100 anos do grande terremotocomo bloquear sites de apostas no celularTóquio: as fake news que aumentaram mortes :como bloquear sites de apostas no celular

Na ausênciacomo bloquear sites de apostas no celularinformações confiáveis ecomo bloquear sites de apostas no celularmedidascomo bloquear sites de apostas no celularsocorro eficazes, reinaram o pânico e a confusão nos dias que se seguiram ao Grande Terremoto.

Também a partircomo bloquear sites de apostas no celularboatos, a polícia emitiu alertas para a população tomar cuidado com coreanos “que estariam planejando crimes violentos e motins, tirando partido da situação caótica”.

De acordo com relatório divulgadocomo bloquear sites de apostas no celular2008 pelo Comitê Especial formado para estudar as lições aprendidas com o Grande Terremotocomo bloquear sites de apostas no celular1923, o númerocomo bloquear sites de apostas no celularvítimas varia conforme as fontes, podendo chegar a 6.644 pessoas mortas.

Quase todos eram coreanos, havendo ainda chineses e japoneses confundidos com eles.

Muitas das vítimas nipônicas vinhamcomo bloquear sites de apostas no celularprovíncias distantes da capital Tóquio e falavam o dialeto natal, incompreensível para os moradores locais, ou então pertenciam ao grupo discriminado buraku (áreas onde viviam pessoas consideradas impuras durante o período Edo).

Para ocultar suas origens, essas pessoas procuravam vestir roupas japonesas e pronunciar corretamente termos como juugo en (15 ienes) e gojuu sen (50 centavos).

Um livro escrito a partir da curiosidadecomo bloquear sites de apostas no celularYayoi Tsujino, uma donacomo bloquear sites de apostas no celularcasa amantecomo bloquear sites de apostas no celularhistória, relata um dos incidentes ocorrido como resultado do caos, discriminação e boatos. O Incidente na Vila Fukuda: A Tragédia Desconhecida conta o ocorrido na vila Fukuda (atual cidadecomo bloquear sites de apostas no celularNoda,como bloquear sites de apostas no celularChiba), cinco dias depois do Grande Terremotocomo bloquear sites de apostas no celularKanto.

Um grupocomo bloquear sites de apostas no celular15 vendedores ambulantes vindos da provínciacomo bloquear sites de apostas no celularKagawa (sul do Japão) descansavacomo bloquear sites de apostas no celularum santuário, quando foi cercado por vigilantes e aldeões.

Ao ouvirem o dialeto sanuki (típico da regiãocomo bloquear sites de apostas no celularKagawa), eles presumiram que fossem coreanos. Nove pessoas foram mortas, sendo três criançascomo bloquear sites de apostas no celular2 a 6 anos e uma mulher grávida, e os corpos foram lançados no rio.

Oito membros do grupocomo bloquear sites de apostas no celularvigilantes foram presos e condenados a dois a dez anoscomo bloquear sites de apostas no celularprisão, mas posteriormente libertados com perdão após a ascensão do Imperador Showa ao trono (em 1926).

Embora o incidente tenha sido noticiado nos jornais da época, ele ficou esquecido por muito tempo, aparecendo depoiscomo bloquear sites de apostas no celularum artigo publicado por um jornalcomo bloquear sites de apostas no celular1986.

Masahiro Ichikawa trabalhava na prefeituracomo bloquear sites de apostas no celularNoda quando soube do incidente, e desde então trabalha para que essa história não seja esquecida.

“Só podemos pensar no futuro se não nos esquecermos do passado, seja ele positivo ou negativo”, diz Ichikawacomo bloquear sites de apostas no celularentrevista à BBC News Brasil.

Funcionário público aposentado, Ichikawa lidera o grupo que trabalhoucomo bloquear sites de apostas no celularconjunto com o lado das vítimas da provínciacomo bloquear sites de apostas no celularKagawa, e juntos levantaramcomo bloquear sites de apostas no celular2003, um monumento fúnebrecomo bloquear sites de apostas no celularmemória às vítimas do incidente na vila Fukuda. Lamenta que apenas cem anos depois do caso tenha havido o pronunciamento oficialcomo bloquear sites de apostas no celularuma autoridade local.

