Eleição na Suécia: Rivais não fazem ataques pessoais e dividem material:jogos de azar gratis online
- Author, Claudia Varejão Wallin
- Role, De Estocolmo para a BBC Brasil
jogos de azar gratis online ”Que tipojogos de azar gratis onlinesociedade queremos ser?”, berra a jovem militante sueca com seu megafonejogos de azar gratis onlineuma rua movimentada do centrojogos de azar gratis onlineEstocolmo. Faltam dois dias para o embate final das eleições geraisjogos de azar gratis onlinedomingo na Suécia, e é feroz a disputa entre a aliança governistajogos de azar gratis onlinecentro-direita e o bloco liderado por um confiante Partido Social-Democrata, apesar do jejumjogos de azar gratis onlineoito anos longe do poder.
Mais sedutor que acompanhar a batalha campal que se trava, porém, é observar o estilo suecojogos de azar gratis onlinese fazer campanha política: nos comícios das cidades menores, candidatos chegam a emprestar microfones e alto-falantes a adversários.
Na profusãojogos de azar gratis onlinedebates diáriosjogos de azar gratis onlinetodo o país, oponentes políticos jamais trocam ataques pessoais – o duelo éjogos de azar gratis onlineidéias. Nas ruas e redes sociais, impera o respeito à opiniãojogos de azar gratis onlinequem pensa diferente.
Em nenhum rincão do país, legendas políticas negociam tempojogos de azar gratis onlinepropaganda na TV – nem poderiam: na Suécia não existe horário eleitoral político.
"Não existe, até porque horários eleitorais na TV são caros – e quem paga essa conta é o contribuinte", diz à BBC Brasil o estrategista-chefe da campanha social-democrata, Jan Larsson.
"O que existe aqui é um debate constante nos jornais, nos canaisjogos de azar gratis onlineTV, nas rádios, alémjogos de azar gratis onlineuma grande mobilização popular que inclui a militância porta a porta, discussões políticas nos clubesjogos de azar gratis onlineesportes, e por toda parte. E naturalmente, as mídias sociais crescemjogos de azar gratis onlineimportância. Fazer campanha política na internet é extremamente eficaz, e extremamente barato", destaca Larsson.
'Respeito pela democracia'
No quartel-general do Partido Social Democrata na capital sueca, o movimento é febril. O prédio fica na avenida centraljogos de azar gratis onlineSveavägen e está convenientemente situado – para a eventualidadejogos de azar gratis onlineepisódiosjogos de azar gratis onlineestresse agudo da militância – ao ladojogos de azar gratis onlineuma loja do Systembolaget, o monopólio estatal da vendajogos de azar gratis onlineálcool no país.
Um labirintojogos de azar gratis onlinecorredores conduz à ampla sala do controle central da campanha, e Jan Larsson aponta, com movimentos rápidos das mãos: "naquele canto trabalha a equipe responsável pelas políticasjogos de azar gratis onlineeducação, ao lado está o time que trabalha com a questão do emprego" e assim por diante.
Imensos gráficos decoram todas as paredes. A sala está repleta. Cercajogos de azar gratis onlinecem pessoas integram o cérebro da campanha, mas a ordem e o silêncio imperam no lugar. É aqui que se engendram os estratagemas e propostas para chegar ao poder. Ataques pessoais a adversários estão fora da agenda.
"Campanhas políticas na Suécia são mais focadasjogos de azar gratis onlineprojetos concretosjogos de azar gratis onlinegoverno,jogos de azar gratis onlinecomparação com outros países onde o foco estájogos de azar gratis onlinecampanhas negativas e agressivas, como por exemplo comprar espaço na TV apenas para dizer como os seus adversários são ruins", diz Larsson.
"Penso que temos na Suécia um respeito comum pela democracia, que espero que possamos manter. Todos os partidos políticos lutam pelo poder, mas mantendo o respeito mútuo", acrescenta ele.
Campanha 'compartilhada'
Pergunto a Larsson se é mesmo verdade que, nas cidades do interior sueco, membrosjogos de azar gratis onlinepartidos adversários chegam a emprestar equipamentosjogos de azar gratis onlinecampanha uns aos outros.
"Isso acontece a nível local, onde os recursosjogos de azar gratis onlinecampanha são mais limitados. Até porque não damos importância a coisas idiotas, como se preocuparjogos de azar gratis onlinenão emprestar microfones ou alto-falantes a um oponente", enfatiza ele.
