Com dívidafreebetsR$ 20 mil e sem salário, professora da Uerj compartilha extrato bancário zerado:freebets

Professora Stela Guedes Caputo, da Uerj

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Professora Stela Guedes Caputo, da Uerj, não recebe salários há três meses e vê as contas acumularem

"É como estar desempregada, só que trabalhando. Eu quis mostrar porque não sei se todo mundo entende o que estamos passando", escreveu ela. "Ver aquela conta zerada, o que nunca tinha acontecido comigo, foi um soco no coração."

Diante das "condições precárias da universidade",freebetssuas próprias palavras, o reitor da instituição, Ruy Garcia Marques, anunciou nesta segunda-feira a suspensão das aulas dos cercafreebets30 mil alunos.

Ele justificou a suspensão, que não tem prazofreebetsacabar, citando o drama dos professores: "O atraso salarial, cada vez maior, gera endividamento crescente, insegurança, angústia e situaçõesfreebetsestresse incontroláveis, maximizadas naqueles que se veem impedidos até da simples comprafreebetsmedicamentos para manutenção básica da saúde".

Publicação da professora Stela Guedes Caputo no Facebook

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Stela Guedes Caputo diz que está devendo R$ 20 mil, alémfreebetsprestaçõesfreebetsseu apartamento

Em entrevista à BBC Brasil, Caputo diz que tem passado por problemas como os citados pelo reitor. "Estou me sentindo humilhada por dar aulas, por trabalhar e não receber. O (governador) Pezão está roubando a dignidade dos professores da Uerj", diz.

A universidade passa por uma crise financeira desde 2016. Há um ano, o governo estadual começou a pagar os salários dos 2,4 mil professoresfreebetsforma fracionada. Em alguns meses, os vencimentos eram divididosfreebetsaté cinco parcelas.

Desde outubro, no entanto, os atrasos começaram a ser constantes. A gestão ainda não pagou o 13º saláriofreebets2016 e as fériasfreebetsprofessores e funcionários. Também houve atrasos no pagamentofreebetsempresas terceirizadasfreebetslimpeza, vigilância e manutenção, contratadas por meiofreebetslicitações públicas. Neste ano, bolsasfreebetsdocentes e alunos, inclusive cotistas, também não estão sendo depositadas.

Aluno entrafreebetscampus da Uerj, no Rio

Crédito, Tânia Rêgo/Agência Brasil

Legenda da foto, A universidade pública passa por problemas financeiros desde 2016, com atrasofreebetspagamentos

Muitas cobranças

As contasfreebetsCaputo começaram a se acumular com os atrasos da universidade. O último salário que ela recebeu foi ofreebetsabril, pago tambémfreebetsforma fracionada.

Hoje, ela diz que deve quatro parcelas - R$ 2.7 mil cada - do financiamento do apartamento que comproufreebets2012. "O que eu faço se a Caixa Econômica resolver tomar minha casa por faltafreebetspagamento?", questiona. O banco público já enviou cartas cobrando as prestações.

A professora também deve a fatura do cartãofreebetscrédito e cercafreebetsR$ 20 mil para amigos e parentes que a socorreramfreebetssituaçõesfreebetsemergência. Também desligou o telefone para não receber mais ligaçõesfreebetscobrança -freebetsluz já foi cortada.

Outro drama é manter as aulas, produçãofreebetspesquisas e participaçãofreebetscongressos acadêmicos sem receber salário.

No mês passado, Caputo viajou para um congressofreebetsMaceió. Ganhou passagem e hospedagem, mas tinha apenas R$ 40 na conta para outras despesas. "É muito constrangedor quando você evita sair com seus colegas porque não tem dinheiro para pagar um jantar", conta.

Veículos abandonados no campus da Uerj

Crédito, Tânia Rêgo/Agência Brasil

Legenda da foto, Empresasfreebetslimpeza, manutenção e vigilância também sofreram com faltafreebetspagamentofreebetscontratos

Greve e pagamento

Em junho, a Justiça do Rio intimou Pezão a cumprir uma liminar que obrigava o governo a pagar os salários dos servidores da Uerjfreebets48 horas. O governador disse que não tinha dinheiro para quitar a dívida.

Nesta segunda, o peemedebista pediu ao governo federal para ingressar no RegimefreebetsRecuperação Fiscal, uma espéciefreebetssocorro da União para ajudar a recuperar as finanças do Estado.

"A adesão ao regimefreebetsrecuperação fiscal permitirá o reequilíbrio financeiro do Estado, possibilitando a regularização do pagamento dos salários dos servidores ativos, inativos e pensionistas e do custeio das atividades fundamentais para prestaçãofreebetsserviços à população", afirmou o governo estadualfreebetsnota à BBC Brasil. A gestão, porém, não deu prazos.

No início do ano, parte dos professores da Uerj iniciaram uma greve contra a faltafreebetspagamento. Em março, Pezão ameaçou cortar os vencimentos dos grevistasfreebets30%.

O orçamento estadual previa um repassefreebetsR$ 1,1 bilhão à universidadefreebets2016. No total, R$ 767,4 milhões foram enviados. Segundo o governo, a diferença ocorreu por causa da "crise finanças estaduais, provocada pela significativa queda na receitafreebetstributosfreebetsconsequência da depressão econômica do país, pelo recuo na arrecadaçãofreebetsroyalties e a redução dos investimentos da Petrobras".

"Em relação ao pagamentofreebetspessoal da Uerj, encontram-sefreebetsaberto os saláriofreebetsmaio e junho, assim como para demais categorias. No dia 14/7, foram pagos R$ 550 referentes ao saláriofreebetsmaio", disse a gestão Pezão, sem mencionar os valores referentes a julho.

Enquanto não recebe os salários atrasados, Caputo vive como pode. Tem feitos alguns trabalhos esporádicos, pois, como é contratadafreebetsregimefreebetsdedicação exclusiva, não pode ter vínculo empregatício com outra empresa.

Na manhã desta terça, a professora foi até a caixafreebetscorreiofreebetsseu prédio. Achou que receberia outra cobrança. Dentrofreebetsum envelope, encontrou R$ 450 e uma carta anônima.

"Fiquei emocionada. Não sei quem enviou a doação. A pessoa escreveu que admira a força dos professores da Uerj", conta.