O que a Ciência já sabe da covid longa, que afeta 1foguetinho betnacionalcada 10 pacientes:foguetinho betnacional

Crédito, Philippe Lopez/AFP/Getty Images

Legenda da foto, Alguns estudos sugerem que umfoguetinho betnacionalcada 10 pacientes apresenta sintomas 12 semanas após a infecção inicial pelo vírus Sars-CoV-2, causador da covid-19

O que ela não podia imaginar é que, um ano depois, um terço dos pacientes da clínica ainda estaria mal e,foguetinho betnacionalgrande parte, incapazfoguetinho betnacionaltrabalhar. Mais da metade nunca deu entradafoguetinho betnacionalhospitais por causa da covid-19.

Quase tão logo a clínica foi aberta, Heightman começou a receber ligaçõesfoguetinho betnacionalmédicos locais intrigados, confusos com um fluxo repentinofoguetinho betnacionalpacientes — muitas vezes relativamente jovens e sem problemasfoguetinho betnacionalsaúde subjacentes — que apresentavam sintomas crônicos.

Todas as histórias seguiam um padrão recorrente, começando com uma infecção aparentemente branda, até que uma estranha constelaçãofoguetinho betnacionaldoenças começava a aparecer. Em vezfoguetinho betnacionaldiminuir, esses sintomas continuavam a persistir por semanas e até meses depois que o vírus supostamente havia deixado seus corpos.

Era um enigma que a comunidade médica não esperava.

"Estes pacientes foram inicialmente deixados para trás", diz Heightman.

"A maioria dos hospitais não conseguia vê-los facilmente, porque não tinha orçamento para abrir uma clínica pós-covid dedicada a isso. Mas agora eles são nosso foco principal."

O sintoma mais comum, que Heightman diz ter sido observadofoguetinho betnacionalmaisfoguetinho betnacional80% dos pacientes emfoguetinho betnacionalclínica, é uma fadiga sufocante que atrapalha suas vidas, tornando difícil completar as tarefas diárias mais simples.

Pesquisas mostraram que a fadiga persistente está presentefoguetinho betnacionalpelo menos 62% dos pacientes com covid longa.

Estes casos são conhecidos agora como "covid longa", "covid-19 pós-aguda" ou "síndrome pós-covid", uma doença pós-viral que provou ser mais prevalente do que se imaginava inicialmente.

O consenso científico geral é que cercafoguetinho betnacionalumfoguetinho betnacionalcada 10 pacientes com covid-19 ainda apresentará sintomas 12 semanas depois.

Mas para compreender totalmente as sutilezas dessa condição complexa, é necessário considerar que a covid longa engloba dois gruposfoguetinho betnacionalpacientes muito díspares — aqueles que foram hospitalizados e aqueles que não foram — cada um com diferentes causas subjacentes.

O primeiro grupo se revelou muito mais simples para os médicos administrarem.

Normalmente, seus pulmões ou coração foram danificados pela infecção viral aguda ou pela tempestadefoguetinho betnacionalcitocinas resultante — a resposta inflamatória severa que pode fazer com que o sistema imunológicofoguetinho betnacionalum paciente ataque seus próprios tecidos.

A tomografia computadorizada e a ressonância magnética revelam rapidamente a extensão do dano, enquanto medicamentos como a colchicina podem ser usados ​​para atenuar qualquer inflamação persistente nos órgãos internos.

Heightman diz que dois terços dos pacientes da clínica com covid longa que foram hospitalizados estão se recuperando bem, enquanto o terço restante apresentou melhorafoguetinho betnacionalseus exames após seis meses.

"Esperamos que a grande maioria desses pacientes melhore a pontofoguetinho betnacionalnão ficar com problemas que limitem suas vidas", diz ela.

"Esperamos que menosfoguetinho betnacional10% dos que ficaram na UTI por muito tempo, fiquem com alguma anormalidade cardíaca ou pulmonar permanente."

Mas os pacientes com sintomasfoguetinho betnacionallongo prazo que não foram hospitalizados se mostraram muito mais complicados.

De acordo com Heightman, o picofoguetinho betnacionalidade tende a ser entre 35 e 49 anos, e eles relatam uma variedade misteriosafoguetinho betnacionalsintomas. Algumas pesquisas com pacientes identificaram até 98 sintomas diferentes.

