De onde vem o dinheiro que financia o Estado Islâmico?:faz o bet aí não paga
O cerco e a expulsão das minorias cristãs yazidis do Iraque e a decapitação do jornalista americano James Foley são os últimos exemplos da crueldade com que o EI atua.
Mas, diferentementefaz o bet aí não pagaoutros gruposfaz o bet aí não pagainsurgentes, o EI chama atenção por seu poderio econômico.
Fontes energéticas
Uma das razões origens do dinheiro que financia o grupo está na principal matéria-prima do Iraque: o petróleo.
O país é o segundo maior produtor do óleo no mundo, depois da Arábia Saudita.
Há alguns meses, o EI controla uma parte importante da indústria do petróleo iraquiano no norte do país. Mossul, uma das cidades dominadas pelo grupo, produz cercafaz o bet aí não paga2 milhõesfaz o bet aí não pagabarrisfaz o bet aí não pagapetróleo por dia.
O EI também controla a plantafaz o bet aí não pagagásfaz o bet aí não pagaShaar e Baiji, cidade onde se localiza a maior refinariafaz o bet aí não pagapetróleo do país.
A partir desta área, os insurgentes cortaram o fornecimentofaz o bet aí não pagapetróleo para a Turquia enquanto tentam avançar sobre as fontesfaz o bet aí não pagaenergia abundantes do Curdistão iraquiano.
O EI não destrói as fontes energéticas que conquista militarmente. O objetivo é usar os lucros para construir o tão propalado Estado islâmico ou califado.
A estratégia é semelhante àfaz o bet aí não pagaoutros grupos armados que estabeleceram nas últimas décadas redes econômicas ilícitas para seu financiamento, comprafaz o bet aí não pagaarmas e enriquecimentofaz o bet aí não pagasuas lideranças.
Na Libéria efaz o bet aí não pagaSerra Leoa, por exemplo, proliferaram na décadafaz o bet aí não paga90 grupos insurgentes que competiam entre si pela exploração e pelo tráficofaz o bet aí não pagadiamantes.
No Afeganistão, por outro lado, o cultivo da papoula é a principal fontefaz o bet aí não pagarenda para o Talebã e outros setores políticos. Já na Colômbia há diversos vínculos entre grupos insurgentes, paramilitares, políticos e traficantesfaz o bet aí não pagadrogas.
No caso do Estado islâmico, o grupo ganhou experiência na Síria antesfaz o bet aí não pagacruzar a fronteira e se estabelecer no Iraque.
"Uma das razões pelas quais o EI tem sido capazfaz o bet aí não pagacrescer tão fortemente é que pode importar recursos e ativistas da Síria", diz Patrick Cockburn,faz o bet aí não pagaseu livro The Jihadis Return: ISIS and the New Sunni Uprising ("O Retorno dos Jihadistas: Isis e o Novo Levante Sunita",faz o bet aí não pagatradução livre do inglês).
No Iraque, o EI ganhou rapidamente terreno junto à comunidade sunita após a invasão dos Estados Unidos ao Iraquefaz o bet aí não paga2003.
Com a quedafaz o bet aí não pagaSaddam Hussein, os sunitas foram marginalizados e reprimidos por governos xiitas que se revezaram no poder, especialmente o do premiê Nouri al-Maliki.
Ao mesmo tempo, comandantes militaresfaz o bet aí não pagaSaddam Hussein e funcionários do Partido Baath, expulsosfaz o bet aí não pagaseus cargos após a invasão, se aliaram ao EI.
Usar os dividendos das fontes energéticas para financiar atividades e impor regimes autoritários não é uma exclusividade do grupo.
Peter Custers, autor do livro Questioning Globalized Militarism ("Questionando o Militarismo Globalizado",faz o bet aí não pagatradução livre do inglês), indica que muitos governos da região usam a renda proveniente do petróleo para comprar armamento pesado e armas dos Estados Unidos e Europa e poder, assim, reprimir seus povos.
Os circuitos e as ligações
Theodore Karasik, do Institute for Near East and Gulf Military Analysis (INEGMA) e Robin Mills, autor do livro The Myth of the Oil Crisis ("O Mito da Crise do Petróleo",faz o bet aí não pagatradução livre do inglês), calculam que o EI ganhe U$ 1 milhão (R$ 2,3 milhões) por dia somente com a exploração do petróleo iraquiano.
Os especialistas argumentam que o valor poderia chegar, no entanto, a US$ 100 milhões (R$ 230 milhões) se somadas as rendas provenientes do comércio da matéria-prima no Iraque e na Síria.
Com visãofaz o bet aí não pagamercado, o EI vende o barril a US$ 30 no mercado negro – enquanto o preço internacional supera os US$ 100 – por meiofaz o bet aí não pagaintermediários na Turquia e na Síria.
