O que está por trás da aliança entre China e Rússia :bonus 100 euros zebet

Vladimir Putin e Xi Jinping fazem brinde durante encontrobonus 100 euros zebetMoscou

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Legenda da foto, Vladimir Putin e Xi Jinping se reunirambonus 100 euros zebetMoscou nesta semana

A BBC News Brasil conversou com especialistasbonus 100 euros zebetpolítica chinesa e russabonus 100 euros zebetdiferentes partes do globo e que veem o momento atual sob perspectivas distintas para identificar quais são os interesses e visõesbonus 100 euros zebetcomum que aproximam Moscou e Pequim.

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Legenda do vídeo, A ideologia e a estratégia por trás dos laços entre China e Rússia

Interesses econômicos ebonus 100 euros zebetsegurança

Segundo analistas, acimabonus 100 euros zebettudo essa é uma parceria pragmática, que busca o benefício mútuo.

Após a invasão à Ucrânia, Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e outras nações aliadas impuseram sanções restritas à Rússia - proibindo as importaçõesbonus 100 euros zebetpetróleo e as exportaçõesbonus 100 euros zebetprodutosbonus 100 euros zebetalta tecnologia.

Com isso, o comércio desses países com os russos caiu exponencialmente ao longobonus 100 euros zebet2022 e a China se solidificou como o parceiro comercial mais importante da Rússia.

O comércio bilateral entre os dois parceiros atingiu um nível recordebonus 100 euros zebet2022, chegando a 190 bilhõesbonus 100 euros zebetdólares. Ou seja, um aumentobonus 100 euros zebet30%bonus 100 euros zebetrelação ao ano anterior.

Além disso, quase metadebonus 100 euros zebettodas as receitas anuais do governo russo vem do petróleo e gás, e as vendas para os países da União Europeia despencaram com as sanções.

Mas uma parte significativa desse déficit foi compensada com o aumento das vendas para a Ásia - e para a China.

Canteirobonus 100 euros zebetobrasbonus 100 euros zebetnovo gasoduto entre China e Rússia na cidadebonus 100 euros zebetQutang,  no leste chinês

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A Rússia exportou duas vezes mais gásbonus 100 euros zebetcozinha e 50% a maisbonus 100 euros zebetgás natural para a Chinabonus 100 euros zebet2022 do que no ano anterior. Há ainda projetosbonus 100 euros zebetlongo prazo para expandir os laços e construir um novo gasoduto para ligar os dois territórios.

Para além da economia, também há cooperaçãobonus 100 euros zebettermosbonus 100 euros zebetsegurança, segundo analistas.

A China não só compartilha uma fronteirabonus 100 euros zebetmaisbonus 100 euros zebet4 mil quilômetros com a Rússia, como também faz divisa com outras ex-repúblicas soviéticas sob a influênciabonus 100 euros zebetMoscou, como o Cazaquistão, o Quirguistão e o Tajiquistão. E estrategicamente, Pequim não quer instabilidadebonus 100 euros zebetsuas fronteiras.

Mas a grande questão neste momentobonus 100 euros zebetrelação ao conflito na Ucrânia é se a China, o quarto maior exportadorbonus 100 euros zebetarmas do mundo, vai enviar ajuda bélica para a Rússia.

Até agora, o governo chinês não forneceu equipamentos letais à Rússia, mas os Estados Unidos acreditam que essa é uma possibilidade no futuro.

Siemon Wezeman, do Instituto Internacionalbonus 100 euros zebetEstocolmo para Estudos da Paz, disse à BBC que a China está fabricando material bélico cada vez mais sofisticado, como por exemplo drones, que podem interessar à Rússia. Porém até o momento não há provasbonus 100 euros zebetenviobonus 100 euros zebetarmas.

Visãobonus 100 euros zebetmundo e oposição ao Ocidente

Mas a ligação não para por aí. Segundo os especialistas consultados pela reportagem, uma posição similar sobre o Ocidente e o futuro da ordem mundial, alémbonus 100 euros zebetvisõesbonus 100 euros zebetmundo semelhantes, também unem as duas potências.

Para eles, existe uma vaga similaridade nos valores enaltecidos por ambos os governos e -bonus 100 euros zebetparte - pelas sociedades.

