Menos princesas, mais personalidade: quem são as heroínas subversivasmais de 1 betnacionallivros que as crianças amam:mais de 1 betnacional
A pequena Astrid era uma contadora naturalmais de 1 betnacionalhistórias e herdou o dom da escrita da mãe, que escrevia poemas quando tinha tempo.
Quando adolescente, Astrid experimentou o cross-dressing (atomais de 1 betnacionalusar roupas ou objetos associados ao sexo oposto) e descobriu o jazz. Aos 17, ela se tornou estagiáriamais de 1 betnacionalum jornal local e, quando tinha 18 anos, seu chefemais de 1 betnacional49 anos, casado e paimais de 1 betnacionalsete filhos, a engravidou.
"Meninas são tão bobas. Ninguém nunca havia estado seriamente apaixonado por mim antes, e ele estava. Então, é claro, eu achei aquilo emocionante", ela afirmou mais tarde.
Quando seu filho nasceu, ela foi forçada a deixá-lo com uma família adotiva. Desolada, tentou ganhar a vidamais de 1 betnacionalEstocolmo como estenógrafa e foi sómais de 1 betnacional1931, quando se casou, que finalmente conseguiu termais de 1 betnacionalvolta a guarda dele.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Lindgren trabalhou na censura do correio para o neutro governo sueco. Era, segundo ela, um trabalho "sujo", mas à luz otimista do tempomais de 1 betnacionalpaz. Quandomais de 1 betnacionalfilha (nascidamais de 1 betnacional1934) estavamais de 1 betnacionalcama com pneumonia, a autora inventou um contraponto alegremente desafiador ao fascismo.
Pippi é subversiva emais de 1 betnacionalespírito livre, uma garota que quebra os padrões. Ela também é solitária e fica difícil acreditar que a personagem teria sido a mesma se o início da vida adultamais de 1 betnacionalLindgren não tivesse sido tão tumultuado.
Feminismo na ficção infanto-juvenil
Lindgren escreveu muitos outros livros, roteiros e ensaios, aparecendo regularmente na mídia e, finalmente, se tornando uma marca global. No entanto, é Pippi que a faz ser lembrada até hoje. Desde que a primeira parte das aventuras da personagem foi lançada,mais de 1 betnacional1945, o livro nunca deixoumais de 1 betnacionalser publicado e permanece internacionalmente amado.
Hojemais de 1 betnacionaldia, a literatura infantil é muito malfeita no que diz respeito a personagens femininos.
Alguém se lembra daquele vídeo que a equipemais de 1 betnacionalHistóriasmais de 1 betnacionalNinar para Garotas Rebeldes lançou? Com o título "Se você tem uma filha, você precisa ver isso", ele chamava a atenção para o preconceitomais de 1 betnacionalgênero mostrando uma mãe e filha removendomais de 1 betnacionaluma estante todos os livros que não tinham personagens masculinos (três), todos os livros sem nenhuma mulher personagem (141) e aqueles nos quais as personagens femininas eram princesas - deixando a prateleira quase nua.
Pippi, no entanto, não é o único ícone feminista na ficção infanto-juvenil - e nem foi o primeiro.
Quase meio século antesmais de 1 betnacionalPippi, L. Frank Baum usava o jornal que editavamais de 1 betnacionalAberdeen, na Dakota do Sul, nos Estados Unidos, para animar as sufragistas americanas, as mulheres que lutaram pelo direito ao voto. Quando escreveu seu conto, agora clássico, O Maravilhoso Mágicomais de 1 betnacionalOz,mais de 1 betnacionalheroína feminina, Dorothy Gale, havia sido moldada por suas crenças, bem como por suas observaçõesmais de 1 betnacionalmulheres pioneiras que viviam a vida nas Grandes Planícies americanas.
Como tornados e bruxas malvadas teriam emocionado Nancy Blackett! Ela é o que uma vez teria sido chamadamais de 1 betnacionaltomboy (menina que gostamais de 1 betnacionalatividades associadas a homens). Uma marinheira esperta vestida com camisa, calções e boné pirata, ela também é filhamais de 1 betnacionaluma mãe solteira, o que pode explicar seu dom para a liderança emais de 1 betnacionaldesenvoltura.
Nancy aparecemais de 1 betnacional9 dos 12 romances que compõem a série Swallows and Amazons,mais de 1 betnacionalArthur Ransome. A personagem fez os leitores da décadamais de 1 betnacional1930 saberem que a vida doméstica feminina não eramais de 1 betnacionalúnica opção.
Ela provavelmente se daria bem com Petrova Fossil, uma das heroínasmais de 1 betnacionalSapatosmais de 1 betnacionalBalé,mais de 1 betnacionalNoel Streatfeild. Abandonada pelo pai adotivo junto com suas irmãs, Pauline e Posy, ela descobre com as meninas que uma irmandade poderosa e solidária as rodeia. Ajudadas por várias mulheres, elas encontram aventura e independência financeira por meio do balé e da atuação - quer dizer, pelo menos Pauline e Posy; Petrova era mais feliz dentromais de 1 betnacionalum carro e acaba se tornando uma pilota.
