'Mataram meu filho enquanto ele brincava': a vidacoritiba e américa mineiro palpiteuma cidade síria sitiada:coritiba e américa mineiro palpite

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Legenda da foto, Síria vive guerra civil desde 2011

A clínica para onde Mohamed foi enviado era, na prática, um quarto localizado no porãocoritiba e américa mineiro palpiteuma casa.

Dirigida por Mohammed Darwish, um estudantecoritiba e américa mineiro palpiteodontologiacoritiba e américa mineiro palpite26 anos, e outras duas pessoas, o local era a única instalação médicacoritiba e américa mineiro palpiteMadaya.

"Tentamos fazer o melhor que podemos, mas não tratamos os pacientes completamente. Não somos especialistas", afirma Darwish.

"Mas temos que continuar (o trabalho). Não temos escolha. É um presentecoritiba e américa mineiro palpiteDeus tratar essas pessoas", destaca.

Para salvar o garoto, eles teriamcoritiba e américa mineiro palpitetransferi-lo para outro lugar.

"Foi difícil, um choque, algo como 'O que fazemos agora?', lembra Darwish.

"Ele precisavacoritiba e américa mineiro palpiteuma cirurgia,coritiba e américa mineiro palpiteum hospital, estava sangrando. Nós paramos e cuidamos dele", acrescenta.

'Como animais'

Mas Madaya, com seus 40 mil habitantes e a 25 km a noroestecoritiba e américa mineiro palpiteDamasco, está sitiada desde junhocoritiba e américa mineiro palpite2015.

A cidade permanece cercada pelo Exército sírio e por combatentes aliados do grupo libanês Hezbollah, que são apoiados pelo Irã.

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Legenda da foto, Moradores dizem que forças pró-governo impedem que doentes e feridos deixem Madaya

A movimentação dentro e fora da cidade é rigorosamente controlada, e os pedidos para a retirada do menino foram ignorados. Dezoito horas depois, ele morreu.

"Fomos deixados aqui como animais", diz o pai.

Dias antes, Darwish conta que Mohamed Almoeel estava foracoritiba e américa mineiro palpitesua casa quando levou um tiro no abdômen, também por um atirador.

Moradores afirmaram que os snipers estavam a postos, disparando naqueles que se arriscavam a sair. Mesmo as pessoas que participavamcoritiba e américa mineiro palpitefuneraiscoritiba e américa mineiro palpiteparentes corriam o riscocoritiba e américa mineiro palpiteser alvejadas.

Legenda do vídeo, Imagens mostram antes e depoiscoritiba e américa mineiro palpiteAleppo

A equipe da clínica tentou, novamente, tirar o paciente, mas,coritiba e américa mineiro palpiteacordo com Darwish, os combatentes aliados ao governo não permitiam que eles saíssem.

A única opção que sobrou foi operá-lo lá.

"Não tínhamos nenhum especialista, nenhum anestésico. Tínhamoscoritiba e américa mineiro palpitefazer aquilo mas não sabíamos como. Então pedimos ajuda aos médicos por Whatsapp", diz ele.

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Legenda da foto, Comboioscoritiba e américa mineiro palpiteajuda humanitária e primeiros socorros têm tido pouco acesso a Madaya

Gruposcoritiba e américa mineiro palpiteWhatsapp e Skype foram criados por especialistas e ONGs dentro e fora da Síria, num esforço para ajudar os médicoscoritiba e américa mineiro palpiteclínicas improvisadas como acoritiba e américa mineiro palpiteMadaya.

O cirurgião que ajudava Mohammed Darwish pelo Whatsapp estavacoritiba e américa mineiro palpiteIdlib, uma cidade rebelde no norte da Síria e uma das poucas fortalezas remanescentes da oposição. É para lá que estão sendo levados milharescoritiba e américa mineiro palpitecivis e combatentes retirados do lestecoritiba e américa mineiro palpiteAleppo.

Mas a própria Idlib está agora sob imensa pressão, dizem gruposcoritiba e américa mineiro palpiteresgate, incapazescoritiba e américa mineiro palpitetratar pessoas que sofremcoritiba e américa mineiro palpitedoenças crônicas e ferimentoscoritiba e américa mineiro palpiteguerra, incluindo membros amputados e ferimentos na cabeça.

Darwish e seus colegas levaram oito horas para operar Almoeel.

"Os médicos nos guiaram. Durante a operação, tiramos fotoscoritiba e américa mineiro palpiteseu abdômen, saímos da salacoritiba e américa mineiro palpitecirurgia e perguntamos aos médicos o que fazer", conta ele.

"A bala causou muitos danos dentrocoritiba e américa mineiro palpiteseu corpo. Fizemos tudo o que podíamos. Mas ele precisavacoritiba e américa mineiro palpiteum especialista. Não conseguimos estancar o sangramento, então fechamos o abdômen e o observamos", acrescenta.

Almoeel morreu ao amanhecer.

Os doentes continuavam chegando, mas,coritiba e américa mineiro palpitemuitos casos, Darwish ecoritiba e américa mineiro palpiteequipe nada podiam fazer.

'Morrendocoritiba e américa mineiro palpitefome'

O cerco a Madaya bloqueou o acesso da cidade à medicina, combustível e comida.

Os moradores não têm para onde ir, pois as estradas estão bloqueadas e as minas terrestres cercam a cidade.

De acordo com o Siege Watch, um grupo que monitora as condiçõescoritiba e américa mineiro palpitevidacoritiba e américa mineiro palpiteáreas bloqueadas, moradores permanecem dependentescoritiba e américa mineiro palpitecomboios humanitários que não chegam.

