H1N1: as razões para um possível retorno da pandemia2009:
Em junho, o vírus estava presente74 países ao redor do mundo. Um ano depois, quando a OMS declarou o fim da pandemia, entre 151.700 e 575.400 pessoas haviam morrido.
Um esforço globalvacinaçãomassa liderado pelos EUA ajudou a acabar com a pandemia, mas o vírus H1N1 ainda permanece entre nós. Todos os anos circula como uma gripe sazonal, causando doenças, hospitalizações e mortes.
Cientistastodo o mundo monitoram tanto a H1N1 quanto outras gripes suínas para entender melhor essas doenças e para descobrir como conter o próximo vírus antes que se torne uma pandemia.
Mas conter um vírus é um trabalho complexo, agravado pela atividade humana: desde a forma como produzimos nossos alimentos até a maneira como viajamos.
Para entender melhor o desafio que enfrentamos, estáandamento um projeto colaborativo2,5 mil fazendassuínos europeias, que já coletou amostrasmais18 mil porcos.
Os cientistas envolvidos no projeto descobriram que os vírus da influenza A — aqueles que podem se tornar pandêmicoshumanos — estavam presentesmais50% das fazendas que visitaram, sobretudoáreasprodução intensivasuínos, incluindo Dinamarca, Bretanha, no norte da França, noroeste da Alemanha e Holanda.
Em outras palavras, eles encontraram uma pandemia à esperaeclodir.
Os pilaresuma pandemia
No extremo nordeste da Alemanha, onde as terras do país encontram o Mar Báltico, fica a pequena IlhaRiems. O acesso é feito por uma ponte — e não por acaso.
A IlhaRiems é onde fica a instituiçãopesquisavírus mais antiga do mundo, fundada1910 pelo cientista Friedrich Loeffler.
As medidas modernasbiossegurança preveem que os institutosvírus podem ser baseados praticamentequalquer lugar, mas1910, depois que muitas doenças migraram do seu laboratório para a comunidade local, Loeffler decidiu que era melhor instalá-louma ilha. Hojedia, o Instituto Friedrich Loeffler (FLI, na siglainglês) é o principal centrodoenças animais da Alemanha.
Demora cerca30 minutos para dar a volta na ilha a pé, passando por grandes edifícios quadrados que abrigam os laboratórios, instalaçõesexperimentação animal e compartimentos para animais, que abrigam porcos, galinhas, gados e uma áreacriaçãojavalis selvagens.
Na extremidade mais afastada fica o compartimento dos patos, onde as equipes monitoram os padrões da gripe aviária e novas cepasvírus emergentes, atraindo pássaros selvagens para fazer uma paradameio a suas viagens migratórias.
Milharespatos selvagens e gansos passam por esta área todos os anos.
Martin Beer trabalha aqui há 20 anos. Ele é um dos cientistas que começaram rapidamente a criar e testar vacinas quando eclodiu a pandemiagripe suína2009, e agora é o chefe do InstitutoVirologia Diagnóstica. Éequipe que tem realizado o projetocoletar amostrasporcos da Europa.
Até agora, eles encontraram quatro vírus causadoresinfluenza circulando, que apresentam alguns "pilares"uma pandemia.
São vírus que podem infectar humanos, têm potencialse espalhar entre humanos e para os quais não há vacinação ou imunidade inata.
Atualmente, nenhum dos vírus descobertos possui todos os pilares necessários para uma pandemia. Mas se qualquer um desses vírus conseguir se adaptar, a chanceoutra pandemia é significativa.
A equipe também descobriu que a incidência desses vírusporcos está aumentando com o tempo.
"Nossa primeira surpresa neste programavigilância foi que… cerca30% dos porcos testaram positivo para o vírus da influenza A. É muito", diz Beer.
Os porcos, assim como os humanos, são suscetíveis a mais vírus quando são jovens porque ainda não tiveram tempodesenvolver os anticorpos necessários para combatê-los.
No sistemaprodução intensivacarne suína da Europa, os porcos vivem apenas seis meses antesserem abatidos. Ou seja, não têm idade suficiente para combater a maioria dos vírus do tipo influenza.
