Oito coisas que aprendi com a educação na Finlândia:cassino melhores

Ensino finlandês é uma das referências mundiaiscassino melhoresqualidade da educação
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Apesar das diferenças com o sistema brasileiro, os professores disseram ver como "pequenas revoluções" o que podem agregar do ensino finlandêscassino melhoressuas rotinas.

"Vou começar com um trabalhocassino melhoresformiguinha, mostrando aos meus colegas o que aprendi, gravando minhas aulas e adaptando (as metodologias) à nossa realidade e aos nossos estudantes", diz a professora Giani Barwald Bohm, do Instituto Federal Sul-rio-grandense.

Os 25 institutos federais que enviaram professores ao país nórdico reúnem cursoscassino melhoresensino médio, profissional e superior com ênfasecassino melhoresciência e tecnologia.

Veja o que os professores aprenderam na Finlândia:

1. Usar mais projetos nas aulas

Os professores entrevistados pela BBC Brasil dizem que projetos elaborados por alunos e a resoluçãocassino melhoresproblemas estão ganhando protagonismo no ensino finlandês,cassino melhoresdetrimento da aula tradicional.

São as metodologias chamadascassino melhores"problem-based learning" e "project-based learning" (ensino baseadocassino melhoresproblemas ou projetos). Neles, problemas – fictícios ou reais da comunidade – são o pontocassino melhorespartida do aprendizado. Os alunos aprendem na prática e buscam eles mesmos as soluções.

"Os projetos são desenvolvidos sem o envolvimento tão direto do professor,cassino melhoresque os alunos aprendem não só o conteúdo, mas a gerir um plano e lidar com erros", diz Bruno Garcês, professorcassino melhoresQuímica do Instituto Federal do Mato Grosso, que pretende aplicar o métodocassino melhoresaulascassino melhoresexperimentos práticos.

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Professores brasileiros passaram cinco mesescassino melhorescapacitação na Finlândia

Crédito, Joelma Kremer

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Os professores brasileiros visitaram, na Finlândia, cursos superiores baseados inteiramente nessa metodologia.

"Um cursocassino melhoresAdministração tem disciplinas tradicionais no primeiro ano. Mas, nos dois anos e meio seguintes, os alunos deixamcassino melhorester professores, passam a ter tutores, formam empresas reais e aprendem enquanto desenvolvem o negócio", diz Francisco Fechine, coordenador do Instituto Federalcassino melhoresTecnologia da Paraíba.

Não é uma estrutura que sirva para qualquer tipocassino melhorescurso, mas funciona nos voltados, por exemplo, a empreendedorismo, explica Joelma Kremer, do Instituto Federalcassino melhoresSanta Catarina.

"E os alunos têm uma cargacassino melhoresleitura, para buscar (nos livros) as ferramentas que precisam para resolver os problemas."

2. Foco na produçãocassino melhoresconteúdo pelos alunos

A resoluçãocassino melhoresproblemas e projetos é partecassino melhoresum ensino mais centrado na produção do próprio aluno. Ao professor cabe mediar a interação na salacassino melhoresaula e saber quais metas têmcassino melhoresser alcançadascassino melhorescada projeto.

"Nós (no Brasil) somos mais centradoscassino melhoreso professor preparar a aula, dar e corrigir exercícios. O aluno faz pouco. Podemos dar mais espaço para o aluno avaliar o que ele vai desenvolvendo", diz a professora Giani Barwald Bohm, do Instituto Federal Sul-rio-grandense.

"No modelo tradicionalcassino melhoresensino, quem mais aprende é o professor. Lá (na Finlândia) é o aluno quem temcassino melhoresbuscar conteúdo, e o professor tem que saber qual o objetivo da aula. Para isso você não precisacassino melhoresmuita tecnologia, mas simcassino melhorescapacitação (dos docentes)", agrega Joelma Kremer.

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Professores Fechine, Bruno Garcês e Kelly Santoscassino melhoressalacassino melhoresaula finlandesa: mais projetos práticos e autonomia dos alunos

Crédito, Bruno Garces

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3. Repensar o papel da avaliação

Nesse contexto, a avaliação tem utilidade diferente, diz Kremer: "A avaliação está presente, mas os alunos se autoavaliam, avaliam uns aos outros, e o professor avalia os resultados dos projetos".

"Ao reduzir o númerocassino melhorestestes (formais) e avaliar mais trabalhoscassino melhoresgrupo e atividades diferentes, os professores têm um filme do desempenho do aluno, e não apenas a foto (do momento da prova)", diz Fechine.

"Conhecemos um professorcassino melhoresfísica finlandês que avaliava seus alunos pelos vídeos que eles gravavam dos experimentos feitoscassino melhorescasa e mandavam por e-mail ou Dropbox."

4. Usar tecnologia e até a mobília para ajudar o professor

A tecnologia não é parte central desse processo, mas auxilia o trabalho do professorcassino melhoresestimular a participação dos alunos finlandeses.

