'Nunca pensei que teriarobô da bet365 gratismatar um cão': a vidarobô da bet365 gratispoliciais ambientaisrobô da bet365 gratisBrasília:robô da bet365 gratis
Afinal, se os donos não tivessem deixadorobô da bet365 gratisvaciná-lo nem o treinado para ser violento, a situação poderia ter sido evitada, diz o soldado. "Nunca pensei que teriarobô da bet365 gratismatar um cachorro", afirma.
O caso ilustra um dilema vivido por policiais ambientais, profissionais treinados para proteger animais e impedir que sejam maltratados por humanos - desde que não ponham humanosrobô da bet365 gratisrisco.
robô da bet365 gratis Mestres e doutores
A intensa relação entre humanos e outros animaisrobô da bet365 gratisBrasília tem mantido os policiais do batalhão ambiental ocupados.
Bíblia aberta à mesa, o chefe da unidade, major José Gabrielrobô da bet365 gratisSouza Júnior, diz que os 78 soldados sob seu comando atendem entre 10 e 12 ocorrências por dia.
A BBC Brasil visitou na última terça-feira a sede do batalhão - uma casa arejada cercada por abacateiros e jabuticabeiras no Parque Ecológicorobô da bet365 gratisÁguas Claras, a 20 km da Esplanada dos Ministérios. Fardados e armados, policiais conversavam e riam nos corredores, entre prateleiras com livrosrobô da bet365 gratisbotânica, comportamento animal e hidrologia. Disciplina militar, só na continência prestada aos superiores.
"Nossos policiais são altamente especializados", diz o major. "A maioria aqui tem curso superior e pós-graduação: são biólogos, geógrafos, veterinários, agrônomos, engenheiros florestais. Alguns têm até mestrado e doutorado."
O salário inicialrobô da bet365 gratisR$ 6,3 mil, oferecido pela PM-DF a soldadosrobô da bet365 gratisprimeira classe, ajuda a atrair profissionais para a carreira.
Souza Júnior - ele próprio formadorobô da bet365 gratisDireito e com MBArobô da bet365 gratisgestãorobô da bet365 gratisprojetos - diz que a especialização dos policiais é essencial para as tarefas que executam na unidade. Além da formação acadêmica e do treinamento básicorobô da bet365 gratisPM, todos no batalhão recebem aulas sobre como lidar com animais.
"Tem animais que, se você capturar errado, ele morre. O veado-catimbeiro e o veado-mateiro, por exemplo, têm um ataque cardíaco e vêm a óbito quando ficam estressados. Então, tem que ter o cuidadorobô da bet365 gratisesperar o melhor momento para o resgate, não ficar insistindo, reduzir a tensão."
Ele lembra que, anos atrás, o resgaterobô da bet365 gratisum jacaré numa casa no Lago Sul levou um dia e uma noite. Em outra ocasião, policiais levaram três dias para capturar uma cobra-do-milho (corn snake) no 15º andarrobô da bet365 gratisum prédiorobô da bet365 gratisÁguas Claras. Espécie nativa dos EUA, a serpente havia entrado na laje do edifício (suspeita-se que fosse criada por algum morador).
Número dois do batalhão, o capitão Cristiano Rocha rompeu o ligamento do joelho enquanto tentava agarrar uma ema no cursorobô da bet365 gratisformação. Outro colega, ferido na panturrilha por um tamanduá, teverobô da bet365 gratisabandonar o curso.
Rocha participourobô da bet365 gratisum dos resgates mais emblemáticos da história da unidade, quando um lobo-guará deu as caras numa quadra residencial da Asa Sul, no centrorobô da bet365 gratisBrasília.
O animal se escondera embaixorobô da bet365 gratisum carro. Os policiais tentaram atraí-lo para a gaiola, mas o lobo não se mexia. Temendo que o animal fugisse ou atacasse os moradores, Rocha conta que um policial teverobô da bet365 gratistirá-lorobô da bet365 gratislá "no braço, meio na brutalidade". "Às vezes você temrobô da bet365 gratisresolver do jeito que dá", diz.
