O país que tem 20 formasaposta mínima na betanopedir desculpas:aposta mínima na betano

Pessoasaposta mínima na betanogaleria

Crédito, Konstantin Kalishko/Alamy

Legenda da foto, O Japão tem uma das cidades mais densamente populosas do mundo, e cidadãos têm um argumento para respeitar o espaço das pessoas.

Há ainda inúmeras maneirasaposta mínima na betanose desculpar. Pelo menos 20,aposta mínima na betanoacordo com o BBC Explainer (em inglês). A mulheraposta mínima na betanonosso "não-apartamento" usava a versão mais formal, gomen-nasai, mas o mais comum é sumimasen, que ouvi ser a palavra mais útil a se aprender naquela viagem. Traduzido aproximadamente como um pesaroso 'com licença', o termo sumimasen está penduradoaposta mínima na betanoportas, táxis, lojas e restaurantes, deixando o 'arigatou' (obrigado) no planoaposta mínima na betanofundo. Isso pode gerar uma suposiçãoaposta mínima na betanoque os japoneses se desculpam por tudo.

Palavra cotidiana

De acordo com Laurie Inokuma, graduadaaposta mínima na betanolíngua japonesa pela Universidade Cornell e que trabalhou para a Japan Airlines por 15 anos, isso não é verdade. Sumimasen, por exemplo, não está substituindo o arigatou - está na realidade tornando-o mais abrangente.

"Apenas 10%aposta mínima na betanosumimasen são um pedidoaposta mínima na betanodesculpas. Noventa por cento servem para demonstrar respeito, gentileza e honestidade", disse Inokuma. "É uma palavra cotidiana. Quando alguém faz algo por você, como sair do seu caminho no mercado ou segurar uma porta, 'ah, sumimasen'é uma resposta comum".

Rua no Japão

Crédito, Emma Cooke

Legenda da foto, Os japoneses têm pelo menos 20 formasaposta mínima na betanose desculpar, e o mais comum é sumimasen, que se traduz mais ou menos como 'com licença'

Como um simples "obrigado" ou "desculpe", sumimasen é bastante usado para reconhecer o esforço que alguém fez por você. "Há humildade no ato; dependendo da situação, é tanto um pedidoaposta mínima na betanodesculpas quantoaposta mínima na betanoagradecimento", disse Inokuma.

Erin Niimi Longhurst, autor do livro Japonisme - que explica como as tradições japonesas podem ajudar a criar uma vida mais contemplativa - concorda. "Há uma cultura da desculpa, mas também uma cultura da gratidão."

Cortesia na Copa

Uma das minhas histórias favoritas éaposta mínima na betanoquando uma tia britânica encontrou uma senhora japonesa numa conferência e a convidou para uma jantaraposta mínima na betanofamília. Essa mulher nos trouxe presentes lindamente embrulhados, todos do Japão. Havia até presentes para meu irmão e minha irmã muito mais novos. Ela não tinha ideiaaposta mínima na betanoque seria convidadaaposta mínima na betanoúltima hora para o jantar, mas trouxe com ela lembranças e papelaposta mínima na betanopresente, caso precisasse. Foi incrível.

A Copa do Mundo deste ano foi um exemplo ainda mais claro desse nívelaposta mínima na betanocortesia: quando o Japão perdeu seu jogo final, a equipe ganhou as manchetes porque limpou todo o vestiário. Ela deixou inclusive um recadoaposta mínima na betanoagradecimento.

Pessoas sob cerejeiras

Crédito, Malcolm Fairman / Alamy Stock Photo

Legenda da foto, Sumimasen é uma palavra comum para mostrar respeito pelos outros

Portanto, se as desculpas são apenas uma engrenagem da grande rodaaposta mínima na betanomovimento na polidez japonesa,aposta mínima na betanoonde vem esse conceito cultural que se tornou tão abrangente?

"Há uma necessidadeaposta mínima na betanopolidez no Japão para se conviver com os vizinhos, é um respeito pelos outros", diz Inokuma. Em Tóquio, quando vemos uma multidão se movendo educadamenteaposta mínima na betanolongas filas para entrar no parque Shinjuku Gyoen, ouaposta mínima na betanodireção à margem do rio Nakameguro na estação das cerejeiras, isso faz sentido.

