As impressionantes imagensnavios e aviõesguerra no fundo do oceano:

Avião B-17 submerso
Legenda da foto, Destroços incrivelmente preservadosum B-17 pertoVis, na Croácia | Foto: Steve Jones/www.millionfish.com

Mas essas relíquiasalguns dos capítulos mais sangrentos da história humana estão desaparecendo. Suas carcaças se deterioram com a açãoáguas e correntes marinhas, e Jones corre contra o tempo para fazer o que chama"capturaum momento histórico que jamais será visto novamente".

"Nos próximos anos, muitos desses aviões e navios sumirão para sempre."

Submarino HMS Stubborn
Legenda da foto, Torre do submarino britänico HMS Stubborn, afundadoMalta há 51 anos | Foto: Steve Jones/millionfish.com

O lugar onde o tempo para

Outro especialistasnaufrágios, o sueco Anders Nyberg, explica que mergulharestruturas repousando no leito marinho por maisum século é testemunhar "como o tempo pode parar".

Nyberg gostausar técnicasfotografia que evidenciem o aspecto peculiar desses ambientes.

"Pode ser uma maçaneta, um parbinóculos ou um vaso. Gostofazer as melhores fotos nesses ambientes intocados."

Umseus lugares favoritos é o SS Thistlegorm, cargueiro britânico afundado pela Força Aérea Alemã na costa do Egito1941, apenas cinco meses após entraroperação. Nyberg gosta da interação entre metal retorcido e a diversidade da vida marinha no Mar Vermelho.

Masmais impressionante experiência, conta, não foi capturada pelas lentes.

Ele e a esposa participavamuma expedição ao SS President Coolidge, embarcação americana afundada por forças japonesas perto da ilhaVanuatu, no Pacífico,1942, quando se viram cercados por misteriosas luzes azuis no interior do compartimentocarga do navio.

"Ficamos cercados pelo que parecia purpurina. Aquilo me desorientou completamente", lembra o sueco.

As luzes vinhamolhos autoiluminadosum cardume, e este recurso, usado para atrair ou iluminar presas, só pode ser visto no escuro. Uma simples lanterna o cancelaria.

Moto no fundo do mar
Legenda da foto, Destroços do Thistlegorm contam até com motocicletas e tanques | Foto: Anders Nysberg

Mergulhos deste tipo exigem muito mentalmente e fisicamente, mas também podem ser "uma formameditação, para se desligar do estresse da vida cotidiana e do trabalho".

A cada mergulho, uma história

A americana Jeniffer Idol foi a primeira mulher a mergulhar nas águastodos os 50 Estados dos EUA.

"Eu prefiro visitar destroços grandes e intactos, que são históricos, não recifes artificiais. Cada destroço conta uma história."

Ela descreveexperiência fotografando, na Carolina do Norte, um U-352 - submarino alemão da Segunda Guerra afundado pela Marinha americana que hoje descansa a 35 metros da superfície.

"É como descer através do tempo, até encontrar um navio muito menor do que você esperava."

A dicaIdol para tirar boas fotos é focarpartes que são facilmente reconhecíveis.

"É muito fácil um destroço parecer algo abstrato, irreconhecível", explica.

Criar uma imagemimpacto demanda planejamento. Idol afirma que é importante analisar a "localização, condição e profundidade" antesuma sessão.

"Um navio pode ser grande demais para apenas um mergulho, especialmente quando você precisa criar uma fotografia."

A força do mar

O espanhol Jordi Benitez, um banqueiro que há 12 anos faz mergulhos amadoreslocaisnaufrágios, descreve a sensaçãoperceber como o mar "rouba" os destroços.

Peixes nos destroços do Chrisoula K, no Mar Vermelho
Legenda da foto, Cardumes passeiam pelos destroços do Chrisoula K, no Mar Vermelho | Foto: Jordi Benitez

"O mar fazum imenso pedaçoaço uma nova casa para peixes. Um novo ecossistema é criado ao redor dos destroços."

Mas é testemunhar o que restou do passado que parece encantá-lo ainda mais:

"No SS Thistlegorm (navioguerra britânico atacado e afundado1941), por exemplo, você encontra motos, caminhões e até trens. Você se sente como se tivesse voltado 70 anos no tempo."