De onde vem a força dos grupos radicais islâmicos? :
- Author, Frank Gardner
- Role, CorrespondenteSegurança da BBC
Quase 13 anos depois dos ataques11Setembro pela Al-Qaeda, o grupo, seus afiliados e outras organizações radicais islâmicas continuamatividade.
Mas quem são eles hoje? E como, depoisum amplo esforço internacional, eles continuam operando?
Pouco restou da Al-Qaeda original, fundada1989 por Abdullah Yusuf Azzam e Osama Bin Laden após a retirada da União Soviética do Afeganistão. O próprio Bin Laden foi morto no Paquistão2011 após anos como fugitivo.
Seu sucessor, o cirurgião egípcio Ayman Zawahiri, que vive recluso e não tem carisma, continua solto e, ocasionalmente, envia mensagens online. No entanto, ele é criticado por jihadistas por ser cada vez mais irrelevante no cenário atual.
Um grande númerolíderes e comandantes da Al-Qaeda foi capturado ou morto na última década, muitos atingidos por ataques polêmicosaviões não tripulados, ou drones.
Acredita-se que o que restou do núcleo da Al-Qaeda esteja baseado na região tribal do Paquistão após deixar o Afeganistão2001.
Mas autoridades que combatem o terrorismo têm pouco a comemorar.
Em vezeliminar a Al-Qaeda, as políticas fizeram com que a organização se dispersasse, dividindo-sevários grupos diferentes pelo Oriente Médio, África e Ásia, com um grande númerosimpatizantes jihadistas na Europa.
Ataques continuam - apesarnão serem na mesma escala do 11setembro.
Então, o que sustenta o fenômeno jihadista global?
A lista a seguir aponta algumas razões que explicam por que o apelo global da Al-Qaeda ainda persiste.
Rivalidades nacionais e regionais
Do Saara ao sul das Filipinas, há rivalidades locais, nacionais e regionais que deram origem a organizações jihadistas, muitas vezes com ligações tênues ou até mesmo inexistentes com a liderança central da Al-Qaeda.
Na Nigéria, por exemplo, o Boko Haram começou como um movimentobase política e religiosa para promover os direitosmuçulmanos no norte da Nigéria, mas se tornou cada vez mais violento após 2009.
No Iêmen, a Al-Qaeda na Península Arábica tem capitalizado na instabilidade e no vácuosegurança gerados pelas revoltas da Primavera Árabe2011.
Má governança
É aqui que os extremistas têm umseus principais impulsos. Em paísesmaioria muçulmana, onde governos e forçassegurança são vistos como corruptos, predatórios e abusivos, é fácil para recrutadores jihadistas encontrar voluntários.
Quando os governos são vistos como acolhedores e com boas relações com os Estados Unidos e o Ocidente, torna-se ainda mais fácil para os seguidores da Al-Qaeda recrutarem novos integrantes.
Vingança
Mais uma vez, esta é uma ferramenta poderosa para o recrutamento. Ataques aéreos americanos no Paquistão e no Iêmen, que mataram um grande númerojihadistas, também vitimaram civis, incluindo mulheres e crianças, inflando pedidos por vingança.
Onze anos depoister liderado a invasão do Iraque, os Estados Unidos continuam a ser um alvo para muitos, e são vistos por um grande númeropessoas no mundo árabe como a fontegrande parte dos problemas da região.
Muitos jihadistas são impulsionados por um sentimentoquereligião tem sido discriminada, oprimida ou insultada.
Frustrações pessoais
Muitos dos adeptos mais fanáticos da visãomundo violenta da Al-Qaeda são homens jovens à procuraum papel, um propósito, na vida.
Alguns jihadistas europeus são convertidos ou tiveram adolescências conturbadas, com problemas com a polícia.
Temporadas na prisão muitas vezes deixaram-nos mais radicalizados do que quando entraram. Quase todos têm uma visão muito negativa da autoridade do governo.