"(Então) você tem muitos porcos altamente suscetíveis", afirma Beer.
Mais257 milhões por ano, na verdade.
Mas a Europa tem certas vantagens que a tornam menos propensa a doenças humanas do que outras partes do mundo. É um continente rico, com bons sistemassaúdemuitosseus países, é o laralguns dos maiores cientistas do mundo e,geral, tem um clima temperado.
Isso não torna a região imune a uma pandemia, como lamentavelmente sabemos.
Tradicionalmente, os humanos desenvolveram sistemas agrícolas condizentes com nossos ambientes. Mas isso mudou. Com o aumento da população, houve um crescimento na demanda por fontesproteína.
A Europa está tentando produzir mais carne suína, mais rápido do que nunca, e essa demanda está gerando novas doenças.
O colegaBeer, Timm Harder, é chefe do LaboratórioReferênciaGripe Animal no FLI e coautor do relatóriovigilância. Ele diz que há uma conexão entre a forma como a Europa está produzindo proteínas e os vírus que eles estão vendo.
"Em 1995, uma fazendasuínos que tinha 200 porcas era uma exceção. Agora temos fazendas com 2 mil e 20 mil porcas. É um aumento brutal no tamanho da fazenda. Isso é algo que muda a epidemiologia dos vírus influenza", afirma.
Vinte anos atrás, se um novo vírus surgisseuma pequena fazendaporcos, provavelmente se dissiparia rapidamente, sem muitos hospedeiros para infectar. Mas não é mais o caso,acordo com Harder.
"Em uma grande propriedade, há centenasleitões recém-nascidos todos os dias. Um vírus da gripe, uma vez introduzido, se perpetua constantemente. Você o encontrará ao longo dos anos, durante todo o ano", acrescenta.
Com a intensiva e crescente criaçãoporcos, os humanos estão ajudando a mudar a forma como os vírus da gripe operam e a mantê-los ativos por mais tempo.
"É um playground muito bom para os vírus", diz Harder.
Uma placaPetri para doenças
A boa notícia é que, se você estiverforma e saudável, pegar H1N1 agora, provavelmente resultarásintomas levesgripe que passamalgumas semanas.
A má notícia é que os vírus da influenza podem saltar entre as espécies e se misturar com outras vertentes da gripe. É com essas novas misturas que os cientistas se preocupam: elas têm a capacidadecausar problemas gravessaúde, mortes e os distúrbios mundiais que estamos vendo com a covid-19.
E os porcos, ao que parece, são um recipientemistura ideal para essas novas variantes.
"Sabemos que os porcos geralmente não são os criadores do vírus, mas que agem como uma placaPetri, misturando gripeshumanos, pássaros e talvezoutras espécies e,seguida, criando misturas mais letais que podem se espalhar para outras espécies", explica Nicola Lewis, colaboradora do projetocoletaamostras na Europa e professorabiologia evolutiva do Royal Veterinary College do Reino Unido.
Na verdade, segundo ela, o principal motivohaver tantas cepasgripe entre os porcos europeus é que os humanos infectam os porcos comprópria gripe sazonal todos os anos. É por isso que os criadoresporcos são aconselhados a tomar a vacina anual contra a gripe.
Mas este não é apenas um problema que afeta os porcos europeus —todo o mundo, humanos e porcos estão compartilhando e misturando vírus.
Com centenasmilhareshospedeiros para escolher, esses vírus podem saltar e se adaptar o tempo todo.
A naturezarápida mutação dos vírus da gripe torna o trabalhopessoas como Beer, Harder e Lewis incrivelmente complicado; eles estão tentando acertar um alvoconstante movimento.
Os porcos não apenas misturam vírusoutras espécies —humanos e aves, por exemplo — como também misturam os vírus uns dos outros. Os porcos na Europa têm cepasgripe diferentes dos da Ásia, por exemplo, e quando essas duas raças se encontram, podem infectar uma a outra para criar novas doenças.
