Como um experimento com vacas resultou no nascimento da primeira vacina:best online casinos for us players

Com o avanço do comércio global e a expansão dos impérios, a varíola devastou comunidades ao redor do mundo. Cercabest online casinos for us playersum terço dos adultos infectados com varíola morreriam, e 8best online casinos for us playerscada 10 crianças. Estimativas apontam que no início do século 18 a doença matou só na Europa quase 400 mil pessoas todos os anos.

Os portos eram particularmente vulneráveis. Um surtobest online casinos for us playersvaríolabest online casinos for us players1721 na cidade americanabest online casinos for us playersBoston matou 8% da população.

Mesmo se você não morresse, a doença tinha efeitosbest online casinos for us playerslongo prazobest online casinos for us playersalguns sobreviventes, como cegueira e diversas cicatrizes.

"Quando as crostas caíam, elas deixavam você com marcas e desfigurado, e algumas pessoas cometeram suicídiobest online casinos for us playersvezbest online casinos for us playersviver com as cicatrizes", diz Najera.

Tratamentos iam dos inúteis aos bizarros (e também inúteis). Eles incluíam colocar pacientesbest online casinos for us playersquartos quentes oubest online casinos for us playersquartos frios, evitar comer melões, envolver doentesbest online casinos for us playerspanos vermelhos e até 12 garrafasbest online casinos for us playerscerveja a cada 24 horas, segundo um médico do século 17. A intoxicação pelo álcool deve, pelo menos, ter aplacado a dor.

Havia, no entanto, uma cura genuína. Conhecida como inoculação, ou variolação, ela envolvia pegar o pusbest online casinos for us playersalguém afetado pela varíola e aplicar na pelebest online casinos for us playersuma pessoa saudável. Outra técnica passava por injetar pó das crostas pelo nariz.

Inicialmente praticada na Ásia e na África antesbest online casinos for us playersser levada à Europa no século 18, e à América do Norte por um homem escravizado chamado Onesimus, a inoculação frequentemente resultavabest online casinos for us playerscasos brandos da doença. Mas nem sempre. Algumas pessoas contraíam a varíola grave e todos os inoculados passavam a portar a doença, podendo transmiti-la para os outros. O mundo precisavabest online casinos for us playersuma solução melhor.

No início do século 18, era relativamente sabido na zona rural da Inglaterra que um grupobest online casinos for us playerspessoas parecia imune à varíola. Mulheres que trabalhavam ordenhando vacas contraíam, por outro lado, uma doença relativamente branda do gado conhecida como varíola bovina, deixando poucas cicatrizes.

Durante uma epidemiabest online casinos for us playersvaríola no oeste da Inglaterrabest online casinos for us players1774, o fazendeiro Benjamin Jesty decidiu tentar algo. Ele esfregou pusbest online casinos for us playerslesões da varíola bovina das tetasbest online casinos for us playersuma vaca na pelebest online casinos for us playerssua mulher ebest online casinos for us playersseus filhos. Nenhum deles contraiu varíola.

Mas só muitos anos depois alguém saberia do experimentobest online casinos for us playersJesty. O homem que levou os créditos por inventar a vacinação, e mais importante, popularizá-la, fez observações similares e chegou a conclusões parecidas.

Edward Jenner era um médico do interior que trabalhava na pequena cidadebest online casinos for us playersBerkeleybest online casinos for us playersGloucestershire. Ele havia estudadobest online casinos for us playersLondres sob orientaçãobest online casinos for us playersum dos maiores médicos daquele tempo. Acredita-se que o interessebest online casinos for us playersJennerbest online casinos for us playerscurar a varíola seja influenciado porbest online casinos for us playersexperiênciabest online casinos for us playersinfância com a inoculação da varíola.

Relata-se que Jenner ficou psicologicamente marcado pela experiência e umabest online casinos for us playerssuas motivações era quão horrível ele achou aquilo tudo, conta Owen Gower, que administra o Museu da Casa do Dr. Jenner. "Ele pensava: 'Eu quero encontrar uma alternativa, algo mais seguro e menos assustador'."

Em 1796, após coletar evidências circunstanciaisbest online casinos for us playersfazendeiros e ordenhadoras, Jenner decidiu tentar um experimento. Um experimento potencialmente fatal. Ebest online casinos for us playersuma criança.

Ele extraiu pusbest online casinos for us playerslesõesbest online casinos for us playersvaríola bovina das mãosbest online casinos for us playersuma jovem ordenhadora, Sarah Nelms, e a aplicou na pele do garoto James Phipps,best online casinos for us playersoito anos. Depoisbest online casinos for us playersalguns diasbest online casinos for us playersdoença branda, James se recuperou o suficiente para Jenner inocular no menino uma amostrabest online casinos for us playersuma bolha da varíola. James não desenvolveu a varíola, e nem ninguém que teve contato próximo com ele.

