Os riscos dos EUA e aliados na luta contra o Estado Islâmico:bet365g

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Legenda da foto, Militantes do Estado Islâmico com os restos do que dizem ser um drone americano que caiubet365gRaqqa

O desafio é conseguir que países com diferentes estratégias, políticas e interesses se unam sob a liderançabet365gum país do qual muitos têm receio ou suspeita.

O plano visa conciliar a experiência que os Estados Unidos têm acumulado ao longobet365gmeio séculobet365gintervenções com a realidade turbulenta e volátil do Oriente Médio.

Mas Obama tenta evitar intervir sozinho e, portanto, precisavabet365guma coalizão que incluísse, especialmente, os países árabes.

Até agora, Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Barein, Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos manifestaram disponibilidade para apoiar a ação.

Obama apresentou o planobet365gmodo a liderar "por trás", como ele fez na intervenção na Líbiabet365g2011.

O comentarista político Geoff Dyer disse ao jornal britânico Financial Times que "o riscobet365gliderar por trás é que ele deixa os Estados Unidos dependentes dos esforçosbet365gseus membros".

"Se eles não conseguirem, Obama poderia se encontrarbet365gmeio a uma guerra no Iraque, precisamente aquela que seu governo prometeu sair."

Ecos do 11bet365gSetembro

Rami Khouri, da Universidadebet365gBeirute, aponta vários problemas para a coalizão.

Khouri observa que este grupo foi criado por Washington,bet365gestadobet365gpânico, antesbet365gconsultar as partes interessadas e chegar a acordo sobre os países árabes, deixando-osbet365guma posição desconfortável.

Além disso, os Estados Unidos e seus aliados acreditam que, sem um governo inclusivo dos sunitas no Iraque, não há como lutar contra o EI.

Washington investiu bilhõesbet365gdólares na última década, e o resultado até agora é o sectarismo e a corrupção dos líderes xiitas.

Sectarismo e repressão

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Legenda da foto, EUA lideram a coalizão contra o Estado Islâmico

A ascensão do EI se devebet365ggrande parte ao sectarismo e à repressão dos governos xiitas.

O governobet365gNouri al-Maliki, primeiro-ministro iraquiano até agostobet365g2014, usou o exército e milícias para reprimir a população sunita.

Patrick Cockburn, do jornal britânico The Independent, acredita que os 5 ou 6 milhõesbet365gárabes sunitas que vivem entre o Iraque e a Síria temem mais a violênciabet365gBagdá e suas milícias do que o Estado Islâmico.

O New York Times publicou recentemente denúnciasbet365gmilícias xiitas retaliando cidades e aldeias sunitas.

Os riscos do usobet365gdrones

Outro possível problema, segundo o acadêmico libanês Khouri, é que o presidente Obama mencionou o usobet365gdrones e colocou os casos do Iêmen e da Somália como exemplos do que quer conseguir com a coalizão.

Nem nesses países e no Paquistão os drones eliminaram as organizações insurgentes.

Pelo contrário: as mortesbet365gcivis aceleraram a radicalização contra Washington.

Liderançabet365gsucesso?

Também existem dúvidas, diz Khouri, sobre o fatobet365gque o coordenador da coalizão contra o EI seja o general aposentado da Marinha John Allen.

Anteriormente, Allen teve cargosbet365gresponsabilidade no Afeganistão, no Comando Central para o Oriente Médio, no Iraque e no conflito israelense-palestino.

"É difícil acreditarbet365guma combinação mais deprimentebet365gfracassos da política americana na região do que os que acumula Allen", diz.

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Legenda da foto, Coalizão reúne países ocidentais e árabes

Além disso, para Khouri e outros analistas, a coalizão também tem resquícios da resposta dos Estados Unidos e seus aliados aos ataquesbet365g11bet365gSetembrobet365g2001.

No entanto, o problema com o IE é diferente da Al Qaeda e, segundo analistas, as reações emocionais anti-islâmicas e militaristas devem ser evitadas.

