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Como mudanças climáticas estão alterando comportamento, reprodução e tamanhocomo ver a aposta no pixbetanimais :como ver a aposta no pixbet
Contudo, os impactos negativos sobre as abelhas não ocorrem apenas por faltacomo ver a aposta no pixbetalimento. Pesquisas mostram que o aumentocomo ver a aposta no pixbettemperatura também está provocando deformações nas asascomo ver a aposta no pixbetalgumas espécies. "Em decorrência do estresse causado pelas mudanças climáticas temos comprovação que algumas abelhas nascem com uma asa maior que a outra."
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Diferentemente dos seres humanos, que conseguem controlar a temperatura do corpo, por serem seres endotérmicos, a temperatura das abelhas equivale à do ambientecomo ver a aposta no pixbetque estão inseridas mais a que produzem ao bater as asas. "Para se ter uma ideia, uma abelha bate,como ver a aposta no pixbetmédia, 250 vezes as asas por segundo", apontou Michael.
Assim, se uma abelha estácomo ver a aposta no pixbetum ambiente a 30 graus, ao bater as asas, o seu músculo ativo fazcomo ver a aposta no pixbettemperatura corporal chegar a até 42 graus. O problema é que a elevação da temperatura alémcomo ver a aposta no pixbetprovocar um superaquecimento também ocasiona impactos cognitivos.
"Estudos revelam que algumas espéciescomo ver a aposta no pixbetabelhas estão perdendo a capacidadecomo ver a aposta no pixbetcognição, como reconhecer uma flor ou o caminhocomo ver a aposta no pixbetvolta para colônia, por exemplo, por conta da elevação da temperatura", ressaltou o pesquisador da USP.
O desaparecimentocomo ver a aposta no pixbetabelhas pode provocar um efeitocomo ver a aposta no pixbetcascata. Isso porque é através do seu trabalhocomo ver a aposta no pixbetpolinização que muitas sementes surgem e flores sobrevivem.
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Mais fêmeas do que machos
Quem também é impactado diretamente pelas mudanças do clima são os quelônios - tartarugas marinhas ecomo ver a aposta no pixbetágua doce.
Diferentementecomo ver a aposta no pixbetoutros animais, elas dependemcomo ver a aposta no pixbetum fator externo para que o sexo do filhote seja determinado.
É a temperatura da areia onde os ovos são colocados que vai estabelecer se nascerá uma fêmea ou um macho. Em regra, temperaturas altas (acimacomo ver a aposta no pixbet30 graus) produzem mais fêmeas; temperaturas mais baixas (abaixocomo ver a aposta no pixbet29 graus) produzem mais machos.
"Entretanto, quando temos aumento da temperatura passamos a ter uma tendênciacomo ver a aposta no pixbetgeração apenascomo ver a aposta no pixbetfilhotes do sexo feminino. Isso provoca um desequilíbrio demográfico da espécie", afirmou Fernanda Werneck, especialistacomo ver a aposta no pixbetanfíbios e répteis do Instituto Nacionalcomo ver a aposta no pixbetPesquisa da Amazônia (Inpa).
Além disso, pela reprodução dos quelônios ser sexuada - macho transfere os espermatozoides para dentro do corpo da fêmea. A diminuiçãocomo ver a aposta no pixbetindivíduos do sexo masculino provoca uma queda abrupta no númerocomo ver a aposta no pixbetexemplares da espécie, antes mesmo do processocomo ver a aposta no pixbetconfecção dos ninhos.
Anfíbios diminuemcomo ver a aposta no pixbettamanho
Outros animais impactados pelas mudanças do clima são os anfíbios, como sapos, rãs e pererecas. Com o aumento da temperatura, espécies estão mais suscetíveis às infeções do fungo quitrídio - Batrachochytrium dendrobatidis -, responsável por declínioscomo ver a aposta no pixbetdiversas espéciescomo ver a aposta no pixbetanuros, no passado.
