Dilma no Senado: Impeachment é frutostack slot'chantagem explícita'stack slotCunha:stack slot
stack slot Após um discursostack slot45 minutosstack slotque defendeustack slotpermanência no cargo, a presidente afastada, Dilma Rousseff, passou a responder, no final da manhã desta segunda-feira, aos questionamentos dos senadores como parte do rito do processostack slotimpeachment. Durante as respostas, ela reforçou a tesestack slotque é vítimastack slotum "golpe parlamentar" e afirmou que o processo que avaliastack slotcassação foi aberto por "chantagem explícita" do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
A primeira a se pronunciar foi a senadora Katia Abreu, do PMDB, aliada da petista, que argumentoustack slotfavor dela no plenário.
A segunda senadora a falar foi Ana Amélia (PP), que disse respeitar a história pessoalstack slotDilma, mas afastou a tesestack slot'golpe', afirmando que a então presidente cometeu "crimes fiscais com intenções eleitorais" que ocasionaram um "descontrole fiscal". Ela questionou: "Por que a senhora autorizou as dívidas aos bancos estatais?".
Emstack slotresposta, a presidente afastada insistiu que o processo sofrido por ela representa um golpe porque "não basta o rito correto, é preciso haver um 'conteúdo justo' no processo."
Logostack slotseguida, Ricardo Ferraço (PSDB) teve a palavra. Ele afirmou que a petista "faltou com a verdade e não tem direitostack slotposarstack slotvítima". O senador perguntou se Dilma se arrependeu dos atos praticados - e ela respondeu que "editou os decretos do mesmo modo que isso foi feitostack slotgovernos anteriores".
Na volta da pausa para o almoço, foi a vez do senador Aécio Neves, adversáriostack slotDilma nas eleiçõesstack slot2014, questioná-la no Senado. Ele inicioustack slotfala dizendo que, dois anos atrás, não esperava que iria encontrá-la nesta situação e afirmou que os votos que Dilma recebeu "não são uma justificativa para os atos que ela cometeu". "O voto não é um salvo conduto e não permite o desrespeito às leis", disse.
Aécio disse tambem que "não é desonra alguma perder eleições, sobretudo quando se cumpre a lei". "Eu não diria o mesmostack slotvencer eleições faltando com a verdade." Ele finalizou perguntando à presidente afastada se ela "se sentia responsávei pela recessão e pelos 12 milhõesstack slotdesempregados no país atualmente".
Emstack slotresposta, Dilma afirmou que a crise econômica já era previstastack slot2014, mas a surpresa foi "a crise política" que se sucedeu apósstack sloteleição. Ela disse respeitar Aécio como adversáriostack slot2014 e como político eleito diretamente, mas reforçou que "não respeita a eleição indireta que é produtostack slotum processostack slotimpeachment sem crime."
Ronaldo Caiado (DEM) foi o próximo a questionar Dilma. Ele citou números e consequências da crise econômica e perguntou se oes eleitores "teriam votadostack slotDilma se soubesem da gravidade da situação econômica". A petista respondeu que o governo brasileiro não tem controle sobre a política monetária dos Estados Unidos. "Nem nós, nem vocês, nem o mercado."
Sobre as chamadas "pedaladas fiscais" das quais é acusada, Dilma citou uma leistack slot1992 que admite subvenções no Plano Safra. "O próprio Ministério Público disse. Se há crime, há crime desde 2000. Se não há crime, não há crime desde 2000."
Após praticamente seis horasstack slotdebate, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, pediu para que os senadores fossem mais concisos nas perguntas - assim como Dilma, nas respostas - para que a sessão não se estendesse até o dia seguinte (a previsão dele até agora é que ela termine por voltastack slot23h).
Já emstack slotintervenção, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) disse que o "processostack slotimpeachment nasceu nas ruas do Brasil", referindo-se às manifestações populares que tomaram várias cidades neste ano estack slot2015. "Golpe é vencer eleição mentindo, golpe é quebrar a Petrobras", disse Cunha Lima.
Em resposta, Dilma afirmou que haverá "golpe parlamentar" se for votadastack slotcassação sem a existênciastack slotcrimesstack slotresponsabilidade.
"Eu não concordo com o senhor que esse processostack slotimpeachment veio das ruasstack slotforma espontânea", disse a presidente afastada.
"Eu vou lembrar ao senhor o que foi amplamente noticiado pela mídia e o que um dos acusadores aqui presentes declarou à imprensa:stack slotque a aceitaçãostack slotmeu pedidostack slotimpeachment tratava-sestack slotuma chantagem explicita do senhor Eduardo Cunha, com a qual infelizmente vocês se aliaram".
Defesa
Na manhã desta segunda-feira, a presidente afastada Dilma Rousseff fez seu discursostack slotdefesa no Senado citando a Constituiçãostack slot1988 e afirmando que "jamais atentaria contra o que acredito ou praticaria atos contrários aos interesses dos que me elegeram".
