Fotógrafo faz registro rarobetboo nedirtribo isoladabetboo nedirfloresta no Acre; veja imagens:betboo nedir
Um dia após a publicação dessa reportagem, a Funai se manifestou sobre o tema criticando a maneira que classifica como 'invasiva' com a qual as fotos foram feitas.
"A reportagem demonstra desrespeito aos povos indígenas isolados ao expor publicamente indígenas que se mantêmbetboo nedirisolamento por decisões próprias. (...) Os efeitosbetboo nediruma violência simbólica desse nível são social e culturalmente imensuráveis", afirmou, por meiobetboo nedirnota.
Mas ele estava acompanhado do experiente sertanista José Carlos Meirelles, que trabalhou para a Fundação Nacional do Índio (Funai) durante 40 anos, e a dupla resolveu investigar uma área da mata com mais calma.
"Depois da chuva, a gente voltou e viu umas malocas feitasbetboo nedirpalha. A gente estava voando muito rápido, mas vimos plantações e decidimos voltar. Encontramos a tribo e eu comecei a fotografar", relata o fotógrafo.
Ao identificar uma possível ameaça, os índios reagiram. Os olharesbetboo nedirsurpresa e raiva contra o helicóptero foram registrados pelas poderosas lentesbetboo nedirlongo alcancebetboo nedirStuckert. A tribo atirou dezenasbetboo nedirflechas na tentativabetboo nedirafastar a aeronave, que sobrevoou a região durante sete minutos.
O próprio Meirelles avalia o voo como algo invasivo à comunidade isolada. "É um registro importante, mas é uma certa agressão. Por isso, a gente toma o cuidadobetboo nedirnão voar baixo para não assustar tanto. Por outro lado, o mundo precisa saber que eles existem e que precisamosbetboo nedirpolíticas para conservá-los", disse Meirelles, que demarcou áreasbetboo nedirtribos isoladas durante os 20 anos que trabalhou na região.
Ele estima que a tribo, identificada apenas como "Índios do Maitá", por estar próxima ao riobetboo nedirmesmo nome, é composta por cercabetboo nedir300 pessoas. O número, segundo ele, é bem grande para uma aldeia isolada.
Algodão
Segundo o sertanista, não há nenhum relato ou documentobetboo nediraproximação dessa tribo com povos civilizados e até mesmo outros grupos.
Após o sobrevoo e uma primeira análise das fotosbetboo nedirStuckert, José Carlos Meirelles identificou detalhes que revelam alguns costumes dos índios isolados.
"As mulheres usam uma saiota e eles têm plantaçõesbetboo nediralgodão. São sinaisbetboo nedirum povo que tece e fia. Parte deles também possui um cabelo incomum: careca até a metade da cabeça e comprido da metade para trás", relatou.
O sertanista afirmou que os índios são mais altos que a média e os homens amarram o pênis a uma espéciebetboo nedircinta. O especialista também identificou que a tribo planta milho, banana, mandioca e batata.
O grupo fotografado vive numa áreabetboo nedir630 mil hectares onde estão três reservas indígenas: Kampa Isolados do Envira, Alto Tarauacá e Riozinho do Alto Envira. O sertanista disse que, apesar do completo isolamento, a localização aproximada da tribo já era conhecida.
Nas fotos, não foram identificados objetos ou características que possam ter sido influenciadas ou levadas a eles por outros povos.
Um dos fatores apontados pelos especialistas para a sobrevivência da tribo é o fato dela estar localizada numa regiãobetboo nedirdifícil acessobetboo nedirmadeireiros, garimpeiros e seringueiros.
Emocionante
Stuckert, que trabalhou como fotógrafo da Presidência da República durante oito anos e tem 28 anosbetboo nedirexperiência na profissão, disse que o registro dos índios está entre "os mais emocionantes"betboo nedirsua carreira.
"Eu gostariabetboo nedirvoltar lá, mas acho que a gente não pode ter contato. Precisamos preservar isso e quero que as minhas fotos mostrem que a gente tem que mapear tudo o que está perto e protegê-los para que não tenham problemas externos", afirmou.
O fotógrafo disse ter ficado "maravilhado" por registrar pela primeira vez nabetboo nedircarreira uma população que nunca teve contato com uma população isolada.
O sertanista José Carlos Meirelles também demonstra felicidade por ter visto os índios isolados, mas se disse preocupado com o possível avanço do desmatamento ebetboo nedirseringueiros.
"Fiquei muito felizbetboo nedirsaber que estão bem. Foi muito bom ver que eles têm um roçado e estão no seu espaço. O problema é que ninguém sabe até quando."
Funai
Leia a íntegra da nota da Funai sobre as fotos.
"Primeiramente, a reportagem demonstra desrespeito aos povos indígenas isolados ao expor publicamente indígenas que se mantêmbetboo nedirisolamento por decisões próprias. O teor invasivo do sobrevoo e, consequentemente, das fotografias pode ser percebido no semblantebetboo nedirterror dos indígenas e na posturabetboo nedirataque ao empunhar arcos e flechas contra a aeronave, conforme registrado na própria reportagem. Os efeitosbetboo nediruma violência simbólica desse nível são social e culturalmente imensuráveis.
A instituição refuta argumentos que defendem que esse tipobetboo nedirtrabalho pode,betboo nediralguma maneira, contribuir para a defesa dos povosbetboo nedirquestão, uma vez que atende somente aos interessesbetboo nedirvendabetboo nedirnotícias sensacionalistas, não segue estratégiasbetboo nedirproteção territorial e se omite diante dos direitos dos povos indígenas. Prova disso é o fatobetboo nedirque o trabalho foi realizado à revelia dos trâmites necessários ao controlebetboo nediracesso a Terras Indígenas, inexistindo autorizaçãobetboo nediringresso ou observância do direitobetboo nedirimagem, o que configura violaçãobetboo nedirdireitos fundamentais preconizados na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho.
A legislação indigenista tem mecanismosbetboo nedirproteção aos povos indígenas isolados ebetboo nedirrecente contato,betboo nedirmaneira que a Funai tomará providências para a devida responsabilização dos autores e envolvidos, assim como para o resguardo dos povos indígenasbetboo nedirquestão."
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