Cinco questõesgloboesporte corinthianssegurança que o Rio precisa resolver antes da Olimpíada:globoesporte corinthians
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As recentes atualizações do Plano Estratégico do governo, com definiçõesgloboesporte corinthiansresponsabilidades e detalhesgloboesporte corinthiansmedidas, chegamgloboesporte corinthiansmeio a uma sequênciagloboesporte corinthiansmás notícias para a segurança pública do Rio, apesargloboesporte corinthiansestatísticas oficiais apontarem uma queda no índicegloboesporte corinthianshomicídios e mortes violentas.
Nos últimos meses, a cidade olímpica registrou um aumento do climagloboesporte corinthiansinsegurança, com assaltos e esfaqueamentos com mortesgloboesporte corinthiansdiversos pontos - incluindo a Lagoa Rodrigogloboesporte corinthiansFreitas, que sediará provas - alémgloboesporte corinthianstiroteios com feridos num dos corredoresgloboesporte corinthiansônibus BRT, uma morte dentrogloboesporte corinthiansuma estaçãogloboesporte corinthiansmetrô, assaltosgloboesporte corinthianstrens e mortos por balas perdidas, alémgloboesporte corinthiansdiversos incidentesgloboesporte corinthiansfavelas com UPPs.
Diante deste cenário, a BBC Brasil ouviu membros da cúpula que organiza o esquema e especialistas que acompanham o setor para identificar os cinco pontos mais cruciais que o Rio precisa enfrentar para garantir a segurança dos Jogos.
1. Locaisgloboesporte corinthianscompetições
A segurança das 33 instalações olímpicas distribuídasgloboesporte corinthiansquatro grandes regiões (Barra, Deodoro, Copacabana e Maracanã) ficará a cargo do governo federal, com o enviogloboesporte corinthiansmaisgloboesporte corinthians9 mil homens da Força Nacional. Inicialmente a cargo do Comitê Rio 2016, que utilizaria agentes privados, todos os locaisgloboesporte corinthianscompetição, Vila Olímpica e Vila dos Árbitros passaram a ser responsabilidade do governo federal.
Um dos objetivos é evitar problemas como os ocorridos na Olimpíadagloboesporte corinthians2012,globoesporte corinthiansLondres: a uma semana dos Jogos, maisgloboesporte corinthians4 mil homens das Forças Armadas tiveram que ser acionados diantegloboesporte corinthiansfalhas no treinamento dos agentes contratados por uma empresa privada.
O diretor da Força Nacional, coronel Nazareno Marcineiro, destaca o diferencial do grupo. "Trata-segloboesporte corinthiansuma tropa altamente qualificada, com integrantesgloboesporte corinthianstodas as polícias estaduais, treinados para cumprir missõesgloboesporte corinthianspreservação da ordem pública com alto graugloboesporte corinthiansprofissionalismo", diz.
O contingente deve ter apoiogloboesporte corinthianscercagloboesporte corinthians38 mil militares e 18,5 mil homens da PM no entorno dos locais.
"Prezamos pela discrição e baixa ostensividade na segurança das instalações olímpicas, mas isso varia com a radiografiagloboesporte corinthianscada local", indica Andrei Rodrigues, chefe da Secretaria Extraordináriagloboesporte corinthiansSegurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça (Sesge).
Paulo Storani, ex-capitão do Bope entre 1994 e 1999 e professor da Universidade Cândido Mendes, relembra o incidente ocorrido na Copa do Mundo, quando torcedores chilenos invadiram o Maracanã, e aponta a necessidadegloboesporte corinthianscumprir o planejamento dentro dos prazos. "É imprescindível que este trabalho ocorragloboesporte corinthiansforma muito bem planejada e coordenada, e que as estruturas sejam finalizadas a tempo. Na Copa alguns estádios operaram sem todas as condiçõesgloboesporte corinthianssegurança totalmente prontas", diz.
2. Assaltos, turistas e protestos
Na visãogloboesporte corinthiansespecialistas, o esquemagloboesporte corinthiansforte policiamentogloboesporte corinthiansgrandes eventos sediados pelo Riogloboesporte corinthiansJaneiro, como a Rio+20 e a Jornada Mundial da Juventude, tende a coibir o númerogloboesporte corinthiansassaltos e furtos, mas bastaria um casogloboesporte corinthiansvulto para chocar a opinião pública e a comunidade internacional.
"É muito improvável que haja alto índicegloboesporte corinthiansassaltos nos locaisgloboesporte corinthianscompetição egloboesporte corinthiansgrande circulaçãogloboesporte corinthiansturistas, dado o forte contingente policial empregado", diz Ignacio Cano, sociólogo e professor da Uerj (Universidade Estadual do Riogloboesporte corinthiansJaneiro).