"Não é que todos os políticos suecos sejam fantasticamente bons, mas principalmente porque os eleitores suecos respeitam os políticos que cooperam e colaboram. Então o político sabe que, quando empresta seu alto-falante para o candidato adversário, isso é visto como uma coisa positiva pelo eleitorado. No nível da política nacional, no entanto, esse tipojogos de azar gratis onlinenecessidadejogos de azar gratis onlineemprestar equipamentos não existe", ele completa.
No nível nacional, a cooperação entre as siglas se dájogos de azar gratis onlinequestões como a calculada limitação do reduzido númerojogos de azar gratis onlinepropaganda eleitoral nas ruas do país. Outdoors são proibidos.
"Normalmente, os partidos acertam qual o númerojogos de azar gratis onlineposters que podem ser colocados e também o horário. Todos concordam que ninguém colocará os posters antes da meia-noitejogos de azar gratis onlineuma sexta-feira, por exemplo. E são os militantes dos movimentos jovens dos partidos que cumprem esta tarefa,jogos de azar gratis onlineestarjogos de azar gratis onlinepé à meia-noite para conseguir os melhores locais para pendurar os cartazes", diz o chefejogos de azar gratis onlinecampanha.
Mas há um elementojogos de azar gratis onlinerespeito na empreitada, observa Larsson:
"Ninguém simplesmente toma todos os melhores locais disponíveis. E muitas vezes um militante retira algunsjogos de azar gratis onlineseus cartazes para dar lugar aos do adversário. Normalmente, ninguém briga por causa disso. É preciso entender que o objetivo da propaganda é aumentar a visibilidade das eleições, mas não são nada assim tão fundamental. E, por isso, não faz sentido brigar por causa disso."
As regras são rigorosas: todos os pôsteres eleitorais devem ser retirados das ruas num prazo máximojogos de azar gratis onlinedois dias após a votação.
"E os políticos sabem que se deixarem os cartazes pendurados depois do prazo, sujando a paisagem da cidade, vão ser punidos pelos eleitores nas próximas eleições", diz Larsson.
Nessa temporada eleitoral, alguns candidatos descontentes levantaram a voz na semana passada. Isso porque militantes do Partido Feminista sueco,jogos de azar gratis onlinenome dajogos de azar gratis onlinecausa, aproveitaram a calada da noite para colocar adesivosjogos de azar gratis onlineóculos cor-de-rosa nos rostosjogos de azar gratis onlinetodos os líderes partidários estampados nos cartazes adversários.
Debatejogos de azar gratis onlineideias
Mas, no geral, as campanhas políticas na Suécia se definem a partirjogos de azar gratis onlineum tradicional tripéjogos de azar gratis onlinecooperação, consenso e bom-senso, sustentado a partirjogos de azar gratis onlineum robusto debatejogos de azar gratis onlineidéias e propostas concretas.
Em todos os jornais, rádios, sitesjogos de azar gratis onlinenotícias, canaisjogos de azar gratis onlineTV e redes sociais, o debatejogos de azar gratis onlineidéias é diário e intenso. Jornais abrem espaçojogos de azar gratis onlinesuas páginasjogos de azar gratis onlineopinião para debater temas diversos da campanha e convidam políticos dos diferentes partidos a expressar suas posições e propostasjogos de azar gratis onlinedias alternados.
Nas TVs públicas e comerciais, os debates se produzemjogos de azar gratis onlineprogramasjogos de azar gratis onlineuma horajogos de azar gratis onlineduração, seguidos por análises com painéisjogos de azar gratis onlinecientistas políticos e políticos dos diferentes partidos. Nos telejornais, duplasjogos de azar gratis onlinecandidatos adversários se enfrentamjogos de azar gratis onlinediscussões diáriasjogos de azar gratis onlinepropostas. Nas rádios, a cena se repete.
Em programasjogos de azar gratis onlineculinária, candidatos preparam jantares para adversáriosjogos de azar gratis onlinesuas casas. E programas dedicados a áreas como cultura e saúde, nesses temposjogos de azar gratis onlineeleição, também se transformamjogos de azar gratis onlinearenasjogos de azar gratis onlinedebatesjogos de azar gratis onlinecandidatos sobre temas específicos, tanto nas rádios como nas TVs.