"Em vezcassino melhoresproibir o celular, os professores os usamcassino melhoressalacassino melhoresaula para estimular a participação dos alunos – por exemplo, respondendo (via aplicativos especiais) enquetes que tivessem a ver com as aulas", conta Kremer.

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Algumas salas têm mobília especialmente projetada para que os alunos possam ser agrupados ou separados

Crédito, Giani Barwald Bohm

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Salas especialmente projetadas e tecnologia amparam o trabalho do professor

Crédito, Giani Barwald Bohm

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"Isso torna a aula mais interessante para eles. E é complicado para a gente ficar dizendo, 'desliga o celular', algo que já começa estabelecendo uma relaçãocassino melhoresantipatia com o aluno."

Os professores brasileiros também conheceram algumas salascassino melhoresaula com mobília especialmente projetada, diferente do modelo tradicionalcassino melhorescadeiras individuais voltadas à lousa.

"Muitas salas têm sofás, poltronas, mesas ajustáveis para trabalhos individuais oucassino melhoresgrupo e vários projetores", agrega Kremer. "É um mobiliário pensado para essa metodologia diferentecassino melhoresensino."

Fechine vai reproduzir parcialmente a ideia no Instituto Federal da Paraíba, trocando as carteirascassino melhoresbraço por mesas que possam ser agrupadas para trabalhos.

5. Desenvolvimentocassino melhoreshabilidades do século 21

A professora Giani Barwald Bohm conta que o ensino fundamental finlandês continua divididocassino melhoresdisciplinas tradicionais, mas focado cada vez mais no desenvolvimentocassino melhoreshabilidades dos alunos, e não apenas na assimilaçãocassino melhoresconteúdo tradicional.

"(São desenvolvidas) competências do século 21, como comunicação, pensamento crítico e empreendedorismo", diz ela.

Para Fechine, estimular a independência do estudante é uma formacassino melhoresromper o ciclocassino melhores"alunos passivos, que só fazem a tarefa se o professor cobrar, interagem muito pouco".

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Universidadecassino melhoresTampere, na Finlândia; jornada escolar finlandesa tem intervalos mais frequentes

Crédito, Bruno Garces

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6. Intervalos mais frequentes entre as aulas

A Finlândia adota aulascassino melhores45 minutos seguidascassino melhores15 minutoscassino melhoresintervalo na educação básica – prática que Bruno Garcês acha que poderia ser disseminada por aqui. "Tira a tensãocassino melhoresficar tantas horas sentado", diz.

Fechine também considera a ideia interessante, mas aponta que a grande carga horária no ensino médio brasileiro dificultacassino melhoresaplicação e lembra que na Finlândia ela é acompanhadacassino melhoresuma forte culturacassino melhorespontualidade. "As aulas começam no horário e aluno rapidamente entra na (rotina de) resoluçãocassino melhoresproblemas."

7. Cultivar elos com a vida real e empresas

Muitos dos projetos dos estudantes finlandeses são tocadoscassino melhoresparcerias com empresas, para aumentarcassino melhoresconexão com a vida real e o mercadocassino melhorestrabalho, algo que Garcês acha que poderia ser mais frequente no Brasil.

"Aqui na área rural do Mato Grosso podemos ter uma interação maior com as fazendas locais, ministrando aulas a partir do que os produtores rurais precisam."

A vantagem disso é que o aluno vê sentido prático e profissional no que está aprendendo, explica Giani Barwald Bohm. "Ele desenvolve algo diretamente para o mercadocassino melhorestrabalho, que vai ter relevância para o próprio estudante e é contextualizado com as empresas locais."

Ela destaca também as competiçõescassino melhoreshabilidades práticas desenvolvidas por escolas locais (um preparativo para a competição internacional WorldSkills, que neste ano será realizadacassino melhoresSão Paulo, pelo Senai, entre quarta e sábado desta semana).

"As empresas são envolvidas na organização e acompanham os alunos no dia a dia e até ficamcassino melhoresolho para contratá-los depois."

Competiçãocassino melhoreshabilidades entre alunos finlandeses; ensino é voltado para a prática

Crédito, Giani Barwald Bohm

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8. Formação mais prática e valorização do professor

A formação dos professores é apontada como a principal chave do sucesso do ensino finlandês. Os brasileiros observaram lá uma capacitação mais prática, voltada ao dia a dia da salacassino melhoresaula, e mais interação entre o corpo docente.

"Algumas salas têm dois professores - um como ouvinte do outro caso seja menos experiente", relata Fechine.

"Há uma relação mais direta (entre os professores), com muita conversa entre quem dirige o ensino e quem dá aula", agrega Barwald Bohm.

"Além disso, há uma valorização cultural do professor lá, semelhante àcassino melhoresoutras profissões. O salário é equivalente e as condiçõescassino melhorestrabalho dão bastante tempo para o planejamento das aulas", diz Bruno Garcês.