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O sumiçoroman hrabec poker130 crianças alemãs por trás da lenda mágica do flautistaroman hrabec pokerHamelin:roman hrabec poker
Ele foi escolhido para dar vida ao "filho adotivo" favorito (pelo menos comercialmente) - e ao mesmo tempo, mais odiado - da cidade.
Responsável por saudar gruposroman hrabec pokerturistas e dignitários, Michael realiza tours pela cidade e incorpora o personagem da lenda que atrai a maioria dos viajantes até aqui.
Originada como parte do folclore medieval, a história inspirou um versoroman hrabec pokerGoethe, Der Rattenfänger (O Apanhadorroman hrabec pokerRatos, em tradução livre) uma história dos Irmãos Grimm, O Flautistaroman hrabec pokerHamelin; e um dos poemas mais conhecidos do poeta inglês Robert Browning,roman hrabec pokermesmo nome.
E embora cada escritor tenha dado seu toque à narrativa, o enredo básico permaneceu o mesmo: o da cidaderoman hrabec pokerHamelin que contrata um flautista para livrá-la da pragaroman hrabec pokerratos.
Seguindo as notas hipnóticas da flauta mágica do caçadorroman hrabec pokerratos, os roedores atravessaram educadamente os portões da cidaderoman hrabec pokerdireção àroman hrabec pokersuposta ruína.
Mas eles não foram os únicos atraídos porroman hrabec pokermúsica.
Quando a cidade se recusou a pagar o flautista por seus serviços, ele colocouroman hrabec pokerprática seu planoroman hrabec pokervingança, atraindo as criançasroman hrabec pokerHamelin comroman hrabec pokermelodia.
Em transe, meninos e meninas seguiram o flautista para fora da cidade e simplesmente desapareceram.
E não é só a lenda que parece ter resistido ao tempo, a cidaderoman hrabec pokerHamelin até hoje parece fazer parteroman hrabec pokerum contoroman hrabec pokerfadas.
O tourroman hrabec pokerBoyer leva os visitantes para passear pelas fileirasroman hrabec pokercasas no estilo tradicional típico alemão conhecido como enxaimel, na qual as paredes são montadas com vigasroman hrabec pokermadeira encaixadas entre siroman hrabec pokerposições horizontais, verticais ou inclinadas, com espaços preenchidos por tijolos ou outros materiais.
Há mansões burguesas do século 16 decoradas com frontões góticos, e construções exuberantes que mais parecem um boloroman hrabec pokercasamento, oferecendo belos exemplos da arquitetura do final do Renascimento, típica do noroeste da Alemanha, com gárgulas a espreitar e esculturasroman hrabec pokermadeira policromadaroman hrabec pokercores vivas.
No entanto, tudo isso é apenas panoroman hrabec pokerfundo para a verdadeira indústria artesanal da cidade, que capitaliza tudo o que tem a ver com o flautista.
Os restaurantes locais preparam um pratoroman hrabec poker"caudaroman hrabec pokerrato" exclusivo, feitoroman hrabec pokerfatias finasroman hrabec pokercarneroman hrabec pokerporco, enquanto as padarias vendem pães e doces na forma do roedor.
O Museu Hamelin apresenta uma recriação da música do flautista; atores locais encenam uma peça ao ar livre durante o verão; e as lojas vendem recordações da cidade inspiradasroman hrabec pokerratos.
Se quiser, você pode voltar para casa com a mala cheiaroman hrabec pokercamisetas, ímãsroman hrabec pokergeladeira, canecas e flautas do Flautistaroman hrabec pokerHamelin.
No entanto, o que poderia se tratarroman hrabec pokeruma curiosidade divertida esconde algo mais profundo - e sugere por que a lenda ainda vive não apenasroman hrabec pokerHamelin, mas no folclore da região.
De certa forma, o conto toca num medo primitivo, quando notamos que o flautista é uma versãoroman hrabec pokerum bicho-papão universal que continua a nos assombrar.
Os pais sempre temem a perdaroman hrabec pokerseus filhos. Todos os dias,roman hrabec pokeralguma parte do mundo, uma criança desaparece.
O flautista é,roman hrabec pokerúltima análise, a face da morte.