Mas casos como o do turista alemão Fred Niefind,globoesporte corinthians51 anos, que morreu após ser esfaqueado durante um assalto no Carnaval deste ano, no centro do Rio, poderiam ofuscar a grande operaçãogloboesporte corinthianssegurança.
<link type="page"><caption> Leia mais: 'Vila Olímpica não pode virar Disneylândia', diz dirigente do COB</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/03/150325_rio2016_entrevista_cob_rm.shtml" platform="highweb"/></link>
Deodoro, na Zona Norte, apresenta desafios ainda maiores do que as regiões mais turísticas. Na visãogloboesporte corinthiansRoberto Alzir, subsecretáriogloboesporte corinthiansGrandes Eventos da Secretariagloboesporte corinthiansSegurança Pública do Estado do Riogloboesporte corinthiansJaneiro, será crucial orientar os turistas com cartilhas.
"Nossa atenção estará voltada para os centrosgloboesporte corinthianscompetições e o entorno, aeroportos, hotéis, locaisgloboesporte corinthianscirculação, e terminaisgloboesporte corinthianstransporte, alémgloboesporte corinthiansônibus, trens e metrô. O que a gente não recomenda é que o turista saia do circuito oficial, porque aí ele vai experimentar locais da cidade que contam apenas com o recurso cotidianogloboesporte corinthianspolícia", diz.
Um material informativo deverá ser distribuído contendo dicas como não ostentar objetosgloboesporte corinthiansvalor e câmeras fotográficas, o que não levar para as praias, e a preferência por andargloboesporte corinthiansgrupos.
Quanto ao potencialgloboesporte corinthiansmanifestações durante o período dos Jogos, Andrei Rodrigues, da Sesge, diz que há uma preparação. "A segurança tem o papelgloboesporte corinthiansprover a garantiagloboesporte corinthiansque um protesto possa ocorrergloboesporte corinthiansforma tranquila. Nossa preocupação é com um eventual abuso que possa ocorrer dentrogloboesporte corinthiansuma manifestação, e para isso temos uma preparação, incluindo operaçõesgloboesporte corinthiansinteligência para evitar açãogloboesporte corinthiansvândalos".
3. Complexo da Maré
Uma das maiores - senão a maior - pedras no sapato das autoridadesgloboesporte corinthianssegurança do Rio é a situação volátil no Complexo da Maré, conjuntogloboesporte corinthians16 favelas estrategicamente localizado entre o aeroporto internacional e o centro da cidade, e entre a Avenida Brasil e a Linha Vermelha, dois corredores por onde passarão milharesgloboesporte corinthiansturistas e potencialmente delegações olímpicas e comitivasgloboesporte corinthianschefesgloboesporte corinthiansEstado.
Seguidamente adiada pelo governo estadual, a pacificação da Maré chegou a ser prevista para 2013, mas dois meses antes da Copa do Mundo o Rio solicitou à presidente Dilma Rousseff o envio das Forças Armadas para ocupar a área. As tropas saíram após um ano e dois meses, mas até o momento nenhuma das quatro basesgloboesporte corinthiansUPPs previstas foi inaugurada - o que, segundo o secretáriogloboesporte corinthianssegurança pública do Estado do Riogloboesporte corinthiansJaneiro, José Mariano Beltrame, ocorrerá antes dos Jogos.
<link type="page"><caption> Leia mais: As inovações que o Japão quer introduzir nos Jogosgloboesporte corinthians2020</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/02/150129_tecnologia_olimpiada_toquio_cc.shtml" platform="highweb"/></link>
Para o general Luiz Felipe Linhares, assessor especial do Ministério da Defesa para Grandes Eventos, uma nova ocupação das Forças Armadas não está prevista. "Um novo mandato na Maré só poderia se dar caso o governador assim solicitar à presidente, ou se a própria presidente, com basegloboesporte corinthiansrelatóriosgloboesporte corinthiansinteligência e avaliaçãogloboesporte corinthiansrisco, assim julgar necessário, determinando tal ordem às Forças Armadas. A avaliação será feita e obviamente teremos que estar preparados com planos A, B, C e D", diz.
A pacificação da Maré é tradicionalmente vista como um dos grandes desafios do Rio, e encarada como um potencial legado. Para Silvia Ramos, coordenadora do Centrogloboesporte corinthiansEstudosgloboesporte corinthiansSegurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes (CESeC), seria um grande fracasso se o Exército voltasse ao local.
"Seria algo semelhante à limpeza da Baíagloboesporte corinthiansGuanabara. Tivemos sete anos para limpar e não conseguimos. Da mesma forma, tivemos sete anos para pacificar a Maré, e se não conseguirmos, seria extremamente frustrante, um fracasso totalgloboesporte corinthianstermosgloboesporte corinthianslegadogloboesporte corinthianssegurança pública para a cidade", avalia.