Xi Jinping e Vladimir Putinbonus 100 euros zebetMoscou

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Legenda da foto, No encontrobonus 100 euros zebetMoscou, Xi e Putin descreveram a si mesmos como 'queridos amigos'

O pesquisador e professor da American University, Joseph Torigian, estuda a trajetória política desses dois países e as estratégiasbonus 100 euros zebetseus governos. Segundo ele, vigorabonus 100 euros zebetambos "uma forma diferentebonus 100 euros zebetolhar para o mundo, que coloca mais ênfase no poder do Estado ebonus 100 euros zebetvalores sociais conservadores".

Ambos os governos também possuem tendências autocráticas,bonus 100 euros zebetoposição ao modelobonus 100 euros zebetdemocracia ocidental, diz Torigian.

Mas esses valores ou ideologias têm origens distintas nos dois países e são difundidos e aplicadosbonus 100 euros zebetformas ebonus 100 euros zebetintensidades diferentes. No passado, inclusive, China e União Soviética tiveram conflitosbonus 100 euros zebetrelação aos seus modelosbonus 100 euros zebetcomunismo.

O professor e pesquisador chinês Yingjie Guo, da Universidadebonus 100 euros zebetSidney, explica que o governo chinês afirma se guiar pelas ideologias do comunismo e marxismo, mas que na prática o desenvolvimento econômico muitas vezes é colocadobonus 100 euros zebetprimeiro lugar.

"O Partido Comunista estabelece como objetivo o comunismo e continua a dizer que é guiado pelo marxismo (...). No entanto, não tem pressabonus 100 euros zebetavançar para o comunismo ou mesmo para estágios mais avançados do socialismo. Pelo contrário, o socialismo chinês voltou a um estágio inicial,bonus 100 euros zebetque as relaçõesbonus 100 euros zebetprodução não socialistas, incluindo a propriedade privada, são permitidas."

Além disso, segundo o cientista político e historiador Rana Mitter, da Universidadebonus 100 euros zebetOxford, o pensamento político chinês atual também tem muitas influências do Confucionismo, uma doutrina que vem sendo retomada por Xi Jinping.

"Essa filosofia tradicional chinesa traz elementos a respeito da hierarquia e do relacionamento entre as pessoas e países", explica.

O ex-primeiro-ministro da China Li Pengbonus 100 euros zebetencontro com o antigo líder soviético Mikhail Gorbatchevbonus 100 euros zebetPequimbonus 100 euros zebet1989

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Legenda da foto, Passado conflituoso: o ex-primeiro-ministro da China Li Pengbonus 100 euros zebetencontro com o antigo líder soviético Mikhail Gorbatchevbonus 100 euros zebetPequimbonus 100 euros zebet1989

Já no caso da Rússia, apesar do passado soviético comunista, as influências ideológicas atuais são totalmente diferentes, alémbonus 100 euros zebetmais dispersas e difíceisbonus 100 euros zebetserem identificadas.

"A filosofia do governo Putin atualmente está diretamente ligada ao nacionalismo, mas mais ainda ao imperialismo e a um sentimentobonus 100 euros zebetsuperioridade (combinado com um sentimentobonus 100 euros zebetressentimento) da nação russa. (...) É basicamente um conjunto completobonus 100 euros zebetideologias clássicas da extrema direita", definiu o pesquisador e jornalista russo Andrei Kolesnikov, membro do think tank Carnegie Endowment for International Peace.

Pesquisador e professor da Universidade Federal do Sul, na Rússia, Victor Apryshchenko afirma ainda que esse discurso nacionalista está presente não só nas declaraçõesbonus 100 euros zebetoficiais do governo, mas também nas escolas, na produção cultural controlada pelo Estado e nas redes sociais.

"Creio que a principal explicação para esse renascimento do nacionalismo atualmente é o trauma que a Rússia e a população russa enfrentaram após o colapso da União Soviética. Me parece que desde 1991 há um esforço interno e externo para tentar retomar a posição anterior", diz.

Mas o ponto que une os dois países é justamente como os seus valores se contrapõem aos ditos ocidentais,bonus 100 euros zebetespecial quando se trata da defesa da democracia como o melhor modelobonus 100 euros zebetgoverno e da definiçãobonus 100 euros zebetdireitos humanos e outros conceitos.

