brasil neste cenário, pois temos 65% da Amazônia. A novidade deste novo governo Lula é que houve um entendimentoque a pauta ambiental é aquela na qual o Brasil consegue falar mais alto", afirmou o secretário-executivo da organização não-governamental Observatório do Clima, Márcio Astrini.
"Apesaro governo ter interessesvárias agendas, como a intençãoter um assento permanente no ConselhoSegurança da ONU e, mais recentemente, uma tentativainterlocução na guerra da Ucrânia, o presidente Lula sabe que a questão do meio ambiente e clima é a pauta que realmente o alavanca no cenário internacional", complementou Astrini.
Historicamente, Lula defende uma expansão no númeroassentos permanentes no ConselhoSegurança da ONU. Hoje os assentos permanentes são ocupados pelos Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China. O petista defende que mais países possam fazer parte do grupo, inclusive o Brasil. A proposta, no entanto, encontra resistência e nunca foi adotada.
Outra área na qual a política externa brasileira vem acumulando críticas é a posiçãoLularelação à Guerra na Ucrânia. Apesaro Brasil condenar oficialmente a invasão russa ao país europeu, Lula já deu declarações dizendo que tanto o presidente russo Vladimir Putin quanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski seriam responsáveis pelo conflito.
Lula também defende a criaçãouma espécie"clube da paz" formado por países não envolvidos no conflito para mediar conversas sobre o fim da guerra. A proposta não foi bem recebida por países como os Estados Unidos, principal fornecedorarmas aos ucranianos.
A diretora-executiva da Plataforma Cipó, Maiara Folly, avalia que a apostaLula na pauta ambiental é resultadouma espécie"vocação" do Brasil nesta área.
"A liderança brasileira nessa área é natural porque o Brasil é o país mais biodiverso do mundo. Isso só não nos dá o cacife necessário para liderar. A nova política externa está fazendo um grande esforço para colocar o país como líder nessa área", afirmou.
A diretora do DepartamentoMeio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Maria Angélica Ikeda, afirmou que a cúpula desta semana é um exemplocomo o Brasil pretende atuar na área ambiental.
"Só o fatoo presidente (Lula) ter convocado a Cúpula da Amazônia antes mesmoter tomado posse demonstra a importância que ele atribui à conservação e uso da biodiversidade. Isso tudo mostra que o Brasil está interessadose engajar com os demais países nos fóruns que tratam desses assuntos. A cúpula é a melhor mostra disso", afirmou a diplomata à BBC News Brasil.
Maiara Folly diz que uma das estratégias do novo mandatoLula para colocar o país como líder nessa área é a tentativa"unificar" as posiçõespaíses ricosbiodiversidade não apenas da América do Sul, mas da África e da Ásia.
Isso explicaria, segundo Folly, o convite feito pelo Brasil à República Democrática do Congo, República do Congo e Indonésia à cúpulaBelém.
"Há um reconhecimentoque esse é um problema não só da região Amazônica, mas global", disse Folly.
Sem se colocar oficialmente como "porta-voz" dos países ricosflorestas tropicais, Lula disse esperar que a cúpulaBelém consiga unificar posiçõesconjuntopaíses.
"Esse encontro é importante porque vai balizar a discussão que será levada à COP-28, no final do ano, nos Emirados Árabes (Unidos)”, disse Lulauma entrevista na semana passada.
"O que queremos é dizer ao mundo o que vamos fazer com as nossas florestas e o que o mundo tem que fazer para nos ajudar, porque prometeram US$ 100 bilhões2009 e até hoje não saiu", criticou o presidente, referindo-se ao compromisso assumido (e até agora não cumprido) por países desenvolvidosfinanciar mecanismos para diminuir o desmatamento e mitigar efeitos das mudanças climáticaspaísesdesenvolvimento.
Lastro e limites da aposta
Para Márcio Astrini, um dos principais lastros da aposta que Lula faz na pauta ambiental internacionalmente pode ser, ao mesmo tempo, o seu limite: os resultados do Brasil no combate ao desmatamento na Amazônia e outros biomas como o Cerrado.
"O principal fator se chama resultado. Não adianta o presidente fazer discurso sobre preservação do meio ambiente e o desmatamento no Brasil aumentar ou o Congresso Nacional aprovar leis que são claramente contra a preservação ambiental", disse.
Pelo menosrelação à Amazônia, o governo tem comemorado uma redução nas taxasdesmatamento. Em julho, o Instituto NacionalPesquisas Espaciais (Inpe) divulgou uma redução34% nos alertasdesmatamento na Amazônia no primeiro semestre deste ano na comparação com o primeiro semestre2022.
O governo divulgou que houve uma queda7,4% nos alertasdesmatamento na Amazônia no período que vaiagosto2022 a julho2023. A áreafloresta derrubada no período que engloba o último semestre do governo Bolsonaro e o primeiroLula foi7,9 mil quilômetros quadrados, a menor desde o intervalo entre 2018 e 2019.
No Cerrado, porém, houve aumento16,5% nos alertasdesmatamento do bioma entre agosto2022 e julho2023.
Astrini diz que os resultados domésticos do Brasil e a possibilidadeunificar os países ricosbiodiversidade poderão aumentar o cacife do país nas negociações internacionais pelos recursos que os países ricos prometeram às naçõesdesenvolvimento.
"Uma coisa é você cobrar dinheiro sem dizer o que vai fazer com ele. Outra coisa é cobrar e dizer que sabe o que fazer e como vai usá-lo", afirmou o secretário-executivo do Observatório do Clima.
Maiara Folly aponta outra possível limitação da estratégia brasileira: a manutenção da aposta do Brasilcombustíveis fósseis. Essa fonteenergia é vista como uma das principais responsáveis pelas emissõesgases do efeito estufa que causam as mudanças climáticas.
A Petrobras, estatal controlada pelo governo, tem planos para explorar uma nova fronteira exploratóriapetróleo na área conhecida como Margem Equatorial, que vai do litoral do Amapá à costa do Rio Grande do Norte. A área é classificada por membros do governo como o "novo pré-sal".
Em maio, o Instituto BrasileiroMeio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou um pedidolicenciamento ambiental feito pela empresa para perfurar um poço na costa do Amapá, na bacia sedimentar da Foz do Rio Amazonas. O órgão alegou falhas no projeto enviado e faltagarantiassegurançacasovazamentoóleo. A Petrobras defende que o projeto era adequado e recorreu da decisão.
A exploraçãonovas fontespetróleo pelos países da região ganhou destaquejaneiro, quando o governo da Colômbia anunciou que não daria mais autorizações para exploraçãonovas frentespetróleo.
Em julho, durante uma reunião na cidade colombianaLetícia, Petro discursou, ao ladoLula, e indagou se os países da região iriam continuar explorando petróleo na Amazônia. O Brasil não sinaliza disposiçãoimpedir a exploraçãocombustíveis fósseis na região.
"Vamos permitir a exploraçãopetróleo na Amazônia? Vamos entregar blocos para exploração? Isso é gerar riqueza?", indagou Petro ao ladoLula, que não respondeu.
Na Cúpula da Amazônia, há a expectativaque o assunto volte a ser debatido pelos presidentes e ministros envolvidos.
Mayara Folly diz não acreditar que haverá consenso sobre o temaBelém.
"Não chegaremos a um consensoBelém, mas temos que começar a dar passos nessa direção porque o planeta exige que a gente faça isso", afirmou.
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