"Como todos, tenho defeitos. Mas entre os meus defeitos não estão a deslealdade e a covardia. Não traio os compromissos que assumo", disse Dilma, que também lembrou o fatostack slotter sido torturada durante a Ditadura Militar. "Não luto pelo meu mandato por vaidade ou apego ao poder, luto pela democracia e pelo bem estar do povo."
Rousseff mencionou governos que sofreram forte oposição como osstack slotGetúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart e classificou como "golpe" o processostack slotimpeachment contra ela, afirmando ser um "pretexto" para derrubar um governo legítimo. "O governostack slotuma mulher que ousou ganhar duas eleições presidenciais. São pretextos para viabilizar um golpe na Constituição."
A petista também disse estar sentindo "um gosto amargo" na boca diante das acusações que estão sendo feitas contra elas no processo do impeachment: "Não esperemstack slotmim o obsequioso silêncio dos covardes".
Dilma reforçou que "não cometeu nenhum crimestack slotresponsabilidade" e que a perda do apoio parlamentar não seria suficiente para justificar seu afastamento.
"As provas deixam claro que as acusações contra mim dirigidas não passamstack slotpretextos, embasados por frágil retórica jurídica", disse a presidente suspensa. "Quem afasta o presidente pelo 'conjunto da obra' é o povo, nas eleições."
A presidente afastada citou o resultado da eleiçãostack slot2014 como um "rude golpe"stack slotsetores das elites conservadoras, que desde então estariam tentando "tirá-la do poder". "Tudo fizeram contra o meu governo", afirmou.
"Contrariei interesses. Por isso, paguei e pago um elevado preço pessoal pela postura que tive. Arquitetaram minha destituição, independentemente da existênciastack slotfatos que pudessem justificá-la perante a nossa Constituição."
A petista fez menção ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, alegando que o processostack slotimpeachment contra ela foi aberto por "chantagem explícita". "Articularam e viabilizaram a perda da maioria parlamentar. Estamos a um passostack slotuma grave ruptura institucional. Estamos a um passo da concretizaçãostack slotum verdadeiro golpestack slotEstado."
Durantestack slotdefesa, Dilma questionou os crimes sobre os quais estaria sendo acusada. "Quais são os crimes hediondos pratiquei?", perguntou, afirmandostack slotseguida que a edição dos decretosstack slotcréditos suplementares assinados por elas seguiram as regras constitucionais.
"Querem me condenar por decretos que atendiam as demandas da população?", disse, reforçando que o Tribunalstack slotContas da União já havia aprovado contasstack slotoutros presidentes que editaram decretos iguais, sem ter identificado qualquer irregularidade.
Já na parte finalstack slotseu discurso, Dilma disse que ficou magoada com as "agressões verbais e com a violência do preconceito" que sofreu durante o processostack slotimpeachment, mas que conseguiu superar tudo isso com "o apoio e a disposiçãostack slotlutastack slotmilhõesstack slotbrasileiros na rua". A presidente afastada mencionou principalmente a força que recebeu das mulheres.
"As mulheres brasileiras foram parceiras incansáveisstack slotuma batalhastack slotque a misoginia e o preconceito mostraram suas garras. Bravas mulheres brasileiras que tenho a honra e o deverstack slotrepresentar como primeira mulher Presidente da República. Diálogo, participação e voto direto são as melhores armas que temos para preservar a democracia. Confio que as senhoras e senhores senadores farão justiça."
Ao finalizar a defesa, Dilma pediu aos senadores que considerassem o "precedente" que poderia ser aberto com "a condenaçãostack slotum inocente".
"Sofrostack slotnovo com o sentimentostack slotinjustiça e o receiostack slotque, mais uma vez, a democracia seja condenada junto comigo. Faço um apelo final a todos os senadores: não aceitem um golpe que,stack slotvezstack slotsolucionar, agravará a crise brasileira."
Dia chave
Dilma chegou ao Senado pouco depois das 9h da manhã desta segunda-feira para apresentarstack slotdefesa no julgamento final do processostack slotimpeachment que corre na Casa desde maio. Esse é um dia chave para a petista, que estava acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do cantor e compositor Chico Buarque.
Por voltastack slot9h45, Dilma foi conduzida para a mesa do Senado pelo presidente da Casa, Renan Calheiros - sem aplausos, nem vaias. Ela tinha 30 minutos para falar, prorrogáveis por mais 30. Enquanto isso, do ladostack slotfora do Congresso, algumas dezenasstack slotmanifestantes pró e contra o impeachment se dividiam entre os lados do muro colocado ali para separar apoiadores e críticosstack slotDilma.
Depois da fala, teve início os questionamentos dos senadores. O tempostack slotrespostastack slotDilma era livre e não foram permitidas réplicas ou tréplicas. Dilma poderia optar ainda por deixarstack slotresponder às indagações dos parlamentares.
A votação final que definirá o impeachment deverá acontecer na terça ou na quarta-feira desta semana.