"A oposição ao modelo ocidental certamente ajuda a unir os dois países", afirma Andrew Mertha, diretor do programabonus 100 euros zebetestudos sobre a China da Universidade Johns Hopkins, nos EUA.

Segundo analistas, Rússia e China não estão necessariamente tentando impor seu modobonus 100 euros zebetver a realidade ao resto do mundo, como fizeram durante a Guerra Fria, mas temem justamente o que acreditam ser uma tentativa do Ocidentebonus 100 euros zebetfazer isso com seus próprios valores.

Segundo Vicente Ferraro Jr, cientista político e pesquisador do Laboratóriobonus 100 euros zebetEstudos da Ásia da Universidadebonus 100 euros zebetSão Paulo (USP), esse é um dos principais componentes políticos da relação hoje.

"Ambos contestambonus 100 euros zebetparte o liberalismo político e acusam o Ocidentebonus 100 euros zebettentar 'exportar' seus modelos políticos,bonus 100 euros zebetmaneira inapropriada, a outras sociedades e contextos culturais. O liberalismo político e, indiretamente, a democracia representativa são apresentados por ambas não como valores universais, mas como construções do Ocidente instrumentalizadas para fins geopolíticos", diz.

Existem, por exemplo, vozes que defendem a ideiabonus 100 euros zebetque os conceitosbonus 100 euros zebetdemocracia e direitos propostos pelos Estados Unidos e pela Europa na verdade são apenas uma formabonus 100 euros zebetmanipular os demais paísesbonus 100 euros zebetfavorbonus 100 euros zebetseus interesses.

Em outras palavras, Moscou e Pequim compartilham da ideiabonus 100 euros zebetque a ordem internacional liderada pelo Ocidente e por suas regras é uma ameaça tanto para a China quanto para a Rússia.

Segundo os especialistas, isso fica claro tanto nos discursosbonus 100 euros zebetque Putin acusa a Otanbonus 100 euros zebetexpandir seus interesses além do seu próprio território, quanto quando Xi Jinping critica a busca dos Estados Unidos por aliados na região da Ásia-Pacífico.

"Trata-sebonus 100 euros zebetuma aliança contra um adversário comum, baseada principalmente na ideiabonus 100 euros zebetque os Estados Unidos estão usando seu poder militar livremente e amplamentebonus 100 euros zebettodo o mundo e que isso não pode continuar", definiu o russo Mikhail Alexseev, professor da Universidade Estadualbonus 100 euros zebetSan Diego.

Para ele, sem essa percepção comum sobre o Ocidente, a estrutura da parceria entre Rússia e China pode desabar.

Uma parceria 'sem limites'?

Mas há quem questione se essa aliança é,bonus 100 euros zebetfato, ilimitada, como os dois governos definirambonus 100 euros zebetum comunicado conjunto emitido pouco antes da invasão da Ucrânia.

Soldado na Ucrânia

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Legenda da foto, China poderia abandonar a parceria caso a Rússia vá longe demais embonus 100 euros zebetempreitada na Ucrânia, dizem especialistas

As diferenças ideológicas, que existem apesar das visõesbonus 100 euros zebetmundo semelhantes, podem se tornar um problemabonus 100 euros zebetalgum momento, segundo especialistas consultados pela BBC Brasil.

Os precedentes estabelecidos no passado também não são dos melhores. Em marçobonus 100 euros zebet1969, as tropas da China e da antiga União Soviética (URSS) se enfrentaram numa batalha que durou meses e marcou por maisbonus 100 euros zebetduas décadas as relações entre os dois países.

Os analistas afirmam ainda que a China pode abandonar a parceria caso a Rússia vá longe demais embonus 100 euros zebetempreitada na Ucrânia, por exemplo utilizando armas nucleares. Ou então caso uma cooperação mais vantajosa economicamente se apresente no futuro.

A professora Alexandra Vacroux, da Universidadebonus 100 euros zebetHarvard, definiu da seguinte maneira: "É uma espéciebonus 100 euros zebetcasamento por conveniência, mas não existe amorbonus 100 euros zebetverdade".

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