Carro autônomo: conheça o 'motorista à distância' e outros empregos do futuro:
Atualmente, os motoristas são chamados principalmente para controlar veículostestevias públicas mas também estão trabalhandoveículos autônomos usadosminas, aeroportos e outros locais controlados.
À medida que mais veículos autônomos surgem nas estradas ao redor do mundo, a funçãoShukman provavelmente se tornará cada vez mais relevante.
"Esta é uma nova formadirigir", diz Shukman, funcionário da Phantom Auto, uma pequena empresa especializadatecnologiasegurançateleoperação. "Mas ela rapidamente se tornará um hábito. No momento, os motoristas profissionais precisam passar dias e até semanas longecasa. Eu enxergo esse papel evoluindo para um trabalhoescritório no futuro. Vamos poder ter centroscontrole onde centenasoperadores remotos vão trabalhar pertoonde moram. Isso poderia transformar totalmente o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal dos motoristas."
Embora há menosuma década os carros autônomos parecessem ficção científica, várias empresastecnologia e fabricantesautomóveis estão testando esses veículosvias públicas ao redor do mundo. O Google foi a primeira grande empresa a colocar veículos robóticos nas estradas da Califórnia, mas empresas tradicionais, como Ford, Jaguar Land Rover, General Motors, BMW e Volkswagen, também desenvolveram sistemas autônomos próprios. Outras empresas, a exemploAmazon, Pizza Hut e a rede supermercado online Ocado, vêm testando modelos voltados a entregas.
Mas também houve retrocessos: a visão computacional usada pela Tesla emtecnologia semi-autônoma esteve envolvidapelo menos um acidente grave. No início deste ano, o aplicativo Uber suspendeu suas operaçõesdireção autônoma depois que um acidente levou à morteum pedestre. E, mais recentemente, o carro autônomo da Apple se envolveuum acidente leve.
Enquanto esses incidentes mostram que a indústria ainda tem obstáculos grandes a superar, a tendência parece seguir adiante. Entre 40% e 95% das viagenscarro serão feitasveículos autônomos até 2030, segundo diferentes análises. A Ford diz que planeja colocar nas estradas veículos totalmente autônomos, sem volante ou acelerador, já2021.
A maioria das projeções sugere que os veículos autônomos vão provocar uma ondadesemprego dos milhõescondutores profissionais que transportam mercadorias e pessoas. De acordo com estimativas da Goldman Sachs, por exemplo, cerca25 mil empregos podem ser destruídos por mês nos EUA, visto que os veículos autônomos substituem caminhoneiros, taxistas e motoristastransportes públicos. O Fórum InternacionalTransporte prevê que até 2030 haverá uma redução50% a 70% na demanda por caminhoneiros profissionais nos EUA e na Europa.
Criaçãonovos empregos
Mas outras análises sugerem que a maioria dessas perdasemprego provavelmente não será sentida plenamente até 2030, tendovista que o impacto geral é mitigado pela criaçãovagasnovos empregos. Há ainda o desafiocapacitar e recolocar nesse novo mercado os futuros desempregados pela automatização.
Funções como as que estão sendo executadas por Shukman e seus colegas se tornarão cada vez mais necessárias. Uma análise do Uber também aponta para o aumento no númeroempregoscaminhões, à medida que,vezpessoas fazendo longas viagens, haverá mais entregastrechos locais.
Veículos autônomos também trazem novas funções.
"Para o setortransportes, esperamos um aumentoempregos que exigem a interface direta com os clientesveículos autônomos, especialmente para consumidores idosos ou com deficiência", diz Amitai Bin-Nun, vice-presidenteveículos autônomos e inovaçãomobilidade no think tank norte-americano Securing America's Future Energy.
Os motoristas ficariam livres para se concentrar no atendimento ao cliente, para, por exemplo, ajudar os passageiros dentro e fora dos veículos ou oferecer-lhes serviçosbordo. Também serão necessários profissionais para manter grandes frotasveículos com tecnologia avançada. "É provável que haja muitos empregos altamente qualificados criados para desenvolver a tecnologiaveículos autônomos e para encontrarem novas aplicações", acrescenta Bin-Nun.
Fabricantescarros e outras empresas do setor já estão buscando pessoas com as habilidades necessárias para controlar com segurança veículos autônomosvias públicas. Enquanto os testes estãoandamentotodo o mundo, os veículos ainda são totalmente controlados e exigem que os seres humanos se sentem ao volante, prontos para intervir a qualquer momento.