Em 2009, acredita-se que o comérciolonga distânciaporcos entre o México, os Estados Unidos e a Europa permitiu a formaçãouma nova variante da gripe, infectando jovens na região que não tinham anticorpos antesse espalhar rapidamente pelo globo.
"O comércioanimais desempenha (um papel crucial)reunir diversos vírusdiferentes continentes, que podem então se misturar e gerar novos vírus pandêmicos", escreveram os autoresum relatório2016 sobre as origens da pandemia2009.
No continente europeu, os porcos não se movimentam muito. Mas na América do Norte são transferidos regularmente: eles podem nascer na Carolina do Norte e serem mortosum matadouro no Meio-Oeste americano porque é perto da fazenda que alimenta os porcos.
"Algumas gripes estão evoluindo duas vezes mais rapidamente na América do Norte por causa desse (movimento)", diz Lewis.
A China é outro exemplo. O país importa regularmente suínosoutras partes do mundo para reprodução ou para reabastecer rebanhosporcos que foram exterminados por doenças.
Ao fazer isso, eles podem importar novos vírus com os quais seus porcos ainda não tiveram contato, vírus que podem fazer mal aos humanos.
Isso é particularmente preocupante quando você descobre que um número recordeporcostodo o mundo está sendo morto por uma doença chamada peste suína africana (PSA).
Uma pandemia dentrouma pandemia
Em setembro2020, Egbert Gleich, que trabalha para o DepartamentoSilvicultura, tinha acabadoreceber a má notíciaque a PSA havia cruzado a fronteira com a Polônia e estava na FlorestaBrandemburgo na Alemanha — uma área1,1 milhãohectares repletapinheiros, raposas-vermelhas e, principalmente, javalis selvagens. Ele acredita que o javali tenha levado a doença para lá.
O trabalhoGleich é tentar impedir que a PSA saia do controle.
"Temos que procurar todas as carcaças, e vou preparar armadilhasjavalis por prevenção", diz ele.
É uma tarefa enorme: a PSA é um vírus altamente contagioso que pode sobreviver por mesesum hospedeiro infectado. Felizmente, a PSA não infecta humanos. Mas seu impacto sobre os porcos tem sido significativo.
Em 2019, foi noticiado que a doença já havia matado um quarto dos porcos do mundo, incluindo metade da população suína da China.
No mesmo ano, o país asiático aumentou fortemente suas importaçõessuínos do Brasil e da Europa para suprir a enorme escassezofertacarne causada pelas mortesdecorrência da PSA.
A PSA também ilustra a conexão entre as ações humanas e as doenças que nós, ou os animais, sofremos.
À medida que a atividade humana aquece o planeta, as populaçõesjavali selvagem prosperam.
Anos atrás, um inverno frio teria congelado o solo, restringindo o acesso às raízes, bulbos, nozes e sementesque os javalis geralmente se alimentam — e matado uma grande parte dapopulação.
Agora, os invernos são mais amenos e os javalis não morrem: eles se aproximam das cidades onde aprenderam que há comida e abrigo suficiente.
"É uma espécie inteligente com uma alta taxa reprodutiva, e damos a eles tudo que precisam",afirma Sandra Blome, que dirige o laboratório nacionalreferência para PSA no FLIRiems.
Como resultado, agora há milhõesjavalis selvagenstoda a Europa, cada um com a mesma "capacidadeplacaPetri"misturar vírus potentes e jogá-losvoltaoutras espécies.
Muitos agora têm PSA e, à medida que se movem pelo continente e entramcontato com porcos industriais, infectam rebanhos.
Os porcos domésticos morrem, os rebanhos precisam ser reabastecidos, novos vírus são transportados e compartilhados — e os humanos estão um passo mais perto da próxima pandemia.
Mas, no que diz respeito às maneiras como os humanos estão tornando as disseminações mais prováveis , essa é apenas a ponta do iceberg.
Na Ásia, por exemplo, as fazendassuínos são ainda mais densamente povoadas do que na Europa, e a doença se espalha pela prática controversa (emuitos países, ilegal)alimentar os porcos com sangue e restosoutros porcos mortos.
