Vivos nos corações e na internet: como artistas que já morreram seguem 'postando' nas redes sociais:qual o melhor mercado de apostas

Apesarqual o melhor mercado de apostasestar escrito na descrição do perfil que a página é mantida por "amigos e familiares", o caso ilustra bem como a "marca"qual o melhor mercado de apostasum artista pode seguir ativa na internet mesmo após o seu falecimento.

A discussão sobre a relação entre fãs e páginasqual o melhor mercado de apostaspersonalidades que morreram também voltou à tona após a morte do apresentador da RecordTV Augusto Liberato, o Gugu, após uma queda emqual o melhor mercado de apostascasaqual o melhor mercado de apostasOrlando, nos Estados Unidos.

Ferramentasqual o melhor mercado de apostasmonitoramentoqual o melhor mercado de apostasredes sociais mostram que o perfil do apresentador no Instagram ganhou maisqual o melhor mercado de apostas1 milhãoqual o melhor mercado de apostasseguidores nos dias que seguiram o anúncio do acidente e do falecimento.

Sem legislação específica no Brasil, a discussão sobre o usoqual o melhor mercado de apostasredes sociaisqual o melhor mercado de apostaspessoas que já morreram é ampla. Quem pode acessar a conta? O perfil deve ser excluído? As respostas podem variar dependendo da rede social e da avaliação da Justiça sobre a prioridadequal o melhor mercado de apostascada conta.

#NãoMorreu

Quando vivo, Reginaldo Rossi não era muito conectado às redes sociais. Nem chegou a entrar na era dos smartphones: usava um aparelho "old school, no estilo flip", relata o seu filho único, Roberto Rossi, à BBC News Brasil.

Cinco anos após a morte do cantor, porém, foi a horaqual o melhor mercado de apostasentrar na era digital. A ideiaqual o melhor mercado de apostasRoberto não era recriar a personalidade do pai numa rede social, mas fazer uma homenagem a seu legado e deixarqual o melhor mercado de apostasmarca viva junto aos fãs.

O perfil, que hoje conta com maisqual o melhor mercado de apostas21 mil seguidores só no Instagram, acabou chamando a atençãoqual o melhor mercado de apostasoutros internautas com comentários bem-humorados, algunsqual o melhor mercado de apostasprimeira pessoa,qual o melhor mercado de apostasreportagens e páginas humorísticas.

"Se Recife fosse o Vaticano, quem seria o papa?", pergunta um perfilqual o melhor mercado de apostashumor. "Alguma dúvida?", respondeu o perfilqual o melhor mercado de apostasRossi, levando internautas ao riso. E outra ocasião, um perfil pergunta no Twitter "Como vocês chamam o garçom?". Rossi responde: "Garçom",qual o melhor mercado de apostasbrincadeira com o títuloqual o melhor mercado de apostassua música mais famosa.

Em 2016, o filho do cantor, seu único herdeiro, discutia com amigos como manter a imagemqual o melhor mercado de apostasseu pai ativa na internet e uma formaqual o melhor mercado de apostasdivulgar um documentário que seria lançado sobre ele: "Conversamos bastante sobre os perfis a serem seguidos, a formaqual o melhor mercado de apostasabordar e responder a postsqual o melhor mercado de apostasterceiros… E também procuramos observar a forma como meu pai lidava com as pessoas no dia a dia", explica Roberto.

A decisãoqual o melhor mercado de apostasinteragir com outras pessoas é, segundo o publicitário George Macedo, que hoje administra a página, a forma naturalqual o melhor mercado de apostasalcançar os fãs que ainda não sabem da existência do perfil: "É uma espéciequal o melhor mercado de apostas'museu' virtual. Não existe a pretensãoqual o melhor mercado de apostasretratá-lo como se ele estivesse vivo", conta.

Para a verificação da página, Roberto teve que comprovar com documentos que tinha o direito sobre a imagem e obra artística do seu pai.

O Instagram informou à BBC News Brasil que a verificaçãoqual o melhor mercado de apostasum perfil garante que se trataqual o melhor mercado de apostasuma página oficial, e não necessariamente que é aquela pessoa quem posta. No caso do perfil Reginaldo Rossi, como ele era uma pessoa pública e como o perfil seria mantido pela família e amigos, a empresa entendeu que o perfil poderia ser verificado, levandoqual o melhor mercado de apostasconsideração os direitos artísticos.

Roberto Rossi conta que, apesarqual o melhor mercado de apostasalguns fãs se surpreenderem quando descobrem que o cantor morreu, a interação giraqual o melhor mercado de apostastorno da admiração que eles têm pela obraqual o melhor mercado de apostasRossi. Em uma açãoqual o melhor mercado de apostasmarketing, o perfil usa a hashtag #ReginaldoRossiNãoMorreu, compartilhando fotosqual o melhor mercado de apostas"flagras"qual o melhor mercado de apostashomens que se parecem com cantor nas ruas. Uma fã responde: "seria tão bom se fosse verdade".

Homenagens póstumas

Hebe

Não há uma regra sobre como as redesqual o melhor mercado de apostaspessoas públicas que morreram devem ser geridas. Se no casoqual o melhor mercado de apostasReginaldo Rossi foi criada uma "persona" bem humorada que usa até a primeira pessoa nas mensagens, outros perfis utilizam o espaço mais para a divulgaçãoqual o melhor mercado de apostasações, produtos e mensagens saudosas.