4. Terrorismo
Embora o Brasil não seja alvo tradicionalgloboesporte corinthiansgrupos extremistas internacionais, esta é uma das áreasgloboesporte corinthianspreocupação. Especialistas relembram que,globoesporte corinthians1972, a Alemanha também não era alvo, mas durante os Jogosgloboesporte corinthiansMunique membros da delegaçãogloboesporte corinthiansIsrael foram sequestrados por um grupo palestino, e a ação acabou resultando na mortegloboesporte corinthians11 atletas e técnicos.
"A questão do terrorismo é preocupante por não termos na nossa cultura ferramentas para lidar com isso. Nossa inteligência, forças policiais e autoridadesgloboesporte corinthianssegurança pública não estão habituadas a esse problema e organizações extremistas poderiam tentar promover ações, ainda mais num país vulnerável como o nosso", diz Paulo Storani, ex-capitão do Bope.
<link type="page"><caption> Leia mais: Pesquisas mostram avançogloboesporte corinthianssuicídio entre policiais brasileiros</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/07/150730_suicicio_policiais_fe_ab.shtml" platform="highweb"/></link>
Para ele, "os centros específicos antiterror já deveriam estar montados e sendo testados. O tempogloboesporte corinthiansrelação a isso é alarmante".
Diretor do Departamentogloboesporte corinthiansIntegração do Sistema Brasileirogloboesporte corinthiansInteligência (Disbin), Saulo Moura da Cunha, indica que o país se prepara para ameaças e que haverá um Centrogloboesporte corinthiansInteligência Nacionalgloboesporte corinthiansBrasília, Centrosgloboesporte corinthiansInteligência Regionaisgloboesporte corinthianscada cidade que sediará jogosgloboesporte corinthiansfutebol, além do Centrogloboesporte corinthiansInteligência dos Jogos, baseado no Riogloboesporte corinthiansJaneiro. Destes, no entanto, apenas o Centro Nacional, usado na Copa, já estágloboesporte corinthiansfuncionamento.
Andrei Rodrigues, da Sesge, diz que ainda não há "data fixa" para a montagem dos outros locais. "Estes centros contarão com a cooperaçãogloboesporte corinthiansagênciasgloboesporte corinthiansinteligência e da Polícia Federal, e deverão estar prontos mais próximo ao evento. Teremos ainda um Centrogloboesporte corinthiansInteligênciagloboesporte corinthiansServiços Estrangeiros, no Rio, que articulará informações com maisgloboesporte corinthianscem países", avalia.
5. Integração e orçamento
Essencial a qualquer esquemagloboesporte corinthianssegurança deste porte, a integração das diferentes frentes e forças policiais deve ser crucial. Segundo os organizadores, as estruturas montadas para a Copa do Mundo - os Centros Integradosgloboesporte corinthiansComando e Controle - serão herdados pela Olimpíada.
Já há um centro do tipogloboesporte corinthiansBrasília, coordenando as operaçõesgloboesporte corinthiansnível nacional, e outro no Riogloboesporte corinthiansJaneiro. São estes locais que processam os dadosgloboesporte corinthiansimagem e monitoramento egloboesporte corinthiansonde partem comandosgloboesporte corinthiansresposta ao cenário das ruas e locaisgloboesporte corinthianscompetição.
Outros fatores importantes são os custos e o legado. Segundo os organizadores, até o momento as estimativas incluem gastosgloboesporte corinthiansR$ 350 milhões do Ministério da Justiça e R$ 750 milhões do governo estadual do Rio (já investidos), aos quais devem se somar R$ 300 milhões até 2016. Além disso, o Ministério da Defesa destinou orçamentogloboesporte corinthiansR$ 580 milhões para a Copagloboesporte corinthians2014 e a Olimpíadagloboesporte corinthians2016.
Ainda não há definição total, no entanto, sobre a segurança das cinco cidades que sediarão jogosgloboesporte corinthiansfutebol e sobre quem deve arcar com as despesas nestes locais. Além disso, a segurançagloboesporte corinthianstodos os locaisgloboesporte corinthianscompetição estava inicialmente a cargo do Comitê Rio 2016, mas o governo federal assumiu a conta, argumentando um legadogloboesporte corinthiansequipamentos e treinamento.
Ao Comitê, com orçamentogloboesporte corinthiansR$ 252 milhões, caberá agora a segurançagloboesporte corinthians87 locais administrativos, como depósitos logísticos e escritórios, além das instalações olímpicas antesgloboesporte corinthians5globoesporte corinthiansjulho e depoisgloboesporte corinthians26globoesporte corinthianssetembrogloboesporte corinthians2016.