Busca pela felicidade está nos tornando infelizes, diz pianista que sobreviveu a abusos e tentativacassino netellersuicídio:cassino neteller
cassino neteller A busca pela felicidade está nos tornando infelizes e as redes sociais não estão ajudando.
A opinião é do pianista James Rhodes, que sobreviveu a anoscassino netellerabuso sexual na infância seguidoscassino netellertentativascassino netellersuicídio.
"Não somos destinados a ser felizes o tempo inteiro", diz ele no quadro opinativo Viewsnight, do programa da BBC Newsnight, afirmando que a busca pela felicidade a todo custo está nos tornando infelizes.
Na visão do pianista, "a busca pela felicidade parece nobre, mas é fundamentalmente falha".
Ele considera que "a felicidade não é algo a se perseguir mais do que a tristeza, a raiva, a esperança ou o amor".
A felicidade "é, simplesmente, um estadocassino netellerser, que é fluido, passageiro e às vezes inatingível".
Negar a existênciacassino netelleroutros sentimentos, nem sempre considerados positivos, afirma, não é o melhor caminho.
Redes sociais
Rhodes observa que estamoscassino netelleruma eracassino netellerritmo sem precedentes no dia a dia e que "nossa mentalidade 'sempre ligada' criou um ambiente impraticável e insustentável".
"Estamoscassino netellerapuros", diz ele. "E as selfies cuidadosamente escolhidas postadas no Instagram; a perfeição física espalhada por todas as mídias -inalcançável e extremamente 'photoshopada' - e o anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando".
Especialistas já alertam que o usocassino netellerredes sociais pode causar ou agravar doenças mentais, como depressão.
O pianista defende que esse tipocassino netellerdoença - com o qual sofre há 20 anos - seja urgentemente repensado e também classificado, enquanto expressão, como simplesmente "condição humana" e não mais como doença mental.
"Sentimentos desafiadores"
Rhodes chama a atenção para os diferentes tiposcassino netellersentimento que permeiam a vida e nem todos têm a ver com satisfação ou alegrias. Há também o outro lado.
"Todos nos sentimos alternadamente ansiosos, para baixo, tranquilos, aflitos, contentes. Ocasionalmente, algunscassino netellernós podemos nos perder no continuumcassino netellerdireção a depressão, ao transtornocassino netellerestresse pós-traumático e a pensamentos suicidas", diz.
Mas pondera: "Só porque não estamos felizes não significa que estamos infelizes".
Para o pianista, assim é a complexidade da vida: "repletacassino netellersentimentos e situações tumultuados, desafiadores e difíceis".
"Negá-los, resistir a eles, se desculpar por eles ou fingir que não existem é contra-intuitivo e contraproducente".
Foi justamente o caminho contrário, o do reconhecimentocassino netellerque "coisas ruins também acontecem" ecassino netellerque é preciso falar sobre elas que ele decidiu trilhar há alguns anos - quando resolveu contarcassino netellerlivro episódioscassino netellerabusos sexuais e outros problemas que enfrentou ao longo da vida.
Abusos
Rhodes foi vítimacassino netellerabusos sexuais cometidos por um professor quando tinha entre 6 e 10 anoscassino netelleridade.
Ele detalhou a história 30 anos depois no livro "A Memoir of Madness, Medication and Music", publicadocassino neteller2015 e traduzido para o português como "Instrumental: memóriascassino netellermúsica, medicação e loucura".
Antes, no entanto, enfrentou 14 mesescassino netellerbatalha judicial com a ex-mulher, que tentava impedir a publicação argumentando que o livro - que relata não apenas os abusos como também os problemas psiquiátricos que se seguiram - poderia traumatizar o filho do casal, na época com 12 anoscassino netelleridade.
Entre os famosos que apoiaram o pianista na época estava o ator e amigocassino netellerinfância Benedict Cumberbatch, intérprete do detetive Sherlock Holmes, na série Sherlock, da BBC, e indicado ao Oscar pelo filme "O Jogo da Imitação".
O livrocassino netellerRhodes detalha que o pianista foi estuprado repetidas vezes por seu professorcassino netellereducação física e boxecassino netelleruma escola particularcassino netellerelitecassino netellerLondres.
A isso seguiram-se anoscassino netellerusocassino netellerdrogas e álcool, comportamentos autodestrutivos, tentativascassino netellersuicídio e uma temporadacassino netellerinternaçãocassino netellerum hospital psiquiátrico.
Uma reviravolta emcassino netellervida só ocorreu quando ele, que havia deixadocassino netellertocar havia dez anos, procurou um dos maiores agentes do mundo para propor uma parceria.
Salvo pela música
O agente ficou fascinado ao ouvi-lo tocar e decidiu que não se tornaria seu sócio, mas que faria com que voltasse para a música.
Rhodes voltou então a ter aulas, com um dos mais reconhecidos professores da Itália, e acabou mudandocassino netellervida. Foi salvo pelo piano.
Já conhecido no cenário musical, ele denunciou o homem que aponta como autor dos abusos, identificado como Peter Lee. À época da denúncia, o suspeito dava aulascassino netellerboxe para criançascassino netellerdez anos.
Ele tinha cercacassino neteller70 anos quando foi preso e indiciado por abuso sexual. Morreu, no entanto, antescassino netellerser julgado.
"Há períodoscassino netellerque eu me desprezo,cassino netellerque eu quero me machucar,cassino netellerque eu quero morrer. E há períodoscassino netellerque eu me sinto bem no mundo e todas essas coisas são naturais para mim", diz Rhodes no Viewsnight, da BBC, ao abordar a questão da busca pela felicidade. Ele sugere: "Talvez nós possamos focarcassino netellercelebrar nossa bagunça individual".