Quatro temas econômicos que devem dominar a eleição presidencial:city club casino
"Trata-secity club casinoum cenário que, para muitos, é o pior dos mundos, pois conjuga inflação crescente e baixo crescimento econômico", diz Perissinotto. "A oposição não tem nenhuma proposta alternativa claramente delineada, mas encontra-se na posição confortávelcity club casinopoder atacar os pontos negativos do desempenho do governo nesse campo."
Faltando dois meses para o primeiro turno, temas econômicos parecem ter dominado o discurso dos presidenciáveis.
Os principais candidatos da oposição, Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, atribuem o baixo crescimento a políticas equivocadas adotadas pelo governo.
"O que me preocupa são os 7%city club casinoinflação e 1%city club casinocrescimento que serão deixados para nós se formos eleitos", disse Aécio, traçando um paralelo entre os indicadores econômicos e a derrota por 7 a 1 para a Alemanha.
Já o governo atribui as análises negativas a um "pessimismo inadmissível"city club casinofundo eleitoral e chama a atenção para a força do mercadocity club casinotrabalho e o crescimento da renda dos trabalhadores.
"O mesmo pessimismo da Copa está se dando agora com a economia, mas é ainda mais grave porque a economia é feitacity club casinoexpectativas", disse a presidente Dilma Rousseff.
Para identificar quais temas da agenda econômica serão chave na eleição e entender as estratégias do governo e da oposição nessa área, a BBC consultou economistas e cientistas políticos. O resultado é este:
Emprego
Se a desaceleração é um dos pontos fracos do governo, os níveiscity club casinodesemprego são um trunfo.
"No que diz respeito ao mercadocity club casinotrabalho, Dilma foi melhor até que Lula", opina Biancarelli, da Unicamp. "Nos últimos anos, o desemprego caiu para patamares historicamente baixos, e a renda dos trabalhadores continuou a crescer."
Segundo o IBGE (PNAD Contínua), o desemprego chegou a 7,1% no primeiro trimestre. O resultado é maior que os 6,2% do trimestre anterior, mas menor que os 8% do mesmo períodocity club casino2013 (comparação que evita sazonalidades).
Por outro lado, o ritmocity club casinocriaçãocity club casinopostoscity club casinotrabalho formais caiu, como aponta o Ministériocity club casinoTrabalho.
A oposição provavelmente ressaltará a fragilidade desse cenário, argumentando que, sem crescimento, uma hora ou outra o dinamismo do mercadocity club casinotrabalho acabará abalado.
"Já o discurso governista deve ser ocity club casinoque um eventual governocity club casinooposição deve colocar esses ganhoscity club casinorisco, impondo ao país um ajuste ortodoxo brusco", diz Castelar.
Crescimento
Em 2010, quando Dilma foi eleita, o Brasil cresceu 7,5%. Para este ano, a média das expectativas dos analisas já foi revisada para baixo dez vezes, chegando a 0,86%.
O governo atribui a desaceleração ao contexto internacional menos favorável.
No discurso da oposição, ela é resultado da faltacity club casinoestímulos aos investimentos e ausênciacity club casinoreformas para reduzir o "custo Brasil". O modelocity club casinocrescimento baseadocity club casinoconsumo teria se esgotado sem que se tivesse impulsionado um modelo baseadocity club casinoinvestimentos.
Para Melo, do Insper, tal cenário contribui para que esta possa ser a eleição mais concorrida desde 1989, quando Fernando Collor venceu Lula no segundo turno.
"Quando a economia vai mal, as pessoas tendem a ser mais críticas ao governo, embora não esteja claro se a oposição será capazcity club casinose apresentar como uma alternativa viável", diz.
O cientista político Fernando Limongi, da USP, concorda. "Um eleitor pode gostar menos do governo e, ainda assim, não querer arriscar seus ganhos econômicos trocando o certo pelo incerto com um votocity club casinona oposição."
Ele lembra que,city club casino1998, o governo Fernando Henrique Cardoso estava bastante desgastado, e mesmo assim, foi reeleito.
"O grande desafio dos candidatos da oposição é transformar a críticacity club casinoesperança, mostrar que são capazescity club casinoformular soluções para a questão do crescimento", resume o economista Armando Castelar, da FGV.
Inflação
"A inflação é um tema sensível, pois mexe com a memória daqueles que viveram a experiência da hiperinflação e com o bolso dos eleitores", diz Perissinotto, da UFPR.
A altacity club casinopreços tem ficado muito próxima ao teto da meta definida pelo Banco Central,city club casino6,5%.
O governo enfatiza que está sob controle.
Já a oposição argumenta que só não extrapolou a meta porque os preços administrados, como energia e combustível, estariam sendo segurados artificialmente – e teriamcity club casinoser elevadoscity club casino2015 para equilibrar as contas da Petrobrás e das distribuidorascity club casinoeletricidade.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, nega que se esteja preparando um "tarifaço" para o ano que vem. Economistas, porém, concordam que algum ajuste será necessário.
"Eu apostariacity club casinoum ajuste gradual - até porque nenhum governo vai querer um grande impacto na inflaçãocity club casino2015", diz André Biancarelli, da Unicamp.
Políticas sociais
Castelar, da FGV, acredita que esse é um tema sobre o qual não haverá embate, porque a oposição também está se colocando a favorcity club casinoprogramascity club casinorenda mínima.
Tanto Aécio quanto Campos têm prometido ampliar o Bolsa Família, por exemplo.
Limongi, da USP, e Biancarelli, da Unicamp ressaltam que há outras políticas com as quais o governo conta para lhe ajudar a angariar votos, como a expansão do sistemacity club casinoprevidência para trabalhadores rurais.
"Dilma também ampliou muito o crédito aos estudantes e as vagas no ensino técnico dentro do programa Pronatec – então deve tentar fazer dessas políticas as marcascity club casinoseu governo", diz Biancarelli.
Para o cientista político David Fleischer, da UNB, não há como negar a relevância do tema na corrida para as urnas.
"Sócity club casinobeneficiados pelo Bolsa Família temos algocity club casinotornocity club casino40 a 50 milhões", diz.
"Debates sobre os gastos do Estado atingem uma elite. Boa parte do eleitorado quer saber mesmo é se continuará a receber benefícios como o Bolsa Família, se a inflação será baixa e se haverá emprego e crédito."