Embora a história evoque um medo universal, ainda ressoa mais altoroman hrabec pokerHamelin - e o tour do flautista sugere por quê.
Na verdade, a grande surpresa do passeio não é tanto a paisagem urbana lindamente preservada, mas a sugestãoroman hrabec pokerque o flautista é muito mais do que apenas um contoroman hrabec pokerfadas.
Os irmãos Grimm e Robert Browning podem ter transformado a lendaroman hrabec pokerarte, mas parece que a história é baseadaroman hrabec pokerum incidente histórico que realmente aconteceu.
A prova está gravada nas próprias paredesroman hrabec pokerHamelin.
Uma placa na fachadaroman hrabec pokerpedra da chamada casa do flautista, residência privada no estilo enxaimel datadaroman hrabec poker1602, evidencia o mistério.
"Em 26roman hrabec pokerjunhoroman hrabec poker1284, no diaroman hrabec pokerSão João e São Paulo, 130 crianças nascidasroman hrabec pokerHamelin foram retiradas da cidade por um flautista vestido com roupas multicoloridas. Depoisroman hrabec pokerpassar pelo Calvário pertoroman hrabec pokerKoppenberg, desapareceram para sempre", diz a inscrição.
A inscrição não é o único indício.
Uma anotação nos registros da cidaderoman hrabec pokerHamelin, datadaroman hrabec poker1384, lamenta que "já se passaram 100 anos desde que nossas crianças partiram".
O vitral da igrejaroman hrabec pokerSão Nicolau da cidade, destruído no século 17 mas descritoroman hrabec pokerrelatos anteriores, ilustrava a figura do flautista com várias crianças fantasmagóricasroman hrabec pokerbranco.
Além disso, o manuscritoroman hrabec pokerLuneburg do século 15, junto com cinco versosroman hrabec pokermemória histórica, algunsroman hrabec pokerlatim e outrosroman hrabec pokeralemão da Idade Média, fazem referência a uma história semelhanteroman hrabec poker130 crianças ou jovens que desapareceramroman hrabec poker26roman hrabec pokerjunhoroman hrabec poker1284, seguindo um flautista até um lugar chamado Calvário ou Koppen.
E assim o flautista, mais do que uma lenda, se torna símboloroman hrabec pokerum grande mistério histórico.
O que aconteceu com as crianças desaparecidasroman hrabec pokerHamelin?
Mestre da sedução, o fascinante caçadorroman hrabec pokerratos é agora o centro das atençõesroman hrabec pokervários historiadores que investigam o que aconteceu exatamente na cidaderoman hrabec poker26roman hrabec pokerjunhoroman hrabec poker1284.
As teorias são várias, segundo Wibke Reimer, coordenadorroman hrabec pokerprojetos do Museu Hamelin, que organizou uma exposição especial com foco no alcance global da lenda do flautista.
Uma das principais teses atuais sugere que os jovens da cidade fizeram parteroman hrabec pokeruma ondaroman hrabec pokermigraçãoroman hrabec pokeralemães para a Europa Oriental provocada pela recessão econômica.
"Nesse cenário, o flautista desempenhava o papel do chamado localizador ou recrutador. Eles eram responsáveis por organizar as migrações para o leste, e dizem que usavam roupas coloridas e tocavam um instrumento para atrair a atenção dos colonos (clientesroman hrabec pokerpotencial)", afirma Reimer.
Embora alguns historiadores acreditem que os jovens migraram para a Transilvânia, a teoria do linguista alemão Jürgen Udolph é a mais aceita.
"Ele sugere que as regiões ao redorroman hrabec pokerBerlim seriam os locais mais prováveis, área que agora forna o leste da Alemanha", explica Reimer.
"E ele baseiaroman hrabec pokerteoriaroman hrabec pokerevidênciasroman hrabec pokernomes nesses lugares."
De fato, Udolph descobriu que os sobrenomes mais comunsroman hrabec pokerHamelin naquela época apareciam com surpreendente frequência nas áreasroman hrabec pokerUckermark e Prignitz, pertoroman hrabec pokerBerlim, que ele indica como sendo o centro da migração.
