Dilma nega ruptura com Israel mas diz que país promove 'massacre'Gaza:

Dilma (AP)

Crédito, AP

Legenda da foto, Dilma elogiou a ação da ONUexigir cessar-fogo imediato porque 'civis estão pagando o preço'

A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff criticou nesta segunda-feira a mortecivisGaza e chamou"massacre" os ataquesIsrael contra o território palestino.

"O que está ocorrendo na FaixaGaza é uma coisa perigosa. Não acho que é genocídio, mas é um massacre", disse Dilma, durante sabatina realizada por jornalistas da FolhaS. Paulo, pelo portal UOL, pelo SBT e pela rádio Jovem Pan.

A declaração da presidente vaiencontro ao que disse, na semana passada, o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, que afirmou que os bombardeios israelense era um "genocídio" contra os palestinos.

Na sabatina, Dilma disse ainda que há uma "ação desproporcional" por parteIsrael: "Há uma ação desproporcional. Não é possível matar crianças e mulheresjeito nenhum."

A candidata também foi questionada sobre os laços diplomáticos com Israel por conta da declaração do porta-voz do Ministério das Relações ExterioresIsrael, Yigal Palmor, sobre o Brasil ser "politicamente irrelevante" e um "anão diplomático", feita após o Itamaraty divulgar nota condenando a violênciaGaza.

"Não vai haver ruptura nem nada. Mas lamento as palavras do porta-voz, pois as palavras produzem um clima muitos ruim e deveríamos ter cuidados com as palavras."

Embaixador

Ela afirmou ainda que o embaixador do Brasil embaixador do paísTel Aviv, Henrique Sardinha Pinto, foi chamado para sanar algumas dúvidas e que "oportunamente" vai voltar a Israel.

Dilma foi cautelosa ao criticar o conflito, lembrando que o Brasil é uma nação amigaIsrael. "Eu tenho uma grande consideração (por Israel), até porque grande parte dos brasileiros é formada por cristãos novos e o Brasil foi o primeiro país a reconhecer o EstadoIsrael."

Para a presidente, a iniciativa da ONUexigir um cessar-fogo imediato é muito bem-vinda: "É uma faixa muito pequena, há muita mulher e criança morrendo. A gente sabe queuma guerra desse tipo, quem paga o preço são os civis."

Dinheiro no colchão

Durante a entrevista, Dilma também foi questionada sobre assuntos polêmicos como o mensalão, o programa Mais Médicos e os altos índicesrejeiçãoseu governoSão Paulo.

No final da sabatina, a presidente tentou explicar o porquêmantercasa R$ 152 mil reais. "Uma parte eu deposito na poupança ao longo do ano. Mas eu vivi sete anos da minha vida fugida. Você incorpora isso. Durante muito tempo, eu dormiasapato", disse.

"Eu gosto assim. Dou dinheiro pra minha filha, pra ela viajar... Eu sou assim. Nessa área, eu sou uma pessoaoutra geração. Na minha época o valor fundamental era que a gente ia transformar o Brasil. Já vivi muito tempo sem dinheiro, com dinheiro, ninguém vai mudar meu jeitoser".

Já no final da entrevista, um dos jornalistas disse à presidente que esse valor poderia render, na poupança, maisR$ 10 mil por ano.

"Mas o que são 10 mil?", questionou, para responderseguida: "Bem, 10 mil é muito, não jogo fora porque sou mineira".