Mas o petróleo não é a única fontefaz o bet aí não pagarenda para EI.
No caso da Síria, um estudo do Centrofaz o bet aí não pagaAnálise do Conselho Europeufaz o bet aí não pagaRelações Exteriores (ECFR na siglafaz o bet aí não pagaInglês) indica que o EI e outros grupos armados estão instalando um sistemafaz o bet aí não pagaimpostosfaz o bet aí não pagaáreas conquistadas ao mesmo tempofaz o bet aí não pagaque promovem atividades ilegais como roubofaz o bet aí não pagareservasfaz o bet aí não pagadinheirofaz o bet aí não pagabancos locais, contrabandofaz o bet aí não pagacarros e armas, sequestros e bloqueiosfaz o bet aí não pagaestradas.
"Uma economiafaz o bet aí não pagaguerra está tomando conta da Síria,faz o bet aí não pagaparticular nas zonas controladas pela oposição, criando novas redes e atividades econômicas que alimentam a violência", diz o estudo.
A pesquisa afirma que o EI também apreendeu grandes quantidadesfaz o bet aí não pagaarmas do Exército iraquiano e grupos armados sírios contra os quais luta.
Na Síria, o grupo chegou, inclusive, a desmantelar fábricas inteiras e vender as estruturas na Turquia.
Segundo Jihad Yazigi, autor do relatório para o ECFR, liderançasfaz o bet aí não pagagrupos armados também estariam interessadasfaz o bet aí não pagaprolongar o conflito para continuar a receber remessas internacionaisfaz o bet aí não pagapaíses aliados.
Essa 'economiafaz o bet aí não pagaguerra', diz ele, cria incentivos para diferentes indivíduos e atores que não teriam interesse no fim do conflito.
Segundo os especialistas, esses novos agentes econômicos, que controlam fontesfaz o bet aí não pagaenergia, contrabando, roubo e vendafaz o bet aí não pagaarmas, sequestros e impostos especiais a minorias religiosas, operariam sem conexão com autoridades do governo.
Mas alguns outros mantêm laços com o poder institucionalizado, aponta o relatório do Conselho Europeufaz o bet aí não pagaRelações Exteriores. O resultado é uma desintegração do Estado a partirfaz o bet aí não pagasua base econômica.
Estados fracos e sectarismo
O apoio da Arábia Saudita e dos países do Golfo aos sunitas para combater xiitas e seus aliados está na raiz do sucesso econômico do EI efaz o bet aí não pagaoutros grupos jihadistas, afirma o jornalista Patrick Cockburn e outros analistas.
Segundo eles, esses países já teriam canalizado centenasfaz o bet aí não pagamilhõesfaz o bet aí não pagadólares para insurgentes sunitas na Síria.
Como ocorreu no Afeganistão com o apoio que os insurgentes recebiam dos países ocidentais nos anos 80, o EI tem crescido atravésfaz o bet aí não pagauma combinaçãofaz o bet aí não pagafraqueza do Estado, do sectarismo por parte do Estado, e do apoio econômico e militar externo para a insurgência.
Para o regime do presidente sírio Bashar Assad, essa fragmentação da economia levará à perdafaz o bet aí não pagareceitafaz o bet aí não pagaque ele precisa para prestar serviços básicos e manter o apoio popular nas áreas que controla, pagar o Exército e começar a reconstruir a Síria.
No Iraque, o novo primeiro-ministro, Haidar Abadi, tem menos território e recursos energéticos para lançar uma política mais inclusiva.
Especialistasfaz o bet aí não pagaterrorismo questionam se o EI pode instaurar um Estado e consolidar uma estrutura econômica.
Para Yezid Sayigh, do Carnegie Middle East Center, o EI só é forte onde tem apoio, o qual poderia diminuir dado à brutalidade das ações do grupo. A resistência dos curdos iraquianos e o que restou do Estado iraquiano, que é apoiado pelos Estados Unidos, pode freá-lo, mas não fazê-lo desaparecer.
Além disso, criar e manter uma economia estatal é complicado. Em muitos casos, a infraestruturafaz o bet aí não pagaexploraçãofaz o bet aí não pagapetróleo e gás é antiga e necessitafaz o bet aí não pagauma renovação tecnológica difícilfaz o bet aí não pagaser obtida.
O Estado Islâmico e seu modelofaz o bet aí não pagaeconomia política, bem como o papelfaz o bet aí não pagaatores externos, têm tornado a região ainda mais complicada.
faz o bet aí não paga (*) Mariano Aguirre é diretor do instituto Norwegian Peacebuidling Resource Centre (NOREF) www.peacebuilding.no