O animal saiu ileso e, após alguns exames, foi solto no Parque Nacionalrobô da bet365 gratisBrasília.
Formadorobô da bet365 gratisBiologia e mestrerobô da bet365 gratisGenética pela Universidade Federalrobô da bet365 gratisSão Carlos (Ufscar), Rocha trancou o doutoradorobô da bet365 gratisbiologia molecular ao ingressar na PM, já pensandorobô da bet365 gratispostular uma vaga no batalhão ambiental.
Habituado a pesquisar onças no Pantanal, o policial já participourobô da bet365 gratisduas operações para resgatar felinosrobô da bet365 gratisBrasília. Em ambas, as onças sumiram antes que a equipe aparecesse. Rocha diz que, nos últimos anos, houve pertorobô da bet365 gratisBrasília vários registrosrobô da bet365 gratisonças-pretas - uma variação genética rara entre onças-pintadas, o terceiro maior felino do mundo.
"Como são animaisrobô da bet365 gratishábitos noturnos, talvez as pretas estejam conseguindo se esconder melhorrobô da bet365 gratisambientes urbanos, numa espécierobô da bet365 gratisseleção natural induzida pelo convívio com o homem."
Em 2012, câmerasrobô da bet365 gratissegurança filmaram uma onça-parda (suçuarana) no estacionamento do Superior Tribunalrobô da bet365 gratisJustiça. Rocha diz que Brasília é cruzada por vários corredores naturais que ligam reservas ecológicas.
Segundo o Serviço Florestal Brasileiro, 25% do Distrito Federal é coberto por vegetação nativa. Mesmorobô da bet365 gratiszonas urbanas, como no Plano Piloto, há amplas áreas verdes onde humanos e animais silvestres convivem.
Professorrobô da bet365 gratisZoologia da Universidaderobô da bet365 gratisBrasília (UnB), Ricardo Bomfim Machado diz que a cidade preserva parte da fauna nativa - ainda que a urbanização crescente venha reduzindo o númerorobô da bet365 gratisespécies.
A capital foi erguida na décadarobô da bet365 gratis1950 numa árearobô da bet365 gratiscerrado cortada por vários cursos d'água, ambiente bastante favorável à vida animal. Machado diz que, dos 350 tiposrobô da bet365 gratisaves nativas da região, um terço conseguiu sobreviver na zona urbanarobô da bet365 gratisBrasília. O grupo inclui espécies como gavião-casaca-de-couro, arara-canindé, tucano e papagaio-galego.
As populaçõesrobô da bet365 gratismamíferos sofreram mais, mas ainda é possível ver saguis, capivaras e vários tiposrobô da bet365 gratismorcego nas áreas residenciais. Outra espécie que se adaptou bem à cidade é o saruê, marsupial que chega a 90 centímetrosrobô da bet365 gratiscomprimento.
O capitão Cristiano Rocha diz que o saruê é o que "dá mais trabalho" nos resgates. "Ele se esconderobô da bet365 gratiscanos, forros, e pode morder quando acuado."
Em 2012, um espécime foi capturado dentro do Senado, numa sala vizinha aos gabinetes do senador Fernando Collor e do então presidente da Casa, José Sarney.
Outras ocorrências comuns envolvem aves feridas ou que escaparam do cativeiro. Certa vez, o batalhão resgatou um pombo-correio perdido na cidade-satéliterobô da bet365 gratisRecanto das Emas. Os policiais contataram uma associaçãorobô da bet365 gratiscriadoresrobô da bet365 gratispombos-correios e conseguiram localizar o dono, que se emocionou ao reencontrar a ave.
Segundo o comandante, um beija-flor com a asa ferida é suficiente para mobilizar uma equipe do batalhão. Quando há maisrobô da bet365 gratisuma ocorrência ao mesmo tempo, a prioridade érobô da bet365 gratisfilhotes ou animaisrobô da bet365 gratisextinção. "São critérios parecidos com os usados para seres humanos", diz Souza Júnior.