De acordo com a empresarecrutamento ZipRecruiter, o númeroanúnciosemprego no setorcondução autônoma tem aumentado 27% ao ano, com um salto250% no segundo trimestre2018comparação com o mesmo período do ano passado. A SociedadeFabricantes e ComerciantesMotores também estima que os veículos autônomos possam representar um adicional320 mil postostrabalho apenas no Reino Unido.
"A indústria vai precisarum exércitopessoas para desenvolver esses sistemas autônomos", diz Graeme Smith, diretor-executivo da Oxbotica, empresa britânica que testa veículos autônomos. "Vamos precisarengenheiros que possam fazê-los funcionar, testá-los, validá-los e que certifiquem a tecnologia. Além disso, precisaremosnovos designersprodutos, já que tudo será feitoforma diferente, sem os seres humanos no controle".
Como será o design?
Smith se refere à mudança radical no designveículos que provavelmente acompanhará os carros autônomos. A maneira como as pessoas interagem e controlam seus veículos esteve praticamente inalterada por décadas. Mas sem a necessidadepedais, alavancas e volantes, qual será a melhor maneirainteragir com o computadorbordo e dizer onde você quer ir?
O ZipRecruiter prevê uma ampla gamanovos empregos surgindo à medida que as empresas comecem a adotar os veículos autônomos. Engenheiros habilitadosnavegação autônoma e robótica serão essenciais, assim como técnicos capazesconsertar veículos que quebrem. "O setordireção autônoma será tão grande quanto a atual indústriaveículos", acrescenta Smith.
A indústria globalautomóveis vale cercaUS$ 300 bilhões (R$ 1,13 bilhão) e emprega cerca1,6 milhãopessoas ao redor do mundo. Mas há quem acredite que o impacto dos veículos autônomos possa ser ainda maior. O Fórum Econômico Mundial prevê que a indústria automotiva cresçaUS$ 144 bilhões (R$ 540 bilhões) nos próximos dez anos, graças aos veículos autônomos. Enquanto isso, um relatório da empresachips Intel, que está trabalhando no setorparceria com a BMW, estima que os veículos autônomos possam valer até US$ 7 trilhões (R$ 26 trilhões) para as economias globais até 2050.
Boa parte desse valor, diz a Intel, viránovas ocupações que vão surgir no entorno da indústriadireção autônoma, entregando o que se conhece como "economiapassageiros". Isso criará empregos como gerentes capazessupervisionar vastas frotastáxis autônomos ou veículosentregamercadorias. Bin-Nun, do think tank Securing America's Future Energy, concorda.
"Como os veículos autônomos podem estimular uma mudança no hábitodirigir carros individuais para carrosfrotas, essas frotas precisarãoprogramação, manutenção, suporte ao consumidor e monitoramento. Todos essas funções representam oportunidades importantes para o aumento do empregotodos os níveishabilidade."
Mas a Intel também enxerga a criaçãoempregos para fornecedoresprodutos e serviços inovadores aos ex-motoristas. A demandacafés e lanches aumentará, assim como a necessidadeentretenimento digitalveículos e até mesmo manicuresmovimento. Além disso, há a necessidadeplanejadores, arquitetos e engenheiros capazescriar a nova infraestrutura rodoviária adaptada aos carros autônomos.
Mas a demanda por motoristas também não deve morrerbreve.
"Queremos pessoas experientes, motoristas experientes", diz Elliot Katz, diretor-executivo da Phantom Auto, que disponibiliza operadores remotos para os principais fabricantesveículos autônomos. "Os veículos autônomos não terão nenhum controle manual para os passageiros no futuro. Aí é que entram os operadores remotos, e por isso suas habilidades serão requisitadas."
Para o motorista remoto Ben Shukman, esse é um trabalho incomum que traz muita responsabilidade. "É fascinante e divertido estar dirigindo onde nunca estive fisicamente", diz ele. "Mas no final do dia sou responsável pela segurança do veículo eseus ocupantes. Saber que as pessoas dependemmim me faz ficar totalmente focado".
E no finalseu turno, como ele se sente ao entrarseu antiquado carro controlado manualmente?
"Dirigir por essa nova perspectiva aumentou minha consciência na estrada", diz ele. "Isso me tornou um motorista mais precavido."
- Leia a versão original desta matéria (em inglês ) no site da BBC Capital .
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