Por que a capital da Tunísia pode ser a 'nova Roma':no deposit freebet

A Tunísia teveno deposit freebetimagem abalada na última década depois que a revolução que derrubou o presidente Zine al-Abidine Ben Ali,no deposit freebet2011, gerou um períodono deposit freebetturbulência no país, dando início à Primavera Árabe.

O que outrora fora um refúgio para turistas, artistas e intelectuais europeus (Paul Klee, Michel Foucault e Simoneno deposit freebetBeauvoir passaram longas temporadas lá)no deposit freebetrepente parecia um lugar violento e intocável.

Aqueles que se aventuravam a ir até lá muitas vezes o faziam dentro da (pseudo) segurança oferecida pelos pacotes turísticos com “tudo incluído”, ficando confinadosno deposit freebetrefúgios à beira-mar, como no resort e spa Mövenpick,no deposit freebetSousse.

A imagem da Tunísia foi ainda mais arranhada após uma sérieno deposit freebetataques extremistasno deposit freebet2015, no auge da campanha internacional do grupo autodenominado Estado Islâmico, que abalou o país e provocou uma ampla reformulação das medidas antiterroristas.

O Reino Unido ainda sugere que os turistas tenham cautela na região, mas observa que "o governo da Tunísia aprimorou as medidasno deposit freebetproteção à segurança nas principais cidades e resorts turísticos".

Apesar disso, quando passar o pior da pandemia do coronavírus, pode ser o momento perfeito para visitar Túnis — e por conta própria. O país emergiu da Primavera Árabe com uma democracia funcional,no deposit freebetbuscano deposit freebetestabilização econômica e sedeno deposit freebetturismo.

Atualmente, é a única nação árabeno deposit freebetque há liberdadeno deposit freebetexpressão, eno deposit freebetcapital reverbera com jovens expressando novas ideias por meiono deposit freebetshows, debates políticos, mostrasno deposit freebetarte e festivaisno deposit freebetcinema, o que há uma década seria inimaginável.

Há ainda antigas ruínas romanas e púnicas para explorar, praias para apreciar e artesanatos e obrasno deposit freebetarte incríveis para barganhar — e tudo isso sem aglomerações.

O mais interessante é que Túnis está fervilhando com a energia criativa da nova geração, que aproveita ao máximo seu entusiasmo e liberdadeno deposit freebetexpressão para preservar a herança cultural do paísno deposit freebetmaneiras novas e surpreendentes.

Uma das pessoas que lideram esse movimento é Leila Ben Gacem, empreendedora social empenhadano deposit freebetconservar a arte e o artesanato local, que corriam o riscono deposit freebetdesaparecer.

"Quando as pessoas viajam, querem uma história, querem fazer parteno deposit freebetalguma coisa", diz Ben Gacem, enquanto comemos um pratono deposit freebetcordeiro assado com berinjela na Dar Ben Gacem Kahia, uma das duas residências medievais na vibrante medinano deposit freebetTúnis que ela cuidadosamente reformou e transformouno deposit freebetpousadas na última década.

Ben Gacem sabe reconhecer uma boa história. Após trabalhar como engenheira na Europa e no norte da África, ela ficou céticano deposit freebetrelação a investimentos e empreendimentos estrangeiros — e voltou à Tunísiano deposit freebet2013 para tentar incentivar o crescimento econômico do país preservando seu patrimônio cultural,no deposit freebetvezno deposit freebetsubstituí-lo.

Ela passou meses procurando e ouvindo históriasno deposit freebetcentenasno deposit freebetartesãos — sapateiros, perfumistas, marceneiros, encadernadores, chapeleiros, tecelões — na medinano deposit freebetTúnis, declarada Patrimônio Mundial pela Unesco. E, na sequência, fundou uma organização comunitária, a Blue Fish, para ajudá-los a manter seus negócios funcionando e seus artesanatos vivos.

Uma maneirano deposit freebetfazer isso era levando os compradores até eles.

"Nosso mercado local é pequeno demais para preservar nossa arte e artesanato", explica.

Mas, ao restaurar casas históricas e transformarno deposit freebetpousadas, ela atraiu milharesno deposit freebetturistas do mundo todo para as oficinas e vitrinesno deposit freebetartesãos da medina.

"No início, os artesãos não entendiam por que as pessoas queriam ver suas oficinas ou observá-los fazendo chapéus ou chinelos", diz ela.

