Petróleo e Cuba ajudam EUA a retomar protagonismo na América Latina:f12 bet como sacar
Embora avaliem que Obama mereça créditos pelos feitos, especialistas afirmam que seus gestos foram facilitados por mudanças no cenário econômico das Américas: enquanto o Brasil e a Venezuela enfrentam problemas na economia e reduzem suas operações na vizinhança, os Estados Unidos voltam a crescer e ganham mais tração para atuar na região.
<link type="page"><caption> Leia mais: Em reunião histórica, Obama e Raúl Castro trocam afagos</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2015/04/150411_reuniao_obama_raul_pai_jf.shtml" platform="highweb"/></link>
Efeitosf12 bet como sacarcadeia
Presidente do Inter-American Dialogue, um centrof12 bet como sacarpesquisas e debatesf12 bet como sacarWashington, Michael Shifter diz que a retomada do diálogo entre Cuba e os Estados Unidos ajudará a melhorar as relações do governo americano com a maior parte da América Latina.
"Por décadas, a questão cubana foi bastante problemática, causando muito desgaste nos assuntos interamericanos", diz Shifter, que acompanhou o evento no Panamá.
Especulava-se que Obama pudesse anunciar na cúpula a retiradaf12 bet como sacarCuba da lista americanaf12 bet como sacarEstados patrocinadores do terrorismo, o que não ocorreu. Mesmo assim, os afagos trocados entre o americano e o líder cubano, Raúl Castro, ao longo do encontro sinalizam que os dois estão empenhadosf12 bet como sacaraproximar seus países.
Shifter afirma, porém, que a mudança na política americana para Cuba "não significa que a relaçãof12 bet como sacarWashington com a região será livref12 bet como sacartensões e desconfiança". "Suspeitas e ressentimentos antigos não desaparecem da noite para o dia."
<link type="page"><caption> Leia mais: O que Che Guevara diria sobre a reaproximação EUA-Cuba</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2015/04/150408_cheguevara_analistas_lk" platform="highweb"/></link>
Na cúpula, muitos líderes esquerdistas – entre os quais Nicolás Maduro (Venezuela), Rafael Correa (Equador) e Daniel Ortega (Nicarágua) – celebraram a presençaf12 bet como sacarCuba no evento, mas fizeram duros discursos contra os Estados Unidos, destacando seu históricof12 bet como sacarintervenções na região.
O maior alvo das críticas – endossadas inclusive por líderes mais moderados, como Dilma e Juan Manuel Santos (Colômbia) – foram as sanções que Washington aplicou no mês passado a sete autoridades venezuelanas. Segundo o governo americano, os funcionários sancionados violaram direitos humanos.
Shifter diz que criticar os Estados Unidosf12 bet como sacareventos como esse ainda rende dividendos políticos a líderes latino-americanos, e que o tema venezuelano mostra que ainda há muitas diferenças entre Washington e a América Latina. Ele diz acreditar, no entanto, que o acerto com Cuba deve ajudar a diminuir essas diferenças.
Queda no petróleo
Analistas avaliam que os ganhos americanos na vizinhança também refletem a queda nos preços do petróleo e seus impactos na Venezuela, um dos seus maiores desafetos na região.
Dona das maiores reservas petrolíferas do mundo e valendo-se dos altos preços da matéria-prima na última década, Caracas forjou uma aliança com vizinhos caribenhos, entre os quais Cuba, baseada na venda subsidiada do bem.
Em 2013, essa aliança - batizadaf12 bet como sacarPetrocaribe - se associou à Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América), bloco fundado uma década antes pelo então presidente venezuelano Hugo Chávez e que se tornara o principal bastião antiamericano da região.
A drástica queda no preço do petróleo nos últimos dez meses, porém, afetou a assistência venezuelana aos vizinhos e fragilizou a lealdade deles ao projeto políticof12 bet como sacarCaracas, diz Ted Piccone, analista da Brookings Institution,f12 bet como sacarWashington.
Em artigo publicadof12 bet como sacarfevereiro, ele diz que a crise na Venezuela facilitou a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos ao forçar Havana a buscar alternativas àf12 bet como sacaraliança econômica com Caracas. A Venezuela vende a Cuba cercaf12 bet como sacar100 mil barrisf12 bet como sacarpetróleo ao dia a preços preferenciais.
Segundo um relatório do banco Barclays, o colapso econômico na Venezuela também tem afetado o enviof12 bet como sacarpetróleo subsidiado a outras nações caribenhas.
Atentos ao cenário, os Estados Unidos mexem suas peças. Em janeiro, o vice-presidente americano recebeu líderes caribenhosf12 bet como sacarWashington para discutir segurança energética. E na véspera da cúpula no Panamá, Obama anunciou na Jamaica programas para financiar e transferir tecnologiasf12 bet como sacarenergia limpa e reduzir a dependência por combustíveis fósseis entre países da região.
Alémf12 bet como sacarminar a "diplomacia petroleira"f12 bet como sacarCaracas, a iniciativa se alinha com uma das principais bandeiras do presidente americano: a necessidadef12 bet como sacarcombater as mudanças climáticas e privilegiar fontesf12 bet como sacarenergia limpa.
<link type="page"><caption> Leia mais: Favorita entre democratas, Hillary anuncia pré-candidatura à Presidência dos EUA</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2015/04/150411_hillary_candidatura_pai.shtml" platform="highweb"/></link>
Acredita-se ainda que o fraco desempenho da economia brasileira nos últimos anos e a desaceleração na China tenha facilitado a superação das diferenças entre Brasília e Washington, causadas pelas denúnciasf12 bet como sacarque Dilma fora espionada pela agênciaf12 bet como sacarsegurança americana.
O episódio fez com que ela cancelasse uma visita que faria aos Estados Unidosf12 bet como sacar2013, agora reagendada para o fimf12 bet como sacarjunho. Entre empresários brasileiros, vinham crescendo as cobranças para que o país se voltasse aos Estados Unidos para voltar a crescer.
O governo brasileiro chegou a condicionar a remarcação da visita a um pedidof12 bet como sacardesculpas da Casa Branca, mas acabou cedendo na posição.
Mudanças demográficas
Segundo um diplomata brasileiro nos Estados Unidos, a mudança da política americana para a região reflete ainda mudanças demográficas no país.
Há 50 anos, havia poucos milhõesf12 bet como sacarhispânicos ou latinos nos Estados Unidos. Por causa da imigração ef12 bet como sacartaxasf12 bet como sacarnatalidade acima da média, o grupo hoje soma 57 milhões, ou 17% da população total. E o número deve continuar a crescer.
Esse movimento interno, diz o diplomata, força os Estados Unidos a olhar mais para a América Latina, apesarf12 bet como sacarpreocupações mais urgentes no Oriente Médio, na China e no Chifre da África.
Outra transformação demográfica que favorece a nova postura da Casa Branca, diz ele, é o envelhecimento da geraçãof12 bet como sacarcubanos que migraram para os Estados Unidos e tradicionalmente defende uma linha dura contra Havana para forçar uma mudançaf12 bet como sacargoverno.
Essa visão, que influenciou geraçõesf12 bet como sacarpolíticos americanos, tem dado lugar às posições mais conciliatórias adotadas por cubano-americanos mais jovens e imigrantes latinosf12 bet como sacargeral.