Em junho deste ano, pela primeira vez, o prefeito da cidadecomo bloquear sites de apostas no celularNoda, Yu Suzuki, discursou sobre o tema e manifestou as condolências às famílias das vítimas.

Para Ichikawa, o incidente foi frutocomo bloquear sites de apostas no celulardois tiposcomo bloquear sites de apostas no celulardiscriminação, a étnica e a ocupacional.

“Na época, o Japão prosseguia com a colonização, então tentava justificar os massacres como atos nascidos do patriotismo. Também o ambiente incentivava o preconceito a certas ocupações, com cartazescomo bloquear sites de apostas no celularprevenção ao crime dizendo, por exemplo: 'se você vir um vendedor ambulante suspeito, chame a polícia'. Tudo isso estava profundamente enraizado na sociedade”.

Segundo Ichikawa, a discriminação que havia 100 anos atrás continua presente sob a formacomo bloquear sites de apostas no celulardiscursocomo bloquear sites de apostas no celularódio. O incidente na vila Fukuda não é sobre ter matado japoneses por engano, mas terem assassinado aquelas nove vítimas e outras milharescomo bloquear sites de apostas no celularpessoas, independentementecomo bloquear sites de apostas no celularsuas origens.

“O monumento tem um grande significado na defesacomo bloquear sites de apostas no celularuma sociedade livrecomo bloquear sites de apostas no celulardiscriminação e que respeita os direitos humanos.''

Yayoi Tsujino, a autora do livro Incidente na Vila Fukuda, compartilha esse pensamento ao escrever no prefácio: “Nem o incidente na Vilacomo bloquear sites de apostas no celularFukuda, nem o massacrecomo bloquear sites de apostas no celularcoreanos podem ser descartados como acontecimentos infelizes do passado.”

Livro virou filme

No dia que marca o centenário do Grande Terremotocomo bloquear sites de apostas no celularKanto, estreou no país o filme Incidente na Vila Fukuda, baseado no livro publicado por Tsujino.

O diretor Tatsuya Mori é conhecido pela produçãocomo bloquear sites de apostas no celulardocumentários com temas sociais, e decidiu filmar seu primeiro longa para mostrar que a história está ligada ao presente.

“O incidente mostra quão fácil e perigosamente uma multidão pode acabar matando outras pessoas se forem influenciadas por rumores infundados durante situaçõescomo bloquear sites de apostas no celularemergência”, disse Moricomo bloquear sites de apostas no celularuma das entrevistas para divulgação do filme.

O desafio, segundo ele, foi tentar retratar cuidadosamente por que e como os assassinatos ocorreram “para não repetirmos o mesmo erro, precisamente porque vivemos numa época como esta”.

Na opinião do professor Angelo Ishi, do Departamentocomo bloquear sites de apostas no celularMídia e Sociologia da Universidadecomo bloquear sites de apostas no celularMusashi,como bloquear sites de apostas no celularTóquio, é improvável a repetiçãocomo bloquear sites de apostas no celularuma chacina nos mesmos moldes.

“Nos tempos atuais, temos a nosso favor um fator que inexistia naquela época: os esforços individuais e coletivoscomo bloquear sites de apostas no celularchecagemcomo bloquear sites de apostas no celularfatos. Hoje é possível encontrar sempre vozes questionando e alertando para as fake news e boatos”.

No entanto, afirma que, se formos pensarcomo bloquear sites de apostas no celular“atos hostis no geral”, com certeza o risco é grande.

Ele afirma que o maior problema nesta eracomo bloquear sites de apostas no celularinfluenciadores digitais ecomo bloquear sites de apostas no celularredes sociais não é necessariamente o fácil acesso às informações e desinformações.

“Mais do que isso, preocupa-me a facilidade com que o difusorcomo bloquear sites de apostas no celularfakes e boatos consegue encontrar alguém (mesmo distante geograficamente) que concorda com suas ideias. Ficou mais rápido para avançar nas etapas que desembocam na incitaçãocomo bloquear sites de apostas no celularatos violentos e discriminatórios, e mais fácil arregimentar parceiros.”