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Legenda da foto, Manifestantes protestam segurando supostas fotoscoritiba e américa mineiro palpitecriançascoritiba e américa mineiro palpiteMadaya que sofremcoritiba e américa mineiro palpitedesnutrição grave

As Nações Unidas disseram no início deste ano que havia relatoscoritiba e américa mineiro palpitepessoas morrendocoritiba e américa mineiro palpitefome na região.

Funcionários da ONU foram informadoscoritiba e américa mineiro palpiteque crianças estavam pegando grama para fazer sopa.

A violência continuou e os grupos humanitários receberam acesso à região entre janeiro e abril. Eles retornaram apenascoritiba e américa mineiro palpitesetembro e relataram que a desnutrição continuava um problema sério.

Em novembro, pelo menos quatro crianças morreramcoritiba e américa mineiro palpitedoenças associadas à desnutrição, informou o Siege Watch. No final deste mês, a ajuda foi finalmente permitida novamente.

A faltacoritiba e américa mineiro palpitevitaminas também aumentou o númerocoritiba e américa mineiro palpiteabortos espontâneos, disse Mirna Yacoub, vice-representante da Unicef na Síria, à BBCcoritiba e américa mineiro palpiteoutubro.

As cesarianas também se tornaram mais comuns devido à saúde frágil das mulheres. Algumas estavam tão fracas que não podiam passar pelo trabalhocoritiba e américa mineiro palpiteparto normal.

Moussa ainda estavacoritiba e américa mineiro palpiteluto pela perdacoritiba e américa mineiro palpiteseu filho quando, sete dias depois, retornou à clínicacoritiba e américa mineiro palpiteMohammed Darwish. Desta vez comcoritiba e américa mineiro palpiteesposa, que estava grávidacoritiba e américa mineiro palpiteseu segundo filho.

"Ela tinha muita pressão e estava muito fraca. Então, a preparamos para a cirurgia, quando o bebê saiu. Ele estava morto. Ficamos chocados", diz Darwish.

A notícia devastou a família. "Minha mulher é diabética. Ela perdeu parte da visão", afirma Moussa. "Ela só chora e diz: 'Por que eles querem matar nossos filhos?'. Ela sente como se tivesse perdido uma partecoritiba e américa mineiro palpiteseu corpo.

Quando visitou a clínica, Yacoub ficou surpresa ao ver que as cesarianas estavam sendo realizadas lá.

O númerocoritiba e américa mineiro palpitecirurgias havia crescidocoritiba e américa mineiro palpitetão forma que, sem álcool, instrumentos médicos estavam sendo esterilizados com fogo.

Para o ultrassom, por exemplo, um gelcoritiba e américa mineiro palpitecabelo fazia as vezescoritiba e américa mineiro palpitecondutor.

"Estamos muito cansados", disse Darwishcoritiba e américa mineiro palpiteumacoritiba e américa mineiro palpitemuitas entrevistas desde outubro.

"Os pacientes muitas vezes vêm aqui e não sabemos o que fazer. Não há especialistas, nem remédios, nem alternativa. A única coisa que podemos fazer é ouvi-los. Odeio não poder tratá-los", afirmou na ocasião.

Darwish lembra o casocoritiba e américa mineiro palpiteAli, que tinha insuficiência renal e não pôde ser submetido à diálise porque não havia equipamento próprio.

Os socorristas disseram que os problemas nos rins tinham aumentado,coritiba e américa mineiro palpiteconsequência da má nutrição e da faltacoritiba e américa mineiro palpitealimentos.

A Siege Watch informou que dois pacientes com insuficiência renal morreram no mês passado e outras 27 pessoas com problemas semelhantes estavam presas na região.

Havia também pacientes com câncer, infecções urinárias, doenças intestinais, entre outras, diz Darwish.

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Legenda da foto, Clima extremocoritiba e américa mineiro palpiteMadaya é ameaça para crianças, diz Unicef

Um dia, lembra Darwish, Hasan,coritiba e américa mineiro palpite13 anos, foi até a clínica reclamandocoritiba e américa mineiro palpiteuma dor no pé, que tinha alguns pontos escuros.

"Não podíamos dar nada a ele; não havia remédios. Eu não tinha idéia do que tinhacoritiba e américa mineiro palpiteerrado. Ele precisava ser consultado por um especialista", conta.

"Demos alguns analgésicos a ele. Mas esses não são os remédios mais apropriados. Ele sentia muita dor e estava chorando. Doía tanto que o menino não conseguia andar. Então, chorei com ele", acrescenta.

Diante do agravamento da situação, a clínica foi fechadacoritiba e américa mineiro palpitenovembro.

"Estávamos tentando fazer o melhor que podíamos", diz Darwish. "Mas, sem suprimentos, não tínhamos condiçõescoritiba e américa mineiro palpitemantê-la", completa.

Outro problema é o frio. Sem eletricidade ou combustível para ligar os aquecedores, moradores vêm queimando sapatos ou móveis.

A Unicef, o Fundo da ONU para a Infância, advertiu que o clima extremo representa uma "grande ameaça" para as crianças da região.

Madaya e a cidade vizinhacoritiba e américa mineiro palpiteZabadani, também sob controle rebelde, foram incluídas na última etapa da trégua que permitiu a evacuaçãocoritiba e américa mineiro palpiteAleppo.

A expectativa, agora, écoritiba e américa mineiro palpiteque as pessoas com necessidades médicas sejam retiradascoritiba e américa mineiro palpitelá.

Moradores sitiados por rebeldescoritiba e américa mineiro palpiteFoah e Kefraya, na provínciacoritiba e américa mineiro palpiteIdlib, também serão evacuados.

"Não sabemos o que vai acontecer, não sabemos nada sobre o nosso futuro. Esperamos que o cerco acabe. Só há civis aqui", diz Darwish.

"Mas há esperança", acrescenta.