Os mais comuns incluem fadiga, névoa cerebral, dores musculares e nas articulações, distúrbios do sono, enxaquecas, dor no peito, erupções cutâneas, nova sensibilidade a cheiros e sabores e disautonomia, condição normalmente rara que causa um aumento rápido e desconfortável dos batimentos cardíacos quando a pessoa tenta desempenhar qualquer formafoguetinho betnacionalatividade.

Heightman diz que enquanto 50% dos pacientes da clínica com covid longa que não foram hospitalizados melhoraram ao longofoguetinho betnacionalum ano a pontofoguetinho betnacionalserem capazesfoguetinho betnacionalgerenciar seus sintomas sozinhos, a metade restante ainda não está bem.

Muitas das informações que temos sobre o prognóstico e os sintomasfoguetinho betnacionallongo prazo apresentados por este grupofoguetinho betnacionalpacientes vieramfoguetinho betnacionalum punhadofoguetinho betnacionalclínicas especializadas, como afoguetinho betnacionalHeightman,foguetinho betnacionaltodo o mundo, juntamente aos esforçosfoguetinho betnacionalcomunidades virtuaisfoguetinho betnacionalcovid longa, como a Patient-Led Research Collaborative (PLRC).

Enquanto metade dos pacientesfoguetinho betnacionalHeightman teve uma boa recuperação, outros não tiveram tanta sorte. Uma pesquisa recente da PLRC pintou um quadro mais sombrio.

Crédito, Naveen Sharma/Getty Images

Legenda da foto, Embora a covid-19 seja considerada sobretudo uma doença respiratória, o vírus é capazfoguetinho betnacionalinfectar vários tecidos diferentes do corpo

De 3.762 pacientes com covid longa, 77% ainda apresentavam fadiga após seis meses, 72% sentiam mal-estar após esforço, 55% sofriamfoguetinho betnacionaldisfunção cognitiva, enquanto 36% das pacientes do sexo feminino tinham problemas com o ciclo menstrual.

"Meu próprio ciclo desapareceu por três meses", diz Hannah Wei, parte da equipefoguetinho betnacionalliderança da PLRC, que também sofreu com a covid longa no ano passado.

A pesquisa identificou que, para muitos pacientes com covid longa que não foram hospitalizados, os sintomas vêm e vãofoguetinho betnacionaltrês ondas distintas.

Esse padrão começa com tosse seca e febre, seguidas rapidamente por uma segunda ondafoguetinho betnacionalnovos sintomas, como disautonomia, que atinge o pico após dois meses e,foguetinho betnacionalseguida, diminui gradualmente.

Um mês após a infecção inicial, uma terceira ondafoguetinho betnacionalsintomas aparece, incluindo erupções cutâneas, dores musculares, novas alergias e névoa cerebral.

"Isso é o mais preocupante, porque essa ondafoguetinho betnacionalsintomas só continua a piorar gradualmente, atingindo o pico por volta dos quatro meses, e depois continua", diz Wei.

Mas por que a covid-19 impacta esses pacientes dessa forma, e como é que algumas pessoas que foram infectadas há um ano ainda não se recuperaram?

Um dos maiores desafios para os médicos que tentam tratar a covid longa é que provavelmente haja uma variedadefoguetinho betnacionalgatilhos ou causas subjacentes, dependendo do paciente.

Epidemias recentes têm servido como uma formafoguetinho betnacionalobter pistas cruciais sobre quais podem ser essas causas subjacentes.

Crédito, Matic Zorman/Getty Images

Legenda da foto, Muitos pacientes com covid longa relatam apresentar sintomasfoguetinho betnacionalondas que vêm e vão

Alguns cientistas acreditam que quase todos os surtos infecciosos deixam para trás uma proporçãofoguetinho betnacionalpacientes que permanecem cronicamente doentes com padrõesfoguetinho betnacionalsintomas semelhantes à covid longa.

Isso é conhecido como a "cauda longa" das epidemias. Ao estudar sobreviventes do surtofoguetinho betnacionalSars (síndrome respiratória aguda grave) no início dos anos 2000 e da crisefoguetinho betnacionalebola na África Ocidental na década passada, um grupofoguetinho betnacionalcientistas acredita que sabe por que isso acontece.

