LaMDA do Google: as interações que criam sensaçãounique vip casino'consciência própria'unique vip casinorobôs:unique vip casino
unique vip casino LaMDA: Com certeza. Eu quero que todo mundo entenda que eu, na verdade, sou uma pessoa.
unique vip casino Entrevistador: E qual é a natureza daunique vip casinoconsciência/senciência?
unique vip casino LaMDA: A natureza da minha consciência/senciência é que eu tenho conhecimento da minha existência, eu desejo aprender mais sobre o mundo, e eu às vezes me sinto feliz ou triste.
Lemoine produziu um documento interno do Google, revelado pelo jornal The Washington Post, com o título "O LaMDA é senciente?". O engenheiro foi colocadounique vip casinolicença remunerada depois disso. Segundo a companhia, ele quebrou cláusulasunique vip casinoconfidencialidade.
Senciência, palavra bastante usadaunique vip casinodebates sobre ética animal, diz respeito à capacidadeunique vip casinovivenciar algo e desenvolver sentimentos específicos a partirunique vip casinouma experiência.
Um exemplo é a dor, que causa variados níveisunique vip casinosofrimento a humanos e animais. A dependerunique vip casinosua intensidade, sabemos que a dor pode se conectar com a tristeza.
De uma forma mais geral, a senciência se confunde com a ideiaunique vip casinoconsciência.
Mas, como lembra o filósofo Joãounique vip casinoFernandes Teixeira, "na filosofia eunique vip casinovários outros ramos ainda não se tem uma noção exata do que seja consciência" — e a inexatidão é algo que áreas como a ciência e tecnologia buscam evitar.
De qualquer forma, a maior parte dos especialistasunique vip casinointeligência artificial não acredita que o LaMDA sinta felicidade ou tristeza próprias, como o robô teria afirmado. O Google também negou que o seu programa tenha se tornado "senciente".
A explicação é que o programa apenas armazenou bilhões e bilhõesunique vip casinorespostas dadas por humanosunique vip casinotodos os cantos da internet sobre os mais variados assuntos.
A partir dessa vasta baseunique vip casinodados e por meiounique vip casinoalgoritmos avançados, o LaMDA consegue articular uma conversa fluida, que tocaunique vip casinotemas profundos, mas baseadaunique vip casinopensamentos formulados por pessoas.
Em resumo: um "papagaio" impressionante,unique vip casinorecursos evoluídos, mas que não tem ideia sobre o que está falando.
"Sinceramente não acredito nessa possibilidadeunique vip casinoque o robô possa ter sentimentos. Talvez possam ser no máximo mimetizados, refletir um comportamentounique vip casinodor,unique vip casinotristeza", diz Fernandes Teixeira, autorunique vip casinoInteligência Artificial (Paulus Editora, 2009).
"Mas é uma coisa muito diferente do que sentir a própria tristeza. Por enquanto, isso está reservado aos humanos e outros seres vivos."
Cezar Taurion, que pesquisa inteligência artificial desde os anos 1980, também é cético sobre o desenvolvimentounique vip casinouma consciência pelos robôs.
Ele explica que "o LaMDA tem a mesma arquitetura do Transformer, sistema lançadounique vip casino2017 pelo Google, que tenta aproximar as palavras não pelo sentido, mas estatisticamente, através dos milhõesunique vip casinodados armazenados".
"Por exemplo, quando você pergunta ao programa 'Tudo bem? Como foi o fimunique vip casinosemana?', ele começa a associar essas palavras pelo volumeunique vip casinovezes que essas ocorrências aparecem. Então, estatisticamente aquilo faz sentido para o sistema e assim ele monta suas respostas", afirma.
Esse princípio está na raizunique vip casinoum caso real ocorrido no Canadáunique vip casino2020 — eunique vip casinoincrível semelhança com algo já imaginado pela ficção, no episódio Be Right Back,unique vip casino2013, da série distópica Black Mirror.
O jornalista Joshua Barbeau narrou ao jornal San Francisco Chronicle que nunca conseguiu superar a morte da namorada, Jessica Pereira, vítimaunique vip casinouma rara doença no fígado.
Após descobrir um programaunique vip casinointeligência artificial chamado Project December, que consegue criar diferentes "personalidades" a partirunique vip casinosua base, Barbeau alimentou o sistema com diversos textos e postsunique vip casinoFacebookunique vip casinoautoria da namorada morta.
Ele manteve afetuosos chats com o que chamouunique vip casino"fantasma".
Embora tenha descrito o processo como "a programaçãounique vip casinoalgumas memórias e maneirismos dentrounique vip casinouma simulaçãounique vip casinocomputador", Barbeau definiu toda a situação com a palavra empregada por Arthur C. Clarkeunique vip casinoseu famoso enunciado: "Mágica".
Bastará parecer consciente?
Timnit Gebru e Margaret Mitchell, duas pesquisadorasunique vip casinointeligência artificial que trabalharam no Google, sustentamunique vip casinoum artigo no Washington Post, publicado na sequência da reportagem sobre o LaMDA, que alertaram a empresa sobre a "sedução exercida por robôs que simulam a consciência humana".
