O país que tem o unicórnio como símbolo nacional:sportingbet om
Até pouco tempo atrás, todas as conversas sobre unicórnios se restringiam a espaços recreativos infantis cheiossportingbet omglitter. Ou a uma caixasportingbet omcereal com as cores do arco-íris. Raramente era um assunto dignosportingbet omum debate intelectual. Mas hojesportingbet omdia os unicórnios estão por toda parte.
De desenhos animados a filmes, passando pela moda e pelas redes sociais, essas criaturas hoje ocupam um papel importante no imaginário popular. Para completar, 9sportingbet omabril é Dia Nacional do Unicórnio na Escócia.
Busque pela hashtag #NationalUnicornDay no Instagram e você vai entrarsportingbet omum mundosportingbet omcupcakes cintilantes e memes multicoloridos.
Em meio a tudo isso, não podemos esquecer da saga Harry Potter,sportingbet omautoriasportingbet omJK Rowling, inspiradasportingbet ommuitos lugares reaissportingbet omEdimburgo e repletasportingbet omhistórias que envolvem as propriedades mágicas do sangue e do pelo do unicórnio.
Não que nada disso importe para Hanley, que viu seu primeiro unicórnio há maissportingbet om60 anos, quando passava a infância no bairrosportingbet omCanongate, perto do Paláciosportingbet omHolyroodhouse.
"É há muito tempo um símbolosportingbet ompureza e poder, mas tambémsportingbet omvirgindade e sutileza", explica Hanley, que trabalha como guia credenciado da Associaçãosportingbet omGuias Turísticos da Escócia.
Quais sâo outros animais nacionais?
"E esses valores ainda resistem quando se pensa na Escócia hoje. São características incorporadas à psique escocesa."
Na maioria dos países, o animal nacional acaba sendo um produto da história natural ou da geografia. Na Austrália, é o canguru-vermelho. Na África do Sul, o springbok (chamadosportingbet omcabra-de-leque ou pequena gazela). A Espanha tem o touro, enquanto a Índia venera o tigre-de-bengala, o elefante e o pavão.
O Canadá celebra o castor-americano; a Rússia, o urso-pardo eurasiático. A Indonésia? O dragão-de-komodo. Afeganistão? O leopardo-das-neves. No Brasil, errou quem chutou tamanduá-bandeira ou tatu-bola: é o sabiá-laranjeira.
E a Escócia? Digamos que o animal deles tem mais a ver com o mundo das fábulas.
Para quem ésportingbet omfora, tudo isso pode parecer absurdo. No entanto, há dezenassportingbet omlugares onde é possível ver o mítico cavalo branco dos contossportingbet omfada à soltasportingbet omEdimburgo – esportingbet omtoda a Escócia.
Ajustando as fronteiras entre fantasia e realidade, você pode observar lembretessportingbet omsua influênciasportingbet ombrasões heráldicos, gravuras, moedassportingbet omouro, selos reais, painéissportingbet omparede, escudossportingbet omarmas, túmulos e tapeçarias.
No Paláciosportingbet omHolyroodhouse, no Castelosportingbet omEdimburgo, no Castelosportingbet omCraigmillar e na Catedralsportingbet omSt. Giles, todos localizadossportingbet omEdimburgo, os unicórnios são onipresentes.
Sigasportingbet omdireção ao oeste até o Paláciosportingbet omLinlithgow, local do nascimentosportingbet omMary Stuart, rainha da Escócia no século 16, e você vai encontrar unicórnios bem preservadossportingbet omuma fonte no pátio interno e no que resta do teto.
Vá agora para noroeste até o Castelosportingbet omStirling, onde a criatura mítica é o temasportingbet omsuas intricadas tapeçarias, sete recriações tecidas à mão das "Tapeçarias do Unicórnio" (entre as mais valiosas obrassportingbet omarte do fim da Idade Média; os originais estão agorasportingbet omexposição no Met Cloisters,sportingbet omNova York).
Do Castelo Delgatie,sportingbet omAberdeenshire, ao HMS Unicorn (o naviosportingbet omguerrasportingbet ommadeira mais antigo remanescente da Escócia),sportingbet omDundee, passando pelos mercadossportingbet omPrestonpans e Glasgow, há uma infinidadesportingbet omunicórnios com uma coroa no pescoço.
Como um novatosportingbet omunicórnios, eu realmente não tinha ideiasportingbet ompor onde começar. Mas a companhiasportingbet omum dos principais guias turísticos da Escócia era um bom pontosportingbet ompartida.
"Onde quer que você vá na Escócia, você pode vê-los", me disse Hanley.
"Você precisa saber apenas onde procurar. Hoje, as pessoas veem a história pela ótica do século 21, seja pela rede social ou qualquer outra coisa, e perdemos a visão geralsportingbet omcomo tudo isso aconteceu. No entanto, há uma linha clara a seguir. O unicórnio é um símbolo construído sobre uma ideologia, e aprender sobre isso abre portas e surpreende. Até eu acho isso quase inexplicável às vezes."