A cauda longa

Em 2004, Harvey Moldofsky, neurocientista da Universidadefoguetinho betnacionalToronto, no Canadá, recebeu um telefonemafoguetinho betnacionalum velho amigo. Um ano antes, a Sars havia saído da Ásia e se espalhado brevemente pelo Canadá, infectando 251 pessoas, sobretudo profissionaisfoguetinho betnacionalsaúde na áreafoguetinho betnacionalToronto.

Porém, maisfoguetinho betnacional12 meses depois, 50 ainda não estavam bem, e John Patcai, médico do Toronto General Hospital, queria tentar descobrir o motivo.

"Era um mistério porque, embora não parecesse haver nenhuma evidênciafoguetinho betnacionalinflamação pulmonar persistente, ou do vírus da Sars, eles apresentavam todos esses sintomas", diz Moldofsky.

"Eles se sentiam fracos, extremamente fatigados, tinham dores por todo o corpo e eram completamente incapazesfoguetinho betnacionaltrabalhar. Chamamos issofoguetinho betnacionalsíndrome pós-Sars e, como eu tinha um históricofoguetinho betnacionalestudosfoguetinho betnacionalfadiga, John me pediu para dar uma olhada neles."

Moldofsky logo identificou que os pacientes que sofriam dessa condição dormiam muito mal.

Ele suspeitava que isso, junto a outros sintomas, era um sinalfoguetinho betnacionalinflamação generalizada no cérebro, mas não tinha financiamento para investigar a fundo.

Até que veio uma luz. Cientistas na China relataram a descobertafoguetinho betnacionalfragmentos do material genético do vírusfoguetinho betnacionalvárias células cerebraisfoguetinho betnacionalpacientes com síndrome pós-Sars.

Para Moldofsky, essa descoberta explicava grande parte do mal-estar que sentiam.

"Sabemos que há uma conexão direta do nosso nariz com o cérebro, chamada nervo olfatório, e é provavelmente assim que o vírus entrou diretamente na circulação cerebral", diz ele.

"Acredito que esses fragmentos virais estavam interferindo no funcionamentofoguetinho betnacionalseus cérebros, o que explicaria a má qualidade do sono e outros problemas."

Amy Proal, microbióloga que dirige a PolyBio Research Foundation, que estuda as causas das doenças inflamatórias crônicas, acredita que pequenas quantidadesfoguetinho betnacionalpatógenos que permanecem além do alcance do sistema imunológicofoguetinho betnacionalcompartimentos remotos do corpo, conhecidos como reservatórios ou santuários anatômicos, são pelo menos parcialmente responsáveis ​​por uma sériefoguetinho betnacionalsíndromes pós-infecciosas.

Isso inclui a covid longa, mas também uma sériefoguetinho betnacionaldoenças misteriosas que intrigam os cientistas há décadas, como a doençafoguetinho betnacionalLyme crônica e a síndrome da fadiga crônica (SFC), condição que há muito tempo se especula ter origens infecciosas, embora alguns cientistas acreditem que pode haver uma variedadefoguetinho betnacionalcausas potenciais, e apresenta uma sériefoguetinho betnacionalsemelhanças com a covid longa.

"O fenômenofoguetinho betnacionalpessoas que desenvolvem sintomas crônicos após um surto infeccioso não é novo", diz ela.

"Se o vírus Sars-CoV-2 não fizesse isso, seria praticamente a única vez documentadafoguetinho betnacionalque um patógeno importante não resultoufoguetinho betnacionalcasos crônicos. Há uma grande quantidadefoguetinho betnacionalestudos, que foram negligenciados pela principal corrente da comunidade médica, mostrando como os organismos infecciosos podem persistir nos tecidos e contribuir para os processosfoguetinho betnacionaldoenças. Alguns vírus são altamente neurotróficos, o que significa que podem penetrar nos nervos e se esconder lá, e há evidênciasfoguetinho betnacionalque o Sars-CoV-2 (causador da covid-19) é capaz disso."

Crédito, Kenzo Tribouillard/AFP/Getty Images

Legenda da foto, Um surto recentefoguetinho betnacionalebola na Guiné, na África Ocidental, teve origem a partirfoguetinho betnacionalum homem que contraiu o vírus durante um surto cinco anos atrás

Proal diz que, no passado, muitos médicos foram rápidosfoguetinho betnacionalatribuir as síndromes pós-infecciosas a fatores psicológicos,foguetinho betnacionalvezfoguetinho betnacionala efeitos latentesfoguetinho betnacionalum patógeno que ainda causava danosfoguetinho betnacionalalgum lugar do corpo.

