Quatro temas econômicos que devem dominar a eleição presidencial:vbet italy

Urna eleitoral (AFP)

Crédito, AFP

Legenda da foto, Para governo, "pessimismo" eleitoreiro estaria por trásvbet italyanálises negativas
  • Author, Ruth Costas
  • Role, Da BBC Brasilvbet italySão Paulo

vbet italy Não é a toa que o slogan que ajudou a alçar Bill Clinton à Casa Branca nos anos 90 se popularizou também fora dos EUA: "É a economia, estúpido!" resume uma dinâmica que há décadas tem definido corridas eleitorais pelo planeta – e as eleições brasileirasvbet italyoutubro não parecem ser uma exceção.

"Especialmentevbet italyum cenáriovbet italydesaceleração econômica, como o do Brasil hoje, o eleitor tende a votar com o bolso", diz Carlos Melo, cientista político do Insper.

"Ele está mais preocupado comvbet italyrenda e emprego do que, por exemplo, com casosvbet italycorrupção."

Segundo Renato Perissinotto, cientista político da Universidade Federal do Paraná, a economia terá um lugar central no debate eleitoral brasileiro "porque o desempenho do governo nessa área, sobretudo no último ano, tem sido muito ruim".

"Trata-sevbet italyum cenário que, para muitos, é o pior dos mundos, pois conjuga inflação crescente e baixo crescimento econômico", diz Perissinotto. "A oposição não tem nenhuma proposta alternativa claramente delineada, mas encontra-se na posição confortávelvbet italypoder atacar os pontos negativos do desempenho do governo nesse campo."

Faltando dois meses para o primeiro turno, temas econômicos parecem ter dominado o discurso dos presidenciáveis.

Os principais candidatos da oposição, Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, atribuem o baixo crescimento a políticas equivocadas adotadas pelo governo.

"O que me preocupa são os 7%vbet italyinflação e 1%vbet italycrescimento que serão deixados para nós se formos eleitos", disse Aécio, traçando um paralelo entre os indicadores econômicos e a derrota por 7 a 1 para a Alemanha.

Já o governo atribui as análises negativas a um "pessimismo inadmissível"vbet italyfundo eleitoral e chama a atenção para a força do mercadovbet italytrabalho e o crescimento da renda dos trabalhadores.

"O mesmo pessimismo da Copa está se dando agora com a economia, mas é ainda mais grave porque a economia é feitavbet italyexpectativas", disse a presidente Dilma Rousseff.

Para identificar quais temas da agenda econômica serão chave na eleição e entender as estratégias do governo e da oposição nessa área, a BBC consultou economistas e cientistas políticos. O resultado é este:

Emprego

Se a desaceleração é um dos pontos fracos do governo, os níveisvbet italydesemprego são um trunfo.

"No que diz respeito ao mercadovbet italytrabalho, Dilma foi melhor até que Lula", opina Biancarelli, da Unicamp. "Nos últimos anos, o desemprego caiu para patamares historicamente baixos, e a renda dos trabalhadores continuou a crescer."

Segundo o IBGE (PNAD Contínua), o desemprego chegou a 7,1% no primeiro trimestre. O resultado é maior que os 6,2% do trimestre anterior, mas menor que os 8% do mesmo períodovbet italy2013 (comparação que evita sazonalidades).

Por outro lado, o ritmovbet italycriaçãovbet italypostosvbet italytrabalho formais caiu, como aponta o Ministériovbet italyTrabalho.

A oposição provavelmente ressaltará a fragilidade desse cenário, argumentando que, sem crescimento, uma hora ou outra o dinamismo do mercadovbet italytrabalho acabará abalado.

"Já o discurso governista deve ser ovbet italyque um eventual governovbet italyoposição deve colocar esses ganhosvbet italyrisco, impondo ao país um ajuste ortodoxo brusco", diz Castelar.

Crescimento

Em 2010, quando Dilma foi eleita, o Brasil cresceu 7,5%. Para este ano, a média das expectativas dos analisas já foi revisada para baixo dez vezes, chegando a 0,86%.

O governo atribui a desaceleração ao contexto internacional menos favorável.

No discurso da oposição, ela é resultado da faltavbet italyestímulos aos investimentos e ausênciavbet italyreformas para reduzir o "custo Brasil". O modelovbet italycrescimento baseadovbet italyconsumo teria se esgotado sem que se tivesse impulsionado um modelo baseadovbet italyinvestimentos.

Para Melo, do Insper, tal cenário contribui para que esta possa ser a eleição mais concorrida desde 1989, quando Fernando Collor venceu Lula no segundo turno.

"Quando a economia vai mal, as pessoas tendem a ser mais críticas ao governo, embora não esteja claro se a oposição será capazvbet italyse apresentar como uma alternativa viável", diz.

O cientista político Fernando Limongi, da USP, concorda. "Um eleitor pode gostar menos do governo e, ainda assim, não querer arriscar seus ganhos econômicos trocando o certo pelo incerto com um votovbet italyna oposição."

Ele lembra que,vbet italy1998, o governo Fernando Henrique Cardoso estava bastante desgastado, e mesmo assim, foi reeleito.

"O grande desafio dos candidatos da oposição é transformar a críticavbet italyesperança, mostrar que são capazesvbet italyformular soluções para a questão do crescimento", resume o economista Armando Castelar, da FGV.

Inflação

"A inflação é um tema sensível, pois mexe com a memória daqueles que viveram a experiência da hiperinflação e com o bolso dos eleitores", diz Perissinotto, da UFPR.

A altavbet italypreços tem ficado muito próxima ao teto da meta definida pelo Banco Central,vbet italy6,5%.

O governo enfatiza que está sob controle.

Já a oposição argumenta que só não extrapolou a meta porque os preços administrados, como energia e combustível, estariam sendo segurados artificialmente – e teriamvbet italyser elevadosvbet italy2015 para equilibrar as contas da Petrobrás e das distribuidorasvbet italyeletricidade.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, nega que se esteja preparando um "tarifaço" para o ano que vem. Economistas, porém, concordam que algum ajuste será necessário.

"Eu apostariavbet italyum ajuste gradual - até porque nenhum governo vai querer um grande impacto na inflaçãovbet italy2015", diz André Biancarelli, da Unicamp.

Políticas sociais

Castelar, da FGV, acredita que esse é um tema sobre o qual não haverá embate, porque a oposição também está se colocando a favorvbet italyprogramasvbet italyrenda mínima.

Tanto Aécio quanto Campos têm prometido ampliar o Bolsa Família, por exemplo.

Limongi, da USP, e Biancarelli, da Unicamp ressaltam que há outras políticas com as quais o governo conta para lhe ajudar a angariar votos, como a expansão do sistemavbet italyprevidência para trabalhadores rurais.

"Dilma também ampliou muito o crédito aos estudantes e as vagas no ensino técnico dentro do programa Pronatec – então deve tentar fazer dessas políticas as marcasvbet italyseu governo", diz Biancarelli.

Para o cientista político David Fleischer, da UNB, não há como negar a relevância do tema na corrida para as urnas.

"Sóvbet italybeneficiados pelo Bolsa Família temos algovbet italytornovbet italy40 a 50 milhões", diz.

"Debates sobre os gastos do Estado atingem uma elite. Boa parte do eleitorado quer saber mesmo é se continuará a receber benefícios como o Bolsa Família, se a inflação será baixa e se haverá emprego e crédito."