Policiais obrigam jovens a pedir desculpascriar aposta na betanovídeo após ofensas à corporação nas redes sociais:criar aposta na betano
Os responsáveis pela publicação dos "perdões" se identificam, emcriar aposta na betanomaioria, como policiais. Alguns deles até aparecem nos vídeos. Eles usam o argumentocriar aposta na betanoque a prática servecriar aposta na betanoexemplo para que outras pessoas não cometam o mesmo erro.
O advogado Arielcriar aposta na betanoCastro Alves, do Conselho Estadualcriar aposta na betanoDireitos Humanoscriar aposta na betanoSão Paulo, diz que os autores dos vídeos com ameaças aos policiais podem responder a crimes, como injúria, calúnia ou difamação. "Em alguns casos, também há condutascriar aposta na betanoincitação ou apologia ao crime", afirma.
Por outro lado, o advogado avalia que os policiais atuam como justiceiros ao cobrar um perdão público dos infratores.
"Essas atuações configuram crimescriar aposta na betanoconstrangimento ilegal, ameaça, abusocriar aposta na betanoautoridade e, dependendo da gravidade, até a tortura (crime hediondo). Sendo a vítima um adolescente, além desses crimes da legislação penal, podem, os policiais envolvidos, responder pelo crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescentecriar aposta na betanosubmeter criança ou adolescente a vexame ou constrangimento."
14 anos
Com as mãos trêmulas, uma mulher segura diversas folhascriar aposta na betanosulfite enquanto pede desculpas à polícia paulista. Ela não gravou nenhum vídeo contra a corporação. Também não cometeu nenhum crime. O "perdão pelo vacilo" écriar aposta na betanonomecriar aposta na betanoseu filhocriar aposta na betano14 anos, que gravou um vídeo cantando um funk com ofensas aos policiais.
"Peço que vocês revejam essa situação porque eu trabalho, cuido do meu filho e, infelizmente, algumas coisas a gente é sempre a última a saber. Nós já fomos para a delegacia e aqui está o B.O., Compromissocriar aposta na betanoresponsabilidade que ele (filho) vai responder pelo erro dele. Isso serviu como uma lição para nunca mais fazer isso", diz a mãe, com a voz embargada.
Na música que rendeu maiscriar aposta na betano4,5 milhõescriar aposta na betanovisualizações no YouTube, o garoto faz graves insultos principalmente os policiaiscriar aposta na betanoSanta Bárbara D'Oeste, no interior do Estado.
"Esses caras já tão tirando, tão querendo pagarcriar aposta na betanomacho. Andam num carro adesivado escrito polícia, pilantra fardado", diz um trecho da letra. "Se tentar, então nóis (sic) derruba o Águia, explode o batalhão", ameaçacriar aposta na betanooutro versocriar aposta na betanoseu funk.
Depoiscriar aposta na betanoser identificado e prestar depoimento à polícia, o adolescente aparece cabisbaixo ao ladocriar aposta na betanosua mãe, segurando uma plaquinhacriar aposta na betanoarrependimento. E pede desculpas.
"Eu queria falar que eu não estou sendo obrigado a pedir perdão a todos os policiais do Estado. Foi uma letra, (que fiz) num momentocriar aposta na betanobobeira meu. Eu não sei o que eu tinha na cabeça. Queria pedir desculpas a todos os fardados que estão nas ruas ganhando um salário para proteger a gente", disse o rapaz.
Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Públicacriar aposta na betanoSão Paulo informou que uma investigação apontou que a filmagem do adolescente ecriar aposta na betanomãe "foi feitacriar aposta na betanoforma espontânea, inclusive com documento assinado pela mãe do jovem confirmando o fato".
A pasta afirmou ainda que "não tolera desvioscriar aposta na betanocondutacriar aposta na betanoseus integrantes" e "conta com uma rigorosa Corregedoria, à disposição da população para formalizaçãocriar aposta na betanoeventuais queixas a respeito da atuaçãocriar aposta na betanoqualquer policial para a devida apuração".