Em 2016, foi promulgada a Leicomo bloquear sites de apostas no celularEliminação do Discursocomo bloquear sites de apostas no celularÓdio no Japão, incluindo propagandacomo bloquear sites de apostas no celularrua, distribuição onlinecomo bloquear sites de apostas no celularvídeos e publicações.

“Fala-se muitocomo bloquear sites de apostas no celularmulticulturalismo nos dias atuais, mas isso tem que ser verdadeiro”, diz Ichikawa.

Treinamentos

De acordo com cientistas, a probabilidade do próximo grande terremoto acontecer no Japão até o anocomo bloquear sites de apostas no celular2050 écomo bloquear sites de apostas no celular70%.

Apesar dos preparativos para tentar reduzir o númerocomo bloquear sites de apostas no celularvítimas desse tipocomo bloquear sites de apostas no celulardesastre, a presença cada vez maiorcomo bloquear sites de apostas no celularestrangeiros tem preocupado autoridades nesse contexto. Além da barreira da línguacomo bloquear sites de apostas no celularalguns casos, há a questão do controlecomo bloquear sites de apostas no celularinformações falsas e rumores para evitar o caos.

Segundo a Agênciacomo bloquear sites de apostas no celularServiçoscomo bloquear sites de apostas no celularImigração, no ano passado o númerocomo bloquear sites de apostas no celularestrangeiros residentes no Japão chegou a 3,07 milhõescomo bloquear sites de apostas no celularpessoas (pouco maiscomo bloquear sites de apostas no celular2% da população do país), e deverá alcançar 9,39 milhõescomo bloquear sites de apostas no celular2070 (10,8%).

Desde 1960, 1ºcomo bloquear sites de apostas no celularsetembro foi fixado como o Dia da Prevenção contra Desastres e se tornou o pontocomo bloquear sites de apostas no celularpartida para divulgar medidascomo bloquear sites de apostas no celularcombate a desastres naturais no Japão.

Na primeira semana do mês, conhecida como bosai shuukan, são realizados treinamentos e visitas guiadas voltadas para crianças e adultoscomo bloquear sites de apostas no celulartodo o país.

Na escola brasileira TS Recreação,como bloquear sites de apostas no celularKamisato (Saitama), a diretora Carmem Yasue costuma realizar treinamentos periódicos com todos os cem alunos do ensino fundamental e médio, e outros com periodicidade mensal para as 54 crianças da creche, alémcomo bloquear sites de apostas no celularreceber a visitacomo bloquear sites de apostas no celularbombeiros uma vez por ano.

Essas atividades estão incluídas na programação escolar, mas para reforçar as medidas, a diretora faz treinamentos surpresas, com conhecimento apenas da coordenadora da creche. “Ninguém sabe quando virá um terremoto, então temos que saber como proceder diante do imprevisto”, diz.

As crianças aprendem que, no primeiro momento, é preciso se esconder debaixo da carteira ou uma mesa qualquer, e proteger a cabeça com capacete ou capuz próprio para isso.

“Não importacomo bloquear sites de apostas no celularnacionalidade ou o idioma que fale, as medidas são para todos. Cada um precisa saber se proteger por si.”

Entre as lições aprendidas com a respostacomo bloquear sites de apostas no celularemergência ao Grande Terremotocomo bloquear sites de apostas no celularKanto, o relatório do governo diz que aquele foi um desastre que excedeu as expectativas das pessoas na época, e os danos foram generalizados porque a preparação para desastres foi negligenciada devido ao excessocomo bloquear sites de apostas no celularconfiança no progresso tecnológico.

Durante os primeiros três dias, ninguém conseguiu compreender a extensão total do desastre devido à escala dos danos e à interrupção das comunicações, e surgiu confusão devido aos fracos esforçoscomo bloquear sites de apostas no celularsocorro e aos rumores.

Nos treinamentos atuais, além das medidas, o governo tem reforçado a importânciacomo bloquear sites de apostas no celularsaber reconhecer o que é verdade e o que é rumor.

E, como reforça Ichikawa, conhecer Direitos Humanos também ajuda a minimizar perdas.