Como seca pode explicar declínio da civilização maia:cadastrou ganhou bet

Pirâmide maia

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Legenda da foto, Civilização maia ergueu edifícios estonteantes e chegou a ter dois milhõescadastrou ganhou bethabitantes

As primeiras cidades maias foram construídas no primeiro milênio antescadastrou ganhou betCristo, e a civilização chegou a seu apogeu por voltacadastrou ganhou bet600 d.C. Arqueólogos já escavaram milharescadastrou ganhou betsítios maias, a maioria espalhada por uma região na parte sul da Penínsulacadastrou ganhou betYucatán, no México, alémcadastrou ganhou betBelize e Guatemala.

É bastante provável que mais ruínas ainda estejam escondidas pela densa floresta tropical da região.

Depoiscadastrou ganhou betmaiscadastrou ganhou bet200 anoscadastrou ganhou betestudos, conhecemos o suficiente sobre os maias para estarmos bem impressionados. Sua arte e arquitetura distintas nos levam a crer que eles eram exímios artesãos.

Templo maia no México

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Legenda da foto, Pirâmides e templos eram alinhados com os astros

Os maias eram ainda intelectualmente avançados. Tinham um forte conhecimentocadastrou ganhou betmatemática e astronomia, que usavam para alinhar pirâmides e templos com movimentos dos astros. E usavam a única linguagem escrita conhecida na Mesoamérica, uma sériecadastrou ganhou betbizarros caracteres conhecidos como os Hieróglifos Maias.

As maravilhas deixadas para trás pelos maias valeram uma senhora reputação. Mas a maneira comocadastrou ganhou betcivilização encontrou seu final é curiosa.

Comecemos com o que sabemos: por voltacadastrou ganhou bet850 d.C., após séculoscadastrou ganhou betprosperidade e hegemonia, os maias começaram a abandonar suas cidades, uma depois da outra. Em menoscadastrou ganhou bet200 anos,cadastrou ganhou betcivilização tinha se tornado uma fraçãocadastrou ganhou betseu passado glorioso. Haveria algumas ressurgências isoladas, mas a grandiosidade maia estava perdida para sempre.

Além da escala tão monumental, o que fez o colapso maia tão chocante é que, apesarcadastrou ganhou betdécadascadastrou ganhou betestudos, os arqueólogos ainda não concordam sobre o que causou tudo isso. Assim como no caso do Império Romano, não parece haver um único culpado para a debacle maia. Mas a natureza desse declínio levou alguns pesquisadores a suspeitar que a civilização maia possa ter sido vítimacadastrou ganhou betuma catástrofe - capazcadastrou ganhou betderrubar cidade após cidadecadastrou ganhou betseu caminho.

Terra seca

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Legenda da foto, Análises climáticas revelam que território maia passou por período severocadastrou ganhou betsecas

Há teorias abundantes sobre o assunto. Algumas das mais comumente discutidas falamcadastrou ganhou betinvasão, guerra civil e colapsocadastrou ganhou betrotas comerciais. Mas desde que cientistas, nos anos 90, começaram a analisar dados históricos sobre o clima, uma teoria ganhou popularidade: acadastrou ganhou betque os maias sofreram um períodocadastrou ganhou betmudanças ambientais severas.

Nos séculos imediatamente anteriores ao colapso maia - a chamada Idade Clássica, entre os anos 250 e 800 d.C. -, a civilização maia teve um boom. Cidades floresceram e colheitas eram abundantes. As informações climáticas (normalmente provenientescadastrou ganhou betformaçõescadastrou ganhou betcavernas) mostram que durante este tempo a área ocupada pelos maias teve alto índicecadastrou ganhou betchuva. Mas a mesma análisecadastrou ganhou betinformações mostra que, a partir do anocadastrou ganhou bet820, a região foi assolada por 95 anoscadastrou ganhou betsecas periódicas, algumas durando décadas.

Cientistas identificaram uma impressionante correlação entre a ocorrência das secas e o colapso maia. A maior parte das grandes cidades maias "caiu" entre 850 e 925 d.C., algo que coincidiu com quase um séculocadastrou ganhou betseca. Essa correlação não é suficiente para encerrar o mistério por si só, mas leva especialistas a desconfiar do clima como um dos principais causadores do declínio maia.

Um dos problemas com essa teoria é que nem todas as cidades sofreram com a seca. As cidades que caíram durante o períodocadastrou ganhou betestiagem do século 9 estavam majoritariamente localizadas na porção sul do território, onde hoje ficam Guatemala e Belize. No norte, porém, a civilização não apenas sobreviveu às secas como registrou desenvolvimento.

Chichen Itza

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Legenda da foto, Pirâmidecadastrou ganhou betChichen Itza, no México

O norte gozavacadastrou ganhou betrelativa prosperidade, com um aumento no númerocadastrou ganhou betcentros urbanos, incluindo uma das mais grandiosas cidades maias: Chichen Itza. Por que a vida era tão diferente no norte?

Cientistas propuseram várias explicações para essa discrepância, mas nenhuma delas parece ter ganhado a batalha. No entanto, uma recente descoberta parece oferecer uma solução para o paradoxo.

Arqueólogos especializados na cultura maia têm dificuldades para estabelecer datas. Quase nenhum dos arquivos maias sobreviveu à colonização espanhola (por ordemcadastrou ganhou betpadres católicos, livros maias foram queimados aos montes e hoje apenas quatro sobrevivem). Sendo assim, para determinar uma linhacadastrou ganhou bettempo para a civilização maia, cientistas se fiamcadastrou ganhou betcalendários registradoscadastrou ganhou betmonumentos, análises estilísticascadastrou ganhou betcerâmicas ecadastrou ganhou bettestescadastrou ganhou betcarbonocadastrou ganhou betmateriais orgânicos.