Mas agora se tornou uma relação simbiótica. Os hóspedes recebem um mapa personalizado com a localizaçãono deposit freebetdezenasno deposit freebetoficinas e lojas repletasno deposit freebetartigosno deposit freebetcouro feitos à mão, tapetes, perfumes e outros tesouros escondidosno deposit freebetmeio ao labirinto dos souks (mercadosno deposit freebetrua).

Como resultado, eles sustentam as microempresas que mantêm viva a herança cultural tunisiana.

Ben Gacem também colocouno deposit freebetação um pequeno exércitono deposit freebetartesãos para restaurar as pousadas. Foram necessários sete anos para os escultoresno deposit freebetgesso, ceramistas, carpinteiros e pedreiros devolverem à primeira hospedariano deposit freebetantiga glória.

Assim como o resto da encantadora medina, todos os elementos das construções têm uma história, das amplas placasno deposit freebetmármore no chão do pátio ("Tivemos que removê-las e etiquetá-las, uma a uma, para colocar o encanamento") às colunas diferentes uma das outras, provavelmente reaproveitadas das ruínas romanas pelos árabes que fundaram a medina no século 7.

Ben Gacem acredita que a herança culturalno deposit freebetTúnis não deve ser apenas preservada, como também precisa ser passada adiante. As pousadas se tornaram polosno deposit freebetcultura, organizando jantares, palestras e shows abertos ao público e repletosno deposit freebetmoradores do bairro.

Ela também incentiva jovens artesãos a fazer estágios e treina adolescentes locais para a indústria hoteleira, para que o legado cultural da medina permaneça nas mãos da população local.

Enquanto Ben Gacem trabalha para preservar a cultura dentro da medina, do ladono deposit freebetforano deposit freebetseus muros, uma legiãono deposit freebetjovens tunisianos está redefinindo essa herança cultural por meio da arte, música e design.

Entre os destaques está Anissa Meddeb, que mistura tecidos tunisinos e influências asiáticas para criar modelosno deposit freebetroupa contemporâneos parano deposit freebetmarca, Anissa Aida.

Nascida e criadano deposit freebetParis por pais tunisianos, Meddeb estudou modano deposit freebetNova York antesno deposit freebetdecidir se mudar para Túnis e lançarno deposit freebetprópria linhano deposit freebetroupas.

Quando ela começou a empreitadano deposit freebet2016, teve dificuldadeno deposit freebetencontrar tecidosno deposit freebetqualidadeno deposit freebetmeio ao marno deposit freebetpoliéster. Ela vasculhou então as pequenas cidades da Tunísiano deposit freebetbusca dos melhores tecelõesno deposit freebetseda, linho e algodão.

"Eu queria voltar às raízes dos artesãos", conta Meddeb.

Levou meses até encontrar os fornecedores certos, mas agora ela encomenda tecidosno deposit freebettodo o país parano deposit freebetmarcano deposit freebetroupas, que é vendidano deposit freebetbutiques locais como a Musk & Amber, assim comono deposit freebetlojasno deposit freebettoda a Europa.

Quando perguntei a Meddeb por que uma estilistano deposit freebetascensão se mudariano deposit freebetParis ou Nova York, mecas da moda, para Túnis, ela respondeu sem pestanejar:

"Existe uma energiano deposit freebetTúnis agora, principalmente entre artistas mais jovens. As pessoas têm algo a dizer.”

Para os turistas que buscam aproveitar essa energia, e o belo design que a acompanha, a dica é desbravar os bairros ao norte do centrono deposit freebetTúnis.

Mais perto do centro da cidade,no deposit freebetMutuelleville, faça uma parada na L'artisanerie para garimpar vasosno deposit freebetplanta tecidos à mão e espelhos decorados. Em seguida, visite a Mooja e a Elyssa Artisanat para experimentar as últimas tendências da moda tunisiana.

No badalado bairrono deposit freebetLa Marsa, você encontrará cerâmica contemporânea no Noa Atelier; uma seleçãono deposit freebetfoutas (toalha tradicional) tecidas à mão no Hager Fouta; e streetwear com frases ousadasno deposit freebetcaligrafia árabe na Lyoum.