Esta criatura enigmática tem uma história igualmente complexa e complicada, que se estende por cercasportingbet om3 mil anos. Considerados reais pelos gregos antigos, os quadrúpedes parecidos com cavalos foram mencionados pela primeira vez no século 4 a.C. pelo historiador clássico Ctesias na obra Indica, livro sobre a Índia no qual ele descreve a criatura como um "asno selvagem" com um chifre brotandosportingbet omsua têmpora.
A crença se espalhou quando o unicórnio apareceu no Antigo Testamento e referências a cavalos míticos foram feitas no Alcorão (o que ainda hoje é alvosportingbet omcalorosos debates), enquanto a existênciasportingbet omoutras criaturassportingbet omaparência peculiar,sportingbet omcarne e osso, como o rinoceronte, o oryx e o narval, pouco fizeram para acabar com o mito.
Existe até uma teoriasportingbet omque unicórnios teriam sumido da face da Terra porque foram simplesmente lentos demais para entrar na Arcasportingbet omNoé antes do dilúvio.
Com o tempo, a criatura chegou a representar Jesus Cristo, enquanto outros acreditavam que só poderia ser domada por virgens. No século 12, o unicórnio fezsportingbet omprimeira aparição na Escócia, sendo incluído no brasão real por Guilherme 1° (também conhecido como Guilherme, o Leão).
De acordo com o Museu Nacional da Escócia, reza uma lenda medieval que apenas um rei poderia manter um unicórnio preso, por conta do suposto perigo que representa, algo que pode ter dado origem àsportingbet omadoção generalizada.
O que se sabe é que Jaime 2° abraçou a lendasportingbet omcoração aberto, e o unicórnio se tornou o símbolosportingbet ompureza e poder com o qual os reis escoceses e a nobreza se identificavam no século 15. Com o tempo, isso levou o unicórnio a ser oficialmente reconhecido como animal nacional da Escócia.
O que começou com Jaime 2° prosperou com seus descendentes – notavelmente Jaime 3°, Jaime 4° e seu neto Jaime 5° –, que garantiram a aparição da criaturasportingbet ommoedas, selos reais e brasões.
Na verdade, o Brasão Real da Escócia, usado até 1603, antes da União das Coroas (a ascensão do rei Jaime 6°, da Escócia, aos tronos da Inglaterra e da Irlanda), era amparado não por um, mas por dois unicórnios.
Apesar da história fascinante, a criatura mítica continua sendo incompreendida, pelo menossportingbet omacordo com um fervoroso fiel escocês. Liam Devlin é o passavante oficial do unicórnio da Escócia, título concedido pela Corte do Lorde Lyon, que ajuda a organizar questões heráldicas escocesas.
Em seu quarto ano na função, Devlin acredita que o verdadeiro significado do unicórnio esteja se perdendo na metáfora.
"Sua importância está sendo afetada por políticos [ao redor do mundo, particularmente quando se trata do Brexit], que utilizam [o unicórnio] como uma imagemsportingbet omincerteza e pensamento fantasioso", sugere Devlin, que também é cavaleiro da ordemsportingbet omMalta e integra a Sociedade Heráldica da Escócia.
Submissão à Inglaterra?
"Alguns nacionalistas escoceses também acham que as correntes do unicórnio simbolizam nossa submissão à Inglaterra. Mas isso é um disparate. As correntes são anteriores ao Atosportingbet omUniãosportingbet om1707 [que levaram à criação do Reino Unido da Grã-Bretanha] e mostram a natureza selvagem da besta – não se trata do meu pequeno pônei com um chifre. Então seria bom dar uma aulasportingbet omhistória para esses políticos antipatriotas."
Por quase três décadas, outro escocês, John Donaldson,sportingbet om72 anos, trabalhou para trazer os unicórniossportingbet omvolta às rodassportingbet ombate-papo por meio da arte. O escultorsportingbet ommadeira autodidata contribuiu para o legado arquitetônico e heráldico do país como nenhum outro, e as suas obras são impressionantes.
Em particular, Donaldson trabalhou na reformasportingbet omsete anos do Castelosportingbet omStirling, recriando as magníficas Stirling Heads – medalhõessportingbet omcarvalho do século 16 esculpidos com imagenssportingbet omreis, rainhas e nobres que decoram o teto.
"Vai estar no teto por centenassportingbet omanos e é um grande legado para deixar para a Escócia", me disse.
"Esta história não deve ser relegada ao nosso passado, porque é uma parte marcante do nosso patrimônio, e o nosso passado é o nosso futuro. As pessoas vêm aqui para ver história, e sejam castelos ou unicórnios, se tratasportingbet omuma grande atração e parte do nosso tecido nacional. É quem nós somos."
Então, se você visitar o Castelosportingbet omStirling ou o Paláciosportingbet omHolyroodhouse, pode se pegar apontando para uma criatura mágica também. Esportingbet ommeio à realidade – talvez, quem sabe – você possa ver o unicórnio, o animal venerado da Escócia, sob uma ótica totalmente diferente.
sportingbet om Leia a versão original sportingbet om desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel sportingbet om .
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