Cada político sueco sabe que tem que fundamentar cada proposta e explicar muito bemjogos de azar gratis onlineonde pensajogos de azar gratis onlinetirar o dinheiro para financiar e cumprir a promessa – é aí que os verdadeiros duelos se travam com ferocidade, mas com respeito.
"Políticos que são duros demais com seus adversários se arriscam a perder o voto do eleitor", disse no jornal Svenska Dagbladet a especialistajogos de azar gratis onlineretórica Lena Lid Falkman, que integra o paineljogos de azar gratis onlineanálises políticas do diário.
"Ataques pessoais contra adversários políticos e campanhas negativas não dão certo na Suécia. A campanha tem que ser limpa, e não há espaço para ofensas indecorosas. Se um político quer ser cruel contra um adversário, ele tem que fazer isso com humor", pontuou Lena.
O repórter perguntou a Lena o porquêjogos de azar gratis onlinenão se ver na Suécia, como ocorrejogos de azar gratis onlineoutros países, murros e socos entre parlamentares.
"Temos na Suécia uma culturajogos de azar gratis onlineconsenso ejogos de azar gratis onlineouvir quem tem opiniões divergentes. Também somos um país pacífico e não nos parecem existir coisas no debate político suficientemente importantes para nos engalfinharmos emjogos de azar gratis onlinedefesa. Os partidos políticos também cooperamjogos de azar gratis onlinemaneira bem mais próxima para solucionar os problemas do país", destacou ela.
Mas Lena admite que a entrada no Parlamento dos Democratas da Suécia (Sverigedemokraterna, partidojogos de azar gratis onlineextrema-direita) tornou a situação mais dramática:
"O debate político ficou mais acirrado. E,jogos de azar gratis onlinecerta forma, é mais tolerado ser um tanto duro contra os políticos da extrema-direita."
Propaganda Política
Até o ano passado, campanhas publicitáriasjogos de azar gratis onlinepartidos políticos na TV eram proibidas na Suécia. Este ano, pela primeira vez, faz-se uma experiência: no canal 4 da TV comercial, o eleitorado assiste a breves comerciais políticosjogos de azar gratis onlinecercajogos de azar gratis online40 segundosjogos de azar gratis onlineduração, veiculados entre anúnciosjogos de azar gratis onlinemargarina e barrasjogos de azar gratis onlinechocolate.
"Produzir comerciais mais longos seria caro demais, não teríamos dinheiro", diz uma das assistentesjogos de azar gratis onlineJan Larsson, no comando central da campanha social-democrata.
Na Suécia, a principal fontejogos de azar gratis onlinearrecadaçãojogos de azar gratis onlinefundos dos partidos políticos é o financiamento público, que corresponde a um valor entre 70% e 80% do total arrecadado pelas agremiações.
"Exatamente pelo fatojogos de azar gratis onlineas campanhas publicitárias serem uma ferramenta tão cara e tão poderosa, é preciso ser cuidadoso e não exagerar najogos de azar gratis onlineutilização", diz Larsson.
"E é importante ter sob controle as contribuiçõesjogos de azar gratis onlinecampanha para os partidos, a fimjogos de azar gratis onlineevitar a sensação que se tem no sistema americano, por exemplo,jogos de azar gratis onlineque a Associação Nacionaljogos de azar gratis onlineRifles financia as siglas e as campanhas publicitárias para influenciar a agenda política."
Sobre as campanhas milionárias que se produzem no horário eleitoral político do Brasil, Jan Larsson diz que é preciso ter cautela:
"Seria um absurdo da minha parte expressar opiniões pessoais sobre a democracia brasileira, mas naturalmente é preciso ter-se muito cuidadojogos de azar gratis onlinepermitir que o dinheiro controle a informação. Especialmente quando não se tem um sistema rígido para controlar quem financia os partidos políticos. Se a distribuiçãojogos de azar gratis onlinerecursos para os partidos é justa, então todos têm as mesmas oportunidades. Mas quando você permite que grandes empresas e organizações controlem o financiamento dos partidos, põe-sejogos de azar gratis onlinerisco uma coisa extremamente fundamental, que se chama democracia", diz Larsson.
"O que deve vencer uma eleição é o melhor argumento, e não a carteira mais gorda", opinia o estrategista.