Nem sempre os resgates terminam bem. Muitos animais são capturados após atropelamentos - casorobô da bet365 gratisuma antarobô da bet365 gratis15 kg atingida por um veículo no Setor Militar Urbano. Com a ajuda do Exército, o animal foi levado até os veterinários do zoológico, mas morreu pouco depois.
"Ela chegou lá fungando, fungando. Foi um caso que me chocou, porque nem sempre a gente vê um animal tão grande assim, e ferido. Uma tristeza", diz o capitão Rocha.
A ocorrência mais dramática que o policial enfrentou ocorreu neste ano, após uma denúnciarobô da bet365 gratismaus-tratos contra uma pitbull. "Era um casorobô da bet365 gratisque o dono mantinha relações sexuais com a cachorra", conta.
O policial diz que a cadela tinha uma infecção no sistema reprodutor, e que o dono arrancou todos os seus dentes para que não mordesse. "O jeitorobô da bet365 gratislidar com animais maltratados é como numa ocorrência com estuprorobô da bet365 gratiscriança: você fica indignado, mas temrobô da bet365 gratisrespirar fundo para não sair da legalidade", diz Rocha.
Uma ONG assumiu a guarda da cadela. O dono foi levado à delegacia e liberado após pagar fiança. A pena máxima para maus tratosrobô da bet365 gratisanimais érobô da bet365 gratisum anorobô da bet365 gratisprisão, mas costuma ser substituída por trabalhos comunitários.
Rocha diz que também são comuns os casos que envolvem "a culturarobô da bet365 gratisaprisionar passarinhos". Numa das maiores apreensões já feitas pela unidade, 220 pássaros criados ilegalmente foram resgatadosrobô da bet365 gratisuma só vez. As aves pertenciam a um delegado aposentado.
robô da bet365 gratis Experiência nas ruas
Alémrobô da bet365 gratiscombater delitos ambientais, o batalhão participa às vezesrobô da bet365 gratisoperações contra crimes comuns - o que não é um problema, já que todos os seus integrantes desempenharam as funções antesrobô da bet365 gratisingressar na unidade.
O soldado Adriano Figueiredo - que participou da operação com o pibtull sacrificado - já atuou no Bope (Batalhãorobô da bet365 gratisOperações Policiais Especiais) erobô da bet365 gratispatrulhas convencionais. Ele afirma que a experiência o preparou para o posto atual, mas também lhe mostrou os limites da atuação da polícia.
"Às vezes, você é obrigado a prender um jovemrobô da bet365 gratis16 anos, e, ao entrevistá-lo, vê que a conduta criminosa dele é um problema social: ele vemrobô da bet365 gratisuma vida muito pobre, o pai foi preso por tráfico, a mãe é viciadarobô da bet365 gratiscrack", diz o soldado.
"O Estado não deu condições mínimas para esse jovem, falhou na educação. E quando o Estado se torna presente para ele é na forma repressiva, comrobô da bet365 gratisestrutura armada."
Segundo o capitão Rocha, a colaboração entre o batalhão e outras unidades da PM mudou a imagem do grupo. "No começo, o PM achava que vinha para cá descansar. Hoje, o efetivo nos vê como um batalhão extremamente especializado e produtivo."
Ele afirma, porém, que nem todos os agentesrobô da bet365 gratissegurança tratam os crimes ambientais com o peso devido. Rocha conta que, certa vez, levou à delegacia um homem pego torturando animais.
"O delegado falou: 'Maus tratos? Eu tô aqui com 17 homicidas'. Aí a gente temrobô da bet365 gratisexplicar que, se fizermos vista grossa para os maus tratos, da próxima vez pode ser um homicídio", diz Rocha, que aponta outro motivo para combater crimes ambientais com rigor.
"A natureza responderobô da bet365 gratisforma latente - vemos isso hoje claramente com as mudanças climáticas. Quem derruba uma árvore protegida não está só agindo contra aquela árvore, mas contra todas as pessoas e animais que se beneficiem da existência dela."