O coordenador do Laboratóriocomo ver a aposta no pixbetHerpetologia e Comportamento Animal da Universidade Federalcomo ver a aposta no pixbetGoiás (UFG), Rogério Pereira Bastos, aponta que a diminuiçãocomo ver a aposta no pixbetlocais apropriados para reprodução (corpos d’água), que estão ficando secos ou escassos, está fazendo com que algumas espécies diminuamcomo ver a aposta no pixbettamanho.
"Como o período seco tende a ficar maior, os anfíbios terão menor disponibilidadecomo ver a aposta no pixbetpresas para se alimentarem. Assim, eles chegarão à fase adulta com tamanho menor."
O problema é que o tamanho dos anfíbios influencia na vocalização do macho – mecanismo utilizado para atrair as fêmeas. Assim, as mudanças climáticas também estão alterando a reproduçãocomo ver a aposta no pixbetalgumas espéciescomo ver a aposta no pixbetanfíbios.
"Machos menores têm vocalizações mais agudas (frequências maiores) e machos maiores têm vocalização mais grave (frequências menores). Como a mudança climática está ocorrendocomo ver a aposta no pixbetperíodocomo ver a aposta no pixbettempo pequeno, será que o sistema auditivo das fêmeas ainda conseguirá reconhecer as vocalizações dos machoscomo ver a aposta no pixbetsuas espécies?", questionou o pesquisador.
Um estudo sobre a perereca Boana goiana, encontrada na Floresta Nacional da Silvânia (GO), mostrou que,como ver a aposta no pixbetquase duas décadas, características do canto da espécie diminuíram à medida que a quantidadecomo ver a aposta no pixbetrecursos naturais reduziu na floresta.
"Já temos modelos que preveem como será a destruição geográfica dos anfíbios daqui a 50 anos. Nesta nova distribuição, teremos unidadescomo ver a aposta no pixbetconservação? O que se vê é que não teremos. Então, seria interessante criar unidadescomo ver a aposta no pixbetconservação nas áreas que serão mais adequadas para os anfíbios. Assim, poderemos conservar mais espécies, criando uma redecomo ver a aposta no pixbetproteção", defendeu Rogério.
Lagarto aumentacomo ver a aposta no pixbettamanho
Ao mesmo tempo que existem espécies que estão diminuindocomo ver a aposta no pixbettamanho, por conta das mudanças do clima, outras estão aumentando. É o que revela um estudo publicado no periódico científico Biological Journal of the Linnean Society, que comparou amostras do lagarto sul-americano Tropidurus torquatus, da décadacomo ver a aposta no pixbet1960 com ascomo ver a aposta no pixbet2012.
Segundo a pesquisa, o aumentocomo ver a aposta no pixbetaproximadamente dois graus na temperatura nas últimas décadas, fez com que essa espéciecomo ver a aposta no pixbetlagarto atinja o tamanho adulto mínimo dois anos antes.
"Com as técnicas usadas, soubemos que, emm 1960, lagartos se tornavam sexualmente maduros por volta dos 5 anoscomo ver a aposta no pixbetlocais mais urbanos, e por volta dos 6 ou 7 anoscomo ver a aposta no pixbetlocaiscomo ver a aposta no pixbetfloresta. No presente, a maturidade acontece ao menos dois anos antes. Se assumimos expectativascomo ver a aposta no pixbetvida similares, uma possibilidade é que o períodocomo ver a aposta no pixbetreprodução tenha sido acelerado", apontou Carlos Navas, professor do Institutocomo ver a aposta no pixbetBiociências da Universidadecomo ver a aposta no pixbetSão Paulo (USP).
Para chegar à conclusão, que o aumentocomo ver a aposta no pixbettemperatura pode ter influenciado no tamanho do lagarto sul-americano Tropidurus torquatus, os cientistas tomaram por base um estudo similar feito com uma espéciecomo ver a aposta no pixbetgeco - Homonota darwinii - da Patagônia argentina.
"Nele, encontramos que animais coletadoscomo ver a aposta no pixbetlocais mais frios atingiam a maturidade sexual um ano mais tarde", apontou Navas.
Mais vulneráveis
Carla Piantoni, cientista da Universidade do Havaí,como ver a aposta no pixbetManoa (EUA), que também participou da pesquisa, ressalta que o fato dos lagartos serem animais ectotérmicos, ou seja,como ver a aposta no pixbettemperatura não é regulada diretamente pelo metabolismo, como acontece nos mamíferos, os deixa ainda mais vulneráveis ao aumento da temperatura provocado pelas mudanças climáticas.
