Guerra na Ucrânia: os russos que delatam colegas e desconhecidos:bet365 mais de 2.5 gols

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Korobkova afirma ter feito 1.397 denúncias desde a invasãobet365 mais de 2.5 golsgrande escala na Ucrânia pela Rússia. Ela diz que pessoas foram multadas, demitidas e rotuladas como agentes estrangeiros por causabet365 mais de 2.5 golssuas denúncias.

"Não sinto pena deles", diz. "Fico feliz se forem punidos por causa das minhas denúncias".

Novas leisbet365 mais de 2.5 golscensura foram introduzidas logo após a invasão russa na Ucrâniabet365 mais de 2.5 golsfevereirobet365 mais de 2.5 gols2022.

Desde então, Korobkova tem passado a maior partebet365 mais de 2.5 golsseu tempo livre online, frequentemente denunciando pessoas por "desacreditarem o Exército russo" — um crime que acarreta uma multabet365 mais de 2.5 golsaté 50 mil rublos russos (R$ 2,6 mil) ou até cinco anosbet365 mais de 2.5 golsprisão, se for cometido maisbet365 mais de 2.5 golsduas vezes.

Korobkova é muito cautelosa ao falar comigo e só se comunica por e-mail. Ela não quer mostrar o rosto e se recusa a fornecer provasbet365 mais de 2.5 golssua identidade. Justifica-se dizendo que frequentemente recebe ameaçasbet365 mais de 2.5 golsmorte e teme que suas informações possam ser hackeadas ou roubadas.

A mulher parece ter dois motivos para denunciar seus conterrâneos.

Em primeiro lugar, ela me diz que acredita estar ajudando a Rússia a derrotar a Ucrânia e,bet365 mais de 2.5 golssegundo, pensa que isso ajudará a proteger abet365 mais de 2.5 golsprópria estabilidade financeira.

Ela mora sozinha e trabalha meio período como professorabet365 mais de 2.5 golshumanidades, dependendo muitobet365 mais de 2.5 golssuas economias.

Mas Korobkova teme que a Rússia acabe pagando reparações se o conflito seguir o caminho da Ucrânia e que isso possa afetar as finançasbet365 mais de 2.5 golstodo o país ebet365 mais de 2.5 golstodos que vivem nele.

"Todos aqueles que se opõem à operação militar especial são rivais do meu próprio bem-estar", explica ela, prevendo que uma vitória da Ucrânia seria uma perda para ela. "Eu poderia perder todas as minhas economias e teria que conseguir um empregobet365 mais de 2.5 golstempo integral."

Desde que as novas leisbet365 mais de 2.5 golscensura foram introduzidas, maisbet365 mais de 2.5 gols8 mil processos foram abertos contra pessoas por desacreditarem o Exército, segundo o grupo russo independentebet365 mais de 2.5 golsdireitos humanos, OVD-Info.

Alvos

Korobkova denuncia principalmente pessoas que falam com a imprensa, especialmente aquelas que aparecembet365 mais de 2.5 golsmeiosbet365 mais de 2.5 golscomunicação internacionais, como a BBC. Um dos alvosbet365 mais de 2.5 golsKorobkova é a antropóloga Aleksandra Arkhipova.

"Ela me denunciou sete vezes", diz Arkhipova. "Escrever denúncias é a forma delabet365 mais de 2.5 golsinteragir com as autoridades. Ela considera issobet365 mais de 2.5 golsmissão".

"Ela encontrou o seu nicho. As denúncias dela silenciam os especialistasbet365 mais de 2.5 golsforma bastante eficaz", acrescenta Arkhipova, que está agora no exílio e pensa que as açõesbet365 mais de 2.5 golsKorobkova poderiam ter contribuído para que ela fosse rotulada como agente estrangeira pelo Estado russobet365 mais de 2.5 golsmaio.

"Amigos meus que ela denunciou agora se recusam a fazer comentários a qualquer veículobet365 mais de 2.5 golsimprensa. Então, pode-se dizer que ela teve sucesso. Missão cumprida."

Outro alvo foi uma professorabet365 mais de 2.5 golsMoscou chamada Tatiana Chervenko.

Quando a Rússia introduziu aulasbet365 mais de 2.5 golspatriotismobet365 mais de 2.5 golssetembrobet365 mais de 2.5 gols2022, Chervenko decidiu ensinar matemática, disse ela à TV Rain, o último canal independente da Rússia, que foi fechado pelo governo e agora tem sede na Holanda.

Como resultado, Korobkova, que viu a entrevista na televisão, começou a fazer denúncias contra Chervenko. Ela fez a denúncia ao superior dela, ao departamentobet365 mais de 2.5 golseducaçãobet365 mais de 2.5 golsMoscou e ao comissário russo dos direitos da criança.