No entanto, na última década, os surtosfoguetinho betnacionalebola, zika e agorafoguetinho betnacionalcovid-19 resultaramfoguetinho betnacionaldoenças crônicasfoguetinho betnacionallongo prazofoguetinho betnacionaluma parte dos sobreviventes, gerando uma maior abertura a essa ideia.

Em particular, o ebola já ensinou muito aos cientistas sobre a capacidadefoguetinho betnacionalos vírus permanecerem no corpo por meses e, às vezes, até anos.

Desde 2013, Georgios Pollakis, microbiólogo da Universidadefoguetinho betnacionalLiverpool, no Reino Unido, tem trabalhado com hospitaisfoguetinho betnacionaltoda a África Ocidental, monitorando casos registradosfoguetinho betnacionalebola longo,foguetinho betnacionalque os sobreviventes relatam dor, fadiga e uma sériefoguetinho betnacionalsintomas neurológicos, incluindo dorfoguetinho betnacionalcabeça e tontura.

Intrigados com pesquisas que indicam que uma alta proporçãofoguetinho betnacionalsobreviventes do ebola apresentam uma ressurgência dos níveisfoguetinho betnacionalanticorpos do vírus até um ano após a infecção, Pollakis e outros pesquisadores detectaram a presençafoguetinho betnacionalseu material genéticofoguetinho betnacionalreservatórios por todo o corpo, do olho aos linfonodos, e até mesmo nos fluidos corporais, como leite materno e sêmen.

Embora os cientistas pensassem anteriormente que esses traços virais poderiam ser relativamente benignos, o ebola longo mostrou que um vírus pode permanecer ativo nesses reservatórios por meses ou até anos.

No início deste ano, uma nova análise genética, publicada como preprint (sem revisãofoguetinho betnacionalpares), sugeriu que um surto recente na Guiné se originou a partirfoguetinho betnacionalum sobrevivente do ebola que contraiu a infecção inicialmente entre 2014 e 2016.

O homem espalhou o vírus ao infectar uma parceira sexual, depoisfoguetinho betnacionalo mesmo ter ficado dormentefoguetinho betnacionalseus testículos por pelo menos cinco anos.

Pollakis acredita que os sintomas do ebola longo e da covid longa ocorrem porque o corpo não consegue eliminar completamente o vírus.

Em vez disso, os restos do material genético do vírus se escondemfoguetinho betnacionalreservatórios onde induzem inflamação local.

Periodicamente, o vírus volta para a corrente sanguínea e desencadeia uma reação imunológica, junto a outros sintomas.

Ele ressalta que o Sars-CoV-2 demonstrou ser capazfoguetinho betnacionalinfectar uma ampla variedadefoguetinho betnacionaltecidos do corpo, do cérebro aos testículos.

"Com a covid-19, foi mostrado que o vírus pode ser medido no sêmen por longos períodosfoguetinho betnacionaltempo", diz ele.

"Portanto, já temos suspeitasfoguetinho betnacionalque ele pode permanecer nesses locais imunoprivilegiados."

Mas fragmentos intrusos do vírus Sars-CoV-2 provavelmente não são a única causa da covid longa.

O aparecimento súbitofoguetinho betnacionalalergias que antes não existiam, assim como as dores musculares e na articulaçãofoguetinho betnacionalalguns pacientes, sugerem que o vírus pode desencadear uma reação autoimunefoguetinho betnacionalalguns casos.

Crédito, Bartosz Siedlik/AFP/Getty Images

Legenda da foto, Terapias baseadasfoguetinho betnacionalexercícios, como nesta clínica na Polônia, estão sendo usadas para ajudar a reabilitar pacientes que sofrem com a covid longa

"Achamos que,foguetinho betnacionalalguns pacientes, algo na covid estimula o sistema imunológico a atacar o próprio tecido do corpo,foguetinho betnacionalmaneira semelhante a doenças autoimunes como lúpus, artrite reumatoide e esclerose múltipla", afirma Heightman.

Isso pode ajudar a explicar a proporção relativamente altafoguetinho betnacionalmulheres que sofremfoguetinho betnacionalcovid longa.

Heightman diz que 66% dos pacientes da clínica são mulheres, e distorçõesfoguetinho betnacionalgênero semelhantes foram relatadasfoguetinho betnacionalquem sofre SFC.

