Protestos e passadobetmotion girişglórias aumentam pressão sobre Seleção:betmotion giriş
- Author, Fernanda Nidecker
- Role, Da BBC Brasilbetmotion girişLondres
betmotion giriş A Seleção Brasileira entrarábetmotion girişcampo na Copa do Mundo apenas na semana que vem, mas já carrega sobre os ombros uma pressão que nenhuma outra equipebetmotion girişfutebol jamais vivenciou antesbetmotion girişum Mundial.
Pressão porque o Brasil é o país que mais coleciona títulos. Pressão porque nunca ganhou jogandobetmotion girişcasa. Pressão porque o mundo espera ver o Brasil vencer com estilo, jogando bonito.
E, a mais recente, e para muitos a mais surpreendente, a pressão das ruas, que vem canalizando nos jogadores as frustrações com os gastos públicos excessivos com o torneio.
Na manhãbetmotion girişterça-feira, horas antes do amistoso da seleção contra o Panamábetmotion girişGoiânia, manifestantes foram retirados à força da frente do hotel onde estava o time. Eles cobravam mais investimentosbetmotion girişeducação. O protesto continuou horas depois,betmotion girişfrente ao estádio Serra Dourada.
No início da semana passada, a seleção se apresentoubetmotion girişmeio a um climabetmotion giriştumulto e protestos no Riobetmotion girişJaneiro. Ao contráriobetmotion girişCopas anteriores, quando os jogadores eram recepcionados por torcedores eufóricos, o que se viabetmotion girişfrente ao aeroporto internacional do Galeão eram faixas pedindo mais investimentosbetmotion girişserviços públicos.
As cobranças sobre a equipe pentacampeã – dentro e fora dos estádios – é o principal tema do programabetmotion girişrádio <italic>The Burden of Beauty</italic> (O Fardo da Beleza,betmotion giriştradução livre), cuja primeira parte foi ar na quarta-feira no <link type="page"><caption> Serviço Mundial da BBC</caption><url href="http://www.bbc.co.uk/programmes/p01zwmrk" platform="highweb"/></link>.
Duas Copas
Para o jornalista Juca Kfouri, que recebeu a equipe do programabetmotion girişcasa,betmotion girişSão Paulo, o Brasil terá duas Copas do Mundo.
"Uma dentro dos estádios e que será uma grande festa. E a Copa das ruas, que será tensa. O governo deverá estar mais preparado para controlar as manifestações do que há um ano, quando foi pegobetmotion girişsurpresa. Mas,betmotion girişqualquer jeito, vai ter protesto", avalia.
Ainda para Kfouri, as manifestações populares revelam uma mudança no comportamento do brasileiro, tradicionalmente mais apegado ao futebol do que à política.
"Brasileiros reclamam muito mais sobre seus times do que sobre seus políticos. E esta foi a grande revelação da Copa das Confederações, quando os manifestantes tomaram as ruas. Os protestos simbolizam um despertarbetmotion girişconsciência que estava enterrado por causa dos anosbetmotion girişditadura", afirma.
Mas a até que ponto o clima tenso das ruas pode aumentar ainda mais a cobrança sobre os jogadores e afetar seu desempenho dentrobetmotion girişcampo?
Para Tim Vickery, especialista da BBCbetmotion girişfutebol da América do Sul, a resposta pode estar no que aconteceu durante a Copa das Confederações, quando temia-se que os torcedores ficariam contra o time.
"Ao contrário, o que vimos foi um laço muito forte entre jogadores e torcedores. Aquele momento (na final contra a Espanha) quando os torcedores continuaram cantando o hino à capela e os jogadores acompanharam até o final foi muito forte", relembra.
"A equipe quase se tornou representante não apenas dos fãs, mas também dos protestos. Vai ser muito interessante observar se isso acontece novamente na Copa do Mundo", diz.
'Ficamos mais fortes'
O zagueiro da seleção David Luiz define aqueles dias como um momento que aproximou o jogadores do povo.
"Ficamos mais fortes", disse ele à BBC.
O jogador descarta que os protestos contra a Copa vão afetar a preparação psicológica da Seleção e faz elogios à forma como o técnico Luiz Felipe Scolari trabalha o emocional dos jogadores.
"Ele é muito transparente, sabe como falar com a gente e cria um clima bom na equipe, o melhor que eu já vivi como jogador", diz Luiz.
"Mas é claro que tem pressão, mas é uma pressão boa, aquela que faz a gente se sentir vivo."
Para Kfouri, Felipão é um "líder-psicólogo" com habilidades que ajudam o time a lidar com cobrançasbetmotion giriştodos os lados. Exemplo disso, diz ele, é o apelido do time: "Família Scolari".
"Ele faz os jogadores morrerem por elebetmotion girişuma partida. E, para isso, é capazbetmotion girişsacrificar talentos, como fez com Romáriobetmotion giriş2002, porque ele não seguia isso. Romário era o diferente, e Scolari não queria alguém diferente. Queria um grupo homogêneo capazbetmotion girişmorrer por ele".
Scolari, que conta com o aconselhamento da psicóloga esportiva Regina Brandão desde a Copabetmotion giriş2002, promove palestrasbetmotion girişmotivação para os jogadores.
Oscar, camisa 11 da seleção e meia do Chelsea, contou à BBC que, durante as Confederações, o técnico trouxe ex-jogadores e ex-técnicos - entre os quais Evaristobetmotion girişMacedo e Ricardo Rocha - para conversar com a Seleção.
"Eles nos diziam que a gente não era alvo dos protestos e que a paixão pelo futebol unia todos para torcer pela Seleção", relembra.
Fardo da beleza
Para o antropólogo e escritor Roberto DaMatta, o "fardo sobre os jogadores é incrível" porque eles carregam o Brasil nas costas, com todas suas esperanças e expectativas.
"O futebol se tornou um símbolo dos conflitos cotidianos que os brasileiros enfrentam na vida. O campobetmotion girişfutebol é um palcobetmotion girişmuitos dramas", compara DaMatta.
Segundo ele, o futebol é o esporte que mais une a nação, porque, apesarbetmotion girişter sido "roubado" dos ingleses, os brasileiros são os "mestres" do esporte.
E essa sensaçãobetmotion girişestar no topo faz os brasileiros se sentirem como parte do "Primeiro Mundo", algo que eleva a autoestima do povo.
O jornalista e historiador Celso Unzelte concorda. Para ele, o futebol simboliza a única atividadebetmotion girişque os brasileiros realmente se sentem capazesbetmotion girişvencer.
E mais do que isso:betmotion girişvencer dando um espetáculobetmotion girişcampo.
"Somos cobrados por isso como nenhum outro país", afirma Unzelte, enquanto guia a equipebetmotion girişreportagembetmotion girişuma visita ao Museu do Futebol,betmotion girişSão Paulo.
Mas, para ele, o futebol atual oferece cada vez menos espaço para o jogo bonito, o que aumenta ainda mais a cobrança sobre a Seleção atual.
"A pressão é enorme, mas é a pressão sobre o único país do mundo que ganhou jogando futebol-arte várias vezes", diz.
"É o fardo da beleza,betmotion girişter tido jogadores como Pelé, Seleções como asbetmotion giriş58 e 70 ebetmotion girişquase ter atingido a perfeição. Agora, sentimos a obrigaçãobetmotion girişbuscá-la indefinidamente."