Copa: Derrota na final seria tão traumática como acbet afiliados1950?:cbet afiliados
Mas será que uma eventual derrota brasileira na final desta Copa poderia causar o mesmo traumacbet afiliados50?
Esta foi uma das questões que o documentáriocbet afiliadosrádio do Serviço Mundial da BBC, <link type="page"><caption> The Burden of Beauty</caption><url href="http://www.bbc.co.uk/programmes/p01zwmrk" platform="highweb"/></link>, tentou responder. O programa, cuja segunda parte vai ao ar na próxima quarta-feira, abordou as pressões – dentro e fora dos estádios – que o Brasil sofre por disputar o Mundialcbet afiliadoscasa.
Amadurecimento
Tim Vickery, especialista da BBCcbet afiliadosfutebol da América do Sul, acha que a nação lidaria muito melhor com a derrota porque "amadureceu".
Ele aponta que "as batalhas" da sociedade brasileira não são mais travadas dentrocbet afiliadoscampo, como aconteceucbet afiliados50.
"Aquele time representava muito mais do que futebol porque simbolizava tudo o que a sociedade da época aspirava alcançar".
"Hoje o debate sobre que tipocbet afiliadospaís é o Brasil acontece fora dos estádios, nas ruas, com os protestos que pedem melhoria dos serviços públicos. Isto é muito positivo, porque demonstra como o país amadureceu nesses 64 anos".
O jornalista Juca Kfouri concorda. Para ele, é inegável que um revés da seleçãocbet afiliadoscasa seria muito triste e doloroso, mas não seria traumatizante como a primeira vez.
Primeiramente porque, desde 1950, o Brasil ganhou cinco campeonatos e, segundo, porque hoje o país vive uma fase político-social diferente.
"Em 1950, não era só um jogocbet afiliadosfutebol. Era um momento decisivocbet afiliadosafirmação nacional. Era para ser o iníciocbet afiliadosuma nova eracbet afiliadosque o mundo veria o Brasil moderno. Mas a gente perdeu".
"Para os brasileiros a derrota se traduziu no sentimentocbet afiliadosque 'não somos bonscbet afiliadosnada na vida', porque ao ser incapazcbet afiliadosvencer uma Copa no Brasil,cbet afiliadosuma partidacbet afiliadosque precisavam só do empate, o impacto causado foi: nós não servimos para nada".
'País do futuro'
Destruídos pela Segunda Guerra Mundial, nenhum país europeu tinha condiçãocbet afiliadosabrigar a primeira Copa do pós-guerra. O Brasil foi candidato único à sede do Mundialcbet afiliados1950.
Desde a décadacbet afiliados40, o Brasil vinha sendo visto como "o país do futuro" e buscava se destacar no cenário internacional. Em 1950, o país recebe a Copa e anuncia ao mundo que o "futuro é agora".
Em pouco maiscbet afiliadosdois anos as autoridades brasileiras construíram o Maracanã, estádio com capacidade para 200 mil pessoas e que durante décadas foi o maior do mundo.
Parte da eracbet afiliadosouro da arquitetura brasileira, que dez anos depois culminaria com a construçãocbet afiliadosBrasília, o Maracanã revelou o espírito ousado do brasileiro e é futurístico comcbet afiliadosforma semelhante àcbet afiliadosuma nave espacial.
Após passar com facilidade pelo México, Suécia e Espanha, a seleção chega à final contra o Uruguai, no dia 16cbet afiliadosjulho, precisando apenas do empate.
Friaça abre o placar para o Brasil no segundo tempo. Aos 22 minutos, Schiaffino empata, mas a Copa ainda é nossa. Treze minutos depois, o ponta Ghiggia calou o país: Uruguai 2 a 1.
Naquele dia fatídico, o Maracanã reunia quase 200 mil pessoas. Ao final da partida, tudo o que se ouviu foram soluços.
Bife e alface
O goleiro Barbosa foi acusadocbet afiliadosfalhar no segundo gol da Celeste Olímpica e se tornou o grande bode expiatório do fracasso.
Em entrevista à BBC anos depois, ele relembrou o assédio que a seleção sofreu no dia do jogo.
"Para vocês terem uma ideia, no dia do jogo sentamos para almoçar e eu consegui comer um pedaçocbet afiliadosbife e um alface".
"Vieram seis ou sete políticos, inclusive Ademarcbet afiliadosBarros, que era candidato à Presidência. A coisa ficou tão ruim que quando o Flávio (Costa, técnico) viu que a gente não ia conseguir comer, nos colocou no ônibus e fomos para o Maracanã comer sanduíche".
Na manhã do jogo, os jogadores, que haviam sido transferidos da calma concentraçãocbet afiliadosSão Conrado, na Zona Sul, para a movimentada sede do Vasco da Gama,cbet afiliadosSão Januário, foram acordados para participarcbet afiliadosuma missa às 7h.
Poucas horas depois, o prefeito do Riocbet afiliadosJaneiro Mendescbet afiliadosMorais faz um discurso se referindo aos jogadores como "campeões".
Apesarcbet afiliadoscenário semelhante parecer improvável nos diascbet afiliadoshoje, é inegável que o time atual esteja sofrendo a mesma pressão que pesou sobre Barbosa, Zizinho, Ademir e companhia.
Pé no chão
Carlos Alberto Torres, capitão da lendária seleção tricampeãcbet afiliados70, recomenda cautela.
"O Brasil jogandocbet afiliadoscasa é uma facacbet afiliadosdois gumes. Pode até atrapalharcbet afiliadostanta pressão. Sou contrário a que o Felipão e o Parreira fiquem toda hora na televisão anunciando o favoritismo do Brasil", dissecbet afiliadosentrevista à BBC Brasil.
"Isso não é bom. É necessário que tenhamos confiança, porém muito pé no chão e respeito aos adversários", afirmou, acrescentando que o Brasil tem condiçõescbet afiliadosestar entre os quatro melhores do campeonato.
Em depoimento ao Museu da Imagem e do Som, cedido à BBC Brasil, Ademir, artilheirocbet afiliados50 com nove gols, lembrou como o climacbet afiliados"já ganhou" atrapalhou o time:
"Eu tive a maior decepção que o futebol pode dar a um atleta. Mas foi uma lição muito proveitosa, acbet afiliadosque no futebol não existe vitória antecipada".