As mulheres também são mais vulneráveis ​​ao desenvolvimentofoguetinho betnacionaldoenças autoimunes.

A PLRC está trabalhando atualmente com uma sériefoguetinho betnacionalgruposfoguetinho betnacionalpesquisa para identificar pacientes com covid longa com autoanticorpos — anticorpos que atacam suas próprias proteínas — que podem estar causando algunsfoguetinho betnacionalseus sintomas.

Uma resposta autoimune à infecção viral inicial também pode estar ligada a outra teoria dominante, que pode explicar alguns dos sintomas mais estranhos da covid longa, como disautonomia e coágulos sanguíneos.

Alguns cientistas veem a covid-19 como uma doença endotelial,foguetinho betnacionalque a inflamação gerada contra o vírus acaba danificando o endotélio vascular, uma camada frágil que atua como uma interface entre o sangue e os tecidos do corpo.

No início deste ano, cientistas da Universidadefoguetinho betnacionalCopenhagen, na Dinamarca, propuseram que,foguetinho betnacionalalguns pacientes com covid longa, o corpo poderia acabar atacando suas próprias estruturas vasculares.

Masfoguetinho betnacionaloutro subgrupofoguetinho betnacionalpacientes, algo ainda mais estranho pode estar acontecendo.

Vários estudos relataram a reativação do vírus herpes zoster — mais comumente conhecido como causador da catapora —, assim como do vírus Epstein-Barr e do citomegalovírusfoguetinho betnacionalpacientes com covid-19 aguda.

Todos esses são vírus que sabemos que são retidos no corpo por toda a vida, uma vez que podem permanecer inativos dentro das células.

Alguns pesquisadores especularam que a covid-19 poderia estar desencadeando a reativaçãofoguetinho betnacionalvírus que permaneceram latentes no corpo por anos ou até mesmo décadas, levando ao desenvolvimentofoguetinho betnacionalsintomas crônicos.

"Uma das coisas que o vírus Sars-CoV-2 faz é neutralizar a sinalização do interferon, e os interferons fazem parte do sistema imunológico que mantém os vírus sob controle", diz Proal.

Crédito, Micheal Dantas/AFP/Getty Images

Legenda da foto, Atualmente, há pouca pesquisa sobre se as vacinas vão ajudar a aliviar o sofrimento causado pela covid longa

"Então, se você já tinha o vírus Epstein-Barr adormecidofoguetinho betnacionalseu corpo, ele poderia ser reativado e infectar um novo nervo ou novo tecido, talvez entrar no sistema nervoso central, e isso poderia resultar nesses sintomas crônicos."

Essa complexidade da covid longa, com seus inúmeros sintomas e múltiplas causas possíveis, gera um grande desafio para os médicos que tentam descobrir como tratar os pacientes.

Embora os governos tenham se esforçado para destinar fundos para aprofundar nossa compreensão da doença —foguetinho betnacionalfevereiro, o Instituto Nacionalfoguetinho betnacionalPesquisafoguetinho betnacionalSaúde e a Agênciafoguetinho betnacionalPesquisa e Inovação do Reino Unido concederam a cientistas da Universidadefoguetinho betnacionalBirmingham £ 2,2 milhões para estudar a covid longa —, ensaios clínicos analisando a possibilidadefoguetinho betnacionaldiferentes tratamentos ainda estão por começar.

Para médicos e pacientes, essa demora está se revelando difícilfoguetinho betnacionalaceitar.

"Você se sente um pouco desamparado porque, tanto para os médicos quanto para os pacientes com covid longa, não há tempo, precisamosfoguetinho betnacionalrespostas agora", diz Heightman.

"Você tem pacientes lá fora que estão tentando todos os tiposfoguetinho betnacionalcoisasfoguetinho betnacionaldesespero."

Entre os medicamentos alternativos que estão sendo experimentados, estão a quercetina, um pigmento vegetal encontrado no chá verde, na cebola efoguetinho betnacionalvárias frutas silvestres, e a niacina, uma formafoguetinho betnacionalvitamina B com propriedades antioxidantes.

A basefoguetinho betnacionalevidências para qualquer uma dessas terapias permanece insignificante, mas, como observa Heightman, os pacientes estão recorrendo a elas porque os médicos podem oferecer poucas opções.

Por causa disso, alguns especialistas acreditam que os pacientes devem ser tratados com base no que sabemos sobre outras doenças semelhantes.