A teoria também é reforçada por evidênciasroman hrabec pokerque a região, então recém-libertada dos dinamarqueses, estava pronta para a colonização alemã.
Há ainda outras hipóteses mais fantasiosas. Alguns historiadores sugerem que a lenda reflete a Cruzada das Crianças do século 13, parte da ondaroman hrabec pokercruzadas medievais com o objetivoroman hrabec pokerrecuperar a Terra Santa.
E há quem argumente que esses jovens foram perdidos para a Peste Negra, embora as datas não coincidam.
Mais intrigante é a teoria que faz uma associação com o fenômeno medieval da "praga da dança", um surtoroman hrabec pokerdança coletiva, desencadeado por uma sucessãoroman hrabec pokerpandemias e desastres naturais.
Conhecida como Dançaroman hrabec pokerSão Vito, a praga da dança teria aparecido na Europa continental no século 11.
Era uma formaroman hrabec pokerhisteriaroman hrabec pokermassa.
A dança podia se alastrarroman hrabec pokerum indivíduo para grandes grupos, e todos padeciamroman hrabec pokeruma compulsão incontrolávelroman hrabec pokerdançar loucamente, às vezes por semanas, geralmente pulando e cantando. Às vezes, alucinando até a exaustão e, ocasionalmente, até a morte - como um pião que não é capazroman hrabec pokerpararroman hrabec pokergirar.
De fato, no século 13, houve um surtoroman hrabec pokeruma espécieroman hrabec pokerfebre da dança ao sulroman hrabec pokerHamelin, na cidaderoman hrabec pokerErfurt, onde foi documentado que um gruporoman hrabec pokerjovens girava descontroladamente enquanto se afastava dos limites da cidade, e acabou a 20 kmroman hrabec pokerdistânciaroman hrabec pokerum povoado vizinho.
Algumas crianças, sugere uma crônica, faleceram logoroman hrabec pokerseguida, literalmente dançaram até morrer, e as que sobreviveram ficaram com tremores crônicos.
Talvez, teorizam alguns, Hamelin tenha testemunhado uma praga semelhante, na qual, figurativamente, os jovens dançavam ao som da melodia do flautista.
Mas todas essas teorias deixam escapar um elemento específico sobre o mistérioroman hrabec pokerHamelin.
"Não explicam a data específica citadaroman hrabec pokerque as crianças desaparecem, e o sentimento localroman hrabec pokertrauma", observa Reimer.
"Aconteceu algo que as autoridades encobriram? Algo tão traumático que se transmitiu oralmente durante tanto tempo na memória coletiva do povo, durante décadas e até séculos?
A data do desaparecimento das crianças que está registradaroman hrabec pokertoda a documentação local é 26roman hrabec pokerjunho - mesmo dia das celebrações pagãs do solstícioroman hrabec pokerverão.
E o fatoroman hrabec pokera documentação também enfatizar que os jovens seguiram o flautista até o Koppen, normalmente traduzido como "montanhas", sugere outra hipótese.
"Havia regiões na Alemanha onde a chegada do verão era celebrada acendendo fogueiras nas montanhas", explica Reimer.
Tudo isso leva a uma leitura particularmente macabra da lenda do flautista.
Talvez o flautista, símboloroman hrabec pokerum xamã pagão, estivesse conduzindo os jovensroman hrabec pokerHamelin às festividadesroman hrabec pokerverão quando a facção cristã local, na esperançaroman hrabec pokerconsolidar a conversão da região, atacou o grupo e promoveu um verdadeiro massacre.
Uma teoria menos sangrenta é que talvez as crianças tenham sido levadas para mosteiros locais.
No entanto, se o conto sugere uma possível tragédia histórica, ele também oferece uma redenção artística.
"A história do flautista é conhecidaroman hrabec pokerpelo menos 42 países e 30 idiomas, talvez mais", diz Reimer. "E aparece na arte, na literatura e na música. O flautista é uma herança compartilhada por muitas pessoas, e essa herança cultural nos conecta."
Em última análise, o flautista pode ter fragmentado um povoado, mas acabou unindo uma comunidade muito maior.
roman hrabec poker Leia a versão original roman hrabec poker desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel roman hrabec poker .
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