Estudos anteriores já tinham determinado as idades aproximadas dos principais centros urbanos da civilização maia do norte. Foram eles que determinaram que o norte tinha sofrido as secas do século 9. Mas um novo trabalho, publicadocadastrou ganhou betdezembro por arqueólogos americanos e britânicos, pela primeira vez traz um apanhado generalizadocadastrou ganhou betdatas relacionadas aos centros urbanos da região norte. São maiscadastrou ganhou bet200 datas que permitiram aos pesquisadores estabelecer um retrato mais profundo dos temposcadastrou ganhou betque as cidades do norte estavam ativas, bem como os períodoscadastrou ganhou betque entraramcadastrou ganhou betdeclínio.

Estiagem do século 11

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Legenda da foto, Estiagem do século 11 foi maior da regiãocadastrou ganhou betdois mil anos, segundo arqueólogos

Os pesquisadores descobriram que o norte não apenas tinha sofrido declínio durante o períodocadastrou ganhou betseca, mas que isso ocorrera DUAS vezes. Isso com base no númerocadastrou ganhou betinscrições temporais na segunda metade do século 9. O mesmo padrão é encontradocadastrou ganhou betanálisecadastrou ganhou betcarbono, que indicam, por exemplo, que a construção com o usocadastrou ganhou betmadeira encolheu no mesmo período.

Para os cientistas, esses dados mostram que também havia declínio político-social no norte maia, que pode até ter enfrentado a crise melhor que o sul, mas ainda assim sofreu declínio. Só que nós já sabíamos que Chichen Itza e os outros centros maias do norte tinham sobrevivido bem ao longo do século 10.

É o segundo declínio identificado pelos cientistas que torna a história bem mais interessante e muda nosso conhecimento sobre os maias. Depoiscadastrou ganhou betuma recuperação no século - e que, interessantemente, coincide com um aumento no índice pluviométrico, pesquisadores notaram outra queda na construção civilcadastrou ganhou betdiversos sítios do norte: gravaçõescadastrou ganhou betpedra e outras atividades ligadas à construção caíram pela metade entre 1000 e 1075 d.C.

E, assim como 200 anos antes, pesquisadores descobriram que o segundo declínio também ocorreucadastrou ganhou bettemposcadastrou ganhou betseca, ainda mais severa que no século 9 - na verdade, a estiagem do século 11 foi a maior da regiãocadastrou ganhou bet2 mil anos.

Agricultura maia

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Legenda da foto, Civilização maia criou dependência tanto política quanto econômica da agricultura

Se a primeira grande seca devastou os maias no sul, a segunda pode ter acabado com tudo no norte. Chichen Itza e outros importantes centros urbanos da região não voltariam a se recuperar. Houve algumas exceções - Mayapan, por exemplo, floresceu entre os séculos 13 e 15 -, mas elas nunca rivalizaram com as clássicas cidades maiascadastrou ganhou bettamanho ou complexidade.

Mas como as mudanças climáticas derrubaram os maias?

A maior parte das explicações giracadastrou ganhou bettorno da agricultura. Os maias, assim como todas as grandes civilizações, dependiam fortemente da agricultura paracadastrou ganhou betpujança econômica e para sustentarcadastrou ganhou betpopulação. Um argumento simples é que a escassez na produçãocadastrou ganhou betalimentos gradualmente diminuiu a influência política da sociedade maia e levou à desintegração social. Mas o processo não foi tão direto assim.

"Sabíamos que já havia guerras e instabilidade política nos territórios maias antes das secas do século 9", diz Julie Hoggarth, da Baylor University, no Texas (EUA), e uma das coordenadoras do estudo climático publicadocadastrou ganhou betdezembro.

Talvez os conflitos internos tenham se juntado ao efeito das secas: com a diminuição dos estoquescadastrou ganhou betalimentos, a competição por recursos ficou intensa ao pontocadastrou ganhou betlevar à ruptura social. Mas há uma terceira explicação, amparada no talento dos maias.

Templo maia

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Legenda da foto, Poderia escassezcadastrou ganhou betalimentos ter levado mais à guerra civil?

Alémcadastrou ganhou betgrandes artesãos, eles eram grandes escultores ambientais.

Para produzir alimento suficiente para alimentar milhões, os maias escavaram imensos sistemascadastrou ganhou betcanais que por vezes chegavam a centenascadastrou ganhou betquilômetroscadastrou ganhou betextensão. Isso lhes permitia tornar áreas inférteis produtivas. Eles também derrubaram imensas áreascadastrou ganhou betflorestas para a agricultura e a construção.

Alguns estudiosos creem que essas atividades teriam piorado os efeitos das mudanças climáticas: o desmatamento, por exemplo, teria tornado as secas mais rigorosas. Outra teoria é que o desenvolvimento da agricultura tenha levado a um crescimento populacional acelerado e mais vulnerável à escassezcadastrou ganhou betalimentos.

Quaisquer que tenham sido as razões para o colapso, sabemos algo sobre o destino das pessoas que restaram. A partircadastrou ganhou bet1050 d.C., os maias pegaram a estrada. Abandonaram as regiões do interior e rumaram para a costa caribenha ou para locais com lagos. O êxodo pode ter sido motivado por fome, e a mudança para regiões mais úmidas fazia sentido,cadastrou ganhou betespecial fugindo da seca.

cadastrou ganhou bet Leia a versão original cadastrou ganhou bet desta reportagem (em inglês) no site BBC Earth