Termine seu tour no bairro à beira-marno deposit freebetSidi Bou Said, onde, escondida entre as encantadoras casas azuis e brancas, você encontrará a Rock the Kasbah, uma excêntrica lojano deposit freebetartigos para casa, construídano deposit freebetum casarão tradicional.

Mas designs incríveis não são a única coisa que você vai descobrir entre as casas luxuosas e vilas charmosas ao longo da costa norte. É também onde você vai encontrar aquelas ruínas romanas pelas quais eu dei uma escapada da Cidade Eterna para desbravar.

Muito antesno deposit freebetTúnis, havia Cartago, a antiga cidade portuária fenícia que foi arqui-inimigano deposit freebetRoma por séculos. No poema épico Eneida, o poeta romano Virgílio conta como a rainha Dido, fundadorano deposit freebetCartago, fugiuno deposit freebetTire (no atual Líbano) e desembarcou no norte da África.

Quando ela pediu um pedaçono deposit freebetterra do líder da tribo local, ele jogou uma peleno deposit freebetboi no chão, dizendo que ela poderia ter a terra coberta pela pele. Num hábil movimento semântico e cirúrgico, ela cortou a peleno deposit freebettiras bem finas e circundou uma colina inteira logo acima do porto.

Esta é a Colinano deposit freebetBirsa, o melhor lugar para começar o dia explorando as ruínas púnicas e romanasno deposit freebetCartago.

À primeira vista, a Colinano deposit freebetBirsa, repletano deposit freebetvivendas e mansões, parece mais Beverly Hills do que um Patrimônio Mundial da Unesco. Mas, diferentementeno deposit freebetBeverly Hills, se você quiser colocar uma piscina no quintalno deposit freebetcasano deposit freebetBirsa, é melhor chamar um arqueólogo primeiro.

Durante séculos, uma civilização após a outra construiu casas nesta locação privilegiada, e ao escavar alguns metros abaixo da terra pode surgir uma cerâmica africana ou os resquíciosno deposit freebetum mosaico romano.

Enquanto o topo da colina oferece uma vista deslumbrante sobre o Mar Mediterrâneo e algumas ruínas da era púnica e romana,no deposit freebetprincipal atração é o Museuno deposit freebetCartago — um dos museus arqueológicos mais importantes do país.

Aos pés da colina, você pode visitar os oito principais sítios arqueológicos da região, que podem ser percorridos a pé ouno deposit freebettáxi. O meu favorito é o santuáriono deposit freebetTophet (ou Púnico). Pode ser pequeno, masno deposit freebethistória macabra confere a ele um papel descomunal.

Aqui, os antigos fenícios ofereciam sacrifíciosno deposit freebetcrianças à deusa Tanit e celebravam cada um deles erguendo uma pedra gravada com seu símbolo (um círculono deposit freebetcimano deposit freebetum triângulo, com os braços abertos). Dezenas dessas pedras estão agrupadas hojeno deposit freebetmeio a uma grutano deposit freebetpalmeiras,no deposit freebetum cenário plácido, mas sinistro.

Pouco mais acima, as Termasno deposit freebetAntonino se revelam imponentes. As ruínasno deposit freebetarcos e colunasno deposit freebetmármore faziam parte do espaço destinado a banhos públicos erguido durante a era romana, um dos mais grandiosos já construídos.

Para aqueles com uma ânsia ainda maior por história antiga (e um carro alugado à disposição), vale a pena fazer um bate-volta até Dougga. A apenas duas horasno deposit freebetcarro a sudoeste da capital, Dougga é a cidade romana mais bem preservada do norte da África.

O vasto complexo da Unesco, com seu imponente fórum e templo romano, se destacano deposit freebetuma colina com vista para vastas planícies repletasno deposit freebetflores silvestres na primavera.

Você pode passar horas vagando por suas ruas bem preservadas, imaginando como deve ter sido viver naquela cidade romana — e fazer tudo isso com tranquilidade, algo rarono deposit freebetse conseguir na Europa. Nas duas vezes que visitei,no deposit freebetabril e junho, tive o lugar todo só para mim.

Túnis pode não bater Romano deposit freebettodas as categorias — a comida, à baseno deposit freebetovo, atumno deposit freebetconserva e harissa (tipono deposit freebetmolho), geralmente deixa a desejar — mas nem precisa. Enquanto a capital da Tunísia projeta seu passado no futuro, está criando seu próprio legado como capital da cultura, história e liberdade.

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