Grávidaaposta bingooito meses vive odisseia para entrar ilegalmente nos EUA:aposta bingo

Aidé com seu filho (BBC)
Legenda da foto, Aidé está felizaposta bingose reencontrar com parentes nos EUA, mas diz que não faria a viagemaposta bingonovo
  • Author, Thomas Sparrow
  • Role, BBC Mundo, do Texas

aposta bingo César nasceu há apenas quatro dias, masaposta bingovida já é uma odisseia.

Sua mãe, Aidé, cruzou a perigosa fronteira entre o México e o estado americano do Texas com quase oito mesesaposta bingogravidez e deu à luz depoisaposta bingocolocar os pés nos Estados Unidos.

No total, a jovemaposta bingo18 anos viajou maisaposta bingouma semana desdeaposta bingocasaaposta bingoEl Salvador até a fronteira. Ela pegou tantos ônibus que não se lembra exatamente quantos e atravessouaposta bingobalsa o Rio Grande, que separa os dois países.

Seu objetivo era escapar da violênciaaposta bingoseu país e se reencontrar comaposta bingomãe e suas irmãs, que vivemaposta bingoNova York.

"Foi bastante arriscado, porque faltavam poucos mesesaposta bingogravidez e assim mesmo decidi vir", explica ela à BBC Mundo, que se absteve - a pedido dela -aposta bingoquestioná-la sobre assuntos pessoais.

Aidé falaaposta bingoforma tímida, só deixa escapar um sorrisoaposta bingovezaposta bingoquanto e evita olhar diretamente com quem fala. Talvez faça isso porque acredite que seus olhos negros, intensos e cansados, refletem seu drama.

Testemunhos silenciosos

O epicentro desse problema é o vale do Rio Grande, no sul do texas, onde é possível ver nas margens dos rios restosaposta bingoroupas, comida para bebê ou sapatos.

São os testemunhos silenciososaposta bingoum êxodo repletoaposta bingoperigos: desde o calor sufocante, passando pelos traficantes e ladrões que também andam por esta região.

Isso sem contar que é uma viagem sem sucesso garantido: assim que superam os riscos inerentes da fronteira, os viajantes enfrentam a possibilidadeaposta bingoserem deportados ao chegarem aos Estados Unidos.

Muitos cidadãos da América Central buscam fugir da violência e da pobreza. Outros se empolgaram com os rumores que garantem que poderão ficar se conseguirem entrar nos Estados Unidos.

Ainda há as redesaposta bingotráficoaposta bingopessoas, e 192 pessoas acusadasaposta bingoenvolvimento nelas foram presas no vale do Rio Grande no último mês.

É um assunto que tem gerado repercussões políticas internacionais, ao pontoaposta bingoque nesta sexta-feira o tesma será discutidoaposta bingouma reunião na Casa Branca entre os líderesaposta bingoEstados Unidos, Honduras, El Salvador e Guatemala.

O presidente americano, Barack Obama, disse que se trataaposta bingouma "situação humanitária urgente" e tem se esforçado para dissuadir, por meioaposta bingocampanhas na mídia, jovens como Aidéaposta bingocruzar a fronteira.

'A maior alegria'

Aidé (BBC)
Legenda da foto, Depoisaposta bingose arriscar na fronteira, Aidé ainda tem uma longa viagem pela frente até Nova York

Aidé está sentadaaposta bingoum abrigo temporário na Igreja do Sagrado Coração da cidadeaposta bingoMcAllen, no Texas.

Em suas mãos, César dorme tranquilamente. Atrás dela, um grupoaposta bingovoluntários organiza as roupas e comida doadas e se prepara para receber um novo grupoaposta bingoimigrantes.

Desde o inícioaposta bingojunho, chegaram cercaaposta bingo3,5 mil pessoas, especialmente mães com filhos, que são processadas e logo liberadas pelas autoridades sob a ordemaposta bingoapresentarem-se a um juiz que definirá seu status migratório.

Os imigrantes chegam sujos, cansados e com fome. Algumas mães choram porque têm medo. No abrigo, podem tomar banho, mudaraposta bingoroupa e receber assessoria legal enquanto esperam pelo ônibus que os levará até onde vivem parentes que pagam a passagem.

Aidé foi deixada neste abrigo depoisaposta bingopassar seis dias com os agentesaposta bingoimigração americanos. Neste período, ficou estressada, e diz que isso acelerou seu parto. Teve que ser levada ao hospital na cidade mais próxima, Mission.

Apesar do cansaço, ela garante que o pequeno César é "a maior alegria que poderia ter" e espera que ele seja "uma pessoaaposta bingobem" nos Estados Unidos.

Agora só falta para ela um último trajeto: uma viagemaposta bingoônibusaposta bingo51 horas até Nova York, onde é esperada poraposta bingofamília e uma notificação para comparecer diante do juiz no meioaposta bingoagosto. Então, seu futuro será definido.

Por enquanto, Aidé apenas pensa no reencontro e já sabe o que dirá a seus parentes: "Que estou feliz por estar aqui, com eles".

Também sente que realizou seu sonhoaposta bingochegar aos Estados Unidos, ainda que admita - enquanto fecha seus olhos por um instante - que não faria a viagemaposta bingonovo.

"Não. De novo, não. Porque não é fácil."