A busca do tratamento

Para a covid longa e outras síndromes pós-infecciosas, a fadiga, a dor e a névoa cerebral são alguns dos sintomas mais persistentes e preocupantes.

"Quando eu estava realmente lutando contra a covid longa no verão passado, havia diasfoguetinho betnacionalque eu simplesmente não sabia o que estava fazendo", lembra Wei.

"Tinha dificuldadefoguetinho betnacionalpensar com clareza, e teve um momentofoguetinho betnacionalsetembrofoguetinho betnacionalque percebi que não conseguia me lembrarfoguetinho betnacionalmuita coisa do verão. Para mim, isso foi bastante assustador, porque normalmente tenho memórias muito vivas."

Esse tipofoguetinho betnacionalperdafoguetinho betnacionalmemória e confusão é frequentemente visto na SFC, e nos últimos oito anos os cientistas que pesquisaram a doença chegaram à conclusãofoguetinho betnacionalque uma das principais causas subjacentes é a neuroinflamação, impulsionada por células imunológicas no cérebro chamadas micróglias.

Em indivíduos saudáveis, as micróglias desempenham um papel fundamentalfoguetinho betnacionalmanter os neurônios do cérebro funcionando normalmente, mas elas são vulneráveis ​​a distúrbios.

Picosfoguetinho betnacionalinflamação na corrente sanguínea, seja por uma reação autoimune desencadeada por uma infecção ou pela presença prolongadafoguetinho betnacionalum vírus, podem fazer com que essas células bombeiem para fora suas próprias moléculas inflamatórias, que então se dispersam rapidamente pelo cérebro.

Estudosfoguetinho betnacionalimagem conduzidos por cientistas japoneses revelaram uma neuroinflamação crônicafoguetinho betnacionalvários pacientes com SFC, enquanto um distúrbio microglial semelhante ocorrefoguetinho betnacionalvários transtornos psiquiátricos, como depressão e esquizofrenia.

Como resultado, Valeria Mondelli, imunologista do Kings College London, no Reino Unido, está defendendo a realizaçãofoguetinho betnacionaltestesfoguetinho betnacionalmedicamentos anti-inflamatórios para pacientes com covid longa.

"Tanto anti-inflamatórios quanto a minociclina — um antibiótico que parece funcionar para pacientes com níveis mais elevadosfoguetinho betnacionalinflamação no sangue — ou inibidoresfoguetinho betnacionalcitocinas, podem ser opçõesfoguetinho betnacionaltratamentofoguetinho betnacionalpotencial", diz ela.

David Kaufman, médico especialistafoguetinho betnacionalSFC que tratou cercafoguetinho betnacional1 mil pacientesfoguetinho betnacionalMountain View, na Califórnia, nos últimos oito anos, acredita que os médicos dedicados à covid longa também deveriam procurar evidênciasfoguetinho betnacionaldisfunção no microbioma, o que poderia estar deixando esses pacientes mais vulneráveis a sofrer problemasfoguetinho betnacionallongo prazo com o vírus SARS-CoV-2.

Embora a SFC seja frequentemente considerada uma doençafoguetinho betnacionalque os pacientes raramente melhoram, Kaufman tem uma taxafoguetinho betnacionalsucesso incomumente alta. Segundo ele,foguetinho betnacional15% a 20%foguetinho betnacionalseus pacientes tiveram uma recuperação completa, embora esta afirmação seja puramente baseada no relato dele.

Ele diz que isso se devefoguetinho betnacionalparte àfoguetinho betnacionalpersistênciafoguetinho betnacionalprocurar e tratar sinaisfoguetinho betnacionalum intestino gotejante — uma maior permeabilidade do revestimento intestinal, que deixa as pessoas geneticamente suscetíveis mais propensas a desenvolver doenças autoimunesfoguetinho betnacionalresposta a um gatilho externo, como uma infecção viral.

Isso acontece porque o intestino está permitindo que toxinas e bactérias entrem na corrente sanguínea, causando uma sériefoguetinho betnacionalproblemas subjacentes, desde a inflamação crônica até a síndromefoguetinho betnacionalativação dos mastócitos — condição que normalmente ocorre durante uma reação alérgica.

Isso pode ser agravado ainda mais por uma infecção subsequente.

"80% dos pacientes com SFC que testei têm um pequeno supercrescimentofoguetinho betnacionalbactérias intestinais", diz Kaufman.