Mortaqual o melhor mercado de apostas2012, a apresentadora Hebe Camargo também tem suas páginas oficiais atualizadas. Entre os posts, vídeos com momentos memoráveis da carreira e também divulgação da cinebiografia da artista, lançada nos cinemasqual o melhor mercado de apostas2019.

No caso do ator Domingos Montagner, da Rede Globo, mortoqual o melhor mercado de apostas2016 após um afogamento no Rio São Francisco,qual o melhor mercado de apostasSergipe, os perfis são utilizados para divulgar ações do instituto que leva o seu nome. A Casa Domingos Montagner, que tem o propósitoqual o melhor mercado de apostaslevar oportunidades educativas aos jovens por meio do circo e do teatro, busca financiamento para iniciar ações culturaisqual o melhor mercado de apostas2020.

Os cantores Mr. Catra, mortoqual o melhor mercado de apostas2018, e Cristiano Araújo, mortoqual o melhor mercado de apostas2015, são outros que ainda têm seus perfis oficiais atualizados.

Legal

No Brasil, ainda não há leis específicas que tratem do legado digital, mas há leis que podem ser relacionadas ao assunto, como as que tratam sobre o direito da personalidade, a sucessãoqual o melhor mercado de apostasbens e o direito autoral.

De acordo a advogada Luiza Brandão, especialistaqual o melhor mercado de apostasdireito digital e diretora do Institutoqual o melhor mercado de apostasReferênciaqual o melhor mercado de apostasInternet e Sociedade (Iris), o principal aspecto da discussão é saber se "vamos entender se um perfil na redes sociais é a extensão da personalidadequal o melhor mercado de apostasuma pessoa ou se ele vai ser enxergado como um bem, uma herança, assim como carro ou uma casa…"

"Se essa rede social é pensada como uma extensão da nossa personalidade, é complicado que outras pessoas exerçam essa função. Mas, se esse perfil ou página é pensada como um bem material, como pode ser o casoqual o melhor mercado de apostasartistas, há outras soluções possíveis", explica a advogada, destacando que as páginasqual o melhor mercado de apostaspessoas públicas normalmente estão atreladas também a contratos com assessores e publicidade, por exemplo.

O Facebook informou à BBC News Brasil que páginas oficiaisqual o melhor mercado de apostasartistas são enxergadas como uma "conversa pública", que pode ser gerenciada por várias pessoas. Assim, quando uma pessoa morre, a página pode seguir sendo administrada por pessoas que já tinham acesso ao perfil antes.

O Instagram também informou que, se um parente ou assessores já tinham acesso a uma conta, elas continuam com acesso e podem postar no perfil normalmente.

Luiza Brandão alerta, entretanto, que há recursos legais no Brasil que podem ser acionados para proteger a memóriaqual o melhor mercado de apostasuma pessoa que já morreu,qual o melhor mercado de apostascasosqual o melhor mercado de apostaspublicações que possam desrespeitar a opinião e imagem do artista, por exemplo.

O que acontece com meu perfil quando eu morrer?

Apesar da faltaqual o melhor mercado de apostaslegislação equal o melhor mercado de apostasainda poucos casos levados à Justiça, existem os mecanismos das próprias plataformas para lidar com os perfis após a morte.

A advogada Luiza Brandão destaca que os casos envolvendo as redes sociais devem ser vistosqual o melhor mercado de apostasforma "completa", e não apartados da realidade: "A divisão entre mundo virtual e real é teórica. Na prática, somos a mesma pessoa, hoje está tudo entrelaçado".

No casoqual o melhor mercado de apostasum perfil pessoal no Facebook, o usuário pode tomar decisõesqual o melhor mercado de apostasvida. Nas configurações, ele pode escolher um contato "herdeiro". Esse contato poderá gerenciar a conta após ela ser transformadaqual o melhor mercado de apostas"memorial", podendo realizar ações como fixar uma publicação, responder às novas solicitaçõesqual o melhor mercado de apostasamizade e alterar a imagemqual o melhor mercado de apostasperfil e a foto da capa.

Tanto no Instagram quanto no Facebook, amigos e familiares podem entrarqual o melhor mercado de apostascontato com a plataforma, comprovando o óbitoqual o melhor mercado de apostasuma pessoa com documentos. Há duas opçõesqual o melhor mercado de apostassolicitação: o perfil pode ser apagado ou virar um "memorial". No caso do Instagram, se escolher a segunda opção, o perfil fica "congelado" e não aparece mais na busca. No Facebook, o contato herdeiro assume as funções.

Recentemente, o Twitter informou que está trabalhando para ativar o mecanismoqual o melhor mercado de apostastransformar contasqual o melhor mercado de apostaspessoas que já morreram tambémqual o melhor mercado de apostasmemorial - e não apagá-las como contas inativas, quando não há mais atualização.

Para evitar problemas futuros, a advogada Luiza Brandão diz ser importante manifestarmos a nossa vontade sobre as redes sociais aindaqual o melhor mercado de apostasvida, seja deixando um contato herdeiro, a senha com alguém ou uma carta assinada: "O que a gente precisa entender é que nossos perfis e dados fazem parte da nossa vida e também vão fazer parte da nossa morte".

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