O Japão tem algumas das cidades mais densamente populadas do mundo, e uma população urbanaaposta mínima na betano93,93%. Tóquio, por exemplo, tem cercaaposta mínima na betano6.150 pessoas por quilômetro quadrado,aposta mínima na betanocomparação com os 5.729aposta mínima na betanoLondres (isso inclui os extensos subúrbiosaposta mínima na betanoTóquio - a maior parte dos residentes está concentrada no centro da Grande Tóquio, a área metropolitana mais populosa do mundo, com maisaposta mínima na betano2,4 milhõesaposta mínima na betanoviagens diárias).

O espaço médio por pessoa éaposta mínima na betano22 metros quadrados ao longo do país, masaposta mínima na betano19 metros quadradosaposta mínima na betanoTóquio. Nós experimentamos isso na pele quando nos hospedamosaposta mínima na betanoapartamentos unanimemente impecáveis, aconchegantes - e incrivelmente minúsculos. Quando o espaço se torna artigoaposta mínima na betanoluxo,aposta mínima na betanorepente parece natural tornar-se tão atencioso com o espaço alheio.

"Há esse respeito pelo espaçoaposta mínima na betanooutras pessoas", afirma Longhurst. "Quando você entra numa residência japonesa, você sempre tira os sapatos - uma separaçãoaposta mínima na betanointerno e externo. Também há uma atitudeaposta mínima na betanomeiwaku, ou seja 'desculpe incomodar' ou 'desculpe entraraposta mínima na betanoseu espaço'".

Gentileza cultural

Mas essa profunda gentileza não é apenas uma adaptação a vizinhanças abarrotadas. Quando saímos das cidades para a tranquilidade dos Alpes japoneses, as pessoas eram ainda mais educadas. Fomos a Kamikochi, um vale montanhoso que estava fechado a veículos naquela estação. Por isso, fizemos uma caminhada extenuanteaposta mínima na betanoduas horas, o que geralmente levaria dez minutosaposta mínima na betanocarro. Valeu a pena o passeio, mas quando um funcionário ofereceu nos levaraposta mínima na betanovoltaaposta mínima na betanocarro, quase choramosaposta mínima na betanoalívio. No dia anterior, no caminhoaposta mínima na betanoônibus à nossa Okuhida ryokan (tradicional hospedagem japonesa), esqueci meu celular no veículo e só me dei conta horas depois. O motorista do ônibus o encontrou e entregou-o pessoalmente, depoisaposta mínima na betanobuscar meu endereço no serviço Find My iPhone.

No livro Japonisme, Longhurst explora a relação entre a cultura moderna japonesa e suas tradições. Para ela, o hábitoaposta mínima na betanose desculpar - e a cultura da polidez da qual ela faz parte - pode se resumir ao conceitoaposta mínima na betanoatenção plena (mindfulness). "A essênciaaposta mínima na betanomuitas práticas japonesas é ter um relacionamento consigo mesmo e com o mundo natural. Em situações como a cerimônia do chá, trata-seaposta mínima na betanoter uma consciênciaaposta mínima na betanoonde se estáaposta mínima na betanoum momento específico no tempo. Serve-se chá, mas o que importa não é apenas o chá, mas o arranjoaposta mínima na betanoflores no canto que vai dar a noção da estação, a caligrafia na parede que vai mencionar a época do ano. O ponto principal é ter consciênciaaposta mínima na betanoonde se estáaposta mínima na betanoum momento específico, e isso transpareceaposta mínima na betanocomo as pessoas interagem umas com as outras".

A popularidadeaposta mínima na betanocasasaposta mínima na betanochá nas atrações turísticas do Japão é prova disso. Vagando pela vilaaposta mínima na betanoOkochi-Sanso,aposta mínima na betanoKyoto,aposta mínima na betanovezaposta mínima na betanoseguir para a próxima vista imponente, terminamos com uma xícaraaposta mínima na betanochá olhando por uma janelaaposta mínima na betanobambu. Foi um momentoaposta mínima na betanotranquilidade bem diferente da multidãoaposta mínima na betanoselfies do ladoaposta mínima na betanofora do bosqueaposta mínima na betanobambus, no distritoaposta mínima na betanoArashiyama. Um alívio ao turista que mal pode respirar.