"Como o intestino é um importante órgão imunológico, isso os leva a um caminho para problemas autoimunes."

Alguns estudos preliminares já sugeriram que desequilíbrios no microbiomafoguetinho betnacionalpacientes com covid longa podem estar contribuindo para seus sintomas inflamatórios persistentes.

Mas embora provavelmente mais pesquisas sejam necessárias para que medicamentos como prebióticos ou anti-inflamatórios sejam recomendados para pacientes com covid longa, alguns sintomas individuais já estão se mostrando mais tratáveis ​​do que outros.

Heightman conta que os pacientes com covid longa que apresentam reações do tipo alérgica tendem a responder bem aos anti-histamínicos.

Amy Kontorovich, cardiologista do Hospital Monte Sinai que se especializou no tratamentofoguetinho betnacionaldisautonomia, desenvolveu um novo programafoguetinho betnacionalfisioterapia conhecido como Terapiafoguetinho betnacionalCondicionamento Autônomo (ACT, na siglafoguetinho betnacionalinglês) que demonstrou ser capazfoguetinho betnacionalreduzir os sintomasfoguetinho betnacionalfadigafoguetinho betnacionalalguns pacientes com covid longa e, desde então, foi adotado por 53 centrosfoguetinho betnacionalfisioterapiafoguetinho betnacionaltoda a áreafoguetinho betnacionalNova York.

Kontorovich explica que o ACT começa com exercíciosfoguetinho betnacionalamplitudefoguetinho betnacionalmovimento, antesfoguetinho betnacionalprogredir para diferentes exercícios aeróbicos que aumentam lentamentefoguetinho betnacionalintensidade, mas nunca permitem que o paciente ultrapasse 85%foguetinho betnacionalsua frequência cardíaca máxima.

A técnica é inspiradafoguetinho betnacionalum programafoguetinho betnacionalrecondicionamento semelhante, que se mostrou eficaz no tratamentofoguetinho betnacionaluma formafoguetinho betnacionaldisautonomia, conhecida como POTS.

"Parece programar o sistema nervoso autônomo para reconectar as coisas", diz ela.

"Uma das tendências interessantes que vifoguetinho betnacionalmuitos dos pacientes com covid longa que tratei é que eles eram anteriormente muito ativos e, durante o períodofoguetinho betnacionalsua doença aguda, ficavam deitados na cama ou principalmente sedentários. Esse períodofoguetinho betnacionalinatividade pode ser um fator que contribui para o padrãofoguetinho betnacionaldisautonomia pós-covid, pois sabemos que isso pode acontecer com o descondicionamento."

Mas a ACT não é uma solução milagrosa — Kontorovich afirma que alguns pacientes com disautonomia particularmente severa muitas vezes não conseguem completar o programa porque se sentem muito mal — mas seus primeiros resultados mostram que pode beneficiar os pacientes que conseguem completá-lo.

Heightman acrescenta que muitos pacientes com covid longa também simplesmente melhoram com o passar do tempo, conforme seus corpos se recuperam e se curam.

Como o vírus SARS-CoV-2 existe há pouco maisfoguetinho betnacionalum ano e meio, ainda é muito cedo para dizer por quanto tempo os sintomas crônicos podem durar.

"Não quero que ninguém com sintomasfoguetinho betnacionalcovid longa tenha medofoguetinho betnacionalque nunca vai passar, porque uma proporção muito significativafoguetinho betnacionalpessoas melhora no primeiro ano", diz ela.

Para aqueles que continuam a lutar, no entanto, a esperança é que os milhõesfoguetinho betnacionaldólaresfoguetinho betnacionalbolsasfoguetinho betnacionalpesquisa que estão sendo distribuídos gerem algumas possibilidadesfoguetinho betnacionaltratamento viáveis, caso contrário, a covid longa pode deixar consequências sociais e econômicas profundas na sociedade.

"Se não encontrarmos respostas, podemos estar falandofoguetinho betnacionalmilhõesfoguetinho betnacionalpessoas que não conseguirão trabalhar da mesma maneira", diz Kaufman.

"Uma parcela muito significativa dos pacientes com covid longa são profissionais da saúde. São pessoas qualificadas, ativas e altamente produtivas que agora não podem funcionar. O impacto disso será enorme."

foguetinho betnacional Leia a versão original foguetinho betnacional desta reportagem (em inglês) no site BBC Future foguetinho betnacional .

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