Indonésia adia execuçãobrasileiro:

AFP — Legenda da foto, Segundo imprensa local, execuçãoGularte deveria ocorrer ainda neste mês

A família espera que o diretor do presídio onde Rodrigo é mantido assine o laudo médico na quarta-feira. O documento, então, deverá ser enviado ao procurador-geral da Indonésia, que poderá solicitar a transferência do brasileiro para um hospital, disse à BBC Brasil Angelita Muxfeldt, primaRodrigo, que está na Indonésia.

Este é o último recurso para evitar a morteRodrigo, já que seus dois pedidosclemência foram negados e, segundo a família, a lei indonésia proíbe a morteum prisioneiro que não estejaplenas condições mentais. Na Indonésia, a execução é por fuzilamento.

"A pressão está fazendo efeito", disse ela, por telefone. "Ele realmente está doente e precisatratamento, não estamos inventando".

Snowing in Bali — Legenda da foto, Rodrigo (à esquerda) e Marco Archer, que foi o primeiro brasileiro a ser executado no exterior, no mês passado

A mãeRodrigo, Clarisse Gularte, esteve com ele na prisão nesta terça-feira. Segundo Angelita, Rodrigo teve "conversas desconexas e falava nada com nada".

"O mundo dele é outro, a realidade dele é outra. Não adianta falar (com ele). Ele não acreditanada", disse ela.

No mês passado, outro brasileiro condenado à morte por tráficodrogas na Indonésia - o carioca Marco Archer Cardoso Moreira,53 anos - foi executado com outros cinco prisioneiros, apesar do pedido por clemência feito pela presidente Dilma Rousseff.

O presidente indonésio, Joko Widodo, se elegeu no ano passado após prometer rigor no combate ao crime e que negaria pedidosclemência. O governo tem defendido o direitousar a penamorte para enfrentar o que chamasituaçãoemergência causada pelo tráficodrogas.

O adiamento também beneficia outros prisioneiros, inclusive dois australianos - Myuran Sukumaran e Andrew Chan - condenados à morte2006 por liderar um grupotráficodrogas conhecido como "Os NoveBali". Eles são mantidosBali e ainda têm que ser transferidos para Nusakambangan.

Mais cedo, o procurador-geral H.M. Prasetyo disse que a transferência dos australianos havia sido adiada para que eles pudessem passar mais tempo com seus familiares.

* Colaborou Alice Budisatrijo, da BBCJacarta