Eles muitas vezes, sem o conhecimento do fazendeiro, estão infectados com PSA.
"Isso é como um experimentoinfecção", diz Beer.
Para começar, a PSA existe na Europa por causa da atividade humana. Outrora um vírus que assolava apenas os javalis na África Oriental, ele foi levado para o continente europeu provavelmente por navios da Angola, então colônia portuguesa, para Portugal1957.
Ele foi novamente introduzido por humanos na Geórgia2007 por meiocarne contaminada que foi consumida por javalis. De lá, a doença se espalhou por toda a Rússia e Europa Oriental, com javalis e carcaças infectadas sendo encontradaslugares tão distantes quanto a Bélgica.
Como os humanos não são afetados pela PSA, você não saberia dizer se comeu um hambúrguerporco infectado com ela. Mas jogue as sobrasuma lixeira para um javali fuçar e dois dias depois esse animal provavelmente estará morto — depoisinfectar algunsseus amigos e familiares mais próximos.
Uma parte da solução pode parecer ser o abatejavalis na Europa. Mas práticascaça inadequadas podem ajudar a espalhar a doença, à medida que cães e caçadores entramcontato com o sangue do animal e, na sequência, o transportam para outro lugar.
"Não é tão fácil dizer 'vamos erradicar o javali e não teremos mais problemas'", diz Blome, que também é caçadora.
Ela lembra que o javali selvagem também desempenha um papel importante no ecossistema, ajudando as mudasárvores a encontrar espaço para crescer ao revirar o solo, comendo carcaçasoutros animais e servindo como fontealimento para predadores.
Segundo Blome, a solução é ter uma caixaferramentasmétodos para lidar com a doença, desde a detecção precoce até a vacinação.
No FLI, ela eequipe administram uma unidadecriaçãojavalis, testando novos candidatos à vacina e tentando entender as diferenças, se houver, entre javalis e porcos no que diz respeito à capacidadecombater doenças.
Na floresta pela qual a PSA entrou na Alemanha, uma sérieequipamentosalta tecnologia, incluindo drones, helicópteros e detectores infravermelhos, está sendo usada para tentar encontrar carcaças e removê-las do meio ambiente. No fimoutubro, Blome disse que já havia encontrado mais90 carcaçaspouco maisum mês.
Blome e seus colegas estão colaborando agora com cientistas que trabalham na Floresta Nacional da Baviera para entender mais sobre a doença.
A cada três semanas desde julho, Marco Heurich eequipe mataram três javalis saudáveis e colocaram as carcaças na floresta. Eles tiram fotos e vídeos para monitorar o processodecomposição.
"Estamos tentando determinar quatro questões básicas", diz ele.
Primeiro, quanto tempo a PSA é capazsobreviveruma carcaça. Em segundo lugar, se o vírus pode sobreviver no solo e por quanto tempo. Terceiro,que espaçotempo os animais ainda estão aquecidos o suficiente para serem distinguidosseus arredores com um drone. Equarto lugar, se há alguma espécie necrófaga que carrega partes mortas do animal, espalhando a doença para ainda mais longe.
Esses detalhes dariam aos cientistas mais chanceconter a doença.
Apesartodo esse trabalho com javalis selvagens, "o mecanismopropagação mais importante são os humanos", diz Heurich.
A PSA "é muito infecciosa — a maioria dos animais morre e morre rapidamente. Os humanos, no entanto, espalham e espalham rápido".
Estadovigilância
Tentar acompanhar essas doenças à medida que se adaptam e se espalham é, na melhor das hipóteses, complicado — mas também existem outros desafios.
Apesar da devastação que a gripe suína já causou na saúde humana no passado, ela não é uma doença "notificável".
Em outras palavras, os criadores não são obrigados a enviar amostrasseus porcos para teste. Todas as 18 mil amostrassuínos que Harder e Beer coletaram para seu trabalhomonitoramento na Europa foram colhidas voluntariamente.
Isso é diferente, digamos, da gripe aviária — uma doençanotificação compulsóriaque os agricultores são legalmente obrigados a informar qualquer suspeita ao governo.