Sapatosmais de 1 betnacionalBalé foi o primeiro romance da Streatfeild e, cercamais de 1 betnacional80 anos depois, continua popular - J.K. Rowling, autoramais de 1 betnacionalHarry Potter, é uma das fãs da história.
Pippi, a pioneira
A menina Madeline, dos livrosmais de 1 betnacionalLudwig Bemelmans, sabe como tirar o melhormais de 1 betnacionaluma situação não favorável. Apesarmais de 1 betnacionalser sempre alvo das acusações da Senhora Clavel no internato parisiense cobertomais de 1 betnacionalvinhas onde mora, Madeline ama neve e gelo, não tem medomais de 1 betnacionalratos e solta um "buh" para os tigresmais de 1 betnacionaldentes afiados no zoológico. Nem uma inesperada cirurgiamais de 1 betnacionalapendicite derruba a menina - e ela depois exibemais de 1 betnacionalcicatriz com tanto orgulho que se torna invejada pelas colegas.
De acordo com o netomais de 1 betnacionalBemelmans, Madeline foi baseada no próprio autor, que sempre se sentiu como um estranho. Mas o que hámais de 1 betnacionalfrescormais de 1 betnacionalMadeline é que ela não quer ser uma pessoa que pertence já a um grupo estabelecido, ser mais uma ali. De fato,mais de 1 betnacionalum grupomais de 1 betnacional12 garotas que passam seus dias como uma equipemais de 1 betnacionalnado sincronizado, ela se destaca sozinha.
Virginia Lee Burton nasceu apenas uns dois anos depoismais de 1 betnacionalAstrid Lindgren, masmais de 1 betnacionalinfância não poderia ter sido mais diferente. Criadamais de 1 betnacionaluma colôniamais de 1 betnacionalartistas californianos, ela fundou amais de 1 betnacionalprópriamais de 1 betnacionalMassachusetts, onde também escreveu e ilustrou uma sériemais de 1 betnacionallivros, incluindo Katy and Big Snow (Katy e a Grande Neve).
Sua heroína homônima é corajosa e totalmente determinada. Ela é "muito grande e muito forte e pode fazer muitas coisas". Katy também é um trator que ajuda a salvar a cidademais de 1 betnacionaluma tempestademais de 1 betnacionalneve.
E estamos falandomais de 1 betnacionaluma história surgidamais de 1 betnacional1943, bem antes da locomotiva Thomas,mais de 1 betnacionalThomas e Seus Amigos, abordar a questãomais de 1 betnacionaldesigualdademais de 1 betnacionalgênero no ano passado.
Embora os dois filhosmais de 1 betnacionalLee Burton fossem o público-alvomais de 1 betnacionaltodas suas histórias, as valentes máquinas que invadem suas páginas são invariavelmente femininas - há também a escavadora a vapor Mary Anne e o bondinho Maybelle. Fortes, incansáveis e independentes, essas personagens femininas mostram aos leitores mais pequenos que os meninos não tinham o monopólio da força e da grandeza.
Mas a verdadeira igualdade também confere o direitomais de 1 betnacionaltornar um personagem também menos impressionante. Isso é o que torna a heroínamais de 1 betnacional1964mais de 1 betnacionalLouise Fitzhugh tão interessante. Harriet,mais de 1 betnacionalA Pequena Espiã, é sarcástica, rancorosa e acha que pode tudo. Ela é a anti-Nancy Drew (famosa detetive adolescente da literatura americana), que prefere se vestir com um jeans e um cintomais de 1 betnacionalferramentas a usar suéter e agradar aos outros.
No entanto, ao contráriomais de 1 betnacionaltantas heroínas clássicas que vieram antes dela, Harriet não é forçada a se arrependermais de 1 betnacionalsuas escolhas. É claro que há mais histórias e fofocas do que investigação na trama e ela termina o livro tendo sido treinadamais de 1 betnacionalmaneira delicada, mas também cheiamais de 1 betnacionalfalhas e sem sentir remorso.
Os pontos fortes e conquistas das mulheres da vida real que moldaram nosso mundo são algo que meninas e meninos devem ler e sonhar. Mas a ficção conta seus próprios contos únicos, e embora sempre haja trabalho a ser feito, se revirarmos as estantes acharemos cada vez mais heroínas memoráveis para inspirar jovens leitoresmais de 1 betnacionaltodos os gostos.
As existênciasmais de 1 betnacionalpersoangens como Sally J. Freedman,mais de 1 betnacionalJudy Blume, Matilda,mais de 1 betnacionalRoald Dahl, Tracy Beaker,mais de 1 betnacionalJacqueline Wilson, e Rosie Revere,mais de 1 betnacionalAndrea Beaty, agradecemmais de 1 betnacionalgrande parte a Pippi e às suas amigas pioneiras.
mais de 1 betnacional Leia a versão original desta reportagem (em inglês mais de 1 betnacional ) no site BBC mais de 1 betnacional Culture mais de 1 betnacional .
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