Chervenko foi posteriormente demitidabet365 mais de 2.5 golsdezembrobet365 mais de 2.5 gols2022.

Korobkova não demonstra remorso pelas ações dela. Em vez disso, mantém orgulhosamente uma basebet365 mais de 2.5 golsdadosbet365 mais de 2.5 golspessoas que denunciou, incluindo as consequências.

Ela afirma que, após suas denúncias, seis pessoas foram demitidasbet365 mais de 2.5 golsseus empregos e 15 foram alvobet365 mais de 2.5 golsprocessos administrativos e multas.

'Acertobet365 mais de 2.5 golscontas'

Embora Korobkova insista que tem como alvo aqueles que acredita serem inimigos do Estado, outras pessoas disseram à BBC que as denúncias também estão sendo usadas na Rússia para "acertobet365 mais de 2.5 golscontas".

O pescador Yaroslav Levchenko é natural da Penínsulabet365 mais de 2.5 golsKamchatka, no extremo leste da Rússia, conhecida não apenas pelas suas paisagens vulcânicas e vida selvagem extraordinária, mas também porbet365 mais de 2.5 golsgrande presença militar. Muitas pessoas nesta região são apoiadores do presidente russo Vladimir Putin, incluindo os colegasbet365 mais de 2.5 golsLevchenko.

Em fevereirobet365 mais de 2.5 gols2023, o naviobet365 mais de 2.5 golsLevchenko atracou no portobet365 mais de 2.5 golsKamchatka após uma viagembet365 mais de 2.5 golspescabet365 mais de 2.5 golsum mês. Ele conta que um colega pescador o ofereceu uma bebida alcoólica, que ele recusou. Ele acredita que o homem já possuía um ressentimento contra ele e ambos acabaram discutindo.

Levchenko explica que foi atingido por uma garrafada na cabeça e, mais tarde, acordou no hospital.

Levchenko diz que quando recebeu alta e foi a uma delegaciabet365 mais de 2.5 golspolícia para fazer uma denúncia, ficou horrorizado ao saber que foi ele quem foi denunciado — não por agressão, mas por ter opiniões anti-guerra. Ele afirma que a polícia lhe disse que não havia provas suficientes para apresentar acusações criminais contra o colega dele.

Levchenko foi preso no dia 13bet365 mais de 2.5 golsjulho. Segundo documentos judiciais aos quais a BBC teve acesso, ele é acusadobet365 mais de 2.5 golsjustificar o terrorismo, acusações que nega, e está detido enquanto aguarda julgamento.

A única formabet365 mais de 2.5 golscontarbet365 mais de 2.5 golshistória à BBC é por meiobet365 mais de 2.5 golscartas, entregues pelo advogado dele.

"Os investigadores estatais afirmam que usei força física contra outros marinheiros… expressando intençõesbet365 mais de 2.5 golsparticipar das hostilidades contra a Federação Russa", escreve Levchenko.

Os amigosbet365 mais de 2.5 golsLevchenko consideram que a denúncia contra ele foi feita para desviar a atenção da polícia do ataque contra ele e do fatobet365 mais de 2.5 golso álcool estar sendo consumido a bordobet365 mais de 2.5 golsum navio, o que era proibido.

"Eu só quero voltar para casa", diz Levchenko. "O céu é visível da minha cela, atravésbet365 mais de 2.5 golsvárias fileirasbet365 mais de 2.5 golsgrades, e é insuportável", escreve elebet365 mais de 2.5 golsuma carta ao amigo que foi compartilhada com a BBC.

'Cobranças sem fim'

A polícia russa reconheceu que tem sido inundada com denúncias desde o início da guerra.

Autoridades disseram à BBC anonimamente que estão gastando muito tempo investigando e revisando "intermináveis acusações sobre a discretização do Exército".

"As pessoas estão sempre procurando uma desculpa para denunciar alguém pela 'operação militar especial'", disse um policial recém-aposentado à BBC, acrescentando: "Sempre que algo real surge, não há ninguém para investigar. Mas todo mundo foi checar uma denúnciabet365 mais de 2.5 golsalguma avó que viu uma cortina que parecia a bandeira ucraniana."

Com os repetidos apelos do presidente Putin para "punir os traidores" e o fim da guerra na Ucrânia ainda não à vista, delatoresbet365 mais de 2.5 golssérie como Korobkova não mostram nenhum sinalbet365 mais de 2.5 golsquererem pararbet365 mais de 2.5 golsreportar seus conterrâneos.

"Vou continuar escrevendo denúncias", escreve ela num e-mail à BBC, acrescentando: "Tenho muito trabalho a fazer".