Luta regional

Apesar do sucesso duvidosobet365gintervenções no Afeganistão e no Iraque durante a última década e a rejeiçãobet365ggrande parte da população americana a entrarbet365guma nova guerra, Obama tem sido pressionado pelos chamados neo-conservadoresbet365gseu país, por governosbet365gpaíses árabes sunitas e por Israel para intervir militarmente contra o governobet365gBashar al-Assad na Síria e atacar instalações nucleares iranianas.

O crescimento violento do EI levou Obama a projetar uma intervenção com o menor risco militar, político e econômico possível.

Ter uma coalizão foi uma das condições prévias para evitar um possível fracasso unilateral.

Mas a guerra na qual a coalizão ainda frágil e incerta está prestes a entrar faz parte da luta política religiosa entre sunitas e xiitas na região.

Irã contra a Arábia Saudita

E a rivalidade pela hegemonia regional entre o Irã (xiita) e Arábia Saudita (sunita) marca as alianças.

Ambos os países têm interessebet365glutar contra o EI, mas mantêm uma forte concorrência regional.

O Irã apoia Bashar al-Assad, o Hezbollah no Líbano e o Hamasbet365gGaza; a Arábia Saudita apoia a oposição sunita na Síria.

Da mesma forma, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Egito lutam contra a Irmandade Muçulmana, enquanto o Catar e Turquia os apoiam.

Os Estados Unidos, a Arábia Saudita e o Irã estão se comunicando no combate ao EI, mas é difícilbet365galcançar um elevado nívelbet365gcoordenação.

O dilema da Turquia

A Turquia (com populaçãobet365gmaioria sunita), porbet365gvez, preferiu manter uma postura cautelosa, especialmente desde que dezenasbet365gdiplomatas foram sequestrados por EI.

O governo turco teme que o combate ao EI ajude a fortalecer os curdos iraquianos e,bet365gmédio prazo, um Curdistão turco.

Outros países temem que o Irã saia fortalecido desta guerra.

Juan Cole, professor da Universidadebet365gMichigan, dissebet365gseu blog: "(É) uma triste ironia que as duas potências regionais mais entusiásticas no combate ao ISIL (EI) sejam o Irã e a Síria."

Bashar, inimigo também do EI

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Legenda da foto, Presidente sírio também é inimigo do Estado Islâmico

Em relação à Síria, durante os últimos três anos a Casa Branca insistiu que uma condição para se chegar a um acordobet365gpaz no país era que o presidente Bashar al-Assad - alawita, um ramo xiita - saísse.

Além dos ataques a focos do EI na Síria, Obama pretende fornecer assistência militar a grupos armados do fragmentado Exército Livre da Síria -a quem se refere como "oposição moderada" - a fimbet365gque eles combatam o governobet365gDamasco e o EI.

A Síria não se pronunciou sobre os recentes ataques, mas havia comunicado anteriormente que qualquer ataque a seu território seria considerado uma interferência.

E o governo russo também disse que um ataquebet365gWashington na Síria será considerado uma violação ao direito internacional.

Rebeldes moderados?

Na volátil situação na Síria, é difícil saber quais grupos são moderados, e há riscobet365gtransferênciabet365garmas para grupos que podem se tornar inimigos dos Estados Unidos.

Lina Khatib, da Fundação Carnegie para a Paz Internacional, acredita que o planobet365gObama e da coalizão não contempla uma formabet365gincluir o Exército Livre da Síriabet365gum quadro político.

Esta confusão pode reproduzir o caos que ocorreu na Líbia após a intervenção da OTANbet365g2011.

Grande parte da população sunita na Síria teme e rejeita o governobet365gBashar al-Assad e muitos deles preferem o EI.

Ao mesmo tempo, os adversários do governo desconfiam dos Estados Unidos depoisbet365gter esperado por quase quatro anos até que este país interviesse para apoiá-los.

O sentimentobet365gmuitos cidadãos sírios e iraquianos ébet365gestar presos entre o Estado Islâmico e os governosbet365gDamasco e Bagdá, e a esperançabet365gserem salvos por uma coalizão improvisada parece distante.

(*) Mariano Aguirre coordena o Centro Norueguêsbet365gConsolidação da Paz (NOREF)bet365gOslo. www.peacebuilding.no