Uma dificuldade adicional é que os porcos fornecem o sustentomilhõespessoas. Os agricultores precisam botar na balança o controlequalquer doença respiratória com questões como a vacinação e os custostais medidas, diz Lewis.
Além disso, a ideiaque os porcos carregam a doença pode ser ruim para os negócios — é por isso que Lewis e outros especialistassaúde pública alegam que,2009, alguns agricultores pararamprocurar a doençaseus rebanhos e permanecem resistentes à ideia desde então.
Beer acredita que é horaa Europa introduzir um programavigilância obrigatório.
"Precisamosvigilância contínua, observando o desenvolvimento das diferentes variantes, para (nos ajudar) a fazer algumas previsões", diz ele.
O trabalhocoletaamostras e monitoramento que Beer e seus colegas concluíram até agora permitiu a eles criar um acervo importantenovos vírus da gripe suína, detalhando suas propriedades biológicas e genéticas.
Eles usam então o EpiFlu, um bancodados internacionalgripe com maisum milhãosequências, para comparar seus vírus.
"Isso dá uma ideiaquais são os vírus mais relacionados eonde vêm os componentes genéticos do vírus", explica Beer.
Com essas informações, Beer eequipe podem entender mais rapidamente os vírus e começar a selecionar aqueles que apresentam potencial pré-pandêmico para criar protótiposvacinas — antídotos prontos para serem produzidoslarga escala caso a doença passeporcos para humanos.
Pode não ser suficiente para prevenir a próxima pandemia, diz Beer. Mas certamente poderia nos ajudar a criar e distribuir uma vacina muito mais rapidamente do que é possível atualmente.
"(Podemos estar) melhor preparados, podemos melhorar nosso temporeação... e podemos influenciar o impactouma pandemia", avalia Beer.
Ainda assim, esse trabalho leva tempo e dinheiro para ser concluído — dois recursos que estão longeser abundantes.
Mudar a maneira como criamos porcos e interagimos com os rebanhos pode ser outra intervenção importante.
Em outubro2020, o conselho consultivo da Eat, organização sem fins lucrativos que promove a transformação do sistema alimentar, divulgou uma carta aberta ao G20, argumentando que a expansão da pecuária intensiva e da agricultura insustentável está aumentando o riscodisseminaçãovírusanimais para pessoas.
"Todas as evidências que temos hoje mostram que se quisermos obter uma recuperação resiliente da crisecovid-19, evitar futuras pandemias e ter uma chancecumprir os ObjetivosDesenvolvimento Sustentável e o AcordoParis, devemos nos concentrar nos alimentos", diz um trecho da carta.
Tem havido uma pressão mais ampla para substituir a pecuária intensiva por grupos menoresporcos criadosambientes mais verdes, assim como uma mudançadireção a uma agricultura mais saudável e sustentável.
Essas ideias são parte fundamental da estratégia Farm to Fork ("da fazenda ao garfo",tradução literal) do Acordo Verde Europeu.
Internacionalmente, organizações como a Farm Forward estão concedendo financiamento para comunidadespaísesdesenvolvimento, onde a pecuária intensiva estáascensão, para manterindependência e proteger suas propriedades rurais, que são consideradas mais favoráveis ao meio ambiente.
Essas mudanças podem levar algum tempo. Enquanto isso, pergunto a Lewis o que tira seu sono à noite.
"Estou muito preocupada com todos os vírusporcostodo o mundo", diz ela. "Precisamosmuito mais informações sobre o que está lá fora."
Quanto mais sabemos sobre uma doença, mais bem posicionados estaremos para evitarpropagação. Mas o nosso sistema é complexo e conectado. Não vivemossilos — não podemos separar as doenças da Europa da Ásia, ou do México dos Estados Unidos, e manter o controletodos os vírus é quase impossível.
"Quando nós os alcançamos, tudo muda", diz Lewis.
Apesartodo o trabalhoandamento na comunidade científica, mudanças muito maiores — sociais, regulatórias e ambientais — podem ser necessárias para evitar a próxima pandemia.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future .
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