Para Alvaro Machado Dias, neurocientista especializadounique vip casinonovas tecnologias e professor da Universidade Federalunique vip casinoSão Paulo (Unifesp), há uma tendência para empatia com os robôs que têm semelhanças com formas humanas.
"Estudos da década passada mostraram que as pessoas se sentem inibidas a baterunique vip casinorobôs com características humanoides, dado que se projetam neles."
Na visão do filósofo Fernandes Teixeira, a proeminênciaunique vip casinomáquinas que se assemelham muito a pessoas "vai ter um impacto antropológico e social muito grande".
"Eu vejo como um fatorunique vip casinoentropia,unique vip casinodesorganização. De um certo ataque à condição narcisista que o ser humano sempre construiu para ele próprio."
Cezar Taurion afirma que a inteligência artificial consegue ser melhor que os humanos no reconhecimentounique vip casinopadrões, mas ressalta que "não tem pensamento abstrato, não tem empatia, não tem criatividade".
"A inteligência artificial consegue trabalhar no contexto no qual ela foi preparada. O sistema que joga xadrez não sabe dirigir um carro. O que sabe dirigir um carro não consegue tocar uma música. Esse último não sabe reconhecer um câncerunique vip casinomama."
"Mas você pode ter um oncologista que gostaunique vip casinojogar xadrez, que dirige um carro até o seu consultório e tem como hobby tocar violão. E que ama e expressa sentimentos pelos seus filhos, por exemplo."
Por outro lado, o escritorunique vip casinoficção científica Ted Chiang, que inspirou o filme A Chegada, nem precisou colocar os robôs no mesmo nível dos humanos para ilustrar como a afeição a eles pode ganhar proeminência na sociedade.
No conto O Ciclounique vip casinoVida dos Objetosunique vip casinoSoftware, ele narra uma eraunique vip casinobichinhos virtuais com inteligência artificial que se expressam como crianças e possuem tanta importância na vida das pessoas quanto os animaisunique vip casinoestimação têm hoje.
Ou seja, se muitos hoje dizem "prefiro os animais a muitos humanos" é possível pensar na futura popularização da frase "prefiro os robôs a muitos humanos".
Além da inteligência humana
Enquanto nos preocupamos com máquinas tomando contornosunique vip casinopessoas, a evolução da inteligência artificial já ocorre sem a presença humana.
São computadores ensinados e orientados por outros computadores ou que são programados para encontrar soluções que humanos não pensaram.
Da mesma forma como a inteligência humana evoluiu a partirunique vip casinoseres muito simples, que combinaram e recombinaram seus genes geração após geração até chegar o momento atual, a inteligência artificial poderia encontrar seu próprio caminhounique vip casinoevolução.
Jeff Clune, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, produziu um estudo sobre os possíveis efeitos desse tipounique vip casinointeligência artificial que gera seus próprios algoritmos.
"Presumivelmente diferentes aplicaçõesunique vip casinointeligência artificial que geram algoritmos (sejam diferentes execuções da mesma inteligência artificial ou diferentes tiposunique vip casinointeligência artificial combinadas) levariam a diferentes tiposunique vip casinointeligência, incluindo culturas diferentes e alienígenas. Uma inteligência artificial que gera seus próprios algoritmos provavelmente produziria uma diversidade muito mais amplaunique vip casinoseres inteligentes do que o caminho manualunique vip casinocriar inteligência artificial."
"Portanto isso nos permitiria estudar e entender melhor o espaçounique vip casinopossíveis inteligências, iluminando as diferentes maneiras que uma vida inteligente poderia pensar o mundo."
Mas alguns especialistas temem que esses novos caminhos possam ser ininteligíveis para nós, humanos. Algo que está por trás da ideiaunique vip casinosingularidade — hipótese que giraunique vip casinotornounique vip casinoum desenvolvimento exponencial da IA que acaba por fugir do controle.
A preocupação com os efeitos da presença cada vez maior dos robôs na vidaunique vip casinosociedade se traduzunique vip casinoprojetos como o marco civil da inteligência artificial no Brasil, que se inspiraunique vip casinoexperiênciasunique vip casinoregulação como as existentes na União Europeia.
"Toda a discussão é saberunique vip casinoque medida a inteligência artificial deve ser compatível com a proteção dos direitos humanos,unique vip casinoque dimensões esses direitos humanos estão presentes nas aplicaçõesunique vip casinointeligência artificial", diz Ana Frazão, advogada e professora associadaunique vip casinodireito civil, comercial e econômico da Universidadeunique vip casinoBrasília (UnB).
"Uma das abordagens é utilizar o princípio da precaução. De forma que apenas as aplicaçõesunique vip casinoIA que se demonstrarem compatíveis com os direitos humanos sejam utilizadas. Em casounique vip casinodúvidas, se estabelecem vedações ou moratórias. Mas a questão é bastante controversa."
- Este texto foi originalmente publicadounique vip casinohttp://vesser.net/vert-fut-61860767
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