"Muitos lagartos são bons mantendo temperaturas corporais relativamente estáveis, mas sempre que as condiçõescomo ver a aposta no pixbettemperatura do ambiente permitem. Contudo, como nem sempre é o caso, terminam sendo expostos à variação termal. Essa variação pode ter impacto no desenvolvimento deles, na primeira reprodução e no númerocomo ver a aposta no pixbetovos", apontou.
A especialistacomo ver a aposta no pixbetanfíbios e répteis, Fernanda Werneck, do Instituto Nacionalcomo ver a aposta no pixbetPesquisa da Amazônia (Inpa), que há anos tenta entender como a seleção natural atua sobre os animais da Amazônia, cita como exemplo o lagarto Tropidurus torquatus, popularmente conhecido como calango.
Encontradocomo ver a aposta no pixbetregiões do Cerrado e nas bordascomo ver a aposta no pixbetfloresta, a espécie não tem conseguido se adaptar ao novo clima e tem desaparecido na última década.
Em contrapartida, o lagarto Cnemidophorus lemniscatus parece estar se ‘beneficiando’ das mudanças do clima e expandindocomo ver a aposta no pixbetpresença. Contudo, o que parece ser benéfico a longo prazo pode ser ruim.
"Temos que entender que quando uma espécie migra para outra região para sobreviver,como ver a aposta no pixbetbuscacomo ver a aposta no pixbetalimento oucomo ver a aposta no pixbetum ambiente parecido com o que ela vivia, essa nova espécie, normalmente, compete com espécies nativas. Isso causa prejuízos a longo prazo", explicou Werneck.
Macacos mudam comportamento
A perdacomo ver a aposta no pixbetáreascomo ver a aposta no pixbetMata Atlântica, seja para a pecuária ou agricultura também altera o comportamento dos macacos.
Em buscacomo ver a aposta no pixbetsobreviver, o macaco-prego passou a tomar águacomo ver a aposta no pixbetcoco para evitar a desidratação. A constatação foi feita pelo pesquisador Hilton Japyassú da Universidade Federal da Bahia (UFBA),como ver a aposta no pixbetparceria com Danilo Sabino e Esaú Marlon.
"Eles foram expulsoscomo ver a aposta no pixbetáreas mais favoráveis àcomo ver a aposta no pixbetsobrevivência, e uma simulação computacional mostra quecomo ver a aposta no pixbetcinquenta anos eles estarão restritos à Mata Atlântica do Sul da Bahia", ressaltou Hilton.
Segundo o pesquisador, atualmente, ao norte da Bahia, resiste uma população que passou a utilizar o mangue regularmente, ao aprender a abrir coco e bebercomo ver a aposta no pixbetágua.
"Para não se expor demais, os macacos usam do coqueiral abandonado. Além disso, constatamos que para não gastar muita energia, preferem os coqueiros mais baixos, e escolhem o coco pelo seu tamanho, dando preferência aos intermediários."
Oceano mais quente expulsa caranguejos
No litoral do Sudeste brasileiro, outro animal sofre processo semelhante para se adaptar ao oceano quase um grau mais quente do que há quarenta anos.
Tânia Márcia Costa, bióloga e professora do Institutocomo ver a aposta no pixbetBiociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), conta que o caranguejo chama-maré - Leptuca cumulanta – que até 2010, historicamente, tinha como limite sul o Estado do Riocomo ver a aposta no pixbetJaneiro, passou a habitar o litoralcomo ver a aposta no pixbetSão Paulo, onde as temperaturas são mais frias.
"O que vem acontecendo é um processocomo ver a aposta no pixbettropicalização, com os animais procurando regiões mais frias. O problema é que quando eles chegamcomo ver a aposta no pixbetregiões a que não estavam habituados podem comprometer todo o ecossistema. Levando à redução ou extinçãocomo ver a aposta no pixbetespécies nativas da nova área que ele passou a habitar", disse.