Ainda que o experimento tenha funcionado, pelos padrões atuais ele seria eticamente problemático.

"Não foi realmente um ensaio clínico, e a escolhabest online casinos for us playersquem eles vacinaram realmente te deixa desconfortável", diz Sheila Cruickshank, professorabest online casinos for us playersimunologia da Universidadebest online casinos for us playersManchester, no Reino Unido.

Nem Jenner conhecia a ciência por trás da descoberta. Não havia compreensãobest online casinos for us playersque a doença era causada pelo vírus da varíola, e o funcionamento do sistema imunológico do corpo humano ainda era um mistério naquela época.

"Muito do que eles estavam fazendo era confiar na criaçãobest online casinos for us playersimunidade, criaçãobest online casinos for us playersanticorpos, criaçãobest online casinos for us playersmemória, e eles não tinham noção disso", diz Cruickshank. "É alucinante, e um pouco assustador também."

Mesmo assim, Jenner percebeu quebest online casinos for us playersvacina contra a varíola (nome derivado do latim para varíola bovina, vaccinia) tinha o potencialbest online casinos for us playerstransformar a medicina e salvar vidas. Mas ele também sabia que só deteria a doença se pudesse vacinar o maior númerobest online casinos for us playerspessoas possível.

"Jenner não pretendia lucrar com a vacina, não estava interessadobest online casinos for us playerspatenteá-la", diz Gower. "Ele só queria que as pessoas soubessem sobre isso e queria compartilhar o achado."

Ele converteu uma casabest online casinos for us playersverão rústicabest online casinos for us playersseu jardimbest online casinos for us playersseu Templobest online casinos for us playersVaccinia e convidou a população local para ser vacinada após a igreja no domingo.

"Ele escreveu a outros médicos oferecendo-lhes amostras do material da vacina e encorajando-os a fazê-lo eles mesmos, para que as pessoas fossem vacinadas por seu próprio profissionalbest online casinos for us playerssaúde localbest online casinos for us playersconfiança", diz Gower.

"É um tema que vemos agorabest online casinos for us playerstermosbest online casinos for us playersdefesa da vacina e garantir a aceitaçãobest online casinos for us playersuma vacina é a mensagem certa entregue pela pessoa certa", diz ele.

Depois que Jenner publicou suas descobertas, a notícia se espalhou pela Europa. E depois, graças ao apoio do rei da Espanha,best online casinos for us playerstodo o mundo.

O rei Carlos 4º havia perdido diversos membrosbest online casinos for us playerssua própria família para a varíola, e outros, comobest online casinos for us playersfilha Maria Luisa, sobreviveram com diversas cicatrizes.

Quando ele ouviu falar sobre a vacinabest online casinos for us playersJenner, determinou que um médico ligado à corte liderasse uma expedição global para disseminar a vacinação pelo império espanhol. Para ser justo, a maioria dessas áreas do mundo foram lugares para onde, na verdade, colonizadores europeus levaram a varíola e devastaram comunidades.

Em 1803, um navio velejoubest online casinos for us playersdireção à América do Sul, com 22 órfãos a bordo para atuar como portadores da vacina.

"Não havia uma produçãobest online casinos for us playersmassabest online casinos for us playersvacinas, então eles davam para uma criança", explica Najera. "Essa criança desenvolveria a lesão, então eles a aplicariabest online casinos for us playersoutra criança dias depois, e depois para outra criança e assim sucessivamente."

As crianças foram envolvidas na jornada pela diretora do orfanato, Isabelbest online casinos for us playersZendalay Gomez, que também levou seu filho para contribuir com a missão.

Dividindo forças, a expedição viajou ao redor do Caribe, da América do Sul, da América Central e até cruzou o oceano Pacífico para chegar às Filipinas. Vinte anos depois da descoberta, a vacinabest online casinos for us playersJenner já salvava milhõesbest online casinos for us playersvidas. Logo ela seria popularizada ao redor do mundo. A doença seria completamente erradicada do mundobest online casinos for us players1979.

"Pessoalmente, essa história me dá esperanças sobre a vacina contra a covid-19", afirma Najera. "Nós temos 200 anosbest online casinos for us playersconhecimentobest online casinos for us playersvírus e do sistema imunológico, mas Jenner fez tudo isso sem saber com o que ele estava lidando."

"Jenner é um dos meus maiores heróis científicos", afirma Gower. "Sua determinação e inovação mudaram o mundo e salvaram milhõesbest online casinos for us playersvidas e continuam fazendo isso até hoje."

*Richard Hollingham é jornalistabest online casinos for us playersciência ebest online casinos for us playersespaço, colaborador da BBC Future e autor do livro Blood and Guts, A History of Surgery (Sangue e Coragem, Uma História da Cirurgia,best online casinos for us playerstradução livre). Leia a versão original deste textobest online casinos for us playersinglês no site da BBC Future.

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