Mudançacriar aposta na betanopostura
Em Pernambuco, um homem subiu no capôcriar aposta na betanoum carro da polícia e tirou uma foto sem camisa, com as mãos para o alto,criar aposta na betanotomcriar aposta na betanodeboche. O rapaz foi identificado. Ele gravou um "perdão pelo vacilo".
"Quero pedir desculpas à turma do 11º Batalhão da Polícia Militarcriar aposta na betanoPernambuco pela foto que eu tireicriar aposta na betanocima da viatura. Estou profundamente arrependido", diz o homem,criar aposta na betanojoelhos.
Em outro vídeo, o pedidocriar aposta na betanodesculpas foi alémcriar aposta na betanouma declaração. Dois jovens que fizeram uma filmagem ameaçando jogar uma bomba na base da Polícia Militar foram obrigados a se beijar.
"Agora dá um beijo. Mas não é para dar beijinho bitoca não", orienta o homem que faz a filmagem enquanto os amigos obedecem a ordem.
A reportagem da BBC Brasil não conseguiu conversar com nenhuma das pessoas que aparecem nos vídeos encontrados na internet. A maior parte das publicações nas redes são feitas por perfis falsos e as pessoas que pedem perdão geralmente excluem seus suas páginas após serem expostas.
A maioria das pessoas identificadas pela reportagem nos vídeoscriar aposta na betanoperdão é adolescente.
Um deles aparece arrumando seu chinelo ao ladocriar aposta na betanoum carro da Polícia Militarcriar aposta na betanoMinas Gerais. O garoto recebe orientações sobre o que falar enquanto grava a mensagem.
"Eu sou um vacilão, um trouxa, que não poderia ter feito isso. Que ninguém faça isso, pois isso é atocriar aposta na betanocuzão,criar aposta na betanotrouxa que fica afrontando polícia, que não vai te levar a nada isso", diz.
Na sequência, o policial ainda chama a atenção do garoto para que ele enfatize que as desculpas são principalmente aos policiaiscriar aposta na betanoRibeirão das Neves. Ele, que aparenta estar sendo coagido a pedir desculpas, obedece e orienta para que não cometam o mesmo erro que ele.
A Polícia Militarcriar aposta na betanoMinas Gerais informou que o vídeo foi encaminhado à Corregedoria. O órgão disse ainda que "tem instruído aos policiais militares acerca da conduta correta a ser adotadacriar aposta na betanoacordo com os cadernos doutrinários emanados pela corporação, bem como aquelescriar aposta na betanoque há ordenamento jurídico-administrativo que trata sobre o assunto".
Um carro preto da Polícia Militarcriar aposta na betanoGoiás entra no lava-rápido. Ao se aproximar do cinegrafista amador, os vidros pretos descem: "Eae, galera do zapzap! Primeira vez no banco da frente", diz um jovem, que segura um cigarro na mão enquanto faz piada com a situação.
No banco do carona, seu amigo apenas ri e faz sinalcriar aposta na betanopositivo. As imagens circularamcriar aposta na betanogruposcriar aposta na betanoWhatsApp da região e os rapazes logo foram identificados pela polícia.
"Senhores policiais da Rotam, do CPE (Companhiacriar aposta na betanoPoliciamento Especializado), os homenscriar aposta na betanopreto, me desculpem. (...) E a todos os policiais do Estadocriar aposta na betanoGoiás pela tremenda besteira que eu fiz. Estou muito arrependido", disse o rapaz que dirigia o carro.
O jovem que estava no banco do carona também pediu desculpas, se disse arrependido e que isso nunca mais vai acontecer. Sobrou até para o garoto que não aparece, mas filmou toda a ação.
"Eu fui erradocriar aposta na betanopegar o celular e filmar. Sei que nós não podíamos fazer isso. Mas nós fizemos uma coisa errada, muito errada."