Diretamente relacionado com as mudanças climáticas, o aumento da temperatura dos oceanos é causado pela emissãocomo ver a aposta no pixbetgases do efeito estufa. Em regra, o aquecimento atmosférico transmite energia térmica para as águas, que consequentemente aumentamcomo ver a aposta no pixbettemperatura.
Dessa forma, como um efeito dominó, o aquecimento provocado pelo homem, culmina no aquecimento do oceano, que interfere diretamente na vida aquática.
"Temos três efeitos das mudanças climáticas que estão impactando diretamente os animais: aumento da temperatura; acidificaçãocomo ver a aposta no pixbetoceanos e ambientescomo ver a aposta no pixbetágua doce; e os recorrentes eventos extremos, como tempestades e secas", apontou Tânia.
Segundo a bióloga, os três efeitos interferem diretamente no organismo das espécies marinhas. Isso porque, ao aumentar a temperatura da água, a primeira resposta do animal com o metabolismo acelerado, normalmente, é elevarcomo ver a aposta no pixbetalimentação.
"Ou seja, ele vai precisar comer mais. Com isso, também vai ficar mais exposto a predação”, ressaltou a bióloga. “Sem contar que nem todos vão aguentar uma temperatura tão alta. Muitas espécies já estão no limite da temperatura", completou.
Aquecimento pode provocar fome
As inúmeras mudançascomo ver a aposta no pixbetpouco tempo são a grande preocupação dos pesquisadores que estudam como as alterações climáticas estão impactando os animais.
No caso dos peixes, que não são capazescomo ver a aposta no pixbetregular a temperatura do corpo e são dependentes interinamente da temperatura da água para sobreviver, um aumentocomo ver a aposta no pixbet1,5 grau já é suficiente para provocar a extinçãocomo ver a aposta no pixbetmuitos desses seres, que são vitais na dieta da população.
"Embora várias dessas espécies aquáticas tenham aprendido a se adaptar a ambientes extremos ao longocomo ver a aposta no pixbetcentenascomo ver a aposta no pixbetmilharescomo ver a aposta no pixbetanos, elas nunca foram submetidas a uma situação tão complicada como as que estão sendo provocadas pelo homem", afirma Adalberto Val Luis, biólogo e pesquisador do Instituto Nacionalcomo ver a aposta no pixbetPesquisas da Amazônia (Inpa).
O biólogo cita o aumento da acidez da água, como um dos problemas que mais estão comprometendo a vidacomo ver a aposta no pixbetpeixes nos rios da Amazônia.
"Essa poluição da água não acontece apenas pelo desmatamento e pelas queimadas, mas tambémcomo ver a aposta no pixbetcomo usamos o ambiente e descartamos medicamentos. Um anticoncepcional, por exemplo, descartadocomo ver a aposta no pixbetum riocomo ver a aposta no pixbetmaneira irregular pode impactar na reproduçãocomo ver a aposta no pixbetpeixes e comprometer todo um ecossistema", alertou.
Para se ter uma ideia, 90% da proteína consumida pelas 25 milhõescomo ver a aposta no pixbetpessoas que vivem na Amazônia brasileira advém dos peixes. Ou seja, as mesmas ações humanas que comprometem os animais hoje, podem ser responsáveis por provocar fome no futuro.
Possíveis soluções
Fernanda Werneck, do Instituto Nacionalcomo ver a aposta no pixbetPesquisa da Amazônia (Inpa), alerta que antescomo ver a aposta no pixbetuma espécie ser extinta, normalmente, ela concede sinais: mudacomo ver a aposta no pixbethabitat, tenta adaptar-se a nova temperatura ou sofre mutações.
"Uma espécie não é extinta do dia para a noite, esse processo acontececomo ver a aposta no pixbetcapítulos. O problema é que já estamos vendo esses processos acontecendo. Por isso, da importânciacomo ver a aposta no pixbetmedidas como combate ao desmatamento, preservaçãocomo ver a aposta no pixbetáreascomo ver a aposta no pixbetconservação e incentivo à pesquisa. Toda espécie é importante para o ecossistema e para a vida no planeta", afirmou a pesquisadora.