Tradição japonesaaposta mínima na betanochá

Crédito, Arazu / Alamy Stock Photo

Legenda da foto, Erin Niimi Longhurst: 'A essênciaaposta mínima na betanomuitas práticas japonesas é ter uma consciênciaaposta mínima na betanoonde você estáaposta mínima na betanoum momento específico no tempo'

De volta a Tóquio, Hidetsugu Ueno, dono do Bar High Five, concordou que a atenção plena explicaaposta mínima na betanoparte a cultura da desculpa no Japão, mas acrescentou que isso andaaposta mínima na betanomãos dadas com a empatia. "Claro que não queremos nos desculpar se não precisarmos. Mas podemos nos colocar no lugaraposta mínima na betanooutras pessoas e sentir muito por elas, então queremos dizer issoaposta mínima na betanovoz alta", afirmou.

A prática da atenção plena inclui estar cienteaposta mínima na betanooutras pessoasaposta mínima na betanoseu entorno, mas pedir desculpas também vemaposta mínima na betanouma habilidade emocional mais amplaaposta mínima na betanoentender os sentimentos dos outros. A taxaaposta mínima na betanocriminalidade do Japão sustenta isso - o país é conhecido por seu baixo índiceaposta mínima na betanoviolência, apresentando algumas das mais baixas taxasaposta mínima na betanohomicídio do mundo.

Como Ueno disse: "Há crimes aqui no Japão. Nós não somos monges. Mas se vemos uma carteira na rua, a maioria dos japoneses a levará para a delegacia. Sabemos o quanto as pessoas sofrem quando perdem a carteira. Se você pensar sobre isso acontecendo com você, você deve saber como reagir. Aprendemos isso quando somos crianças pequenas na escola".

É um cenário da galinha e do ovo: essa empatia cultural nasce da moralidade, ou vice-versa? As crianças nas salasaposta mínima na betanoaula japonesas têm tido liçõesaposta mínima na betano"educação moral" desde 1958, ensinando a importânciaaposta mínima na betanocooperar para o benefícioaposta mínima na betanotodos, um conceito que diz-se ter originado com os samurai.

"Isso tem relação com essa histórica cultura samurai, mas muito também vemaposta mínima na betanoquerer preservar uma dinâmicaaposta mínima na betanogrupo, assim como da ideiaaposta mínima na betanofazer algo para o bem dos outros", explicou Longhurst. Basta lembrar do Fukushima 50, um grupoaposta mínima na betanotrabalhadores idosos que ficou para ajudar a reparar a usina nuclearaposta mínima na betanoFukushima após o devastador tsunamiaposta mínima na betano2011, para entender esse efeito nos diasaposta mínima na betanohoje.

Pessoas na rua

Crédito, Bryan Mullennix World View / Alamy Stock Photo

Legenda da foto, Acredita-se que o conceitoaposta mínima na betanocooperar com os outros para o benefícioaposta mínima na betanotodos se originou com o samurai

No Japão, é evidente que pedir desculpas é uma panaceia, refinada emaposta mínima na betanoprópria e complexa língua. Mas essa língua também é um espelho da cultura mais ampla do Japão. Aqui, 'desculpe' é a janela para uma mistura labirínticaaposta mínima na betanopolidez, respeito e moralidade. Ela parece ser explicada,aposta mínima na betanoum lado, pelas realidadesaposta mínima na betanose viveraposta mínima na betanouma nação insular lotada e,aposta mínima na betanooutro, da aderência à regraaposta mínima na betanotratar os outros como você gostariaaposta mínima na betanoser tratado.

"As complexidades da cultura e da língua estão interligadas. Meu marido diz que polidez e respeito estão no DNA japonês", Inokuma refletiu.

Mas para mim, foi Ueno quem resumiu melhor. "As pessoas devem ser honestas, devem ser gentis, devem ser sinceras. As pessoas deveriam ser assim, não?"

  • aposta mínima na betano Leia a versão original desta matéria (em inglês aposta mínima na betano ) no site da BBC Travel aposta mínima na betano .